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História Adocicado. - Epilogue: Young Forever - História escrita por seasyneyou - Spirit Fanfics e Histórias
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História Adocicado. - Epilogue: Young Forever


Escrita por: seasyneyou

Notas do Autor


VRÁ.
Eu provavelmente assustei vocês, não é? Pois é, isso mesmo, você viu certo, novo capítulo de Adocicado.
Feliz aniversário pro Jiminie! Por isso voltei. Com um capítulo especial para vocês dessa fanfic, desse meu orgulho, desse pedacinho de mim, conhecida como Adocicado.
Queria fazer uma dedicação especial para alguém. Bem, minha friend dos yaoi pesado, que chegou chorando pra mim depois de ler o capítulo lemon de Adocicado, falando que tava "muito foda, um dos melhores que já li". Minha amiga que me apoiou com elogios que foram muito importantes para que eu pudesse continuar a escrever essa história. Muito obrigada, Viih! Te aminho sz
Gente, eu estou escrevendo uma outra hisória YoonMin que acho que vocês vãos gostar muito. Se trata sobre reencarnações onde nem sempre terminam com um final feliz, sinestesia (é um distúrbio, onde as sensações dos cinco sentidos se misturam, como quando você fala que o perfume cheira doce) que o Jimin tem, e como ele conheceu o Yoongi. Vou falar de um problema que a sociedade têm e que não deve ser julgado de forma alguma, deve ser ajudado. Por favor deem muito amor para essa história. Vocês vão saber o título dela quando eu postar.
O que eu seria sem vocês?
Bem, acho que é só isso que tenho pra falar aqui.
Boa Leitura :)

Capítulo 23 - Epilogue: Young Forever


Fanfic / Fanfiction Adocicado. - Epilogue: Young Forever

Epilogue: Young Forever.


 

O que será?

Jimin fazia a mesma pergunta incontáveis vezes, no entanto nunca soube a devida resposta que procurava, mesmo com os seus recentes vinte e cinco anos de idade. Para ser exato, nem sabia o por quê de procurá-la para início de conversa. Talvez sempre divagou na incógnita sobre o que aquilo tudo era e significava para si, afinal os seus lemas da vida eram que nada acontecia por acaso, e que tudo tinha um verdadeiro significado, por mais que parecesse impossível. Contudo, ultimamente imergiu nas águas mais profundas de seus pensamentos e algo não lhe parecia correto, de acordo com o lema que sempre acreditou. Era o exato oposto. E parece verdadeiramente, não é? Que o que aconteceu não seria possível sem a ajuda do destino.

A ideia de que em um simples dia qualquer, quando era uma criança assustada com o mundo que não conhecia, esbarrou-se em alguém cujo nunca cogitou que fosse amar tanto, não parecia ser consciência. Passaram um curto espaço de tempo juntos, porém na realidade fora o suficiente para os corações se apaixonarem – e ainda estarem apaixonados. E, novamente, se encontraram em outro dia qualquer em uma cafeteria. Quais são as chances disso acontecer por acaso?

Apesar de todas as coisas ruins que ocorreram, das dificuldades passadas nos últimos onze anos, as brigas infantis, o orgulho, a guerra contra os Caçadores, de alguma forma, ambos aprenderam a evoluir como pessoa nos eventos que pareceram tão difíceis uma vez, e que agora eram encarados como uma boa superação que os fortaleceram. De um jeito ou de outro Min Yoongi e Park Jimin continuavam se erguendo das quedas e saltando os obstáculos, sempre de mãos dadas. Com várias cicatrizes incuráveis, sim, mas eram estas as quais eles sorriam vitoriosos sob uma situação que antes parecia ser uma derrota.

E, claro, ainda discutiam infantilmente como sempre tiveram o hábito. Mas de alguma forma, eles se divertiam em meio às “brigas” que tinham. Talvez porque fosse uma espécia de recordação de suas juventudes cada vez mais distantes.

–– Jimin, eu já disse que a resposta não é essa. –– Yoongi repetiu pela milésima vez, depois que Jimin fez novamente o cálculo de quanto custaria a nova casa mobiliada que queriam comprar e morarem juntos na mesma.

–– Hyung, olha aqui, tá vendo essas duas mobílias aqui? –– perguntou como se o Min fosse uma criança recém-nascida ou algum tipo de alienígena que não soubesse falar coreano. –– São a mesma, mas você tem que multiplicar o preço por dois porque compramos elas separadamente!

–– Eu sei, Jimin, mas se você fizer isso a resposta vai dar… –– Fez os cálculos de cabeça, contudo acabou notando que Jimin estava certo desde o começo sobre a quantia final. Implantou um biquinho nos lábios, hábito que adquiriu de seu namorado no decorrer dos anos juntos, e desviou o olhar, já recebendo o típico sorriso do Park de quem diz silenciosa e irritantemente um “Ganhei, otário”.

–– Quem tá certo agora, hein? –– Cutucou a cintura de Yoongi apenas para irritá-lo ainda mais, vendo que ele já se encontrava emburrado.

–– Tá bom, tá bom, palhaço. Você tá certo. –– Segurou no dedo de Jimin, colocando-o na boca em um movimento súbito que surpreendeu o outro. Não demorou muito para que as bochechas do loiro ficassem vermelhinhas como ficavam quando estava envergonhado. Yoongi sorriu com a reação fofa e beijou-lhe o dorso da mão, e logo depois a palma. –– Você é um anjo, bebê.

Jimin sorriu. Claro que ama o Yoongi que fresca consigo, que discute feito uma criança, mas também ama igualmente o Yoongi que sempre diz palavras tão dóceis para si, como se sempre quisesse fazer a questão de que o Park soubesse o quão era especial. E claro, o loiro não reclamava, gostava de receber os mimos do Alfa.

Yoongi sorriu. Estava tão feliz por tê-lo ali perto, que simplesmente se esquecia de todas as dificuldades que estava passando. Entrelaçou-lhe os dedos com os seus e segurou-lhe o rosto cálido de bochechas coradas, beijando a sua testa, depois o nariz, e por último, o queixo, em uma frase silenciosa que diz eu te amo. Jimin inclinou-se um pouco para frente e deu um leve selar de lábios no Alfa, rindo de sua expressão um tanto surpresa com o mais novo.

Desceram as escadas do quarto para irem a sala, passando por Pil Woo. Este que deixou de brigar com Yoongi depois de alguns anos de namoro entre ele e Jimin, mas o ódio ainda era evidente no ar, e até mesmo na forma como ambos se encaravam fazendo careta de desgosto recíproco. O Ômega não sabia, porém eles só pararam de discutir porque chegaram a conclusão de que a briga poderia causar mal ao loiro. Mal descobriram que estavam redondamente enganados; Jimin adorava os ver discutindo feito crianças.

Despediram-se na entrada com um beijo rápido. Yoongi teria de ir para a sua faculdade, que era diferente da do Park. Apesar dos horários não se encaixarem perfeitamente e a agenda ficar meio apertada demais para poderem se ver, sempre davam um jeito. Ambos frequentavam um emprego de meio período para conseguirem economizar dinheiro o suficiente para comprar uma casa e finalmente morarem juntos. Não demorou muito para que achassem uma casa não muito grande, no entanto aconchegante o suficiente para os dois, e que estivesse em um preço razoável. Fora uma decisão um tanto difícil de tomar, a de se mudarem de suas respectivas casas. Afinal, nem haviam se casado ainda, eram novos, Jimin acabara de completar vinte e cinco e Yoongi vinte e sete e tinham medo de dar tudo errado.

Mas queriam tentar. Queriam poder se acordar todos os dias um do lado do outro e experimentarem novas coisas juntos, como fizeram no Internato Krieger, porém de maneira mais liberal.

Queriam dar cem por cento de suas paixões um para o outro.

Bem, no começo deu tudo errado. A mudança foi acirrada, Jimin teve de cuidar de tudo sozinho pois Yoongi estava ocupado trabalhando no horário que o caminhão chegou, e levar várias caixas para dentro da casa com a ajuda de Taehyung, que na verdade não era uma boa ajuda, porque na maior parte de seu tempo ele apenas ficava sentado no chão comendo batata frita ou tomando refrigerante.

Jimin sinceramente desejou do fundo de seu coração que o seu tão amado amigo Taehyung se engasgasse com um daqueles pedaços de batata.

Resultado: no fim do dia o Park se encontrava estressado, exausto e irritado. E vale ressaltar que quando aquele loiro de um e setenta e cinco de altura ficava irritado, não havia quem ou o que melhorasse a sua carranca. Taehyung já havia dado o fora – não tinha renovado o plano de saúde, então decidiu ir embora e deixar tudo nas mãos de Yoongi, porque esse era o seu papel como melhor amigo de Park Jimin –, e o Min chegava com um semblante animado para ver a arrumação da casa. Sentia-se mal por deixar o Ômega fazendo o trabalho pesado o dia inteiro, e prometeu a si mesmo que quando chegasse em seu novo lar, daria o máximo de atenção possível para o namorado. Afinal, através da Marca, conseguia saber muito bem o quão ele estava irritado com a organização.

–– Minnie? Cheguei. –– Abriu a porta do jardim, segurando a sua sacola de compras que fizera para ter um jantar especial com o loiro.

Sem pestanejo, Jimin se aproximou. Os olhinhos estavam entreabertos e as mãos gorduchas e pequeninas se escondiam na manga longa de sua camisa branca com listras pretas. Bagunçou os cabelos e bocejou. Parecia dormir antes de Yoongi chegar.

–– Oi. –– falou tentando esconder a irritação na voz, mas é claro que o outro percebeu o quão estava exausto, pois o conhecia melhor que a palma da sua mão.

Yoongi abriu a boca para fazer a menção de responder, no entanto o toque de seu celular o interrompeu na mesma hora. Pediu para Jimin esperar um pouco, e puxou o celular do bolso. Ao ver o número na tela, deu um sorriso forçado para o namorado, e se distanciara um pouco para atender. Sem entender aquela reação, o Park focou na audição para ouvir o que ele conversava com a pessoa do outro lado da linha, mas captou apenas uma parte da conversa antes de Yoongi se distanciar o suficiente para que não ouvisse mais nada.

O quê? Agora?”, falou o Min, com a voz um tanto calma e um tanto aveludada demais para o gosto do Ômega. “Com o maior prazer. Qual é o endereço mesmo? Hotel o quê?”.

Jimin se engasgou. Deu uma tossida para conseguir aliviar a sensação, o rosto vermelho. Resolveu dar uma limpada nos ouvidos. Ele pode ter ouvido errado, não é? O que estava pensando, claro que Yoongi não lhe traía, um Alfa como ele não seria tão estúpido assim a ponto de fazer isso. Então… Por que ele teria o maior prazer em ir para um hotel com alguém? Jimin sacudiu a cabeça algumas vezes, tentando afastar essa ideia ridícula. Bem, era o que queria, mas não passou cinco segundos para estar se inclinando para o lado e se apoiando na parede para tentar ouvir o que Yoongi tanto falava naquele telefone.

Mais que conversinha interessante, hein? Demora cinco horas pra descobriu aonde é o hotel que é pra ir com essa pessoinha, ou o quê?

Jimin se esgueirou mais. Não conseguia ver ninguém.

–– O que está fazendo?

A voz fez com que o Park soltasse um grito, desequilibrasse, e caísse no chão de grama por conta do susto de uma forma bem digna de piada. Quando olhou bem quem era, notou que se tratava de um Yoongi de braços cruzados e sobrancelha erguida para o menor, com um claro semblante de irritação. Na mesma hora que o encarou e percebeu que Ops, fui pego no ato da discórdia, desviou o fitar para o chão, envergonhado. Fez uma careta e bagunçou a cabeleira loira.

–– Aish.

–– Eu vou ter que sair. Pode demorar um pouco. –– falou depois de um tempo em silêncio, estendendo a mão na qual Jimin não aceitou e se levantou por conta própria, nada feliz com aquela frase. –– Jimin-ah, eu sei que queria que eu passasse um tempo com você…

–– Eu? Eu nunca disse isso. Pode ir, querido.

–– Ah, eu posso? –– Yoongi ergueu uma sobrancelha ao passo que se aproximava mais do Park, que recuou alguns passos até estar encurralado na porta de casa. Jimin limpou a garganta e tentou manter a pose de quem não liga para nada, cruzando os braços e fazendo cara de indiferente.

–– S-Sim, pode.

–– Tá bom, então.

–– Legal.

–– Estou indo.

–– Bom pra você.

–– É mesmo.

–– Uhum.

–– Ótimo!

–– Fantástico!

Sem nem perceberem, já estavam gritando um com o outro. Yoongi saiu pisando duro e bateu o portão da cerca da casa, irritado com aquela atitude. Por que seu namorado tinha que ser tão insensível assim? Não fizera nada de errado! Já pelo ponto de vista de Jimin, Yoongi que era o insensível naquela história. O Ômega passou o dia inteiro organizando as coisas dentro de casa, e quando o Alfa finalmente chegou para passar um tempo consigo, apenas para curtir a presença um do outro, ele tinha que ir para um hotel com uma pessoa que, por sinal, não era o Jimin.

O Park entrou na casa e fez questão de bater a porta com toda a sua força, se jogando no sofá e pegando o controle da televisão. Ele não precisava de Yoongi para se divertir, não precisava dele para ficar bem aconchegado. Claro que não. Ligou o aparelho e passou pelos canais, colocando no mais divertido possível. Apoiou o queixo na palma da mão e começou a assistir ao programa que passava.

Mas não conseguia se concentrar.

Por mais engraçado que fosse, seus pensamentos ficavam o tempo todo fugindo para a curiosidade de descobrir o que Yoongi fazia em um hotel com outra pessoa. Até que, finalmente, pegou o seu celular e resolveu ligar para a única pessoa que poderia lhe ajudar nessas horas:

Seu espião secreto, Kim Retardado Taehyung.

Esperou impacientemente o amigo atender o telefone, e lá pela quinta ligação, uma voz grossa e nada feliz se pronunciou do outro lado da linha.

–– É melhor você ter um ótimo motivo para me ligar no meio do meu sono de beleza.

–– Nós temos um código verde.

–– Quê?! –– Ele gritou do outro lado da linha, com uma reação bem diferente da anterior. –– Código Verde?! Mas isso significa…

–– Isso mesmo, Taehyung. –– falar aquilo feria o orgulho de Jimin e lhe deixava mais irritado ainda com a situação que ocorria. Contudo teria que fazer isso, se quisesse saber mais sobre o que acontecia. –– Suspeita de traição.

–– Mas por que você acha isso?

–– Eu ouvi o Yoongi falando sobre ir a um hotel com alguém. No começo até que pensei que fosse coisa da faculdade, mas nessa hora da noite é meio suspeito demais, não acha?

Houve um silêncio do outro lado da linha. Tão longo, que Jimin começou a achar que o seu desejo que Taehyung se engasgasse com uma batata tivesse virado realidade. Infelizmente, ele ainda estava bem vivo.

–– Ah.

–– Ah? Não, ah. Ah! Você não está surpreso?

–– Aonde ele tá?

–– Não sei, só ouvi a parte do hotel. –– Jimin parou para pensar um pouco. Tinha que ter alguma forma de descobrir para qual hotel o Yoongi foi. Até que se lembrou do celular dele, e que tinham instalado um aplicativo que dava para ver aonde estavam, afinal depois do evento dos Caçadores, todo cuidado era pouco. –– Aquele aplicativo! Vou descobrir a localização. Te envio o endereço por mensagem e você passa aqui pra me buscar e a gente ir juntos.

Não demorou muito tempo para que um Jimin ridiculamente disfarçado, usando óculos de plástico que vinham com um bigode e um nariz falso grudado, uma máscara para cobrir a boca e roupas pretas, e um Taehyung com cara emburrada e as mãos enfiadas dentro do casaco chique de cor verde escura, estarem sentados a algumas mesas de distância de Min Yoongi no salão de jantar do Hotel Rouet. Jimin pegou o cardápio que se encontrava na mão de uma moça da mesa do lado e colocou na sua frente bem na hora em que Yoongi fez menção de virar o rosto em sua direção, puxando Taehyung pela orelha para que se escondesse também.

–– Ai, ai, ai!

–– Cala a boca. Assim você estraga o disfarce. –– sussurrou, dando um tapa na cabeça do amigo, que o xingou baixinho. –– Coloca isso aqui.

Jimin lhe estendeu outro óculos com bigode e nariz falso.

–– Não vou colocar isso. Não quero assassinar a moda.

–– Só coloca logo!

Taehyung pegou o objeto e pôs, fazendo careta. Enquanto isso, Jimin observou uma mulher de cabelos castanhos escuros fazer um caminho até a mesa onde Yoongi estava sentado. No momento que os olhos do Alfa se encontraram com os dela, ele se levantou de uma vez e foi até a garota, apertando a sua mão e dando uma leve reverência. Depois que a mulher deu um sorrisinho, ambos se sentaram na mesa. E então ela colocou uma pasta em cima da mesma, enquanto Yoongi chamava o garçom e pedia comida.

–– Olha só. Ele tá até pedindo comida pra ela! –– Jimin falou com o sangue fervendo, fazendo Taehyung revirar os olhos. –– Olha! Tá vendo?

–– Estou vendo, Jimin.

–– Tch. Olha como ela sorri pra ele. –– sibilou o Park, segurando o garfo com força. –– Piranha.

Yoongi franziu o cenho. A Marca em sua nuca estava ardendo como nunca, e ele sabia que aquilo não era muito comum, afinal Jimin nem estava no cio. Levou a mão até ela, tateando-a por alguns segundos, na tentativa de entender o que a sensação significava. Olhou para o lado apenas por instinto, e quando Jimin notou que a cabeça do Min estava virando, tampou a visão de seu rosto com o cardápio, tentando disfarçar sua identidade.

Na manhã seguinte, Jimin se encontrava com a pior expressão possível. Yoongi limpou a garganta, pegando a bolsa para guardá-la no porta-malas do carro. Já que ontem teve de sair, queria fazer um programa com o namorado para recompensar a discussão de ontem, pois sentia-se culpado por ter gritado com ele mesmo quando o pequenino passara o dia inteiro arrumando as coisas de casa. A ideia incrível de Jungkook ao tê-los chamado para irem a praia foi a oportunidade que Yoongi achou para desculpar-se e passar um tempo com Jimin.

Entraram no carro sem falar nada, e Yoongi começou a dirigir. Até tentou puxar assunto algumas vezes com ele, mas o garoto parecia nem querer falar consigo. De alguma forma, o Min ficou se sentindo mal com aquela atitude do namorado, não sabia bem o que havia feito de errado, mas o menor parecia bem chateado consigo. Abriu as janelas do carro, em um sinal que tinha criado com Jimin no qual dizia para ele se animar, mesmo não sabendo o por quê da sua tristeza e irritação. Viu uma sombra de sorriso passar pelos lábios do loiro, que desviou o olhar para o lado e estendeu a mão para fora do carro, sentindo o vento fresco nos dedos.

Ao chegarem na praia, Hoseok veio aos pulos dar um abraço de urso em Yoongi. Afinal fazia muito tempo que não se viam – desde ontem, na verdade –, e ele estava com saudades daquela cara de morto que o Min tinha. Este fez uma careta devido ao contato e empurrou o ruivo para longe, dando língua para ele.

–– Ele tá crescendo! Minha criança tá crescendo! Quando isso aconteceu? Olha só, tá até mais alto que eu!

–– Você precisa de um óculos. –– debochou Taehyung com um sorriso de lado, recebendo um dedo do meio vindo de Yoongi.

O Min passou o braço pelos ombros de Jimin como fazia costumeiramente, mas ele apenas foi para o lado, distanciando-se daquele contato.

–– O que aconteceu, Minnie? Por que você está agindo assim? Eu fiz alguma coisa de errado?

–– Se você fez alguma coisa de errado?! –– Jimin berrou, surpreendendo os amigos que estavam ali por perto. Não demorou muito para que eles estivessem reunidos em volta do casal, envoltos em um clima tenso. –– Você é idiota ou o quê?!

–– Não tem como eu saber se fiz algo de errado se você não me diz, Jimin! Eu não sei ler mentes!

–– Pois acho melhor você começar a aprender essa habilidade! Porque senão eu vou aprender primeiro e descobrir quem era aquela piranha de ontem a noite que chegou toda sorridente pra você!

A cor de Yoongi subitamente ficou mais clara e seus olhos se arregalaram de uma forma que pareciam que iriam saltar para fora das suas órbitas. Taehyung se engasgou com a própria saliva e começou a tossir, recebendo tapinhas nas costas vindos de Hoseok, que apenas ria da cena como qualquer pessoa nesse tipo de situação deveria fazer. Vendo a reação de Yoongi, aquilo fora o suficiente para Jimin confirmar as suas especulações sobre a traição. Seus olhos se encheram de lágrimas e não demorou muito para que ele saísse correndo dali, aos prantos.

–– Hã… –– O Min piscou algumas vezes, ainda tentando raciocinar o que acabara de acontecer, e agora encarando Taehyung com o seu olhar de mais profundo desespero. –– Como eu vou explicar isso pra ele?

–– Eu vou falar com o Jimin. Você fica aqui. –– O Beta disse, caminhando na direção que Jimin correu. Porém parou a alguns passos de distância, se virando para encarar Yoongi. –– Ah, e toma cuidado para não ser atacado por ele enquanto eu estiver procurando-o.

Yoongi engoliu em seco, recendo um sorrisinho sádico de Taehyung, que voltou a correr para achar o melhor amigo. Não que isso fosse muito difícil. Mesmo que Jimin quisesse, não poderia se esconder. Afinal, ele tinha um cheiro muito… Característico, que não poderia ser confundido facilmente com os outros odores de Ômegas. Depois de uns cinco minutos entrando em todas as barracas de praia possíveis, identificou a essência doce vindo de uma. Encontrou-o no banheiro, sentado no chão, perto das pias.

Esse garoto… Sempre pulando pras conclusões e nunca ouvindo.

–– Jimin. –– A voz grave de Taehyung fez com que o menor se encolhesse, sem conter as lágrimas que caíam de seus olhinhos semicerrados, abraçando as próprias pernas. –– Jimin, olha pra mim.

–– N-Não. –– murmurou, soluçando.

–– Olha logo, criatura dramática. –– Taehyung levantou o seu tom de voz, fazendo com que o Park erguesse a cabeça aos poucos e lhe encarasse. –– Jimin, ele não está te traindo. Você realmente acha que aquele homem, do jeito que ele te olha e te trata, realmente seria capaz de te trair?

–– Seria! Você m-mesmo viu aquela…

–– Se você chamar minha irmã de piranha outra vez, eu te jogo no mar e te deixo se afogando.

Jimin ficou em silêncio por um tempo, mas logo deu uma risada nervosa.

–– I… Irmã?

–– É. Isso mesmo. Se lembra daquela minha irmã que eu disse que trabalhava com joias lá na Europa? Pois é. Ela mesma. E aquela pessoa que o Yoongi falava ao telefone era eu.

–– Mas… Mas por que ele queria ver a sua irmã?

–– Bem, por que não vai lá e pergunta pra ele? Por acaso eu tenho cara de correio? –– Jimin ergueu uma sobrancelha. –– Não responde. Foi uma pergunta retórica, tá? Retórica.

O Park se levantou, inseguro. Não podia acreditar que tinha desconfiado de Yoongi, gritado com ele na frente de todos, e saído correndo logo depois. Como pôde desconfiar do próprio namorado? Deveria ter sido mais maduro e ter ido falar com ele, conversado e procurado esclarecer as suas dúvidas, e não ter pulado para o final e simplesmente ter chegado na conclusão que ele estava lhe traindo apenas por conta de sua expressão.

Quando Jimin menos notou, já corria pela praia para achar aonde Yoongi estava, mas não o via em lugar algum. Procurou nas barracas de praia, nos banheiros, no carro; ele não parecia estar em lugar algum. Parou por um tempo, colocando a mão no coração para tentar acalmá-lo, enquanto recuperava o fôlego da corrida. Quando avistou Jin, correu para perguntar aonde Yoongi estava, e o Ômega mais velho apenas apontou para algumas rochas distantes, na beirada do mar. Lá estava ele, sentado na beirada, observando as ondas quebrarem nas pedras que elas mesmas traziam. Os cabelos eram bagunçados pela maresia forte, a pele alva brilhando com a pouca luz que atravessava as nuvens nubladas e os olhos escuros perdidos na paisagem.

–– Yoongi! Yonnie! –– Jimin gritou enquanto escalava as rochas para chegar ao topo, quase caindo por pouco; Yoongi conseguiu segurar em seu pulso antes que escorregasse para trás e quebrasse alguns ossos.

–– O que está fazendo? Isso foi perigoso! –– gritou irritado com o menor, vendo-o se encolher um pouco com o tom de sua voz. –– Você se machucou?

Ele apenas balançou a cabeça negativamente, as lágrimas rolando pelas bochechas coradas. As palavras não conseguiam passar de sua garganta; estava envergonhado demais consigo mesmo para dizer alguma coisa.

E não foi necessário. Sentiu um braço acomodar-se em suas costas e lhe puxar para um abraço caloroso, enquanto o outro seguia para o topo da cabeça de Jimin, fazendo-lhe um carinho gostoso nos cabelos loiros, afundando o rosto do pequenino na curvatura de seu pescoço.

–– Eu não estava te traindo, bebê. Nem vou. Nunca. –– Yoongi segurou o rosto de Jimin com as suas palmas, fazendo um carinho em sua bochecha vermelhinha e observando com um sorriso o menino aninhar a face ali. –– Sabe por quê?

Beijou a sua testa. Logo depois a pontinha do nariz. E por último, o queixo.

–– Desculpa… Por não ter acreditado em você. –– Era como se todas as dúvidas que Jimin tinha sobre aquela mulher, sobre o que faziam naquele dia, tivessem desaparecido em um piscar de olhos com aquele simples gesto. Agora apenas sentia-se culpado por ter agido daquela forma. –– Desculpa por ter sido imaturo e ter agido feito uma criança. Desculpa…

Yoongi lhe beijou novamente, desta vez na boca, os lábios mexendo-se em uma sintonia calma e deliciosa.

Tão doce.

–– Eu te amo.

–– Eu também te amo. –– respondeu Jimin, sorrindo.

–– Sabe por que eu me encontrei com aquela moça ontem? –– perguntou o Alfa, recebendo um aceno negativo em resposta. Ele riu baixo e se distanciou tirando uma caixinha do bolso. O Min se ajoelhou, mas logo fez uma careta de desgosto e acabou se levantando. –– Não, isso é muito tosco.

Seus olhos brilharam quando teve uma ideia perfeita. Esticou a mão para cima, sorridente.

–– Aqui. Tenta pegar isso aqui.

–– Não vou fazer isso. –– resmungou Jimin.

–– Então acho que vou ter que jogar no mar.

Yoongi fingiu que jogaria a caixinha fora, mas logo o Park começou a pular e tentar pegá-la da mão do Alfa. Os esforços eram claramente em vão, visto a diferença de altura de ambos. Porém como não poderia ficar fazendo isso o dia inteiro, o Min resolveu facilitar e fingir que abaixou a caixinha por descuido, dando a oportunidade para que Jimin puxasse ela das mãos de Yoongi.

–– Ah-ha! Peguei! –– Ele riu vitorioso, abrindo a caixinha preta.

Assim que viu o que estava dentro, seu sorriso se desfez.

–– É, acho que vou fazer tosquisse mesmo.

O Alfa pegou o anel e se ajoelhou novamente. Jimin apenas lhe observava em silêncio, com os olhos arregalados e cheios de lágrimas. Um vento forte soprou em seus corpos, e com ele veio a primeira gota da chuva. Contudo ambos permaneceram imóveis.

–– Park Jimin… Você quer? Que tudo meu seja seu e que tudo seu seja meu?

O seu coração acelerou. Acelerou como nunca antes. E, quando menos notou, já assentia freneticamente, as lágrimas caindo sem parar, misturadas com as gostas da chuva. Viu Yoongi sorrir, colocando a aliança em seu dedo anelar e beijando-lhe apaixonadamente. Jimin estava tão feliz que mal conseguia falar, então a melhor forma de retribuir tudo aquilo era segurando em seus cabelos e retribuindo aquele gesto de amor.

–– Quando a gente era pequeno e você disse que me amava pela primeira vez naquela sala com o piano –– Yoongi começou, os rostos bem próximos um do outro. –– eu fiquei tão feliz. Porque o garoto que eu me apaixonei também era apaixonado por mim. Por isso que no dia em que fui embora para os Estados Unidos, eu não podia falar com você. Não podia dizer que ia embora e te ver sofrendo. Mas o que eu não sabia era que o que eu fiz acabou que te tornando mais triste. Durante todos esses anos que passei fora, era sempre você na minha cabeça. Quando eu tocava o piano lá da minha antiga casa, eu imaginava você ao meu lado, imaginava você sorrindo pra mim, me abraçando, me acolhendo. –– Jimin apenas ouvia tudo em silêncio. Aquela era a primeira vez que Yoongi decidia falar sobre seus sentimentos consigo, e não o interromperia por nada. –– Quando eu voltei que me deparei com você já crescido e feliz, de alguma forma… Eu fiquei com raiva. Porque eu achei que só eu estava sofrendo, e que você já tinha superado. Mas percebi que não. Que você ainda me amava e que ainda me ama, e que eu te amava e ainda amo. Durante todo esse tempo, todos esses anos. O meu erro foi deixar que meu orgulho fosse maior que os meus sentimentos e me impedisse de ver o quanto eu te amo. Você, seu sorriso, seu corpo, sua alegria, sua irritabilidade, seu amor, sua carência, sua inocência… Eu amo você, Park Jimin, inteiramente desse jeitinho que você é. Com seus defeitos e suas qualidades.

–– Hyung… –– Jimin procurava forças para falar. Queria por tudo para fora, dizer seus arrependimentos, suas magoas, sentia que aquela era a hora certa. –– Eu acreditava que nada acontecia por conta do destino. Mas o simples fato de eu ter me apaixonado por você já comprova que isso está errado. Quando eu tinha meus cinco anos e estava fugindo do Walter II, não poderia ser uma simples coincidência nós termos se esbarrado daquela forma. O que eu sequer podia imaginar, era que aquele garotinho pálido e de cabelos negros fosse virar alguém tão importante pra mim. Ele estava ali ao meu lado, cuidando de mim, sendo carinhoso do jeitinho dele, sorrindo, me amando. E quando menos notei, já estava perdidamente apaixonado por Min Yoongi. Todos esses anos que você passou fora, nem por um segundo sequer, meu coração parou de bater forte quando eu me lembrava de você. Quando a sua imagem vinha em minha mente, era como se eu estivesse ao seu lado! Meu coração acelerava, as bochechas suavam. Eu errei em pular para as conclusões hoje, exatamente como naquele dia da excursão escolar. Eu… –– Jimin soluçava, limpando as lágrimas na manga da blusa. –– Eu não sei por quê te amo tanto. Só por você está aqui na minha frente me faz tão feliz que não consigo parar de chorar.

Yoongi sorriu, envolvendo o garoto em um abraço apertado. O tempo pareceu parar. As pessoas pareceram desparecer. Agora só tinham eles dois ali, sendo banhados pela forte chuva. Desceram das rochas juntos, e quando chegaram na areia da praia, Jimin se virou para encará-lo.

–– Corre atrás de mim. –– falou o menor, rindo.

–– Eu não. Isso é tão clichê. Até parece que isso aqui é um filme Hollywoodiano.

–– Para com esses termos difíceis e só vem, seu chato.

–– Eu já me ajoelhei para te pedir em casamento, e agora você quer que eu faça isso?

–– Aquilo foi um pedido de casamento? –– Jimin arregalou os olhos e Yoongi se engasgou com a própria saliva. –– Eu estou brincando, Yonnie.

–– Brincando?! Pois deixa eu te pegar pra você ver quem está brincando agora!

E Yoongi começou a correr atrás de Jimin. Corriam tão alegremente, como se fossem outra vez crianças, os sorrisos estampados nas faces, a felicidade de estarem um com outro era plena.

Sim, estavam certos.

Esse é o meu lugar, o lugar em que devo ficar para sempre.

Ao lado de Park Jimin.

Ao lado de Min Yoongi.


Notas Finais


Vivam muito. Sejam felizes. Chorem, gritem, perdoem, amem, sintam ciúmes, comam, durmam, leiam, façam tudo que desejam fazer para se tornarem inteiramente felizes. Talvez a vida esteja ruim agora, mas se você se levantar, por mais que doa e que você caía de novo, vai notar que valeu a pena. Se amem. Amem os outros. Vocês são lindos. Ninguém é 100% perfeito, não tentem ser alguém que não são. Esse seu jeitinho, com o seu cabelo, o seu corpo, a sua cor da pele, o seu rosto, sua personalidade, se você chora demais, ri demais, grita demais, as pessoas te amam desse jeito. Você é importante, sim. Você não está sozinho. Sorriam mais, amem mais, se apaixonem mais. Vivam a vida plenamente!
Tenha sonhos, esperanças, continue seguindo.
Mesmo que você se magoe, fique cega, surda, muda, que doa, continue seguindo.
Afinal somos jovens para sempre.
Câmbio,
Desligo.


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