— Fica longe dele! Agora! — gritei, vendo Jinsung perto do Taeyeon, que estava encolhido próximo ao sofá.
— Eu vou matar ele igual matei o pai! Vocês só me enfiaram na merda! — o mais alto disse, super nervoso. Encarei meu sobrinho, que se encontrava chorando. Sentia um nervoso na pele, o que me fazia perder o ar.
[Horas antes]
Não o respondi, apenas peguei a caixa e corri até o banheiro para ver o que havia ali de fato.
As fotos dos dois com roupas escolares já deixavam claro que eram íntimos, mais que íntimos, visto que em uma das fotos mostrava Taehyung dando um selinho no Jinsung em frente ao Rio Han.
Meu estômago se agitou por começar a entender toda aquela situação.
Agarrei um caderninho que o Taehyung vivia levando para cima e para baixo. Abri-o na primeira folha.
"Querido Diário, consegui sair a sós com ele pela primeira vez. Ele com certeza é meu primeiro amor, nunca me senti tão bem quanto junto ao Jinsung, mas fico triste de pensar que talvez minha família não aceite isso; e está tudo bem."
"Querido Diário, hoje foi nosso primeiro beijo, ainda bem que foi antes do Yoon me buscar, mas foi tão incrível, senti aqueles lábios em minha boca. Foi tão mágico."
Senti meu peito bater forte, agora tudo fazia o devido sentido. Meu namorado já namorou o meu irmão antes.
Passei algumas folhas e eram somente declarações voltadas a Jinsung.
"Querido Diário, parece que todas as vezes que preciso falar sobre você, todas as palavras somem! Você tem um efeito tão potente em mim, que, às vezes, até esqueço de respirar. Como faço para não estremecer de alegria quando estou ao seu lado? Como faço para não ter frio na barriga de tanta paixão ao te ver se aproximar? É impossível: é isso que acontece quando temos a sorte de encontrar alguém tão perfeito quanto Jinsung. Nem sei como alguém assim sequer existe: um homem tão carinhoso, amoroso, inteligente, bonito e cheio de compaixão, alegria e vontade de viver. Parece que ele veio direto de um livro de romance! Não sei como, só sei que ele está aqui, ao meu lado, sendo meu companheiro, meu melhor amigo e meu namorado! E não sei o que dizer, senão: gratidão! Gratidão por ser esse grande parceiro a todos os momentos, me apoiando e me ajudando nos momentos bons e nos momentos difíceis. Não sei nem explicar o tamanho do meu sentimento por ele!"
Até que, na última página, existiam manchas de sangue seco.
"Querido Diário, eu menti, não sobre meus sentimentos, eles eram todos reais; eu menti sobre ele, tudo nele era falso; suas promessas, declarações, tudo era mentiroso.
Hoje ele me ameaçou por ter saído com Jungkook. Ele é meu melhor amigo, mas acabou de vir aqui em casa, quebrou nosso quadro, e eu acabei cortando meu dedo. Ele me bateu muito; se aproveitou que eu estava sozinho, disse que se não espalhasse pra Deus e o mundo que namoramos, iria me matar. Ele estava transtornado, e eu terminei com ele na hora, mesmo machucado.
Ele me falou que nunca iria se livrar de mim… me ajuda, Deus, por favor."
Assim que terminei de ler, logo vieram flashes na mente, pois quando apresentei o Jinsung para a família, Taehyung não comeu, muito menos fez questão de ser gentil com ele; e me lembrava bem que quando cheguei do trabalho, e o vi machucado, ele disse que alguém havia feito bullying consigo.
No momento em que coloquei o caderno na caixa outra vez, escutei dois toques na porta, assustando-me com o barulho.
— Meu amor, cheguei. Está aí? — Ouvi aquele filho de uma puta que matou meu irmão, e agora era certeza.
O ódio se transformou em um combo de saudades do meu irmão, por ter sido feito de trouxa e pelo interesse em me vingar por Taehyung.
Abri devagar uma gaveta e peguei uma arma reserva que tinha ali, em seguida o meu celular, mandando rapidamente uma mensagem para Namjoon ir com reforço para minha casa, a qual na mesma hora foi visualizada com um “ok”.
Posicionei a arma em minhas costas e abri a porta, tentando limpar meu rosto.
— Saudades do irmão de novo, meu amor? — O homem depositou um beijo em minha testa, o qual quase vomitei.
Saímos do quarto, ele na frente, elogiando o cheiro da minha comida, enquanto eu sacava minha arma e caminhava apontando em sua direção, pelas costas.
Jinsung prosseguiu falando que estava meio estressado naquele dia e quando chegamos perto da cozinha e da sala, meu sobrinho apareceu próximo a ele. A criança arregalou os olhos quando viu a cena, indo um pouco para trás.
Jinsung logo virou e sua reação era tão bem ensaiada.
— Meu amor, o-o que está havendo, hum? — Dei um sorriso sádico em resposta.
— Achou que ia se esconder até quando, Jinsung, achou que ia se livrar de tudo?! Você achou errado. Acha que nunca descobriria que você matou o Taehyung?!
Sua expressão assustada logo mudou para debochada, e engoli em seco.
— Você se acha tão espertinho, ‘né, Yoongi, você e o TaeTae, pena que ele não acreditou em mim. Eu nunca vou deixar vocês em paz. Eu deveria ter matado ele antes de se envolver com aquela mulherzinha, mas infelizmente os planos foram outros.
Quando menos percebi, o Jinsung tomou a arma da minha mão e mirou em direção ao Taeyeon.
Gelei no mesmo momento.
— Fica longe dele! Agora! — gritei, vendo Jinsung perto do Taeyeon, que estava encolhido perto do sofá.
— Eu vou matar ele igual matei o pai! Vocês só me enfiaram na merda! — o mais alto disse, super nervoso. Encarei o meu sobrinho, que se encontrava chorando. Sentia um nervoso na pele, o que me fazia perder o ar.
Sentia o ar sumir em meus pulmões, Taeyeon era a única coisa preciosa que tinha do Taehyung.
— Que foi, hein, Yoonzinho, perdeu a coragem? Vamos ver se vai perder agora? — Destravou a arma, mas antes que pudesse apertar o gatilho, ouvi o barulho de outro tiro, sentindo minhas pernas perderem as forças. Logo entrou Namjoon pela porta.
— Jung Jinsung, você está preso por homicídio e tentativa de homicídio. — Observar o mais alto prender Jinsung, ainda que com um tiro na perna, era um alívio. Corri até o menor, já o pegando no colo. Em seguida, encarei Namjoon e o agradeci.
O alívio era imenso, porém, eu não imaginava que aquilo seria só o começo.
[Um ano depois]
Jinsung já tinha uma ficha meio suja, mas escondi da polícia, por isso que ele conseguia trabalhar bem lá.
— Vamos procurar algo para ver, tio Yoon. — Taeyeon estava grandinho já. Peguei o controle após sua afirmação, procurando algo para assistirmos, e quando passei para um certo canal, tratava-se de uma notícia urgente com a foto do Jinsung.
“Jung Jinsung fugiu pela madrugada, mesmo com as grandes forças armadas da prisão de Seul. Ele conseguiu fugir e ainda matou dois de seus companheiros de cela, e com sangue deixou uma mensagem na parede escrita 'Estarei de volta, Yoon'.”
Naquele momento, ouvi meu telefone tocar, então encarei Taeyeon, que já estava com um pouco de medo, e eu também estava, e tentava ao máximo não mostrar.
Atendi o telefone.
— Yoon, fica esperto. Estamos fazendo de tudo para procurá-lo. — Escutei a voz de Namjoon, e comecei a falar com ele.
— Está tudo bem, Nam, estamos seguros, mudamos de casa e estamos bem no momento.
Encerrei a ligação e abracei Taeyeon.
— Nada vai acontecer com você, pequeno — prontifiquei baixinho.
O som da campainha tocou posteriormente, e eu direcionei minha atenção à porta, logo indo até esta.
— Deve ser o entregador! — Abri-a, dando de cara, infelizmente, com ele.
— Sentiu saudades, Yoonzinho?!
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