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História All of me - Capítulo 27 - História escrita por UenaMota - Spirit Fanfics e Histórias
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História All of me - Capítulo 27


Escrita por: UenaMota

Notas do Autor


Olá meus amores. Capítulo BIG para vocês, hoje é dia dos namorados ( ESTOU FOREVER ALONE) mas o capítulo está aí.
Presentinho para vocês. Muito amor <3

Capítulo 27 - Capítulo 27


Fanfic / Fanfiction All of me - Capítulo 27

Levantei super cedo, vida de mãe, arrumei as coisas do Thomas para seu primeiro dia de aula. Sei que vai ser um momento totalmente novo para ele, pois em Londres ele começou a ir pra creche quando tinha apenas cinco meses de vida. Hoje eu tinha muitas coisas para fazer, e ir pro estúdio era uma delas. Tomei banho e me arrumei, antes de separar as roupinhas do meu pequeno.

-Tommy. –Chamo baixo para não assustá-lo.

-IIIIIIH. –Ele não gosta de acordar cedo. Melhor, ele não gosta de ser acordado.

-Ihhhh. –Imito beijando sua barriga e ele ri.

-Meel. –Ele reclama apertando os olhinhos.

-Thomaaaaas. –Sopro a barriga e ele gargalha abrindo os olhos. –Bom dia amorzão. –Digo e ele me abraça. Amo tanto sus espontaneidade, como ele demostra seu carinho por essa mãe que não o merece.

-Mamii. –Ele chama.

-Vamos que hoje é dia de ir pra aula. Dia de conhecer novos amiguinhos. –Explico tirando sua roupa.

-Josh? –Perguntou. Esse era o nome do seu melhor amigo da escola.

-Não sei se tem um Josh lá meu amor.  –Ele faz uma cara pensativa.

Depois de tudo pronto, coloco as coisas na minha bolsa e vamos tomar café com a Luci.

-Bom dia Lulu. –Falo beijando sua cabeça.

-Bom amores. –Ela responde. –Que gato esse menino.

-Luluzinha. –Ele senta no colo dela e começa a comer suas frutas.

-Está mais calma? –Ela me pergunta.

-Acho que o pior já passou e eu estou viva. –Sorri forçado para ela.

-Ele falou demais. –Ela diz. –Ele te conheceu por um mês, ele não tinha o direito de te ofender. Você vacilou em questão ao Thomas, mas ele falar algumas coisas para você foi desnecessário.

-Ele falou o que eu precisava ouvir.

-Não. E você é exatamente a mãe que o Thomas merece. Ele é louco? Ele nunca te viu com o Thomas, não te viu trabalhar na gestação para que o Thomas tivesse uma vida boa. Ele não sabe as noites que você passou acordada com o Thomas doente. Fiquei puta com ele.  –Ela diz super séria.

-Ele não viu por que eu privei isso dele. –Dou de ombros.

-Não o defenda. Ele foi um babaca. E pela forma como ele disse, isso é dor de cotovelo reprimido. Idiota.

-Não sei. Quero ter paz agora. –Bebo meu suco.

-Se ele me olhar demais vou mandar ele ir a merda. Ele se achou O ofendido, O enganado. E você é a bruxa má da história. Ele nem sequer quis saber os seus motivos, os seus sentimentos. Vai ver ele acha que você não tem coração.

-Isso eu tenho certeza.

-Aquele babaca, imbecil, imaturo, moleque, filho da mãe. –Hoje ela acordou realmente chateada.

-Ihhh Lulu. Palavão. –Tomas a repreendeu.

-Desculpa Lulu amor. –Ela beija a cabeça dele. E vejo que seus olhos brilhando em lágrimas reprimidas.

-O que foi Lu? –Perguntei.

-Não aceito como ele falou com você. Ele poderia ter dito que você era uma mulher horrível, que o tratou como um cachorro. Mas falar de você como mãe? –Respirei fundo. –Sinceramente? Ele não te conhece nem um pouco. Não sabe a mulher guerreira que você é, a mãe maravilhosa. Ele não sabe da sua vida para te julgar, Mel. Você pode não ter chorado diante dele, mas eu senti as suas dores. E eu não admito que alguém fale assim novamente de você, sem saber o quanto você lutou na sua vida, os momentos que você perdeu. Espero que ele se arrependa, e muito, por tudo aquilo que ele te falou. –Limpo as lágrimas no meu rosto.

-Não sei Lu, não sei o que achar ainda. Mas obrigada. –A abraço.

-Não chola gente. –Meu menino pede nos olhando.

-Estamos felizes por que eu acordei ainda mais maravilhosa que ontem. –Lu diz e rimos.

-Vamos Tommy. Não podemos atrasar.

-Sabe onde é o estúdio né? –Luci me perguntou.

-Sim, sei. Acho que vou me atrasar um pouco. Vou levar umas flores para minha mãe. –Ela concorda. Hoje minha mãe completa sete anos desde a sua partida. E faz muito tempo desde que eu conseguir ir lá visita-la.

Caminhei com o Thomas pela calçada enquanto a brisa do mar soprava nossos cabelos. O Sol brilhava no alto e o dia estava tão lindo.

-Mami a praia. –Ele diz apontando alegremente para o mar.

-É meu amor, a praia. A mamãe vai te levar para dar seu primeiro mergulho em breve. –Sorri para ele.

-Podemos ir agola? –Já disse o quanto amo o sotaque do meu filho? E o quanto ele faz dos seus pequenos gestos, algo que eu o amo ainda mais, se for possível?

-Agora vamos para sua escolinha. –Chegamos a escola e entramos. Ele parecia animado, mas quando a professora veio até nós, ele me abraçou as pernas e colocou a cabeça entre elas. Me abaixei, ficando à sua altura e ele me abraçou forte. –O que foi? Não quer conhecer os seus amiguinhos? –Perguntei acariciando seu cabelo.

-Mamãe. –Disse manhoso. Eu sabia que seria difícil para ele, e consequentemente para mim. Meu coração estava apertado, mas eu sabia que iria acontecer isso e que é mais uma novidade na vida dele. Não precisa nem dizer o quanto chorei com ele tomando vacina né? E que no seu primeiro dia na creche, aos seus 5 meses de vida, eu fui para a faculdade em lágrimas e nem enxerguei o caminho.

-Meu amor, olha para a mamãe. –Disse e ele me encarou com seus pequeninos olhos amendoados.  –Você vai brincar, conhecer amiguinhos novos, cantar, aprender a escrever para escrever música com a mamãe.

-Cantá? –Ele pergunta.

-É. Você vai com a Tia Cassy para aula, e mais tarde diz pra mamãe como foi o seu dia?

-Vou mamãe. –Diz e eu me seguro pra não chorar.

-Vamos assistir filme mais tarde e comer um jantar delicioso. –Digo.

-Gostoso. –Sorri pra mim.

-O beijo da mamãe. –Ele me abraça forte e me dá um selinho. Arrumo seu cabelo antes dele segurar a mão da professora e ir em direção a sala. Respirei fundo e saí da escola pegando um taxi em direção ao cemitério.

No meio do caminho comprei suas flores preferidas, apesar de nunca ter sido presenteada, no entanto dizia-me o quão belas eram as hortênsias.

-Olha como são maravilhosas Anie. Delicadas e lindas, não sei qual é mais bela. –Disse empolgada enquanto passávamos em frente a uma floricultura.

Nunca havia lhe dado, mesmo querendo muito. Hoje levo para ela vários vasos de hortênsias e de todas as cores. Acho que ela vai gostar muito. Ando sobre o caminho de pedras, carrego nos braços as suas flores preferidas e vejo que já se passaram 7 anos desde a sua desencarnação. Naquele dia achei que não conseguiria sobreviver, a dor era algo inimaginável e eu clamava para que aquilo fosse um terrível pesadelo. Quando olhei para os lados, e aos 21 anos eu me encontrava sem ninguém, entrei em desespero. Sem falar nas noites em claro chorando, perguntando a Deus o motivo pelo qual ele me deixou sozinha num mundo tão cruel.

Paro em frente a sua lápide e leio rapidamente a sua escrita.

“Saudade é não saber. Não saber o que fazer com os dias que ficaram mais compridos, não saber como encontrar tarefas que lhe cessem o pensamento, não saber como frear as lágrimas diante de uma música, não saber como vencer a dor de um silêncio que nada preenche. “ Martha Medeiros

Estela Lopez Albuquerque

Mãe e filha amada

♡ 1960 ✟ 2009

Coloco as flores de lado e tiro da minha bolsa a flanela que havia comprado. Limpei toda a lapide e tirei as plantas daninhas que estavam ao redor. Estava tranquilo, sem nenhum barulho, e lá eu me sentia em paz.

-Trouxe suas flores favoritas mãe. –Arrumei em cores harmônicas. –Espero que goste. –Sorri com os olhos lacrimejantes. –Já fazem 7 anos sem você, e eu pensei que não superaria a sua perda. Superei mãe, mas minha vida com você teria sido muito melhor do que foi sem. Eu sei que esteve comigo todos esses anos, me protegendo de onde quer que estivesse, e sei que você sofreu comigo. Sinto tanto a sua falta minha mãe. E o meu coração está cheio de vontade de tê-la para abraçá-la, beijá-la e te dizer o quanto eu te amo.  –Sento-me em prantos. –Eu cresci um pouco mais a cada dia desde a sua partida, e o melhor momento foi me concedido há dois anos atrás, a senhora teria gostado do meu pequeno Thomas. E só Deus sabe o quanto queria que meu filho tivesse o privilégio de ter te conhecido, de acordar gritando pela Vovó dele. Mas sinto que vocês já se conhecessem já se amam.

Encosto minha cabeça no mármore.

-Consegui realizar o meu sonho, tenho um chefe maravilhoso, e eu estou muito feliz. –Sorri. –Claro que tem coisas que a senhora me encheria de bronca, mas sei que a senhora me entenderia. Principalmente os motivos que eu não falei do Thomas pro Peter. E vou confessar para a senhora Mãe, eu nunca gostei de um homem como eu gosto dele. Mas a forma como nos aproximamos não me permitiu sentir de verdade, e eu morri de medo daquele sentimento novo. E não conseguiria dizer adeus a ele, por isso fui embora. Achei simplesmente que seria fácil esquecê-lo. Aí veio a gestação, e eu fiquei com muito medo, medo de tudo, triste comigo por ter o usado, senti vergonha do que havia feito. E esconder o Thomas me pareceu a melhor coisa a ser feita. E eu me senti ainda pior quando o meu filho nasceu e eu não queria que ele não tivesse um pai como eu. Fui covarde, um pouco orgulhosa. E assumi as consequências do meu ato noite passada, e ele falava como se meu subconsciente estivesse me acusando de todas aquelas coisas. –Respiro fundo. –Será que realmente eu não sou a mãe que o Thomas merece ter? Será que eu consegui ser tão miserável assim? A ponto de não merecer o Thomas na minha vida? –Choro mais uma vez. – Eu amo tanto o meu filho, eu não sei o que seria da minha vida sem ele. Ele me mostrou um caminho que eu nunca havia enxergado. E o fato de acharem que eu não sou merecedora dele me faz perder o chão. –Choro mais um pouco. Respiro fundo para tentar me acalmar.

-Obrigada por tudo mãe, por me amar e por permanecer do nosso lado todos esses anos. Te amo demais. –Surro antes de fazer uma oração e sair do cemitério e ir para o estúdio.

 

α

Cheguei no estúdio no horário, e assim que entrei vi os meninos da banda do Peter fazendo bagunça.

-Meeel. –Gritaram ao me verem.

-Boa tarde meninos. –Digo sorrindo. Cobri meus olhos inchados do choro sob os óculos escuros.

-Estávamos sentindo a sua falta. –O Jamareo falou me abraçando.

-Sério? –Brinquei. Eles eram loucos porém muito legais. E  bem amigos do Peter.

-Muito, baixinha. –Phil disse se aproximando.

-Passamos um dia inteiro sem trabalhar. –Dway diz e vejo o Peter vindo na nossa direção, junto com a outro homem que eu não conheço e o Pete.

-Por que? –Pergunto sem entender onde eu me encaixava.

-Porque estávamos pensando onde você estava. –John diz.

-Pensávamos que você estivesse em New York. –Phred supõe.

-Vocês não trabalharam porque são preguiçosos. –Eles gargalharam. –Por que eu estaria em New York?

-Lá tem uma excelente faculdade de música. –John me faz entender. Boa suposição. Mente vazia morada do diabo.

-Eu estava na plateia, bem na frente do show de vocês em Londres. –Digo e ele resmungam alto.

-Eu sabia que tinha visto alguém conhecido. –Jay fala.

-Não foi a Melanie. –Phil me olha de lado. –Olha o tamanho dela. –Diz e eu tiro os óculos para encará-lo.

-Sim, Golias. –Cerro os olhos para ele que ri me abraçando um pouco mais.

-Já conhece o Eric? –Phil me apresenta ao homem que que não conhecia.

-Então você é a famosa Mel, que minhas irmãs não param de falar. –Ele se aproxima. Irmão do Peter?! Eu pensei que fossem só as meninas.

-Prazer em conhece-lo Eric. –O cumprimento. –Olá Pete. –Falo com o pai do Peter.

-Oi Mel. –Ele sorri afetivamente. Acho que ele sentiu que fiquei um pouco tensa. –E o bebe? –Ele me pergunta.

-É Mel. Cadê o Thomas? –Os meninos perguntam. Claro que eles já sabem do Thomas.

-Acabei de deixa-lo na escolinha. –Falei e olhei rapidamente pro Peter.

-Ele chorou? –Eric me perguntou.

-Não.

-Mas você sim. –Pete diz.

-Um pouquinho. –Dou de ombros.

 

*Bruno On*

Desde que a Melanie chegou que eu notei que ela estava um pouco calada. A senti um pouco envergonhada no meio dos caras e principalmente com o Eric e com o meu pai. Muito diferente da Melanie de três anos atrás, que falava pelos cotovelos e ria das palhaçadas dos caras. Durante a reunião ela permaneceu calada e falou somente quando foi pedido. Seus olhos estavam menos inchados, ela tinha chorado bastante, e era notável quando ela chegou.

Antes de ir conversar com ela ontem à noite, fui na casa da Jaime e conversei com ela sobre o Thomas. E como as outras estavam lá, resultou numa reunião familiar. Todos ficaram surpresos com a noticia, mas logo ficaram empolgados.

Eu fiquei muito puto com a Melanie, por ter me escondido o meu filho, por ter me privado de tantas coisas. E ontem eu falei tudo o que eu estava sentindo e ela me ouviu sem dizer absolutamente nada. Não rebateu qualquer coisa, longe da linguaruda e ousada que ela era. Ontem a noite bebi um monte antes de dormir.

A manhã passou rapidamente, fizemos um som, e conversei muito com o John. Um momento que eu fiquei bobo foi ver a Melanie assumindo a mesa de som. Ela fazia tudo, e o John pedia a opinião dela para tudo que ele tivesse alguma dúvida. Acho que a faculdade a fez muito bem.

-Estamos sentindo falta do Tommy Mel. –Um cara falou para ela que tirou os olhos do notebook.

-Ele está na escola. Está pensando que ele é você? –Luci, a amiga que estava na casa dela ontem a noite rebateu rindo.

-Vou leva-lo comigo qualquer dia. –John disse.

-Leva, pode levar. Luci riu.

-Quando Batman atacar de madrugada não aceitamos devoluções. –Melanie disse rindo.

-Batman? –Phil perguntou.

-É. Ele começa a andar pela casa a noite dizendo que o Batman. –Mel diz rindo. Lá está o seu sorriso. –Outro dia eu tive que falar alto para ele ir dormir. Vou ter que comprar o pijama dos carneirinhos agora.

-Ele é naturista. –A amiga diz rindo.

-Esse é dos meus. –Um cara ri alto.

-Ele sai correndo pelado pelo corredor. –Mel diz rindo. Sorri diante das artes do meu filho.

-É mal de família Melanie. –Meu pai diz e os caras riem. –Que horas ele saí da escolinha? –Meu irmão pergunta.

-Às 4. –Ela responde.

-Vamos almoçar? –John pergunta e todos nos direcionamos a um restaurante maravilhoso que tem aqui perto. Vejo a Melanie pegando sua bolsa e a espero sair para que possamos ter um momento a sós. Ela me olha rapidamente, e parece acuada. E não mordo Mel, só quando você pede.

-Não se preocupa Melanie, daqui há uns anos ele supera o naturismo. –Digo quando saímos pela porta. Ela me olha.

-Daqui há uns anos? –Ela pergunta arqueando as sobrancelhas.

-Depende. –Dou de ombros e ela sorri. –Eu não superei, mas é um mal de família.

-Bom saber.

-Como ele é? Tem o instinto Hernandez ou Lopez? –Pergunto.

-O que eu sei sobre os Hernandez se resume a você e as meninas. –Ela dá de ombros. –Mas o Thomas não tem nada de nós dois. A personalidade dele é diferente. Ele é mais tímido, calado, observador. Se ele chega num lugar que não conhece ninguém, ele fica na dele, fazendo o bico que você faz.

-O bico que eu faço? –Pergunto rindo.

-É. Ele é super carinhoso, sensível. A única coisa que vem de nós é gostar de música.

-Por que você escolheu o nome dele Thomas?

-Não sei, era um nome que eu gostava muito. E antes de descobrir o sexo eu já sabia que se fosse menino se chamaria Thomas.

-É um nome lindo. –Digo e ela sorri de lado. –Ele me chamou de papai.

-Ele sabe que você é o pai dele. –Ela me olha. Mas eu não sabia que era o pai dele.

-Podemos ir buscar ele juntos? –Pergunto. –Gostaria de passar um tempo com ele.

-Pode, sem problema. –Responde e é quando chegamos no restaurante. A farra estava completa.

 

*Mel On*

O almoço foi uma baderna, juntou os caras e deu muito barulho. Eu e a Luci éramos as únicas mulheres e não estávamos no clima para nos misturarmos. Eu estava querendo ficar na minha e a Luci ainda estava puta com o Peter. Por falar nele, me surpreendi com a aproximação dele para falar sobre o Thomas. Sinceramente? Poderíamos ter feito isso ontem a noite se ele não ficasse 1 hora gritando. Mas fiquei feliz por ele querer saber sobre o Thomas, e também pelo o Pete e Eric não me tratar mal por ter escondido nosso filho, talvez a família Hernandez esteja me esperando na casa dele para tirar satisfações. Agora a banda inteira, que já desconfiava graças ao rosto igual, que o Bruno é pai do Tommy. É bom mesmo que saibam por si só, não tenho clima para ficar de conversinha sobre isso.

Voltamos para o estúdio por volta das duas e quarenta da tarde. Não tínhamos nada para fazer lá, só iria colocar alguns de nossos instrumentos e poderíamos começar a produzir na manhã seguinte.

Estava finalizando meu notebook quando meu celular tocou. A Luci olhou na tela e me entregou o celular.

-É da escola do Tommy. –Me avisou.

-Alô?

-Senhora Lopez? –A mulher perguntou.

-É ela.

-Senhora, sou Cassy professora do Thomas.

-Aconteceu alguma coisa com ele? –Pergunto rapidamente.

-Não senhora, não se preocupe. –Respirei aliviada. –O Thomas está chorando muito. Ele conseguiu se enturmar no início, mas agora ele não quer brincar mais. E acho melhor que a Senhora venha busca-lo. –Escuto ao fundo um chorinho conhecido. –Ele foi muito bem no seu primeiro dia de aula, amanhã ele estará mais tranquilo em relação aos coleguinhas.

-Entendi. Posso falar com ele? –Peço.

-Claro Senhora. –Ela diz e logo em seguida um solucinho.

-Tommy?

-Mamãe. –Ele chora. –Me busca mãe. –Pede.

-Calma meu amor. A mamãe já vai te buscar tá? Não precisa chorar. –Enfio minhas coisas na bolsa.

-Tá mamãe. –Ele diz respirando fundo.

-Beijo mamãe te ama. –Digo.

-Te amo. Tau. –Diz e eu desligo.

-Vai chorar de novo? –Phil me pergunta.

-Não. –Dou de ombros e eles riem.

-Te levo. –Peter se voluntaria.

-Tá. –respondo.

-Te vejo em casa. –Luci me dá um beijo na bochecha.

-Tchau pessoal.

-Tchau Meeel. –Geral gritou e eu tive que olhar pra trás.

-Ela é minha. –Minha amiga disse fazendo cara feia para os caras.

-Possessiva. –Ouvi o Larry falar antes de sair em direção a garagem com o Peter.

-Onde é a escolinha? –Ele me pergunta saindo com o carro pela a avenida.

-Ela está  há duas quadras da minha casa. –Repondo.

-A do lado do parquinho? –Me pergunta.

-É.

O caminho inteiro permanecemos calados, mas eu vou confessar que eu fiquei apreciando seu perfume. Lembro-me da primeira vez que fui a casa dele, morrendo de sono, e dormi com a cabeça no seu ombro durante toda a viagem. Saudade daquela época. Hoje me sinto tão intimidada com sua presença, nem quero pensar em reencontrar as irmãs dele.

-Desde quando você dança tão bem? –Ele me pergunta me fazendo voltar a realidade.

-Eu fiz dança na faculdade. –Respondo.

-Grávida? –Ele me pergunta tirando os olhos rapidamente da estrada,

-Sim. Fiz aula de dança até o último mês de gestação. –Sorri só com a lembrança. Amava aquela fase. Sentia o Thomas mexer na minha barriga, se esticar todinho a procura de espaço.

-Uau. O Thomas nasceu grande? –Ele me pergunta.

-Ele nasceu com 3 quilos 569 gramas, e 42 centímetros.

-Quase 4 quilos. –Ele arregala os olhos.

-Eu não tive um barrigão, nem comi besteira. Tive poucos desejos, enjoos.

-Meu filho já chegou marcando território. –Ele ri e eu balaço a cabeça rindo dele. Pelo menos ele me faz rir, claro que quando não está em gritando. Ah, ainda espero o dicionário dos palavrões,  mas como estamos falando somente do Thomas, não posso fazer nenhum questionamento sobre ele. É pessoal demais, mesmo que a ofendida seja eu.

Ele estacionou, descemos do carro e caminhamos em direção a escola. Assim como em Londres, essa escola tinha algumas burocracias para entrar. Eu gostava muito da segurança que ela me dava.

-Mamii. –Meu bebezão correu para mim assim que me viu.

-Oi amorzão. –Beijo seu rostinho ainda molhado de choro. Ele me abraça e enfia a cabeça nos meus cabelos.

-Tommy. –Peter acaricia o cabelo dele.

-Hum? –Ele pergunta com a cabeça no mesmo lugar.

-Não vai falar oi pro papai? –Ele pergunta.

-Oi. –Meu menino emburrado responde.

-Até amanhã Tommy. –A professora diz e ele acena com a mão.

-Tau tia Cassy. –Ele diz a fazendo sorrir.

No caminho de casa, o Bruno pode ver o rostinho do Thomas e consequentemente o bico que estava em seu rosto.

-Esse é o bico genético? –Ele me perguntou e eu concordei fazendo-o rir alto.

                                                 

                                                    β

Estávamos em casa e eu deixei o Peter e o Thomas se conhecerem melhor. Estava super cansada, e meu corpo pedia cama. A Luci havia chegado e foi pro quarto descansar. Estava cochilando no sofá quando senti uns beijos no meu rosto.

-Mami. –Ele me chamou.

-Hum?

-Vamos assisti “Carro” –Ele segura minha mão e eu caminho até o quarto. O Peter está sentado, descalço e com um monte de carros espalhado pelo quarto. Ele não quer ser pai? Fica com o Batman que a mamãe precisa de dois anos de sono.

Deitei na cama e fingi que estava assistindo, mas o sono foi mais forte que eu.

-Tommy deixa a mamãe dormir. Vem pro papai. –Ouvi ao longe o Peter falar.

-Ihh. –O Tommy respondeu. –Mamãe assistir.

-Não. A mamãe está cansada, mais tarde assistimos com ela. Tá?

-Tá bom papai. –Ele respondeu todo carinhoso. –Boua noite mami. –Meu menino me beijou o rosto. –Te amo.

 

Senti algo nas minhas costas e abri os olhos gradativamente. A TV estava ligada e já era noite.

-Mc’Queen papai. –A pessoinha que estava nas minhas costas falava animada.

-Ele vai ganhar? –Ouvi o Peter perguntar. Logo senti um movimento na cama.

-Vai. –Nosso filho respondeu colocando os pés na minha bunda. Sorri e olhei pro relógio que marcava 18:30, caralho, dormir pra porra.

-Thomas eu não sou cama não. –Digo e ele ri sentando.

-Acorda Meeel. –Ele gritou pulando nas minhas costas.

-Estou acordada e não tem nada pra jantar. –Me viro e ele cai em cima do Peter que está esparramado na minha cama. Levantei e me estiquei toda. Olhei pro chão e lá estavam os carros. –Podem começar a arrumar a bagunça. –Digo.

-Você está na frente da TV. –Peter reclamou.

-Chega de assistir filme.  –Rebati e saí do quarto.

-Mel? –Luci me chamou.

-Hum? –Coloquei a cabeça no quarto dela.

-Tirou uma soneca boa hein? –Rimos. –Parecem que estão se gostando.

-É. Me livro desse peso. –Digo. –Vou fazer o jantar.

-Vamos pedir é melhor.

-Pede para a gente que eu vou preparar a do Thomas. –Saio em direção a cozinha. Me dou conta que o Peter não comeu nada desde a hora que chegamos, nem sei se água ele bebeu. Que bela anfitriã que eu sou. Voltei pro quarto e ele e o Thomas estavam esparramados na cama. Posso dizer que gostei na cena? Obrigada.  –Bruno vamos comer alguma coisa. – O chamo. –Vou preparar o jantar do Thomas. –Digo e eles me seguem na cozinha.

O Peter pega as coisas e prepara um sanduiche, eu fiz um pouco de sopa pro Thomas e coloquei bastante verdura. Não demorou para ficar pronto, e eu deixei que o Peter desse a sopa a ele.

-Mãaaaae. –Tommy me chamou na sala.

-Hum? –Perguntei levantando o queixo e o Peter riu baixinho.

-Gostoso. –Ele diz me fazendo sorri.

-Que bom. –Vou até ele e mordo sua bochecha.

-Aiii. –Ele reclama rindo. Meu celular tocou e eu me lembrei que ele estava na cozinha.

-Come tudo. –Digo para ele antes de sair, indo em direção ao meu celular. Era a Rafa. –Oi Rafa. –Atendo.

-Oi Melanie. –Uma voz masculina ecoou. - É o Gregory.

-Aconteceu alguma coisa com a Rafa? –Perguntei rapidamente. Esse homem nunca me ligou, só poderia ter acontecido algo.

-Não, está tudo bem com a Rafaelle. Eu queria falar com você. –Ele diz. Hein?

-Mas eu não tenho nada para falar com você. –Falo um pouco alto.

-Eu sou o seu pai Melanie. –Ele diz no mesmo tom que o meu.

-PAI? VOCÊ É O MEU PAI? ME POUPE GREGORY.

-É ERRADO QUE EU QUEIRA TER UM CONTATO COM A MINHA FILHA?

-SUA FILHA SE CHAMA RAFAELLE. –Grito ao telefone. Uma raiva me consome.

-Você também é minha filha.

-NÃO SOU SUA FILHA. NÃO FAÇO QUESTÃO DE UM SEGUNDO DA SUA ATENÇÃO. –Respiro fundo e vejo a Luci entrar na cozinha me olhando com preocupação. –Muito conveniente você se dizer meu pai 28 anos depois. Foda-se. Não preciso de você, de um cara medroso e egoísta. Tive a minha mãe e isso bastou para mim. Volte pro inferno de onde você saiu e me esqueça. –Desligo o celular com o corpo trêmulo. Fecho meus olhos com força, e tento regular minha respiração.

-Mamãe? –Meu filho chega na cozinha me olhando.

-Oi filho. Vai ficar com o papai? –Peço e ele continua me olhando, mas logo depois volta para o seu pai.

-Foi o Gregory? –Luci me pergunta entregando-me um copo com água.

-Acredita nisso? –Digo ironicamente bebendo minha água.

-O que ele disse? –Ela me pergunta e o celular começa a tocar novamente.

-Alô?

-VOCÊ MENTIU PARA MIM. –A Rafa gritava e chorava. –VOCÊ É FILHA DELE E NUNCA ME DISSE NADA MELANIE, VOCÊ MENTIU PARA MIM.

-Rafaelle deixa de grito. Eu nunca menti para você. –Eu digo super calma.

-COMO NÃO MELANIE? SE FINGIU MINHA AMIGA TODOS ESSES ANOS E É FILHA DO MEU PAI, COM A AMANTE DELE.

-CALA A BOCA RAFAELLE. VOCÊ NÃO SABE O QUE ESTÁ FALANDO. EU NUNCA MENTI PARA VOCÊ, O GREGORY NÃO É O MEU PAI. SE ESTÁ COM MEDO DELE TER OUTRA FILHA, FIQUE TRANQUILA, EU QUERO MAIS É QUE ELE VÁ PARA O INFERNO.

-AGORA NÃO É? VOCÊ FOI UMA PUTA EGOISTA. TODOS ESSES ANOS VOCÊ FREQUENTOU MINHA CASA.  FINGIU SER MINHA AMIGA, NÃO PENSOU EM NENHUM MOMENTO COMO EU ME SENTIRIA, COMO MINHA FAMILIA FICARIA DEPOIS DISSO TUDO. VOCÊ SÓ FEZ ISSO PORQUE NÃO SABE O QUE É TER UMA FAMILIA, SUA INSENSIVEL.

-CALA A BOCA RAFAELLE. ELE QUEM DEVERIA TER CONTADO A SUA FAMILA, NÃO EU. NUNCA CONVIVI COM ESSE HOMEM E NÃO FAÇO A MINIMA QUESTÃO. ELE NUNCA EXISTIU PARA MIM, E PARA QUE NÃO RESTE DUVIDA, EU O ODEIO. –Grito chorando.

-VOCÊ SÓ PENSOU EM VOCÊ E EM MAIS NINGUÉM. –Ela grita de volta.

-FODA-SE RAFAELLE... –Sito mais do que vejo a Luci tirando o celular das minhas mãos e me abraçou forte. Caralho.

-Calma, senta aí. –Ele mandou e eu coloquei as mãos nos olhos enquanto chorava de raiva.

 

*Bruno On*

Ouvi a Melanie gritando ao telefone, e com muita raiva. Logo em seguida ela começou a chorar, e o choro dela era algo doloroso de se ouvir.

-Mamãe. –Nosso filho começou a chorar e caminhar em direção a cozinha.

-Calma Tommy. A mamãe está bem. –O peguei no colo. Mas seus olhinhos ainda direcionavam para a cozinha.

-Minha vida nunca foi fácil, e sempre que eu acho que está dando certo algo de muito ruim acontece. Caralho, há exatamente 7 anos atrás eu perdia minha mãe, eu fiquei sozinha Luci, sozinha. Eu tinha 21 anos, não recebi nenhum abraço de consolo. Ninguém me ligou para dizer que ficaria tudo bem. Eu cresci sozinha e do meu jeito. Hoje as pessoas me jugarem é fácil, falar que sou egoísta. Caralho, eu não tive ninguém com quem me importar, só tinha a mim mesma. –Ela chorava copiosamente. –E quando eu fui embora, fui a procura de algo melhor, de ser uma pessoa diferente. Mas agora que voltei para LA, eu me sinto a pior pessoa do mundo. Foda-se o que Melanie sente, ela é uma vadia e pronto. O mundo desabou sobre a minha cabeça. A vontade que eu sinto é de desistir de tudo, de todos. O mundo não seria um lugar sem mim afinal.

-Cala a boca, você tem o seu filho. Pense nele, em mais ninguém. –A sua amiga a consolou.

Por isso ela estava tão triste hoje. Não era somente pelo fato do Thomas ter ido pra aula. Me sinto mal pelo o que eu disse para ela ontem, a forma como gritei com ela, eu estava puto por não saber do Thomas, mas não era para ser daquela forma. Não perguntei para ela os motivos para ela ter escondido o nosso filho. E ouvi-la chorar me faz sentir muito culpado.

A Melanie sempre foi uma mulher alegre, forte, independente e vê-la chorar é algo dolorosamente novo para mim.

-Vou pedir o nosso jantar. –Sua amiga lhe informa.

-Estou sem fome. Vou fazer as mamadeiras do Thomas. –Ouço sua voz rouca.

-Se acalma, e relaxa um pouco. Esses últimos dias foram difíceis para você. Qualquer coisa eu estarei aqui para você e pro Thomas. –Sua amiga parece chorar também.

Vejo a Luci sair da cozinha, ela limpa rapidamente os olhos e vem ao nosso encontro.

-A Lulu vai dormir tá Tommy? Dorme que a mami está com dor de cabeça tá? –Ela fala e o meu filho a encara.

-Tá Luluzinha. –Ele a abraça carinhosamente.

-Boa noite Bruno. –Diz e vai para o seu quarto.

-Mamãaae. –Deixo o Tommy no chão e ele corre para a cozinha. Pego o seu prato e levo para a cozinha. Paro na entrada quando encontro ele abraçando a mãe. –Está tliste mamãe? –Ele pergunta analisando o rosto dela. E quando uma lágrima desse por seu rosto ele a limpa rapidamente, e distribui beijos por todo o seu rosto.

-A mamãe está um pouquinho triste. Mas vais passar. –Ela diz e me olha. –Comeu tudinho. Que bom meu amor. –Ela sorri para ele.

-Sopinha papai. –Ri me olhando.

-Pra ficar forte meu filho. –O pego no colo e sentamos assistindo a Mel preparar as mamadeiras dele e logo em seguida coloca-las na sacola térmica.

-Vamos tomar um banho para dormir. –Ela o carrega e ele ri alto. Os sigo pro quarto e meu filho está gargalhando enquanto sua mãe tira sua roupa.

-Ihhh. –Ele reclama.

-Tomar banho moço. –Ela ri para ele.

-Banhoo papai. –Ele diz para mim. Estou completamente apaixonado por esse menino. Nos conhecemos à algumas horas, e eu já não consigo imaginar a minha vida sem ele. Nunca me vi pai, mas com o Thomas eu sinto que ser pai é algo natural e que eu amo ser.

-Mel não vai comer nada? –Pergunto para ela. Ela faz um bico e balança a cabeça negativamente. –Vou pedir pizza para nós. Dá banho no Thomas que eu vou pedir. Saio do quarto antes mesmo que ela se dê o trabalho de recusar a minha oferta. Era oito e dez da noite, e me dei conta que e as horas voaram. Peço a pizza no seu sabor favorito, e sorri ao lembrar das nossas brigas pelo sabor das pizzas. Assim que desligo recebo uma ligação da Jennyfer.

-Amor vamos nos ver hoje? –Pergunta animada.

-Hoje não Jenny. Estou na cada da Mel. –Digo.

-Onde? Na casa da sua Ex? Há essa hora?

-É. Estou com o meu filho. Vou para casa depois que ele dormir. Amanhã nos falamos. –Desligo a chamada e logo em seguida o celular.

Não gosto da cobrança da Jenny, às vezes ela conseguia ser insuportável e eu tinha que concordar com as minhas irmãs. As outras vezes ela era gostosa e estávamos transando como loucos. Eu preferia algo mais solto, eu precisava respirar, sem cobranças, seria algo como o que eu vivia com a Mel.

Mas com a Mel não rolou sentimento por parte dela, ou rolou?

*Mel On*

 

Vesti o Thomas com seu famoso pijama e o deixei com o Peter. Tomei uma ducha gelada e foi o que me fez relaxar um pouco mais. Sinceramente? Eu precisava dormir e recomeçar amanhã, como sempre. Minha vida se resumia em guerras e recomeços.

-Mami chegou. –Meu filho chegou saltitante no quarto.

-Chegou o que? –Coloquei uma blusa grande por cima da minha cueca feminina.

-Pit.. –Ele se atrapalhou para falar.

-Pizza? –Perguntei saindo com ele pelo corredor.

-É. –Ele correu para a sala. Abri a porta do quarto da Luci e ela dormia. Cheguei na sala e o Peter já me esperava para comer, colocou nossos copos com refrigerante no centro de mesa. Quando me viu ele me fez sentir-me nua diante dele. Ele deu uma olhada nas minhas pernas e foi subindo até o meu rosto, eu apenas sorri e arqueei a sobrancelha. E o safado riu.

Me sentei no carpete e comemos a pizza, que por sinal, não me passou despercebido que ele havia pedido a minha favorita. Não conversamos e apenas observamos o Tommy brincando e sorrindo. O Tommy já estava caindo pelas beiradas quando terminamos de comer, levei os copos para a cozinha quando eu o senti atrás de mim.

-Posso te dar um abraço? –Ele me perguntou. Assenti e ele me envolveu no calor de seus braços. Acho que ele está com pena de mim, pobre Melanie, mas acho que minha vida ainda não me faz ser digna de pena. Eu acho né?! Sinto seu cheiro e descanso meu rosto na curva do seu pescoço. Eu senti tanta a falta dele, de estar assim. O abraçar, sentir seu corpo ao meu. –Me desculpa pelo que eu te disse ontem. Eu estava chateado pelo que você fez, e descontei toda a raiva em você. Não escutei o que você tinha a me dizer. Sinto muito Mel. –Ele sussurrou no meu ouvido.

-Relaxa. Eu te entendi, e compreendi cada palavra sua. Eu faria muito pior se fosse você. Eu tive os meus motivos, mas acho que nenhuma seria plausível para o que eu fiz. Eu quem te peço perdão. –Ele se afasta um pouco, mas nossos rostos estão a poucos metros. Sinto sua respiração no meu rosto, o olho nos olhos e ele se aproxima colando nossos lábios. De repente sinto-me uma adolescente. Meus lábios estão trêmulos e eu clamo por mais contato.

-Mãaaaaae. –Tommy chama e nos assusta. Peter me dá um selinho antes de se afastar.

-Vamos dormir. –Pego o Thomas no colo.

-Vou indo. –Peter anuncia. –Boa noite filho. –Ele beija o rostinho do Tommy.

-Tau papi. –Ele diz e esconde o rosto entre os meus seios.

-Boa noite Mel. –Ele me dá um beijo na bochecha. Mas sua mão está no meu joelho e isso não se faz comigo.

-Boa noite Peter e obrigada. –Digo e ele me dá uma piscadela antes de sair pela porta.

Vamos para o meu quarto e em pouco tempo o Thomas já estava dormindo. Me rendi ao sono, sem querer pensar no dia de hoje, que para mim foi simplesmente deletado.

 


Notas Finais


COMENTÁRIOS?
Volto em breve amores.
-U


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