~Anteriormente:
– Ficamos combinados para o sábado que vem, néh? – Perguntou, já marcando o próximo “encontro” dos dois.
– Nem pensar! – O Cheney exclamou do banheiro. A loira riu mais um pouco.
– Ok, nós vemos isso depois... – Disse ela ao moreno. – Sabe, até que você não é tão sério e quieto como aparenta... Você só é um pouco solitário demais! E talvez um pouco grosso... – Disse Lucy, baixinho, como se estivesse falando aquilo meio que pra ela mesma. – Então... Até segunda! – Gritou para o Cheney,terminando de calçar suas sandálias. Saiu do apartamento, fechou a porta, e foi embora.
~Lucy On:
Saí do prédio onde ficava o apartamento de Rogue, e fiquei imaginando pra onde será que ele ia. Cheguei a ter a ideia de segui-lo para descobrir, mas é claro, não levei esse pensamento a sério. Segui-lo? Oh, por favor... O que eu sou? Uma stalker maluca?
Continuei meu caminho de volta pra casa, até que me veio algo na cabeça...
“E se... Aqueles boatos... Será que...?
Não! Não seja boba, Lucy! Rogue não é desse jeito... Mesmo o conhecendo muito pouco, eu sei que ele é uma boa pessoa!” – Pensei.
Cheguei em casa, meu pai estava conversando com alguém no telefone, então fui pro meu quarto. Coloquei minha mochila em cima da escrivaninha, peguei um pijama no meu guarda-roupas e fui tomar um banho. Depois de tomar banho, fui fazer um dever de matemática que havia feito apenas pela metade, até que então ouvi batidas na porta.
– Pode entrar... – Falei, ainda concentrada do dever.
– Lucy, preciso falar com você! – Disse meu pai.
– Sim, papai... – Disse, como modo para ele prosseguir.
– Segunda-feira terei que fazer uma viajem rápida para Crocus de uns dois ou três dias no máximo, mas mesmo que seja rápido, não posso te deixar aqui sozinha... – Disse Jude. – Será que você não pode ficar na casa de alguma colega? – Perguntou.
– Claro papai... Vou ver se posso ficar na casa da Levy! – Respondi.
– Ótimo! E vê se não arranja confusão enquanto eu estiver fora!
– Pai, eu não sou mais criança!
– Quem dera que ainda fosse... Quando você era criança dava menos trabalho! – Falou Jude, já saindo do quarto.
“Eu ouvi direito? Ele disse que eu dou trabalho??” – Perguntei-me mentalmente, incrédula.
– Ei, eu trabalho, mas eu não dou trabalho, tá? – Falei pro meu pai, da porta do meu quarto, e fechando-a em seguida com força.
“Eu? Dou trabalho? QUANDO? Argh, esse meu pai...” – Pensei de cara fechada. – “Ah, deixa pra lá... Agora eu vou é falar com a Levy!” – Pensei animada, indo pegar meu celular.
– Ué, mas... Cadê? – Murmurei pra mim mesma, procurando o celular na minha mochila. – Onde é que tá...? – Perguntei, já começando a me desesperar e esvaziar toda a minha mochila. – Não, não, não... Não ta aqui! Essa não... E se ele caiu na rua? E se alguém já achou e roubou ele? Ai minha mãezinha... Proteja o meu celular! Espera!...
“Eu me lembro de ter visto o celular quando eu ainda tava no apartamento do Rogue, quando papai me ligou...” – Pensei. – “Daí... Eu deixei o celular em cima da mesa da cozinha, porque eu ia comer... Depois eu ajudei o Rogue a lavar a louça, e depois nós voltamos pra sala e continuamos com as pesquisas... Daí então teve o filme, o grande susto, o quarto do Rogue, e...”
– E depois eu fui embora... – Sussurrei pra mim mesma, completando os meus pensamentos. – .... e sem o celular...! Tsc. Ahh, fala sério, Lucy! Você esqueceu o celular na casa dele, sua tonta! – Briguei comigo mesma. – Bom, pelo menos ele não caiu por aí na rua! – Murmurei.
Respirei fundo, e depois fui até a sala. Eu pensei em ligar pra Levy pelo telefone, mas eu não sabia o número dela de cabeça!
“Hum... E se eu ligar pro meu celular? Será que ele atende?” – Me perguntei em pensamento. – É, não custa nada tentar, néh?!... Quer dizer, tirando a conta de telefone, não custa nada!” – Pensei, indo até o telefone. Disquei o número do meu celular, e esperei alguém atender.
~Rogue On:
Depois que Lucy foi embora, fiquei assistindo qualquer coisa na televisão.
Eu disse que ia sair, mas não disse quando, não é mesmo?!
Continuei assistindo TV, até que então eu resolvi ir pro meu quarto, fazer qualquer outra coisa. Já estava começando a ficar com sono deitado naquele sofá!
Fiquei desenhando por um tempo. Desenhar se tornou um dos meus melhores passatempos desde o... Desde o acidente. Foi uma maneira que eu encontrei de aliviar a angústia que eu sentia. Desenho várias coisas aleatórias, e algumas dessas coisas acabam grafitadas nas paredes do meu quarto.
Continuei desenhando, até que ouvi... Meu celular tocando.
– Oi! – Atendi.
– Ah, oi Rogue! Como você tá? – Perguntou. Não precisava nem perguntar ou ver o número para saber quem era. Até porque, só existem duas pessoas nesse mundo, que sabem o meu número, e que ligam no meu celular: tia Bisca e tio Alzack. Me ligam todo final de semana, para ver se está tudo bem comigo, e com a “bondosa família Eucliffe”, a família do meu “melhor amigo”, que “me recebeu de braços abertos na casa deles”!
– Estou bem, tia Bisca... E como estão você, o tio Alzack e a minha priminha? – Perguntei, em um tom de voz, digamos que mais animado que o normal. Sempre usava esse tom quando falava com meus tios, pra que assim eles pensem que eu estou bem aqui, e não queiram que eu volte a morar com eles.
– Estamos ótimos, querido! Que bom que você também está bem! E as coisas aí? Tudo certo? – Perguntou.
– Sim, tia... Tudo normal!
– Hmm... Tudo normal? Nenhuma novidade pra titia Bisca?
– Não... Tudo normal! – Repeti. Pude ouvir minha tia suspirar do outro lado da linha.
– Rogue, já esta na hora de você arranjar uma namorada!... Você já tem 16 anos! – Revirei os olhos. Vai começar de novo com essa história de namorada...
– Ainda não fiz 16!
– Ah é, em junho, certo? Esse ano eu e o seu tio vamos dar um jeito de ir te visitar! Você sabe... Ano passado não podemos ir por causa do trabalho, e tal.
– É, e no natal também não deu porque foram visitar os seus pais que queriam muito conhecer a Asca... Eu sei! Não tem problema, tia Bisca, não façam nada que vá prejudicá-los! – Disse à ela, para não se preocupar. – Agora tenho que ir! Ahn... Sting está me esperando para sairmos! – Menti.
– Ok, se cuida! E mande um beijo a todos aí! – Pediu.
– Tá, tchau! – Encerrei a ligação, suspirando pesado. Mentia para as pessoas quando achava que era necessário, mas isso não queria dizer que eu gostava de mentir!
Resolvi voltar pro meu quarto, porém, enquanto andava pelo corredor, ouvi algo vindo da cozinha. Parecia ser... Uma... Música?! Fiquei ali parado no corredor, pensando no que poderia ser aquilo. Não fazia a menor ideia... Até que então caiu a ficha. Suspirei cansado.
– Lucy... – Murmurei. Lembrei-me de ter ouvido o toque do celular dela quando estava preparando os lanches. Fui até a cozinha, e lá estava o bendito celular, em cima da estante da cozinha. Peguei o aparelho, e li que estava escrito na tela “Casa”. Só podia ser ela...
“Droga... E agora, eu atendo ou não atendo?” – Perguntei-me em pensamento. Mais alguns segundos se passaram então, e o celular parou de tocar. – “Ótimo...” – Larguei o aparelho onde estava, porém, antes mesmo de eu sair da cozinha, ele começou a tocar de novo!
– Grr... – Comecei a ficar com raiva. Eu não sou de perder a paciência assim tão fácil, mas a Lucy conseguia fazer isso em questão de poucos minutos! E também, conhecendo ela, sabia que ela não ia desistir até que eu atendesse... E ela poderia até mesmo aparecer por aqui! Peguei o celular e o atendi. – Alô...
– Rogue! Ah que bom, meu celular não caiu na rua...! – Disse ela aliviada, parecendo estar falando mais consigo mesma. Eu apenas fiquei quieto. – Haha, do jeito que eu te conheço, não achei que fosse atender!
– Do jeito que eu te conheço você não ia parar de ligar enquanto eu não atendesse!
– É você me conhece... Mas também, eu podia me desesperar, porque eu não tinha cem por cento de certeza que eu tinha mesmo deixado o celular aí! – Disse.
“Tsc... Eu podia não ter atendido e ela pensaria que o celular estava jogado na rua! Daí depois era só devolver pra ela na escola! Que ótimo...” – Pensei irônico.
– Espera aí... Você não disse que ia sair? – Perguntou ela.
– Disse. – Respondi simplesmente.
– E o que ainda tá fazendo no seu apartamento? – Perguntou.
– Eu moro aqui! – Respondi óbvio.
– Mas você disse que ia sair!
– Eu disse que horas eu ia sair? – Perguntei.
– Ham... – Murmurou pensativa. – Não!
– Caso encerrado!
– Espertinho... – Murmurou. – Mas então... Será que eu posso passar aí amanhã?
– Depende...
– Depende?
– Virá pegar o celular e depois vai embora?!
– Credo, ainda nem fui até aí e você já tá me expulsando de novo?
– Ta bom, então segunda-feira eu te devolvo o celular na escola! Tchau!
– Não, não! Esp- Encerrei a chamada antes de ela terminar de falar. Mas... Logo o aparelho começou a tocar de novo! Resolvi que dessa vez eu não atenderia... Peguei o celular e o coloquei dentro do pote de arroz que ficava em cima da estante e voltei para o meu quarto.
Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.
Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.