~Anteriormente:
– Hm, aliás... – Começou, bebendo um gole de Coca. – Como é que você conseguiu convencer o Rogue a vir no cinema com a gente? – Perguntou, muito curiosa.
Lucy pensou um pouco, e respondeu por fim:
– Eu dei um soco nele.
~Lucy On:
– O que?? – Pergunta Erza, não acreditando muito em minhas palavras.
– Na verdade eu acertei o nariz dele sem querer, mas de alguma forma isso deu certo... – Dei de ombros. Sinceramente nem eu sabia direito o que havia feito Rogue mudar de ideia tão fácil daquele jeito.
– Me devolve o meu lugar aí rapidinho – Disse Erza se levantando.
– Pra que? – Perguntei, já me levantando. Sentei-me no meu antigo lugar e fiquei olhando Erza falar alguma coisa baixinho para Rogue, que até então estava apenas quieto em seu lugar, prestando atenção no filme. Alguns segundos depois ele disse alguma coisa a ela. Estava ficando doida de curiosidade, já que não conseguia escutar nada. Eles falavam muito abaixo e o áudio alto do filme também não ajudava muito.
Depois de falar mais alguma coisa e Rogue apenas concordar com a cabeça, Erza olhou pra mim com uma expressão totalmente surpresa.
– Pfft... – E não demorou muito pra que ela logo começasse a rir. Ou melhor, gargalhar.
– Erza, cala boca! As pessoas tão olhando... – Disse a ela.
– Ei, vocês estão atrapalhando! – Disse uma menina atrás de nós.
– Poderiam ficar quietos, por favor?! – Pediu um menino, sentado ao lado dela.
– Desculpa – Disse, meio envergonhada. Depois lancei um olhar raivoso a Erza, que tampava a boca com a mão tentando parar de rir. – Você só me faz passar vergonha! – Disse, me virando para o telão e fechando a cara.
– Ownt, não fica bravinha... – Disse, apertando uma das minhas bochechas. Apenas ignorei a existência dela. – Vamos, eu te devolvo esse lugar – Falou, tentando me tentar. Continuei assistindo o filme sem dar a mínima. – Você não quer sentar ao lado do Rogue? – Perguntou. Senti suas malícias em sua fala, o que me deixou mais irritada.
– Eu quero assistir o filme! – Respondi, com a expressão dura.
– Ok. – Deu de ombros.
Tive alguns minutos de paz, até ela voltar a falar:
– Tem certeza que não quer sentar aqui? Aqui o ar-condicionado tá pegando direto e tá um friozinho... – Disse, abraçando a si mesma. – Você gosta de frio, não é? E também, eu ouvi que esse filme é muito, tipo, muito assustador mesmo! E eu gosto de abraçar a pessoa à minha esquerda quando eu tô com medo.
– Tá bom, Erza! – Disse, com os dentes cerrados. – Eu troco de lugar, mas só pra você parar de encher saco!
– Ah, agora eu não quero mais não... – Disse, virando o rosto.
– Como é que é? – Perguntei, não acreditando.
– Você foi muito grossa comigo, e eu só estava tentando ajudar. – Disse, fingindo estar magoada.
– Cara, você ficou me enchendo porque queria trocar de lugar e se você não se levantar daí agora, você vai sentir o que o Rogue sentiu hoje quando eu acertei ele! – Falei, mostrando o punho fechado a ela.
– Eu duvido você me dar um soco na cara aqui no meio do cinema... – Disse, debochada. Meu sangue subiu totalmente à cabeça.
– Já chega! – Disse, me levantando. – Você vai sair daí querendo ou não! – Falei, puxando Erza pelo braço.
– Ei, sai da frente!
– Cala a boca aí! – As pessoas ao nosso redor começaram a reclamar.
– Não, eu quero ficar aqui! – Gritou Erza, não se levantando de jeito nenhum. E em alguns instantes praticamente todos ali já estavam nos xingando e gritando com a gente, com expressões nada amigáveis. Mas a minha raiva da Erza estava tão alta que eu não liguei pra nem um deles naquele momento.
– Sai daí! – Gritei.
– Eu quero sentar aqui! – Respondeu.
– Posso saber o que está acontecendo aqui?? – Gritou um homem de uniforme, segurando uma lanterna que apontava para nossa cara.
– Essa louca quer tomar o meu lugar! – Disse Erza.
– Essa tonta não para de me encher o saco! – Falei. Minha raiva era perceptível.
– Se vocês não resolverem isso imediatamente eu irei retirá-las daqui agora mesmo! – Disse o homem, todo durão.
– É melhor tirar elas daqui logo porque desde que chegaram estão enchendo todo mundo! – Ouvimos Rogue se pronunciar, enquanto se levantava. Todos começaram a concordar com ele. Olhei para ele em choque. Era inacreditável. E ele começou a rir. Rir de mim.
– Filho da... – Sibilei pra ele com os dentes cerrados.
– Tudo bem. Vocês duas, me acompanhem até a saída, por favor – Pediu o homem.
– Ok, ok, seu guarda, não precisa disso não... – Falou Erza, passando por mim com as mãos pra cima, em rendição. – Vocês não vão ouvir mais nem um piu da gente, falou? Olha, nós somos melhores amigas, por isso tivemos essa discussãozinha boba, mas agora já estamos de boa de novo. É assim que são os amigos, entendem?! – Disse, me abraçando pelo pescoço.
– Isso significa que elas vão brigar de novo. – Rogue se pronunciou mais uma vez, fazendo todos voltarem a reclamar.
– Seu emo filho da mãe, agora você fala, né?! Cadê aquele garoto que só ficava no próprio canto e deixava todo mundo no vácuo? Heim?
– Você encheu o saco dele até ele mudar – Respondeu.
– Vocês vão ter que se retirar agora mesmo! – O homem falou.
– Não, não precisa disso, moço! – Falava Erza. – Esse carinha aqui tá só brincando, ele tá com a gente também, né, Rogue? – Perguntou.
– Eu nunca vi elas na minha vida. – Afirmou, sem expressão.
– Desgraçado... – Erza murmurou.
– Meninas, apenas saiam daqui logo, sim?! – O homem estava começando a se irritar.
– Olha, ele tá enganando o senhor! – Erza tentava de todo jeito enrolar o homem. – Ele e a Lucy, essa loira gata aqui, são namorados! – Disse.
– É o que?? – Perguntei.
– Quer ver, olha só... – Erza imediatamente me empurrou para cima do Rogue, e antes que eu pudesse protestar ou fazer qualquer outra coisa, eu caí em cima dele. – Beija ela! – Ela sussurrou, e então só deu tempo de eu ver o braço da Erza passar por trás do Rogue e empurrar a cabeça dele, fazendo nossos lábios se tocarem.
~Erza On:
Acabou que, no fim, nós três fomos expulsos do cinema. Três caras que estavam na mesma sala, tiveram o maior prazer em ajudar a nos tirar de lá. E agora estávamos os três sentados em uma mesa do McDonald’s. Ninguém falava nada.
“Talvez eu tenha exagerado um pouco...” – Pensei. – “Nah, fala sério... Foi a coisa mais doida, legal e engraçada que eu já fiz!” – Deixei escapar um riso.
– Você tá rindo de que? – Perguntou Lucy, com aquela cara emburrada.
– Da gente. Ah, fala a verdade, foi engraçado... – Disse, tentando quebrar o gelo.
– Você é doida. Aquilo foi é vergonhoso, isso sim!
– Cara, pode ter certeza... Um dia a gente vai contar isso pra outros amigos nossos e vamos rir muito! É uma boa história, admite, vai... – Falei, cutucando-a com o cotovelo. Ele ficou me olhando com cara de peixe morto por um tempo, até que então deixou escapar um riso.
– Tá – Concordou, revirando os olhos. – Foi engraçado você enrolando o guardinha... – Disse rindo.
– Né – Concordei, rindo. – E eu teria conseguido, se uma certa pessoa não tivesse metido o nariz no meio... – Disse, arregalando os olhos diretamente pro Rogue.
– Eu queria ver o filme – Disse, apenas.
– Mas é um traidor cara de pau mesmo! – Fala Lucy.
– Ei, Lucy! Erza! – Ouvimos uma voz familiar gritar. Procuramos ao nosso redor e avistamos um garoto de cabelos rosa com um sorriso idiotamente grande no rosto, acenando para nós enquanto corria em nossa direção. E atrás dele, avistei Levy e Gajeel.
– Oxe. Isso foi combinado? – Perguntou Lucy, surpresa.
– Nem foi... – Respondi.
– O que vocês estão fazendo aqui? Estão me seguindo? – Perguntou, como se aquilo tivesse alguma chance de ser verdade.
– É, Natsu. Eu, a Erza e o Rogue estávamos espionando você porque, você sabe, você é irresistível! – Respondeu Lucy, totalmente irônica.
– Rogue? – Perguntou, só então percebendo a presença do garoto ali. Rogue tem esse dom de não ser notado pelas pessoas. – Por que vocês três estão aqui no McDonald’s? E juntos? Que combinação estranha! – Disse, apontando o dedo pra gente. Lucy revirou os olhos.
– A gente ia assistir um filme, mas acabamos sendo expulsos do cinema. – Contei.
– Como é que é? – Perguntou Gajeel, quando finalmente ele e Levy nos alcançaram.
– Eu é quem pergunto. COMO É QUE É, MINHA FILHA? Vocês duas foram ao cinema e NÃO me chamaram?? Chamaram o Rogue e não me chamaram?? Valeu. Falou. E eu achando que nós éramos amigos. Pobre garoto ingênuo... – Como já era de se esperar, Natsu fez o maior drama.
– Foram mesmo expulsas do cinema? – Pergunta Levy rindo, mas ainda quase sem acreditar. Mas não pra mim, é claro. Para Lucy.
– É, tudo culpa dessa aqui! – Responde Lucy, apontando o dedo pra mim.
– Ah, claro, e vocês só ficaram lá sentados quietinhos, né? Não tiveram nada a ver com a treta que rolou... – Disse.
– Nós nos envolvemos na confusão que você criou. Então, é, a culpa é toda sua. Você vai ter que me devolver o dinheiro do ingresso.
– Ah ta, vai sonhando... Eu não devolvo nem o dinheiro que eu pego emprestado desses aqui – Aprontei para os três. – Imagine o dinheiro que você perdeu sendo expulsa do cinema porque nós três causamos a maior confusão lá dentro... – Dei de ombros.
– Que bom que ela é ciente disso... – Murmura Gajeel, irônico.
– O que vocês vieram fazer aqui? – Pergunta Lucy.
– Bem... Eu disse hoje na escola que queria vir ao shopping pra ir na livraria e depois ir comer no McDonald’s, daí o Natsu disse que viria também porque precisava de um tênis novo e então o Gajeel disse que precisava de... O que era mesmo que você falou? – Perguntou ao Gajeel.
– Ahn... Tênis também. – Respondeu Gajeel.
– Você tinha falado cuecas! Cu-e-cas! – Diz Natsu, escandaloso como sempre. Eu, Levy e Lucy rimos.
– Eu devo ter me enganado e dito cuecas, seu idiota! Mas eu preciso mesmo é de um tênis novo também! – Disse Gajeel, extremamente enraivecido e ruborizado.
– Bem... Então, já que estamos todos aqui, vamos fazer alguma coisa! – Fala Lucy.
– Tipo o que? Ir ao cinema sem mim? Ah, é mesmo, VOCÊS JÁ FIZERAM ISSO!
– Cala boca, seu idiota, estamos em um shopping e não na escola! – Digo, batendo nele com a minha bolsa.
– Karaokê! Semana passada inaugurou um novo Karaokê aqui no shopping, eu quero ir lá! – Fala Levy, animada.
– Oba! Karaokê, karaokê, vamos! – Lucy também fica empolgada e se levanta rapidamente da mesa. Pegou na minha mão direita e na mão esquerda do Rogue. Provavelmente a ideia era nos levantar, mas assim que ela tocou na mão do Rogue, foi como se ela tivesse sofrido uma descarga elétrica pelo corpo todo e instantaneamente a soltou, olhando para ele com os olhos arregalados.
“Lembrou do que aconteceu no cinema e ficou constrangida, que gracinha...” – Pensei, com um sorriso sacana.
– Ok, então vamos logo... – Falei, como se não me importasse em nada em ir ao karaokê e me levantei, como se não tivesse percebido aquilo. Lucy murmurou um “É, aham...” e saiu na frente, com todos os outros a acompanhando. Ri. Me virei para o Rogue. – Vamos? – O chamei, jogando a cabeça para o lado, como sinal para irmos.
– Acho que eu já vou indo. – Se levantou, olhando para o relógio.
– Ah, qual é... Vai querer perder a Lucy cantando no karaokê? – Tentei convencê-lo.
– Eu já vi ela cantando demais por hoje. Mais gritando e esganiçando na verdade, mas ainda cantando. Eu acho...
– Ela te encheu pra tentar te convencer a vir aqui?
– Muito.
– Imagino a cena – Disse rindo. – Bom, você já tá aqui... O que custa ficar mais um pouco? A gente perdeu o filme mesmo. E você nem vai precisar cantar.
Olhou para mim, e depois para os outros que estavam lá na frente, parecendo pensativo. Ele suspirou. Eu sorri.
~Rogue On:
– SO I, I BET MY LIFE, I BET MY LIFE/I BET MY LIFE ON YOU/I, I BET MY LIFE, I BET MY LIFE/I BET MY LIFE ON YOUU... – Gajeel e Natsu cantaram, finalmente, o último trecho da música. Natsu até que havia cantado bem, mas Gajeel... É, cantar não era o forte dele, apesar de parecer gostar muito.
– Agora sou eu e a Erza! – Disse a pequena de cabelos azuis. Elas queriam ter cantado primeiro, mas assim que Natsu e Gajeel viram a música do Imagine Dragons na lista, eles nem esperaram, nem perguntaram. Apenas escolheram a música e começaram a cantar, deixando as meninas furiosas. Uma fúria que não durou muito tempo, diante da cena dos dois cantando.
– My my, my my oh give me love/My my, my my give me loove... – Terminaram de cantar a música, fazendo todos ali desejarem ouvir mais as vozes delas. Devia admitir, a ruiva tinha um vozeirão e sabia controlar muito bem, já a baixinha tinha uma voz mais delicada, mas não ficava para trás. Os outros três bateram palmas e elogiaram. Até mesmo Gajeel, mesmo que com certa marra.
– Agora a Lucy!! – Disse Natsu empolgado, fazendo meu coração bater coberto por ansiedade e agitação ao ouvir o nome dela.
– Okay, então... – Murmurava, enquanto escolhia a música. – Essa! – Decidiu e então apertou o play, dando início à música.
– Guess it's true/I'm not good at a one night stand/But I still need love/'Cause I'm just a man... – Começou, fazendo todos ali ficar extremamente surpresos e chocados. – These nights never seem to/Go to plan/I don't want you to leave/Wiill you hold my hand?
– Cara, a Lucy... – Murmura Natsu, não conseguindo desviar o olhar do palco.
– Oh, won't you staaay with me?
– CANTA MAL PRA CARAMBA! PFFT... – E começou a rir, depois de dizer em voz alta o que todos nós ali estávamos pensando.
– Cala a boca, seu idiota! – A azulada o deu um tapa na cabeça.
– Se a Lucy te ouvir ela vai ficar magoada e envergonhada! – Falou Erza.
– Se a Lucy se ouvir aí mesmo é que ela vai ficar magoada e envergonhada! – Falou, e começou a rir mais ainda.
– Idiota... – Murmurei, vendo-o se acabar de dar risada. Voltei a atenção para Lucy, e ela nem parecia ter ouvido ou percebido. Estava bem concentrada na tela onde se passava a letra da música.
– Oh, won't you... – E na hora da última parte da música, os olhos dela se desviaram por um segundo na direção dos meus, voltando rapidamente para tela – ...staaay with me? – E então se voltaram na direção dos meus novamente, permanecendo assim até o fim da música.
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