Quando acordei o que eu vi foi Jay sentado parecendo proteger a mim e Lawrence, e onde estava Spencer? Ah o desgraçado partiu, simples assim, partiu sem se despedir de ninguém. Um filho da puta é isso que ele era.
"Você não ia conseguir impedi-lo Alex.".
"Eu pelo menos tentaria.".
É eu tentaria, mas ele me deu a chance? Não.
– Spencer disse alguma coisa? – foi a primeira coisa que perguntei.
Jay deu de ombros.
– Só que eu deveria cuidar de vocês duas e não deixar você fazer merda. – eu fazer merda? Ele fez a pior merda da vida dele e eu que vou fazer merda? Spencer eu vou matar você!
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Spencer POV
Nunca achei que voltaria para Maltrop com medo do que pudesse encontrar, eu nunca senti medo por que agora justo no meu lar? Jay tinha razão, eu não deveria ter voltado, ele ficou parte da manhã tentando me convencer do contrário, como virão fracassou bonito.
Alex ia me matar? Não tinha dúvida alguma, vi em seus olhos o quanto queria que eu ficasse; motivo? Sei lá, medo de se entregar para o Jay? Estou sendo um babaca eu sei, se ela quiser ou não, cara quer saber? Foda-se, eu deixei claro que desisti... Mesmo que eu não tenha desistido.
Ah nunca achei que um dia estaria lutado com outro homem por uma mulher. Eu sempre conseguia as garotas apenas com um mero sorriso, por que com Alex não é assim? E por que o Jay tinha que estar no meio? É um teste dos deuses só pode, eles querem testar a minha paciência.
Deixá-la foi um grande erro, essa é a oportunidade perfeita para o Jay abrir as asas de anjo e voar para cima dela, e eu como fico? Na merda. Eu a perco? Lógico seu imbecil. Melhor eu parar de pensar.
E Lawrence? Será que ela vai ficar bem na mão daquelas duas coisas? Meu medo é retornar e receber a notícia que ela foi morta, ah, eu não me responsabilizaria pelos meus atos depois. Ninguém pode tocar em um fio de cabelo daquela garota. É até estranho simplesmente do nada vê-la como algo importante, precioso, único, especial, eu devo ter virado pai sem saber.
É bom aqueles dois terem juízo e cuidarem bem dela ou vão ter de se entender comigo.
Agora chega de Alex, Jay e Lawrence, foque em Maltrop, Spencer. Eu já havia entrado na cidade e conseguia ver o castelo, as pessoas me saudavam com um aceno de cabeça, aliás, sou o príncipe, bom, pelo menos eu era. O que será que Benjamin estava aprontando?
Continuei caminhando pelas ruas até avistar uma casa de madeira de onde vinham gritos de medo. Não hesitei em verificar, quando cheguei à porta vi um vampiro se alimentando do sangue da dona da casa, eu estava ficando doido só pode. Sai de fininho acabando me esbarrando em um homem alto, imediatamente soube a natureza dele.
– Cuidado, não quero ter de matá-lo. – seu filho da mãe eu que teria de te matar! Se tem uma coisa que eu odeio mais do que o Jay são vampiros, ah o Jay ainda é suportável perto deles.
– Eu realmente não estava prestando atenção. – dei as costas para ele fingindo ser um mero camponês de Maltrop.
Fiquei me perguntando, sou Spencer Malik, príncipe de Maltrop, segundo herdeiro do trono, como ele não me reconheceu? Alguma coisa estava muito errada, e por que os vampiros estavam nas terras dos lobisomens?
Resolvi tirar essa história a limpo e nada mais justo que entrar na minha casa. Bati na porta como quem não quer nada, e fui recebido pelo o que? Quem falou sanguessuga acertou em cheio um belo tapa na minha cara. O que eles estavam fazendo no meu castelo?!
– Príncipe Spencer, eu suponho. – era um homem, alto e moreno, olhos verdes, musculoso.
– Não, é a chapeuzinho vermelho, sai da minha frente idiota. – o empurrei e entrei.
Escutei a porta batendo atrás de mim, comecei olhar para a escada e os andares superiores, tudo limpo.
– Em que posso ser útil Vossa Alteza? – ele é o que, um mordomo dentuço?
– Onde está Benjamin? – não precisei da resposta.
– Caro irmão! – ele apareceu no topo da escada.
Rolei os olhos e vi-o descendo os degraus com uma taça de vinho na mão, não demorou muito e começaram surgir vampiros junto com lobisomens no andar superior. Eu quis pegá-lo pelo pescoço, que brincadeira de mau gosto era aquela? Ele ficou maluco?!
– O que significa isso Benjamin? – me referi aos vampiros.
– Meu caro irmãozinho caçula... – ele começou me rodear.
Fechei as mãos em punho tentando em controlar para não acertar um belo soco no rosto dele.
– Eu apenas trouxe alguns amigos para Maltrop, deveria ficar feliz. – virei-me para encará-lo.
– Feliz? – bati a mão contra a taça de vinho a fazendo se quebrar em milhões de pedaços. – Isso é ir contra tudo que conhecemos Benjamin, é ir contra nosso próprio pai, ainda se lembra de que foram eles que mataram quase todo o nosso povo?! – muito tempo atrás os vampiros traçaram uma briga com os lobisomens e perdemos quase todos os soldados, sem contar que tivemos nossa vila invadida.
– Isso é passado, fizemos uma nova aliança. – sorriu largo e não gostei daquele sorriso.
– Sem me consultar? – de repente senti uma dor horrenda nas costas, toquei o abdômen e encontrei a ponta de uma estaca de prata.
Tossi e sangue saiu pela minha boca, solucei encarando Benjamin. Ele me observava com olhos nublados, sem nenhuma compaixão, cacete eu era seu irmão, como ele pôde? Benjamin retirou uma seringa do bolso e rapidamente a enfiou em meu pescoço, eu segurei em sua mão sentindo o líquido penetrando minha veia.
Cai de joelhos tentando respirar, mas não conseguia. Benjamin puxou a estaca de minhas costas e sussurrou em meu ouvido:
– É mata-lobo, espero que tenha bons sonhos irmãozinho. – ele me golpeou com a estaca dessa vez na lateral do abdômen, gemi. – Eu nunca quis você do meu lado, você sempre foi um imprestável.
Meu corpo vacilou sob efeito do mata-lobo, uma substância potente contra nós lobisomens. Ela é capaz de nos queimar, nos deixar fracos, apagar os sentidos e até levar a morte em altas quantidades.
Puxei a estaca do abdômen e a joguei nos pés de Benjamin, minha cabeça começou ficar embaralhada e minha visão completamente turva. Não demorou muito e senti mãos carregarem meu corpo bruscamente, a última coisa que ouvi antes de apagar foi Benjamin e sua risada.
– Você nunca mais verá a luz do dia Spencer, meu caro, doce, querido e amado irmão. – gargalhou alto.
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