Por que ele não pode me abraçar na rua? Ou me beijar na pista de dança? Eu queria que fosse assim. Porque não pode ser assim? Eu já sou dele...
Eu achei que depois daquilo nunca mais veria Thomas novamente..., mas depois de três dias ele volta para o Kennedy. Eu estou mal, eu estou bêbado... eu não posso ficar com ele de novo, eu não posso.
-Oi, Newt – ele diz no meu ouvido me fazendo arrepiar e perder um pouco da minha racionalidade
-Thomas...
-Posso falar com você?
-Não, você não pode falar com ele – Teresa diz irritada entrando no meio da conversa – por que você não vai embora e volta para o seu namorado?
-Na verdade, eu sou casado com ele – Thomas diz e vejo Teresa dar um tapa na cara dele com força
-Tess, pelo amor de Deus! – repreendo-a, ajudando Thomas a se reerguer – não precisava bater nele.
-Newt, vem comigo, você não está pensando direito.
-Eu estou bem, é sério – digo – Thomas, vai embora, por favor...
-Eu só preciso falar com você, babe, por favor
Penso por uns dois segundos para finalmente ceder ao que Thomas pedia.
-Tudo bem – digo e Teresa me olha com certa repreensão – você tem cinco minutos, vamos lá para cima.
Levo Thomas até o quarto que costumávamos dormir juntos. Até o quarto que eu tive o melhor sexo da minha vida.
-Fala logo – digo ríspido e levemente tonto por ter subido uma escada.
-Eu só vim pedir o seu perdão, Newt, você sabe que eu...
-Para, caralho! Para de dizer que me ama! VOCÊ. NÃO. ME AMA!
-Tudo bem! Eu só quero saber se estamos bem.
-É só isso que veio fazer? – pergunto, eu estava sendo grosso com ele, mas na verdade, eu estava louco para pular em seu pescoço e transar com ele ali mesmo
-Sim.
Respiro fundo antes de perguntar.
-Quando você o chama pelo nome, como quando faz comigo, o sentimento é o mesmo, Thomas?
-Newt, eu...
-Você o largaria se eu estivesse pronto para me comprometer?
-Eu...
-Você hesitaria. Você não sabe o que sente por mim. Na verdade, sabe. Você me vê como um objeto qualquer pra satisfazer os próprios desejos.
-Não é verdade, Newt...
-Nós dois sabemos, Thomas, nós temos um amor sem esperança...
Um silêncio se estabelece entre nós até eu quebra-lo:
-Eu preciso de um tempo, Thomas...
-Quanto tempo?
-Sei lá, Thomas! Como eu vou saber?
-Você pode me procurar?
-Eu não sei se quero fazer isso.
-Você sabe onde trabalho, pode ir lá quando quiser
-Tudo bem.
Então ele sai do quarto, me deixando sozinho ali. Deixo as lágrimas voltarem como uma cachoeira instalada nos meus olhos. Demoro uns cinco minutos para sair dali, e quando saio resolvo não trabalhar mais, eu não conseguia fazer isso agora...
Corro para fora da balada, nem sei para onde estou indo, eu só corro para qualquer direção sentindo o frio da noite atacar o meu corpo. Finalmente paro em cima de um viaduto, vendo os carros passarem por baixo de mim.
Nós ficamos atrás de portas fechadas... Toda vez que eu o vejo eu morro um pouco mais, momentos roubados que roubamos de volta assim que as cortinas caíram, mas nunca será o bastante.
É óbvio que ele foi feito para mim, cada pedaço de Thomas se encaixa perfeitamente em mim. Cada segundo, cada pensamento... estou entregue profundamente, mas nunca mais demonstrarei. Nós sabemos disto, temos um amor que é sem esperança. Porque você não pode me abraçar na rua, porque não posso te beijar na pista de dança. Eu gostaria que pudesse ser assim. Por que não podemos ser assim? Já que sou seu...
E ninguém sabe, mas estou apaixonado pelo amor de alguém. Eu não quero nos esconder, quero contar para o mundo sobre este amor que fazemos. Eu vivo por este dia, que chegará um dia. Por que não posso dizer que estou apaixonado? Quero gritar dos telhados que eu o amo! Eu gostaria que pudesse ser assim. Por que não podemos ser assim? Já que sou seu...
Enquanto ele me levava para casa, eu não pude conter as silenciosas lágrimas que caíram. Eu e ele temos que nos esconder do lado de fora. Onde eu não posso ser seu e você não pode ser meu. Mas eu sei disso, nós temos um amor sem lar.
Por que eu não posso te abraçar na rua? Por que eu não posso te beijar na pista de dança? Eu gostaria que pudesse ser assim. Por que não podemos ser assim? Eu já pertenço a ele. Por que eu não posso dizer que estou apaixonado? Eu quero gritar dos telhados. Eu gostaria que pudesse ser assim. Por que não podemos ser assim? Eu já pertenço a ele.
Eu não quero viver o amor deste jeito. Eu não quero ter que nos esconder. Eu me pergunto se isso ainda vai mudar. Estou vivendo por esse dia. Algum dia...
E talvez eu tenha que lutar por isso... não é mais segredo para ninguém os sentimentos que tenho por ele. Quem sabe se eu correr atrás eu posso tê-lo pra mim... eu poderei abraça-lo na rua, eu poderei beijá-lo na pista de dança, eu poderei gritar dos telhados que eu o amo...
Sento-me em um dos bancos que tinha na calçada perto do lugar onde estava momentos antes. Eu sei que ele sente algo por mim, senão não teria ido me procurar hoje. Talvez eu consiga convencê-lo de ficar comigo...
Ligo para Thomas e peço para ele me encontrar em casa, na minha casa, agora. Talvez eu esteja fazendo a maior burrice da minha vida, mas eu preciso tentar.
(...)
Thomas chega na minha casa poucos minutos depois de mim. Abro a porta e vejo seu rosto me fazendo morrer um pouco por dentro.
-Entra... – digo já com a voz embargada
-Desculpa, Newt, mas eu não tenho muito tempo – ele diz – você sabe... er...
-O seu marido está te esperando, eu sei – digo tentando parecer insensível, mas sem sucesso
-Sim, eu...
-Tudo bem.
Depois de alguns segundos Thomas pergunta:
-Então...?
-Thomas, eu gosto de você... talvez muito mais do que eu queria... eu só queria que você pudesse me abraçar na rua, que pudesse me beijar em qualquer lugar. Eu queria que pudéssemos ser um daqueles casais de elite, eu quero dizer a todos que estou apaixonado... que eu estou apaixonado por o amor de outra pessoa...
-Newt, eu... é... eu não sei o que te dizer...
-Me diga a verdade, Thomas.
-Eu o amo... eu não... eu não posso ficar com você.
-Então por que fez isso comigo?! – me irrito com a sua cara de pau
-Eu estava irritado com Minho...
-Me poupe, Thomas! Você me usou da pior forma possível! Fez eu me apaixonar por você sendo que você é casado com outra pessoa!
-Foi você quem foi falar comigo primeiro!
-Sim! E você poderia ter me dito que era casado!
-Se eu te falasse você não iria querer me ver de novo!
-EXATAMENTE!
-Newt...
-Quer saber? Vai embora...
Tento fechar a porta na sua cara, mas ele a segura.
-Deixa eu me explicar, Newt...
-Só sai, Thomas!
Thomas empurra a porta e entra dentro da minha casa. Ele me segura pela cintura, seu rosto perto demais do meu. As lágrimas saem livremente depois disso.
-Me solta...
-Newt, eu te amo!
-ME SOLTA! – grito tentando o empurrar.
-TUDO BEM! – ele solta o meu corpo e eu me afasto dele
-Vai embora, de preferência da minha vida.
-Eu já vou... Mas eu vou deixar o meu coração na porta, Newt...
-O que quer dizer?
-Eu queria que a gente tivesse uma última noite, não de sexo, eu só quero sair com você pela última vez...
-Como você é egoísta, Thomas...
-Eu não quero que se lembre de mim dessa forma! Isso é tudo que eu te peço.
-Eu nunca vou passar nem mais um segundo com você, VAI EMBORA!
-Você tem o meu número...
Thomas sai do meu apartamento e eu fecho a porta com toda a força que eu tinha e encosto meu corpo sobre a madeira maciça. Escorrego por ela até estar sentado chorando no meu apartamento que nunca pareceu tão vazio.
-Me procura quando puder – Thomas diz do outro lado da porta, algo me diz que ele estava sentado da mesma forma que eu.
-Eu não vou. – digo baixinho, acho que nem ele escutou.
Thomas deve ter ido embora depois de uns 3 minutos, me deixando finalmente sozinho...
-Newt? – era a voz de Henry dessa vez – você está bem?
Me levanto do chão e abro a porta e em poucos segundos tomo o corpo do meu amigo para mim num abraço forte.
-O que aconteceu?
Aperto seu corpo com mais força contra o meu.
-Acontece que eu amo o amor de outra pessoa...
Por que eu não posso te abraçar na rua? Por que eu não posso te beijar na pista de dança? Eu gostaria que pudesse ser assim. Por que não podemos ser assim? Eu já sou dele. Por que eu não posso dizer que estou apaixonado? Eu quero gritar dos telhados. Eu gostaria que pudesse ser assim. Por que não podemos ser assim? Eu já pertenço a ele. Eu queria que pudesse ser assim.
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