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História Ai no kotoba - Lembrança - História escrita por Airu- - Spirit Fanfics e Histórias
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História Ai no kotoba - Lembrança


Escrita por: Airu-

Notas do Autor


[Notas iniciais retiradas no processo de rebetagem(?)]

Capítulo 5 - Lembrança


Tic, tac, tic, tac.

Odeio estudar.

Odeio mesmo.

Mas fazia aquilo em parte por causa dele. Aquele que mordia a ponta do lápis quando se sentia entediado e apertava minha calça jeans só por fazer isso. Mas eu era um grande imbecil por segui-lo até na faculdade sem estar realmente interessado nisso. Sentia-me um intruso naquela sala, porque todos davam o melhor de si e se empenhavam em todas as matérias, menos eu.

Talvez meu lugar fosse lavando pratos, com Akira. Naquela pia com água engordurada e restos de comida, os lugares estavam mais do que definidos. 

O termino de mais uma aula surgiu em forma de um ensurdecedor sinal, e os alunos lentamente saíam da sala. Senti uma ligeira felicidade só de ver Takashima sorrir satisfeito para mim, como meus pais faziam quando eu não matava aulas. "O cachorrinho de estimação está junto a mim novamente", era o que ele deveria estar pensando. 

- Então, vamos? – acenei positivamente, sabendo para onde iríamos depois das aulas.

Terminei de recolher meus materiais – quase inutilizados  – e saí com o loiro, que cumprimentou metade da sala enquanto passávamos. Takashima era mais sociável, mas eu me contentava em ser conhecido pela maioria.

- Vou ao banheiro. – disse, ainda no corredor. – Pode ir na frente.

 Assenti, caminhando na direção oposta. 

- Ei, Yuu! – virei-me assustado para a voz masculina que me chamava. Suspirei percebendo Shou se aproximar; acompanhado, claro. – Preciso te dar uma coisa.

Shou era de outro curso, mas fazíamos algumas aulas juntos. Era o mais perto de colega que eu tinha na faculdade.

- Hã? – alternei o olhar de Shou para a garota que estava com ele. Ela era do nosso curso, mas eu não sabia seu nome. – O quê?

Ele se virou para a bolsa de lado que estava no corpo, tirando algo de lá. Meu DVD do X Japan?

Takashima...

- Onde está o Uruha-kun? – indagou, segurando o meu DVD como se fosse de brinquedo e tratando Takashima como se fossem íntimos. 

- Nos desencontramos pelo caminho. – menti. Não queria espalhar boatos de como eu e Takashima éramos colados, apesar de que todo mundo sabia da nossa "proximidade" como amigos de infância.

- Isso não é muito cômodo para vocês, não é? – insinuou a garota, deixando-me envergonhado. Ela sorriu, e Shou deu uma risadinha cúmplice.  – Moram juntos, e fazem tudo juntos...

- É... – concordou Shou. - São unha e carne!

Os dois ficaram rindo, compartilhando de uma piada que eu não entendia. Ou fingia não entender.

- O que quer comigo? – falei, cortando o riso frouxo dos dois. Estava começando a ficar irritado. 

- Isso é do Uruha-kun, pode devolver ‘pra ele? – estendeu-me o DVD. Folgado Shou, folgado Takashima, folgado os dois. E aquele mentiroso, ainda disse que era dele... Dei o melhor sorriso que pude, pegando e colocando-o dentro da minha bolsa com o máximo de cuidado possível. 

- Tudo bem. Obrigado.

- E então Yuu, ainda moram juntos? – tive vontade de rolar os olhos. Gostava de Shou, mas não quando estava acompanhado de alguém. Ele queria impressionar aquela garota às minhas custas.

- Sim. – respondi meio à contragosto. – Mas estamos buscando um lugar maior para viver.

- Que bom! – interveio a garota, sorrindo de ponta a ponta. – Bem que eu queria viver assim com alguém, ne Shou-kun?

A indireta quase fez o loiro se engasgar com o ar. Ela riu, deixando bem claro suas intenções.

- Até Yuu. – ele disse vermelho, saindo com a menina em seu encalço. Dei de ombros, voltando a andar. Takashima estava demorando.

[...]

- Vai fazer o quê mais tarde? – traguei mais um pouco do cigarro, deixando a guimba dentro da lixeira ao lado dos bancos. – Depois do trabalho, é claro.

- Yutaka não vai abrir hoje, está regularizando a situação dos funcionários. 

- Ah, sim.

Suspirei, claramente entediado. O céu estava encoberto por nuvens escuras, e eu não tinha trago nenhum guarda chuva. Será que Takashima tinha ganhado algum carro de presente para irmos sem nos molhar?

- Não acredito! – me sobressaltei com a voz que falava, e Takashima se virou pra trás junto comigo. – Uruha-kun!

Takashima deu um pulo do banco, com a expressão incrédula no rosto. Intercalei os olhares num misto de surpresa e estranheza. Aquele era...

- Ruki-chan! – gritou infantilmente, pulando até onde a criatura estava.

Esse nome...

Os dois trocaram um longo abraço, e senti meu corpo vibrar de ciúmes. Agora estava me lembrando. Matsumoto Takanori, ou Ruki, nos tempos de colegial. Loiro, baixinho, “rebelde”, fofo e gentil ao mesmo tempo. Agora era mais ou menos do mesmo tamanho, ainda loiro de mechas um pouco mais escuras. Estava elegante e moderno, como gostavam de chamar, bem... Aquelas pessoas metidas a ricas. 

- Não acredito que estou vendo você mesmo! – disse sorridente como uma criança no natal. – E olhe você também, Shiroyama-kun!

- Oi. – respondi curto e grosso, mas ele não pareceu perceber. 

- O que está fazendo aqui, Taka-chan? Pensei que estivesse longe!

Quanta empolgação... Cada palavra parecia estar caramelada de açúcar, enquanto para mim era só Shiroyama para lá, Yuu para cá... Irritação para dar e vender.

- Vim visitar uma amiga, ela estuda aqui. – respondeu, olhando admirado para nós. Eu sem sair do lugar, enquanto Takashima só faltava dar pulinhos de alegria. – Mesmo depois te tanto tempo, ainda estudam juntos!

- Verdade. – confirmou Kouyou, sorrindo como se não houvesse amanhã. – Yuu também escolheu isso, bom né? E ainda moramos juntos.

- Nossa! – gargalhou o baixinho, estreitando os olhos em seguida. – Por acaso vocês não são aqueles casais gays não, né?

Takashima deu uma risada, e eu crispei os lábios de raiva.

- Somos sim - respondi, levantando dos bancos. –, algum problema com isso?

- Ah, Yuu! – bufou ele, enquanto Takanori ainda ria de nós. – Desculpe Taka, ele anda meio estressado hoje.

- Ah, ainda me lembro disso. – disse o loiro menor, sorrindo amavelmente. Inflou as bochechas como uma criança. – Poderíamos sair, o que acha? Assim podemos matar as saudades dos velhos tempos.

- Claro que sim! – bufei. Desde quando eu tinha concordado com aquilo?

- Ótimo, eu trabalho aqui perto e –

- Desculpe, tenho outros planos. – interrompi, pegando minha bolsa bruscamente. Ambos me olhavam com espanto. – Até, Takanori-san.

Comecei a andar, ouvindo um “Yuu!” e provavelmente mais um pedido meloso de desculpas para aquele... Cara. Desci os primeiros degraus da escadaria, não queria ficar muito tempo ouvindo aqueles dois contarem as novidades em quatro anos.

-  Shiroyama! – senti o puxão brusco no meu braço. – O que houve, hein? Por que tinha que ser tão grosso?

Deixe-me ver... Porque aquele cara gostava de você no ensino médio?

- Nada, só ‘tô cansado. – respondi. Ele assentiu tão vislumbrado que nem questionou minha raiva.

E também não percebeu quando eu me virei para trás, avistando de longe o baixinho que nos observava. Acenou para mim quando me notou, e eu só estreitei o olhar. Ele recolheu a mão, fitando-me confuso.

- O que está fazendo, Yuu? Ande logo!

 

 

 

 

 

 

 

 

 



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