Eu não havia saído do quarto desde o meu telefonema com Muller e minha vontade era voltar para o meu apartamento em Nova Iorque e trabalhar com passado e pessoas mortas importantes o suficiente pra me dar dinheiro no museu.
Se você não sair dessa cama e parar de ler o mesmo livro pela terceira vez eu vou te matar. – Disse Luiza saindo do banheiro. – E porque raios você lê livro em inglês?
Eu gosto da cama e principalmente do livro. – Respondi enquanto lia pela quinta vez o mesmo trecho “[...] E me tocou de uma maneira que nunca ninguém tocou.” – As traduções são horrorosas.
Pra quem não gostava dele você esta se saindo deprimente o suficiente. – Falou.
Cala a boca. – Respondi desviando a minha atenção do livro, mas não por muito tempo. – Aqui dentro não é menos entediante que lá fora.
Mas é lá fora. – Responde como se fosse obvio, mas particularmente não era pra mim. – Se você não levantar eu vou chamar reforços.
Minha mãe nunca voaria de avião. – Respondi.
O meu reforço esta no hotel. – Sorriu. – Um lindo alemão com belos olhos verdes e encantadoras covinhas.
Você não faria. – Eu sabia que não.
Na verdade eu já fiz, então seria melhor se você se arrumasse um pouco. – Ela não estava falando sério, eu não estava acreditando até que ouvi batidas na porta.
VOCÊ NÃO FEZ. – Falei enquanto ela ia em direção a porta.
Erik. – Sorriu. – Ela esta ali, eu tenho que sair pra resolver alguns problemas então veja se consegue tira-la da cama. – Disse saindo do quarto.
Vou tentar. – Sorriu olhando para mim e se sentando na cama da Luiza. – O que aconteceu?
Eu não acredito que ela chamou você aqui. – Respondi sem prestar atenção no que ele dizia. – Você pode ir, você é um jogador com uma fratura você deve ter coisas mais importantes para fazer do que estar no meu quarto.
Na verdade hoje é meu dia de descanso então na verdade eu não tenho. – Falou sorrindo. – Posso? – Apontou para o livro.
Ta. – Entreguei o livro para ele.
O que são essas frases marcadas? – Perguntou enquanto lia as paginas.
Trechos que eu gosto e que eu leio toda hora. – Respondi sem tirar os olhos do livro na mão dele. Eu estava com tanta vergonha.
“Me dê seu coração, Kacey. Eu vou tomar tudo que vier junto com ele”.– Ele leu sem olhar para mim. – Bonito. – Sorriu.
Sim. – Eu não sabia o que responder sem parecer uma idiota de pijama de ursos deitada em uma cama. – Você se importa se eu me trocar?
Na verdade sim. – Respondeu. – Você ta bem toda bagunçada. – Sorriu.
Ok. – Sorri enquanto olhava para todos os lugares menos para ele.
Pode me passar o lápis? – Perguntou sem tirar a atenção do livro.
Claro. – Eu entreguei para ele.
Importa-se? – Perguntou.
Não, tudo bem. – Ele marcava algo no livro. - Eu posso te emprestar se quiser.
Eu iria gostar. – Sorriu. – Você aceita tomar um café comigo? Eu prometi pra sua amiga que te tiraria do quarto.
Eu? – Eu não queria sair, mas dizer não para Erik Durm não era fácil. – Ok, você se importaria de esperar lá fora?
Não. – Sorriu. – Eu já te esperei antes.
Eu não vou demorar. – Ri sem graça.
Eu não me importaria de esperar. – Disse deixando o livro aberto e saindo do quarto. Eu corri para ver o que ele tinha marcado e eu não consegui não sorrir.
”Eu quero fazer você sorrir. De verdade. Para sempre.”
...
Toda vez que você sai comigo é sem blusa da Alemanha. – Disse assim que me viu sair do quarto. – Eu gosto.
É por isso que eu demoro. – Sorri.
Eu apostei nisso. – Disse. – Eu te levaria para fora do hotel, caso não fosse impossível.
Tudo bem. – Dei de ombros enquanto caminhávamos pelo corredor. – É isso que se ganha sendo amiga de jogador famoso.
Deveria me ofender? – Perguntou.
Não. – Sorri olhando para todos os aluzeijos do chão menos para ele. Nunca olhe para o sorriso de Erik Durm.
Erik. – Ouvi uma voz feminina que me fez voltar à atenção para frente.
Lisa? Oi. – Sorriu, mas eu sabia que aquilo não era um verdadeiro sorriso de Erik.
Não vai me apresentar? – Sorriu passando sua atenção para mim.
Essa é Manoela. – Disse – Manoela essa é Lisa.
Amor. – Disse Lisa enquanto olhava para trás. Muller estava vindo logo atrás com a atenção totalmente no celular. – Erik esta aqui. – Parece que isso fez o olhar para frente e perceber minha presença. – Essa é Manoela. – Sorriu o abraçando pela cintura. – Estamos indo tomar um café, venham com a agente, eu não aceito não como resposta.
Eu acho melhor não Lisa. – Disse Muller sem tirar os olhos de mim. – Eles estão ocupados.
Manoela? – Erik olhou pra mim como se esperasse eu me pronunciar.
Estamos ocupados. – Pensei. – Mas podemos ir sim. – Falei percebendo Muller e Erik olharem para mim. Erik parecia feliz quase orgulhoso e Muller parecia com raiva quase raiva o suficiente para me fazer rir.
...
Porque fez isso? – Perguntou Erik enquanto Lisa e Muller iam na frente.
"É a vida, docinho, e você precisa começar a viver." – Disse. – É de um livro.
Então vamos viver. – Respondeu sorrindo enquanto me abraçava de lado até chegarmos ao café do hotel.
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