handporn.net
História Agni Kai - Outcome - Invasão Subterrânea - História escrita por ZangsDeadpool - Spirit Fanfics e Histórias
  1. Spirit Fanfics >
  2. Agni Kai - Outcome >
  3. Invasão Subterrânea

História Agni Kai - Outcome - Invasão Subterrânea


Escrita por: ZangsDeadpool

Capítulo 8 - Invasão Subterrânea


Anteriormente...

 

Obviamente houve desentendimentos e desavenças entre Zuko e Kanna, mas a senhora – apesar de velha – conseguiu ver que o rapaz havia mudado, assim como sua neta. Ela só não sabia dizer se a mudança que aconteceu com sua neta foi pra melhor ou pior – quanto a escolha do noivo – mas sabia que não tinha o que fazer. Se Katara estava feliz, então ela também estava feliz. Mas isso não quer dizer que Zuko escapou dessa sem sofrer uma ameaça da velinha que o deixou com um frio na espinha.

Mas foi apenas quando eles estavam terminando de se entenderem no cais, que Toph e Ty Lee se apresentaram diante de todos.

- Vocês não vão acreditar no que a gente descobriu! Tem uma caverna cheinha de piratas, não muito longe daqui! E o melhor? Existem alguns insurgentes com eles. – Cantarolou a Bandida Cega, quando disse a última parte, junto com um grande sorriso no rosto.

 

Agora...

 

Zuko e Katara tiveram que pedir desculpas a Kanna, Pakku e Iroh por partirem tão cedo, mas a senhora os interrompeu e com um sorriso, os mandou irem fazer o que precisavam fazer. O único que demorou a acompanhar o grupo foi Zuko, que antes de correr, fez uma longa mesura diante de Kanna e prometeu que iria proteger Katara, como se sua vida dependesse disso (o que não é mentira).

Kanna apenas deu um leve tabefe no topo da cabeça de seu futuro neto e o mandou cuidar dele mesmo, pois Katara sabe se cuidar melhor do que muita gente que ela conhece (e não são poucos).

Quando todos alcançaram Toph e Ty Lee, que haviam ido até o palácio para buscar montarias aos demais, eles encontraram cerca de 14 rinocerontes-de-komodo e Appa prontos para partir.

- Por que vocês prepararam os rinocerontes-de-komodo se a gente tem o Appa? – Perguntou Aang, na maior inocência do mundo, para Suki, que estava terminando de preparar a cela de sua montaria.

- Porque o Appa não consegue carregar todo mundo que vai participar dessa operação. – Respondeu a garota, já subindo no grande réptil e ajudando Sokka a subir atrás dela.

Depois que o monge notou algumas Guerreiras Kyoshi e soldados das nações da Terra, do Fogo e da Água, ele entendeu o que a amiga quis dizer. Aquilo era uma missão de subjugação. A diplomacia seria a última coisa que você esperaria de piratas e insurgentes. Um suspiro de desanimo não pode ser evitado ao entender a situação.

Aang, Katara, Zuko, Azula e Ty Lee foram os únicos que subiram no bisão voador, enquanto todos os outros permaneceram em solo, montados nos rinocerontes-de-komodo.

Toph foi a responsável de guiar o grupo de invasão até a base inimiga, visto que foi graças a sua “visão” terrestre que ela conseguiu encontrar a base e se lembrava com mais exatidão da entrada escondida que ela e Ty Lee criaram antes de retornar aos seus aliados.

A viagem foi bem rápida, não mais que meia hora de corrida com as bestas reptilianas gigantes, seguindo a margem e rumando para o sul da ilha principal, onde haviam vários encostos rochosos e montanhosos. Os grandes paredões de pedra tornavam o local difícil de explorar e ainda mais difícil de encontrar alguma possível passagem, quando sua maior preocupação são as ondas do mar batendo na encosta com força. Mas para uma dominadora da terra cega, que usa vibrações sísmicas para se localizar, aquele local era simplesmente um playground para ela.

- É logo ali. Depois daquela árvore esquisita. – Apontou Ty Lee, mostrando o local perfeito para Appa pousar.

Aang seguiu as instruções da acrobata e guiou seu bisão até o local, se reunindo com os demais guerreiros ali reunidos.

- Eu abri um pequeno túnel para que apenas a Ty Lee e eu pudéssemos averiguar o lugar. Infelizmente, a caverna não é grande o bastante para entrarmos com montarias, então vamos ter que ir a pé. – Contou Toph, cruzando os braços diante do peito. – A base deles está voltada em direção ao litoral, mas também se estende para o interior da ilha. Aang e eu vamos abrir caminho para que as tropas possam entrar e enfrentar o inimigo, enquanto nós dois vamos até a entrada marítima e a selamos, mesmo que de forma temporária. Não queremos que eles saiam daqui e avisem os amiguinhos deles espalhados por aí. – Continuou a menina, contando o plano que ela e a Guerreira Kyoshi haviam formulado no caminho de volta.

- Lembrem-se. Precisamos deles vivos. Se virem que não tem chance de capturá-los, priorizem suas próprias vidas. – Acrescenta Zuko, atraindo a atenção dos demais ali presentes.

Toph se esticou e alongou os membros, fazendo algumas juntas estalarem, antes de chamar o Avatar com uma das mãos. Aang não retrucou e se juntou a amiga, ficando lado a lado com ela. Juntos, eles começaram a se mover de forma rítmica e sincronizada, dobrando a terra e abrindo a passagem que os levaria até a base inimiga.

 

Cap. 8 – Invasão Subterrânea

 

Dentro da caverna, dois piratas estavam jogando um jogo de cartas típico de sua terra natal, utilizando um deck personalizado e um conjunto de dados de oito faces (o famoso d8). O mais velho mostrava ter uma certa vantagem sobre o mais novo, visto que ele tinha mais cartas ativas na mesa do que o seu oponente, enquanto o outro tinha apenas três cartas ativas. Mas para a surpresa do mais velho, o jovem pirata utilizou uma habilidade da carta de personagem, a única em campo, que simplesmente destruiu seus planos e assegurou a vitória do jovem pirata.

Mas tal vitória se demonstrou bem passageira, pois ambos os piratas foram engolidos pela terra, junto com as cadeiras improvisadas, até o pescoço. Eles até pensaram em gritar, mas o súbito aparecimento de lâminas de espadas em seus rostos os silenciaram.

As tropas passaram pelos dois piratas, enquanto Toph e Aang colocavam mordaças de pedra nos primeiros prisioneiros da base.

O grupo então se dividiu como foi instruído por Toph, quando estavam na superfície. Aang e Toph iriam em direção ao litoral e selar a passagem marítima, enquanto os demais iriam assegurar a base. Mas isso nem foi preciso, pois apenas seguido o corredor, eles chegaram numa área que aparentemente seria o centro de operações, assim como o alojamento e estaleiro, com dois navios atracados ali. O primeiro era feito de metal, com o típico design da Nação do Fogo, enquanto o outro era feito de madeira, mas possuía um design semelhante ao do Reino da Terra, mas tinha suas peculiaridades.

Aang avistou a passagem que era usada para que os navios pudessem entrar e sair da caverna, já aproveitando o momento para pegar Toph e correr em direção ao alvo deles. Já Zuko liderou os demais, ao lado de Sokka, Suki e Katara, até se aproximarem o bastante das primeiras “vítimas” do ataque.

E em questão de segundos, Sokka e Zuko saltaram sobre uma dupla de soldados insurgentes e os derrubaram no chão, atraindo a atenção de todos que estavam andando na base, e fazendo com que o caos se instaurasse ali mesmo. Uma distração perfeita para Toph e Aang agirem.

Tanto os soldados aliados e inimigos lutavam de forma feroz e brava. Dominação elemental comia solta pra todo lado.

A única coisa que chamou a atenção dos irmãos das nações rivais, foi que os piratas não possuíam um dobrador sequer. Mas ainda assim eles não estavam apresentando dificuldades para enfrentar pessoas com poderes como Azula e Katara, que soltavam fogo pelas mãos e comandavam a água ao redor delas.

- Morte ao Usurpador! – Gritou um insurgente, antes de receber um soco no rosto, vindo diretamente de Zuko.

- Eles realmente são péssimos com nomes. – Reclamou o moreno, agarrando o soldado que acabou de socar e o jogar contra um outro inimigo, que se aproximava dele de forma calma e impassível.

Mas para seus espanto, assim como as dos demais – aliados e inimigos – o jovem pirata que se aproximava de Zuko saltou sobre o soldado e o usou de plataforma, o permitindo saltar mais uma vez. Porém, algo estranho aconteceu nesse segundo salto. As chamas da lanterna presa no teto foi consumida, não completamente, ficando presa em um redemoinho ao redor do rapaz, que desceu em alta velocidade contra o Senhor do Fogo, desembainhando sua espada.

Por sorte, Zuko conseguiu se afastar do golpe que mirava seu peito, mas para sua surpresa, um redemoinho de fogo e vento se formou ao redor do pirata, o jogando para longe. Zuko só não bateu as costas contra o chão, pois foi aparado por Katara, que o segurou no momento certo.

- Zuko... Aquilo foi...

- Eu sei. Mas não acho que foi uma forma de dobra elemental, Katara. – Interrompeu o nobre, levando sua mão ao encontra a mão de Katara, que se encontrava em seu peito e a afastando levemente. – Fique perto de mim.

- Você é o tal “Usurpador” que esses caras tanto falam? É mais bonito do que eu pensei... – Comentou uma voz feminina, vindo de um dos navios, atraindo a atenção de Zuko e Katara.

Ao se virarem na direção da voz, o casal vê uma mulher alta, na casa dos 30 e poucos anos, longos cabelos negros e de pele branca. Seu olhos... Ou melhor, olho, pois seu olho esquerdo estava coberto por um tapa-olho, refletia uma íris avermelhada como um rubi. Um belo vestido vermelho e preto justo no corpo, com botas de cano longo preto e manoplas de mesma cor nos braços. Mas o que mais chamou a atenção do jovem casal, foi a joia pendurada abaixo do seio esquerdo da pirata.

Uma pedra em formato de losango e brilhava em um tom violeta claro.

- Você não tem que pensar nada. Nós os contratamos para nos ajudar a retomar nossa gloriosa nação. Não para ficar de chaveco com um traste que nem ele. – Interrompeu uma voz vindo de trás da mulher, que não pareceu se importar com os palavrórios que aquele homem dizia.

O homem então se apresentou ao lado da pirata, trajado no uniforme de almirante da marinha da Nação do Fogo.

- Você pediu que nós o ajudássemos a criar essa base. E não a lutar numa guerra civil. Isso aí vai demandar uma graninha a mais. – Retrucou a pirata, mantendo o sorriso despreocupado e leve no rosto, como se aquela situação fosse divertida para ela.

- ...

Tudo o que o almirante podia fazer era rosnar de raiva e trincar os dentes.

Sabia que aquela mulher era forte. Toda sua tripulação era forte. Mas vendo a situação em que ele se encontrava, onde mais e mais de suas tropas estavam sendo capturadas, ou mortas, ele não se viu em posição de negar. Teria que se render aos caprichos daquela capitã pirata de qualquer jeito.

Ao menos, por enquanto.

- Te darei o meu navio como garantia. É o bastante? – Perguntou o almirante, torcendo para ser o bastante.

- Faça com que sejam dois iguais a esse e temos um acordo, Almirante Desaok. – Devolve a morena, se virando para ele e sorrindo maliciosamente.

O almirante não teve outra reação, além de rosnar de raiva, fechar os punhos e soltar fogo pelas ventas, numa tentativa de acalmar os nervos. Sabia que estava pedindo demais de uma pirata, já que eles não são afiliados a nenhuma nação além deles mesmos. Ele não viu outra escolha além de acenar positivamente para a capitã pirata, que abriu ainda mais o sorriso.

Num salto quase sobre-humano, a pirata pulou e no meio do ar, sacou uma enorme espada de ferro negro e vermelho, e desceu a espada contra Zuko.

O Senhor do Fogo precisou se jogar para trás com a sua dobra de fogo, mas o impacto da arma com o chão causou uma onda de choque bem mais forte do que o esperado e o arremessou para trás. Já Katara conseguiu desviar do golpe ao se jogar na água, visto que o casal não estava tão longe assim da borda.

Porém, o salto que a capitã pirata deu, foi maior do que um ser humano normal conseguiria e ela não demonstrou indícios de que ela era uma dominadora elemental. E a distância que ela tinha que cobrir, para poder chegar em Zuko com um salto, era de 15 metros. Algo impossível de se realizar se você não fosse um dominador do fogo ou do ar, dado as circunstâncias atuais.

- Pode ir atrás de outra presa, Kazuha. Porque esse aqui é meu! – Afirmou a mulher, erguendo o espadão sem problemas, com um “tapinha” do seu pé, e partindo para a luta contra Zuko.

Kazuha se sentiu meio frustrado por não poder enfrentar um oponente tão interessante como Zuko, dando um suspiro de frustração como resposta. Mas ele sabia como era sua capitã. Uma mulher extremamente gananciosa, apesar de ter um coração enorme dentro dela.

Katara aproveitou estar dentro da água para dobra-la e criar um tornado ao redor das pernas dela, a elevando sobre o nível da água e voltando seu foco para os insurgentes nos navios atrás dela. Mas não antes de dar uma ajuda a Zuko, em forma de duas espadas de gelo improvisadas por ela. Sabia que não seriam tão resistente ou duráveis quanto uma espada de metal, mas era o melhor que tinha a fazer ali.

Quando achou que não poderia fazer mais nada ali, o som da rocha se partindo e se quebrando chegaram nos ouvidos do imediato, fazendo tanto ele quanto os demais verem a entrada da caverna desabar e bloqueando a única saída dos navios. E Kazuha já podia ver os responsáveis por aquilo. Um garoto careca com uma seta na cabeça e uma garota aparentemente cega. Não foi preciso nem ouvir uma ordem de sua capitã para ir de encontro aos inimigos, sacando sua espada no meio do caminho e tentando acertar um golpe horizontal no careca.

Mas no momento em que a lâmina iria atingir o alvo, um fino pilar de pedra surgiu, fazendo a lâmina subir e escapar da mão dominante do pirata.

- TÁ DORMINDO EM SERVIÇO, AANG?! Já vi que vou ter que aumentar o nível do meu treinamento com você com relação a dobra da terra! – Esbravejou Toph, furiosa com o amigo se deixar ser quase morto pelo pirata.

- Desculpa, Toph! Ele simplesmente foi mais rápido do que eu! – Alegou o Avatar, com medo da amiga e ainda surpreso com a aproximação do espadachim. – Até demais...

Quando Aang notou que seu oponente se aproximou mais rápido do que um humano normalmente deveria, ele começou a sentir alguma coisa estranha ao redor de Kazuha. Algo que ele conhecia muito bem.

- Você... É um nômade do ar?!

- Não sei do que você está falando, mas sinto que você está confundindo as coisas. – Rebateu o pirata, saltando para trás e recuperando sua espada caída no chão.

- Quer uma ajudinha, Baixinho? – Perguntou o garoto albino, enquanto colocava seu espadão sobre o ombro direito.

- Se puder segurar a garota ali, posso dar conta do careca sozinho. – Afirmou Kazuha, se colocando em posição de luta.

- Mas ela é cega! – Rebateu o albino, indignado com o pedido do amigo e apontando para a cega em questão.

- A cega aqui pode ouvir você, gigante cabeça oca! E eu acabo com sua raça do mesmo jeito que eu acabei com um exército inteiro de dominadores da terra!! – Alegou a Bei Fong, batendo o chão com o pé esquerdo e mandando o albino pro alto, com um pilar de pedra.

Mas o oni girou no ar e fincou a lâmina e os pés no teto, ficando de costas para a adversária.

- Caramba!! Ela é boa mesmo!! – Afirmou o oni, genuinamente surpreso com o que viu.

- Eu avisei. Agora faça o que eu disse. – Voltou a afirmar Kazuha, correndo em direção a Aang e desferindo um corte horizontal no mesmo, que conseguiu aparar o golpe e mudar a direção da lâmina.

Vendo seu amigo tendo uma disputa acirrada com o dito monge, o oni saltou em direção a garota cega, estocando sua arma grotesca de gigante contra ela. Mas Toph podia sentir o metal sendo direcionado a ela, fazendo com que ela pudesse desviar a tempo do golpe e já emendar um contra-ataque em seguida, sendo uma pedra do tamanho de uma melancia no meio do estômago do oni.

A rocha atingiu seu alvo, mas o impacto foi capaz de apenas jogar o albino para alguns centímetros para trás, além de se partir em vários pedacinhos. A espada acabou sendo cravada no chão, para que Itto pudesse parar e se jogar de volta para a luta, dando uma pirueta no ar e descer a lâmina bem no meio da Bei Fong, que dá um simples giro no próprio eixo e desfere outro golpe em seu adversário. Dessa vez um soco, vindo do seu próprio punho (o que não causou muito dano), e um pilar de pedra que atinge bem no flanco direito do oni, quebrando algumas costelas do mesmo.

Aang e Kazuha estavam tendo um duelo mais acirrado por assim dizer.

O monge estava se esforçando ao máximo para não ser acertado pela lâmina do pirata, que não media esforços para arrancar uma mão, ou atingir uma área vital de seu oponente. Por mais que Aang tentasse usar sua dominação do ar, Kazuha contra-atacava com seu domínio com o elemento em questão. Vendo o domínio do ar que aquele pirata demonstrava, deixava Aang irritado, frustrado e até mesmo invejoso ao mesmo tempo.

O Avatar não conseguia entender uma coisa.

Como alguém como Kazuha conseguia controlar o ar tão facilmente e de uma forma tão livre, ao contrário dele, que precisava se esforçar ao máximo para não provocar uma rajada de ar que poderia ser fatal ao seu oponente.

Foi em meio a esses pensamentos conflituosos, que o pirata viu uma abertura na defesa do monge e conseguiu ferir o pulso de Aang, o impossibilitando de manejar o seu cajado como deveria.

- Você realmente acha que somos iguais? – Perguntou Kazuha, dando um pouco de respiro naquela luta, mas sem baixar a guarda.

- Nós somos nômades do ar! Não deveríamos estar fazendo isso! – Afirmou Aang, numa tentativa desesperada de parar aquela luta entre eles.

- Já falei pra você. Você está confundindo as coisas. Olhe ao redor! Você vê alguém que é como vocês?

Por mais que Aang não quisesse fazer aquilo, ele se forçou em acreditar que não seria atacado de forma tão covarde. Quando seus olhos focaram no confronto que seus amigos estavam tendo, o jovem monge notou uma pequena diferença no controle elemental dos dois lados.

Enquanto Zuko, Katara e Toph, assim como todos os dominadores aliados, utilizavam movimentos marciais para auxiliá-los na sua dominação elemental, os estrangeiros não utilizavam tais movimentos. E o elemento deles era algo muito similar a truques mágicos. A capitã pirata não juntava as energias positivas e negativas do seu corpo e criava raios, mas os produzia de uma forma artificial. Assim como aquele garoto de chifres vermelhos, que envolveu sua espada num grande amontoado de pedra e a transformou numa espécie de porrete espinhento gigante.

E o mais bizarro de tudo aquilo era que nem Zuko ou Toph estavam conseguindo controlar os elementos que seus oponentes usavam contra eles.

Zuko não conseguia redirecionar os raios de Beidou e Toph só conseguia desviar ou bloquear os ataques e Itto com a terra abaixo dos pés.

- Vocês não são dominadores... – Afirmou Aang, ainda tentando entender o que estava acontecendo.

- Em um certo sentido, você tem razão. Não dominamos os elementos como vocês, mas nós podemos usá-los de formas que vocês não devem ter imaginado antes.

No momento em que disse isso, a espada de Kazuha começou a brilhar em verde e Aang pode sentir o ar se reunindo ao redor da lâmina. Todos os seus instintos gritavam para o monge evitar aquele ataque a todo custo, mas havia uma certa distância entre os dois.

Num rápido movimento horizontal, uma “arena” feita de uma tela semitransparente cercou Aang e Kazuha, jogando lâminas de vento em direção ao monge. A tela “absorveu” a água próxima a eles e as lâminas também foram imbuídas do elemento, tornado os cortes mais letais.

Aang não pode evitar alguns cortes rasos em seus braços, costas e tronco, mas graças ao seu fiel bastão/planador, ele conseguiu evitar os cortes mais perigosos. O Avatar então começa a arremessar blocos de pedra contra Kazuha, que nem se mexia e deixava que suas lâminas de vento fizessem o trabalho de eliminar os projeteis inimigos para ele. Só quando ele notou Aang avançando contra ele, ao tentar desferir um golpe descendente, foi quando o espadachim realizou algum movimento.

E para a surpresa de Aang, ele jogou a espada pro alto e agarrou o bastão do monge, o girando no sentido horizontal e fez com que o monge ficasse apoiado sobre um dos pés do pirata.

O resultado dessa manobra arriscada, foi Aang recebendo vários cortes em seu corpo. A sua sorte é que não durou muito tempo, pois um sopro digno de um mestre do ar fez com que o Avatar voasse para o teto, tomasse impulso e desferisse um soco contra o chão, elevando vários pedaços de pedra ao redor dele e os arremessando contra o teto. E em meio a um desses fragmentos, estava Kazuha, deitado, pronto para receber o golpe de Aang.

Isso se não fosse pela intervenção de Itto, que desistiu de seu porrete para salvar seu amigo, quebrado a pedra que iria prensar Kazuha contra o teto da caverna. Essa pequena distração resultou num golpe baixo de Toph, que tinha dado um chute nas bolas de Itto, e depois saltou sobre ele, o agarrando pelos chifres, e o fazendo beijar o chão.

Literalmente.

Na luta de Katara e Zuko, as coisas estavam ficando difíceis para o casal.

A capitã pirata era muito mais habilidosa do que eles esperavam. Ela conseguia se defender dos ataques elementais de ambos sem problemas, além de causar pequenas explosões sempre que sua lâmina tocava nas chamas de Zuko, o que fazia o Senhor do Fogo ter que recuar sempre que isso acontecia.

Não é porque você é um dominador de fogo, que você É IMUNE ao fogo.

Já Katara sofria com os raios que emanavam daquela espada grotesca, lhe dando choques através da água. E ela nem precisava tocar com os braços envoltos por água, bastava ficar próxima de seu elemento, que aquilo vinha quase que de brinde para ela. Se ela tentasse usar gelo, o mesmo se tornava quebradiço e se esfarelava segundos depois.

Realmente, as coisas estavam ficando ruins para o jovem casal.

Foi quando uma rajada de vento jogou a capitã pirata contra seu próprio navio que as coisas penderam para o lado do casal, sabendo que a única pessoa que podia realizar tal feito era seu amigo, Aang.

Porém, para o choque deles, o jovem Avatar estava tendo que ser segurado por Toph, coberto por feridas e de seu próprio sangue escorrendo pelo seu corpo. Era como se o próprio sangue estivesse fazendo novas tatuagens no jovem monge.

Katara queria curar o amigo, mas precisava garantir que a pirata não iria mais causar problemas a ninguém, congelando a água ao redor da mulher e a prendendo num bloco de gelo.

A pirata não parecia se importar com sua captura.

Na verdade, no momento em que ela se permitiu ser pega, seus homens baixaram as armas e se renderam, fazendo com que os soldados rebeldes ficassem por conta própria. O que se tornou um problema para Desaok, que sabia que suas ações iria resultar em ou uma execução, ou em exilio eterno no melhor dos casos.

Um a um, as tropas insurgentes foram acorrentadas e isoladas, separando as tropas da nação dos piratas, visto que Zuko e Aang precisavam de algumas respostas.

A Senhora do Fogo cuidava de seu amigo careca o melhor que ela podia, mas os cortes mais fundos estavam teimando em não fechar. Precisou da ajuda de Toph para levar Aang a um lugar mais isolado, e pediu para que Aang mantivesse o que ela faria em segredo, visto que o que ela pretendia fazer era algo como um tabu para o time original. Katara utilizou a dobra de sangue mais uma vez, fazendo o sangue do Avatar a permanecer dentro de seu próprio corpo, torcendo para que assim ele não tivesse uma perda de sangue muito grande.

Felizmente, Aang acabou desmaiando apenas, o que já era um alivio, mas torcia para que o amigo acordasse o quanto antes, visto que o casamento estava logo ali na esquina.

Com a ajuda dos dominadores da terra, os prisioneiros foram levados em lotes, deixando os piratas por último.

- Qual é o seu nome? – Questionou Zuko, olhando diretamente para a pirata no bloco de gelo.

- Beidou. Essa é a minha tripulação. Acho que já conheceram o Itto e o Kazuha, não? – Disse a capitã, sem demonstrar medo ou temor pelo o que poderia acontecer com ela.

- Vocês 3 são os únicos que podem fazer aquelas coisas? Sabe, dobrar os elementos sem estar “dobrando” ele. – Questionou Toph, enquanto colocava uma das mãos sobre o gelo que cobria Beidou.

- Eu não sei como vocês fazem aqui, mas não “dobramos” nada. Tudo o que fizemos foi graças as nossas Visões. – Explicou Beidou, estranhando o comportamento da menor atrás dela.

- “Visões”? Vocês tem mais olhos nos seus crânios?

- Somos tão humanos quanto vocês, baixinha cega. São as joias que carregamos conosco que nos dão poder.

Zuko então nota uma joia estranha na cintura da pirata, o que o fez pensar que era ali onde a tal “Visão” estava. Colocando a mão no local onde estaria a joia, Zuko foi esquentando sua mão para derreter o gelo mais rapidamente, até o ponto onde ele pudesse pegar a joia em sua mão. A pedra em si era um ametista em forma de losango, com um símbolo cravado dentro dela, com um adorno de ouro. Símbolo esse que Zuko conhecia bastante.

- O que é esse símbolo?

- É o símbolo do elemento electro. Cada visão, apesar de serem similares em aparência, possuem elementos e símbolos diferentes. – Explica Beidou, mas estranhou a reação de Zuko quanto ao símbolo de sua visão. – Mas acho que você queria saber outra coisa, não?

- ... O povo de Cawrios tem isso aos montes? – Perguntou o Senhor do Fogo, olhando diretamente para a capitã pirata, que estreitou um pouco seu olho bom.

- Não. Acho que uns 7-10% da população de cada nação possui uma Visão. É raro você encontrar alguém com uma na vida. E é ainda mais raro conseguir uma. – Responde a pirata, sem muito interesse naquele assunto. – Por que pergunta?

- Porque minha tia tem um desses.

- Para o bonde que eu quero descer. A sua tia tem um desses? – Perguntou Sokka, estranhando a afirmação do amigo.

- No brinco direito dela. Não viu, não? – Alfineta Azula, estranhando o colega estrategista não ter notado aquele pequeno detalhe em Yae Miko.

- Impossível. Apenas cawrianos possuem Visões. E todos possuem os mesmos ornamentos, relacionados a sua nação onde ele recebeu sua Visão. – Disse Itto, atraindo a atenção de todos.

- Podemos nos focar nisso outra hora. Agora, temos que nos concentrar no casamento que está por vir. – Comentou Katara, próxima a Zuko, pegando na mão de seu futuro esposo e dando uma deixa de que eles deveriam parar ali, ou só teriam mais dor de cabeça.

- Ela está certa. Podemos nos preocupar com isso depois. Vamos voltar.

E com aquela ordem, todos retornam para a superfície.

O que ninguém ali sabia, era que um pequeno inseto observava tudo o que acontecia naquela caverna. E não muito longe dali, uma mulher de roupas arroxeadas conseguia ver tudo o que seu pequeno espião via. Com um simples gesto de mão, ela fez o seu inseto voltar para ela, desaparecendo no momento em que pousou na palma de sua mão. A mulher então se levanta e se dirige até seus superiores, que estavam num acampamento há alguns quilômetros do litoral.

Após ter dado o relatório, a mulher é dispensada e deixou seus superiores decidirem o que fazer em seguida.

- E pensar que a Grande Capitã Beidou conseguiu atravessar o Mar Negro e chegar até aqui. Realmente, ela é alguém digna de seu título. – Elogia uma garota, sentada numa das mãos de uma máquina humanoide, que possuía mais de 2 metros de altura, e que estranhamente vestia uma roupa bem sofisticada. – Parece que suas preocupações se tornaram verdadeiras, Rosalyne. Esse povo ocidental realmente é mais problemático do que esperávamos.

- Você ainda não respondeu minha pergunta. Onde estão os outros? – Questionou La Signora, olhando friamente para sua colega de trabalho, que mantinha um sorriso simpático, mas um tanto sádico, em seu rosto.

- Recebemos novas ordens de Vossa Majestade. Ela quer que intensifiquemos nossas buscas pelas Gnoses das outras nações elementais. Ela teme que os Princípios Celestiais possam estar se aproximando mais rápido do que o previsto. – Contou a menor, fechando os olhos como se aquilo fosse algo que tinha repetido pela milésima vez, e que buscava algo dentro de si para se manter calma. Quando na verdade só queria evitar de ver a cara de asco e raiva de sua colega Fatuus. – A propósito, não vejo seu cachorrinho, Alatus. Onde ele está?

- Mandei ele ficar de olho na nossa “amiga”. A Raposa Trovejante. Por que você quer saber dele, Sandrone?

- Pura curiosidade mesmo. Irei me dirigir ao tal “Reino da Terra”, com alguns dos meus brinquedos. Quer que eu deixe alguns com você?

- Não será necessário.

Sandrone apenas acena com a cabeça, antes de fazer um gesto com a mão, o que resulta na movimentação da máquina na qual ela estava sentada. O maquinário se mexe sem muita presa em direção ao litoral norte, junto com outras dezenas de máquinas similares ao que Sandrone estava sentada, mas sem a vestimenta elegante que aquele que ela sentada estava utilizando.

- Essa pirralha... E pensar que está a uma cadeira acima da minha. – Reclamou Rosalyne, raivosa com o bom humor de sua camarada, que não mais se encontrava ali. – De qualquer forma, ainda preciso encontrar essa tal “civilização antiga” que reside nessa nação. Independente se eles são poderosos ou não, dragões ainda são ótimas máquinas de guerra. – Comenta a Mensageira, com um sorriso maquiavélico nos lábios.


Notas Finais


Próximo capítulo é o casamento
Vamo ver se eu consigo retratar o ato do jeito certo (O casamento eu digo)


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...