Fazia mais ou menos 100 anos desde que o Papai Noel se popularizou no mundo e apenas um pouco mais de 30 desde que os celulares se popularizaram. E mesmo em tão pouco tempo, os aparelhos eletrônicos roubaram os holofotes do bom velhinho com facilidade.
Isso era claro de se ver naquela manhã, onde um homem de longas mechas loiras presas embaixo de seu gorro vermelho, com sua clássica roupa vermelha e branca, de cinto e bota preta, estava sentado em uma enorme poltrona vermelha, na área especial do shopping. Rodeado por árvores natalinas bem enfeitadas, meias gigantes recheadas, guirlandas, laços, globos de neve, decorações imitando biscoitos de gengibre, um trenó com um saco enorme de presentes e por aí vai. Tudo se encontrava em seu devido lugar, muito bem-arrumado e mágico, entretanto o banco ao lado do Papai Noel estava vazio e isso entristecia o coração do bom velhinho e de seus duendes ajudantes.
“Esse ano está pior que o ano passado.” Marco, que estava o ajudando como duende, suspirou. Ele sabia o quanto seu pai apreciava trabalhar temporariamente como Papai Noel, ele gostava de crianças e amava as deixar com um sorrisão no rosto, entretanto as crianças que passavam por ali não tiravam os olhos de seus celulares e tablets, bem mais conectados ao mundo virtual do que o real.
“Não fique assim, filho. Sempre aparece uma ou outra e só isso faz tudo valer a pena.” Edward Newgate sorriu, claro que estava triste, mas em seu coração ainda tinha esperança.
Naquele dia ninguém foi se sentar com o bom velhinho, nem no dia seguinte, no próximo também não e muito menos no outro. O máximo que acontecia era os pais posicionando seus filhos na frente das decorações natalinas para tirar fotos, a maioria nem fazia questão de se aproximar, pois nem viam o Papai Noel ali, sempre tão concentradas em seus aparelhos eletrônicos. Já os aborrecentes e alguns pais tiravam fotos e gravavam o Papai Noel de longe, eternizando o momento de sua solidão para sempre.
“Olha ali, Ace, é o Papai Noel!” Um pequeno garotinho de cabelos negros se aproximou da área reservada, estava vestido de anjo e apontava alegremente para o senhor, correndo na frente de duas crianças um pouco mais velhas.
“Espere Lu, não corra tanto!” O menino loiro foi atrás dele, já o outro moreno de sardas estava emburrado mais atrás.
“Ei, ei, você é o Papai Noel, certo?” O pequeno pulava todo animado na frente do mais velho, seus olhos brilhavam, observando com entusiasmo cada detalhe do senhor a sua frente.
“Sou, sim. E você garotinho, quem é?” O sorriso de Newgate não poderia ser maior, estava feliz com a aproximação do pequeno e Marco também se animou.
“Eu sou Monkey D Luffy e vou ser o Rei dos Piratas!” Luffy colocou as mãos na cintura e estufou o peito, todo orgulhoso.
“Igual ao do desenho?” O Papai Noel questionou, levando o menino para se sentar ao seu lado.
“Siiiimmmm!!” O garotinho mesmo sentado não parava quieto no lugar, muito animado e sua alegria contagiou facilmente os dois homens ali. “Ó, aquele loiro ali é o Sabo e o rabugento é o Ace!” Luffy apontou para seus irmãos que tinham o alcançado. Sabo cumprimentou o bom velhinho e seu duende enquanto Ace apenas virou a cara, levando um tapa a nuca do irmão loiro por sua falta de educação, o obrigando a resmungar um comprimento.
Edward Newgate riu com a interação entre os irmãos, eles eram muito fofos.
“Tá vendo só, Ace? O Papai Noel existe, sim, eu te disse!” Luffy gargalhou alegre, feliz por estar certo. Ace abriu a boca para contestar o irmão, mas levou uma cotovelada de Sabo, que lhe olhou como quem dizia que teria problemas se estragasse os sonhos de seu irmãozinho mais novo. Contrariado, Ace se afastou um pouco deles e foi observar o grande trenó, recheado de presentes.
“E então Luffy, por que você está vestido desse jeito?” Newgate questionou, um lindo sorriso ainda brincava em sua face.
“É-É que... Bem...” O garotinho remexia suas mãos, inquieto, olhando para todos os lados, menos pro rosto do Noel.
“É que ele foi um tremendo pestinha esse ano, vovô. E achou que se se vestisse de anjo, o senhor realmente acreditaria que ele é um e o daria presentes.” Sabo dedurou o irmão, achando graça da cara de indignado do pequeno Monkey.
O Papai Noel riu alto, ele tinha realmente gostado dessas crianças.
“E qual presente você quer, Luffy?”
“Carne! Uma montanha enorme inteirinha só pra mim.”
“Que pedido mais inusitado.” Newgate riu novamente, e com apenas um olhar para Marco, o loiro soube que teria que arranjar muita carne rápido, até porque Luffy era um anjinho e merecia um presente.
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