Steve agora estava morando sozinho em um pequeno apartamento em New York. Ele recusara a oferta de se juntar aos outros Vingadores no complexo de Stark e não tinha notícias de Nat e muito menos de Bucky a pelo menos uns três meses. Sentado ali naquele sofá tomando uma xícara de chá e ouvido a chuva que caia fraca la fora. O silêncio pairava pelo lugar, os dias pareciam tão longos e ele já estava ficando sem pistas do paradeiro de Bucky, isso o deixava aflito e sem rumo.
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Bucky estava em uma rotina de gato e rato. Sabia que Steve estava atrás dele, ele vinha o observando a meses de longe, cautelosamente e sem rastros. Até mesmo no hospital depois de tê-lo resgatado do Rio, mas não havia criado coragem de o confrontar, não ainda.
Em meio a esse tempo Bucky havia se lembrado de algumas coisas e isso o deixava ainda mais receoso.
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O tempo estava fechado armado para uma chuva daquelas. Era o início de uma noite de sexta-feira, Steve havia brigado em um beco atrás de um bar de novo. Bucky teve que arrastá-lo de volta para casa, o que o deixou com um extremo mal humor. Quantas vezes ele ainda teria que lidar com aquilo? Steve já não era mais criança, mas dava mais trabalho que uma dezena delas. Bucky o ajudou, com muito cuidado a se sentar no sofá ouvindo ele soltar um grunido de dor.
Então foi procurar por um daqueles kits de primeiros socorros, aqueceu um pouco de água, pegou algumas toalhas e foi até Steve que recostada sua cabeça sobre as costas do sofá de olhos fechados, com os braços reposados ao lado de seu corpo esguio.
A chuva caia forte lá fora. Não era possível ver direito através da janela. Bucky limpava e tratava cada uma de suas feridas sem lhe dirigir uma só palavra enquanto ele o analisava. Steve passou seus olhos por todo o rosto de Bucky, mas seus olhos azuis se recusavam a encarar o loiro de volta.
-Buck...
-Não. – disse ainda sem encará-lo.
-Bucky, eu sinto muito...
- Não, não sente.
- Eu sei que está chateado comigo, mas eu não pude evitar aquele cara ele.. – tentou se explicar mas Bucky não queria saber.
- Não Steve! Você não entende não é?! Eu estou cansado de ver você acabar consigo mesmo. E não, você não sente muito, porque na primeira oportunidade você vai correndo bringar de novo! Já parou pra pensar que um dia você vai se meter com alguém que pode te matar? – Bucky esbravejou, agora olhando Steve nos olhos, com tanta raiva que seu olhar cortava como faca. – Aposto que você não pensou nisso né? Nem toda coragem do mundo é o suficiente pra te manter vivo sabia?!
-Eu sei Buck, me desculpe. – respondeu cabisbaixo. Bucky juntou as coisas e se levantou dando as costas para Steve.
- Vai dormir Steve. – disse antes de se virar para ir até seu quarto.
Bucky estava com medo de ter sido muito duro com Steve, mas tudo o que ele havia dito era verdade. E se um dia ele não pudesse ajudá-lo? Isso o mataria também.
*
Já era mais de meia noite quando ouviu passos pela casa. Então a figura de Steve se fez presente encostada na batente de sua porta.
-Bucky... – chamou baixinho. – Não consigo dormir...
Bucky estava cansado e ele também não conseguia dormir, então simplesmente abriu espaço para que Steve se deita-se a seu lado, e ele o fez.
- Eu sinto muito por te dar tanto trabalho. – Bucky se vira para ele e o olha nos olhos. Mesmo com apenas a luz que passava pela janela era possível ver os ematomas em seu rosto. Então abaixou seu olhar pensativo. As vezes Bucky pensava que os machucados de Steve doíam mais nele do que no próprio Steve.
- Boa noite Steve.
- Boa noite Bucky.
*
E mais uma vez sob aquela chuva fraquinha estava Bucky, sentado na escada de incêndio ao lado da janela da sala de Steve, mesmo sem entender direito o porque. Era arriscado demais, mas era um risco que ele estava disposto a correr.
Então mesmo hesitate ele faz o que já devia ter feito. Respira fundo e dá duas batidas em sua janela, atraindo a atenção do loiro, que fica o olhando paralisado por alguns segundos antes de ir até a janela a abrindo.
- Oi Steve... – disse tão fraco que o loiro quase nem o ouviu. Sem dizer nada o loiro abre um sorriso o puxa para um abraço.
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