[Ruki]
O Kai vai ter que me explicar direitinho como planejou sozinho unir aqueles dois. Ele me disse que estava disposto a seguir com o plano de serem namorados, eu dei a maior força para no fim o Kou aparecer e eles se acertarem de vez assim sem mais, nem menos? Não faz sentido!
O Kai é mais esperto do que pensei. Só não é mais esperto quando se trata daquele marginalzinho tatuado. Aiii que ódio daquele moleque, mas amanhã ele me paga! Não vou pensar nele agora para não estragar a minha noite agradável. Hoje o dia todo foi incrível e nada pode estragar esse meu momento.
Sempre que não tinha ninguém na rua o Reita me beijava. Eu tentava detê-lo mas era mais forte que eu em todos os sentidos. Eu não queria que ele me soltasse. Essa é a verdade que tanto tentei esconder.
Chegamos na porta de casa e ele me beijou com toda a vontade do mundo me deixando até tonto. Era impossível não deixar que minhas mãos percorressem todo seu corpo porque eu era fascinado por cada pedacinho do Reita.
Depois de quase uma hora na porta de casa no maior amasso com meu namorado, segui para dentro da casa já que o meu querido irmão parecia se recusar a voltar. Deixa ele aproveitar o Kou um pouquinho. Eles merecem esse tempo juntos.
Entrei bem devagar porque não queria ter que dizer aos meus pais sobre os dois. Tomei um bom banho porque depois de todo aquele fogo lá fora no portão, eu fiquei bastante animadinho, para não dizer muito excitado.
Quem diria que aquela múmia enjoada no fim seria não só meu namorado como também a razão da minha libido. Quem te viu, quem te vê, Ruki! Você foi muito manipulado por aqueles beijos calorosos que ele te deu e aquelas mãos que pareciam não querer se afastar do seu corpo. Acho que nós dois fomos tomados pelo amor e o desejo porque querendo ou não, juntos nós parecíamos combinar. Pelo menos eu achava isso.
Acordei pela manhã com Yoshiki me perguntando onde estava o Aoi e eu disse que não sabia, o que era verdade. Será que eles já dormiram juntos? Eita que esses dois então não brincaram em serviço!
Me arrumei para tomar café da manhã e ouvi meus pais conversando dizendo que o Aoi tinha sim dormido na casa do Kou. Enfim, meu irmão está em um relacionamento!
Quando abri o portão para ir ao colégio, ouvi alguém me chamar. Era ele, Reita virando a esquina bastante apressado. Eu nunca tinha visto ele treinar na quadra, mas imagino que deve ser uma visão e tanta o Reita sem camisa, todo suado correndo em volta da quadra. O cabelo molhado emoldurando o rosto. Que visão!
Olha as minhas ideias logo pela manhã. Desse jeito vou chegar no colégio dolorido só com esses pensamentos impuros. Se controle, Ruki!
– Ohayou, Chibi! – disse e queria bater nele por me chamar assim, mas parecia tão fofo vindo dele que acabei deixando.
– Ohayou – respondi me agarrando a ele porque não posso negar que já estava com saudades. Devagar seguimos para o colégio, lógico que de mãos dadas e todos no portão se viraram para nós quando chegamos.
Assim que entramos Kaya já deu pulinhos e podia ouvir os gritinhos histéricos por ver nós dois juntos.
– Não me diga, que? – perguntou Kaya e então cerquei a cintura do Reita e ele me beijou. Podia ouvir os gritinhos de Kaya e a gargalhada do Kamijo pela cena. Esses dois são uns bobos.
Me afastei do Reita porque podia sentir as bochechas pegando fogo de vergonha porque o pátio todo parou para ver a cena. E olha que eles ainda não tinham visto nada.
– Olha, príncipe! Temos mais um casal. Isso não é incrível? – disse Kaya para seu amado e Reita riu enquanto respondi que eles não tinham visto nada. Lógico que estava falando do meu irmão e do Kou. Será que eles vão chegar juntos como a gente? Essa eu quero ver! Do jeito que meu irmão é cheio de marra quando quer, duvido muito.
Yomi chegou e ficamos ali conversando até que o pátio inteiro se calou. Me virei e lá estavam os dois pombinhos juntos. Obrigado, Kami! Esse momento é meu!
Os três ali presentes queriam saber todos os detalhes desse romance então Reita e eu não medimos esforços de contar tudo que sabíamos. Claro que meu querido irmão ficou chateado, é da natureza dele ser assim meio ranzinza. Kou que lute para domar esse rapaz porque ninguém merece.
Fomos cada um para a sua sala e eu tinha algo a pensar. Não vi o Kai ainda e muito menos aquele marginal tatuado. Só espero que isso não signifique o que estou pensando porque aí teria que chamar meu melhor amigo de burro porque só uma pessoa assim pra aceitar ser feito de capacho por outra pessoa a troco de migalhas.
No intervalo, sai antes que o sinal tocasse. Eu queria resolver pessoalmente essa situação e não seria conversando e passando a mão na cabeça de ninguém.
Tudo bem que o Miyavi é mais alto que eu mas tenho um plano infalível. Esperei que saísse da sala, então fiz sinal para que me seguisse saindo da multidão de alunos.
Me virei de uma vez acertando em cheio sua intimidade e ele se abaixou arfante e foi a minha deixa para acertar em cheio um soco na sua cara vendo o filete de sangue escorrer da boca dele. Agarrei seus cabelos fazendo ele olhar pra mim, bem dentro dos meus olhos. Eu não falharia dessa vez.
– O que eu disse sobre se aproximar, heim? Você está querendo morrer, é? Se eu ver você chegando perto dele de novo eu juro que não vai ser só um murro que você vai levar não, tá me ouvindo? – cuspia as palavras enquanto ele me olhava atordoado. Tinha certeza que ele não esperava que eu fosse bater nele. Miyavi poderia ter se defendido e não fez. Isso não me importa agora pois ele sabe que está errado e que merece isso.
– S-sim – respondeu ele então o soltei e sai bufando de raiva indo para o refeitório. Minha mão doía muito devido a forma que usei para bater nele, mas valeu a pena. Ele nunca mais vai chegar perto do Kai. Meu melhor amigo não merece ser usado dessa forma.
Todos já estavam sentados na nossa mesa, inclusive Kai. Ele me olhou e deixou de sorrir percebendo que algo havia acontecido, tenho certeza que minha cara não estava das melhores.
– Onde você estava, Chibi? – perguntou Reita me cedendo espaço para me sentar ao seu lado.
– Dá pra parar de me chamar assim na frente dos outros, Reita? Que saco! – respondi bravo e ele recuou. O que de certo modo era bom porque eu não estava com paciência para lidar com ninguém e muito menos com seus chiliques amorosos.
– Ixii! Mal comecei e a criatura já está de tpm. Que falta de sorte – disse ele me deixando ainda mais irritado. Assim que me virei para brigar, ouvi a voz do Yomi que me fez parar.
– Meevs, o que foi com você? – perguntou o mais novo fazendo todos olharem na mesma direção, vendo Miyavi se sentar ao lado de Yomi.
– Nada, Yo-chan. Eu briguei mas já está tudo resolvido. Dessa vez eu mereci – respondeu tentando acalmar o mais jovem do grupo.
– Nossa, mas isso vai ficar feio depois. Quem quer que tenha acertado você assim desse jeito teve uma boa mira – disse Kamijo preocupado.
– Quem não se comporta como deveria, uma hora ou outra tem que pagar, né? – perguntei como quem não quer nada comendo um salgado. Todos olharam pra mim e Reita me repreendeu por ter dito isso mas não me importei – estou mentindo, agora? Miyavi não é nenhum santo, vocês deveriam saber já.
Kai olhava pra mim sério. Ele sabia muito bem o que tinha acontecido e com toda a certeza eu teria que ouvir os seus chiliques como “não se pode resolver nada dessa maneira” e tal, mas ele ganhar tapas nessa bunda branca dele pode, né? Kai é outro que não se valoriza. Preciso encontrar um namorado para ele logo.
– Diga pra gente quem foi que te bateu, Miyavi. A gente pode ajudar – disse Reita e cerrei os olhos já imaginando a resposta. Se ele contar que foi eu é capaz do Reita me jogar pra fora desse banco na frente de todo mundo. Aí do Miyavi se abrir essa boca dele!
– Não foi nada. Deixa pra lá, Reita. Não foi nada demais e não vai mais acontecer – respondeu ele e todos passaram a falar de outros assuntos o que para mim era ótimo.
– Kai-chan, você conhece o Hitsugi-senpai? – perguntou Yomi e eu passei a prestar atenção na história. Precisava saber onde isso ia dar.
– Sim, ele é da sua banda, não é? Ele tem uns piercings legais – respondeu Kai. Meu amigo e essa sua mania de ficar de olho em caras estranhos com pinta de marginal. Que gosto é esse, meu pai? – o que tem ele?
– Ah, ele estava me perguntando por Kai-chan no dia do baile. Ia até chamar pra conversar mas você sumiu depois da primeira dança – respondeu Yomi. Conversar com Kai? Mas isso tá bem interessante.
Olhei de relance e Miyavi prestava atenção também na conversa dos dois e pela cara que fazia não estava gostando nenhum pouco mas eu estava adorando. Por mim o Kai pode ficar com qualquer um menos com ele.
– Ahh, Yomi-chan! O Kai foi embora mais cedo da festa mas isso não quer dizer que ele não queira falar com o seu senpai, né Kai? No próximo intervalo você pode chamar ele pra sentar com a gente, assim vocês podem conversar. O que acha? – perguntei e Yomi ficou radiante com a possibilidade de chamar seu novo amigo para a nossa mesa.
Olhei para o Kai que parecia um morango de tão vermelho. É isso aí, Ruki! Hora de afastar aquele marginal do seu melhor amigo. Esse plano precisa dar certo. Preciso que esse rapaz se sente aqui na mesa para ter certeza de que é uma boa pessoa para sair com o Kai.
– É sério que eu posso? – perguntou Yomi e Kaya respondeu que todos podem chamar quem quiser. Nunca foi um grupo fechado, o que de certo modo era verdade.
Fomos para a sala e tínhamos mais três horários antes do próximo intervalo e eu estava ansioso por saber as intenções do Hitsugi. Será que ele era uma pessoa legal? Ele era mais velho que o Kai, mas se tivesse uma atitude legal e boas intenções, eu não veria problema na relação dos dois.
Eu nem sei o que ele quer com o Kai e já estou fanficando na minha cabeça. Como que pode? Tentei me concentrar na aula de literatura, o que deu certo e logo o sinal tocou.
Reita já estava me esperando do lado de fora da sala. Ele é bem chiclete quando quer, mas não estou reclamando. Eu queria ficar um tempo sozinho com ele, mas ao mesmo tempo estou com medo.
Ele é muito bom no que faz, é bastante carinhoso quando quer, mas ainda tenho medo de me machucar e não estou dizendo do meu coração não. Sinto que sexo pode doer e não sei se estou disposto agora a testar esse nível de dor.
– No que está pensando, Chibi? – perguntou ele e eu balancei a cabeça afastando meus pensamentos – não vai me dizer?
– Não é isso. Estava pensando no dia do baile – respondi como se não fosse nada mas ele me olhou e esboçou um sorriso bem malicioso.
– Hmmmm, é? A gente podia repetir de novo, né? – perguntou ele já me agarrando. Nossa, mas que garoto safado! A gente está quase no meio do pátio e ele nessa saliência toda pra cima de mim!
– Reita! Nós estamos no colégio. Dá pra parar de me apertar assim? As pessoas estão olhando – respondi saindo dos braços dele e andando rápido, antes que cometesse uma loucura e acabasse agarrando ele aqui mesmo.
Chegamos e lá estava o rapaz, o Hitsugi ao lado da nossa mesa, esperando. Pontual ele, não é? Isso tudo é vontade de falar com meu melhor amigo? Já estou começando a gostar dele. Ganhou um ponto na minha ficha de pretendentes para o Kai!
Todos chegamos praticamente juntos então não foi difícil nos acomodar. Sentei quase de frente para Kai e Hitsugi que estava ao seu lado. De propósito consegui fazer com que Miyavi ficasse na ponta, assim teria visão privilegiada de todos inclusive do meu mais novo casal.
Hora do show, rapazes!
– Então, Hitsugi não sabia que gostava de bateristas – disse o fazendo rir sem graça. Podia sentir o olhar do Reita me fuzilando mas não me importei continuando a provocação – saiba que ele é o líder da nossa banda então se a ideia for convencê-lo a tocar com vocês, eu lamento. Não vai rolar!
Kai estava com as bochechas rosadas e me encarava de um jeito, me pedindo para parar, mas é claro que fingi nem ver dando continuidade ao meu plano.
– Nós já temos um bom baterista, Ruki. Não que Kai não seja...não é isso. Eu só queria que a gente saísse pra conversar e sei lá, se conhecer. Ele sempre me pareceu bem legal.
– É porque você não viu as covinhas dele pessoalmente – respondeu Kou que estava abraçado ao Aoi desde que chegaram se acomodando no banco. Ele pegou o espírito da coisa. Isso aí, cunhado – ele sorrindo é a coisa mais fofa do mundo!
Kai olhou pra ele de um jeito tão engraçado fazendo o rosto todo ficar vermelho de vergonha e todos começaram a gargalhar. Kai só não é mais fofo que o Yomi com aquelas bochechinhas gordinhas que ele tem.
– Na verdade eu já presenciei esse acontecimento. Eu me encontro com o Ruka na sala de ensaios e sempre que posso fico vendo o Kai tocar. Ele é muito bom e toca sorrindo, o que fica tudo mais bonito ainda – respondeu Hitsugi de maneira doce e isso me deixou contente. Então quer dizer que ele já estava de olho no meu melhor amigo já tinha um tempo? Bom saber!
Kai olhou assustado para ele por saber que estava sendo observado e depois vi seu olhar ir de encontro com os do Miyavi. Ele estava com cara de poucos amigos, o que só me divertia.
– Bom saber que você acha meu melhor amigo bonito. É sinal de quem tem bom gosto – respondi feliz e não podia deixar claro a minha intenção sobre os dois – Sabia que ele está solteiríssimo?
– RUKI! – ele praticamente gritou e tampou a boca com as mãos me fazendo quase ter um ataque de risos – me desculpe. Por favor…não comente essas coisas.
– Kai-chan é tão fofinho, né Hitsugi-senpai? – perguntou Yomi. Esse menino é uma graça! Preciso me lembrar de levá-lo para passear um dia desses. Ele merece muitos doces por ser assim tão fofo.
– Muito fofo, Yomi-chan. Será que ele aceitaria tomar um sorvete comigo depois das aulas? – perguntou Hitsugi. Hmmm, então temos um encontro aqui? Isso é bom para os meus planos.
– Desculpa, Hitsugi-senpai. Não posso porque depois do colégio preciso trabalhar. Eu preciso ir para o restaurante – respondeu Kai. Mas que menino burro! Como que corta o clima desse jeito?
– Não me diga que você cozinha também? – perguntou Hitsugi surpreso.
– Sim, ele cozinha bem mas a especialidade dele é doces – respondi antes que o Kai desse bobeira mais uma vez – você podia fazer aquele mousse de vinho e convidar ele pra comer. Tenho certeza que ele vai adorar e vocês vão se divertir muito.
– Se você quiser, Hitsugi-senpai. Posso preparar para você experimentar – respondeu Kai sorrindo de lado e no mesmo instante Miyavi deu um murro na mesa assustando todos nós e saiu bufando.
Xeque mate!
Tentaram chamar ele mas sem sucesso. Ele nem olhou para trás. Então, agora o Kai tem um pretende a altura e o Miyavi agora terá que ficar longe dele. Tudo o que eu queria.
“Isso é o mesmo que um jogo que não tem fim
Idiotas apresentando murmúrios incompetentes
são detidos pela realidade,
acabem com a ignorância
dos que alinham ruídos irritantes
Antes que eu entre em decadência”
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