PRÓLOGO: Livres para Amar | NARRAÇÃO: Park Jimin
#ALOHAJIKOOKS #OHANAPARAJIMIN
Eu não deveria me sentir tão vazio depois de comer tanto no jantar, sendo quase que em desespero como um animal selvagem. Mas esse vazio não era de modo algum falando sobre meu estômago e tampouco tristeza, eu me sentia leve. Inexplicavelmente leve, livre de tudo aquilo que por muito tempo me pesou sobre as costas.
Suspirei quando a brisa e o cheirinho da maré atingiu meu rosto, de uma forma singela. A imensidão de água agora refletia a lua, cheia de sua graça, as águas se mexiam num modo calmo, em todo seu ser uma estampa pontilhada com belas estrelas reluzia.
Como era gostoso ter exatamente a mesma rotina, tantos anos depois nada havia mudado. Sempre depois do jantar, eu me retirava para os fundos da pensão, e ao lado do meu querido Elvis apreciava a melodia da noite, observando com ternura o horizonte, limitado pela visão de contraste da escuridão.
— Você deveria se sentar. Trabalhou muito hoje.
— Como sabia que eu estava aqui? — Jungkook questionou, sua voz em tom risonho. Calmamente ele veio até meu encontro, sentou ao meu lado na areia e, de praxe, entrelaçou nossos dedos.
— Você faz isso todos os dias há muitos anos, bobão. — Sorri, descansando minha cabeça sobre o ombro do meu Jungkookie. — Gosto de como você sempre vem me esquentar em todas as noites enquanto as estrelas estão sobre nós.
Eu o sinto sorrir quando deposita com ternura um beijo sobre minha testa, demonstrando consentir com meu comentário anterior.
— Ji, você esteve tão quieto hoje — anuiu Jungkook, pouco tempo depois. Demonstrando preocupação ele me apertou um pouco mais e estive mais colado ao seu corpo. Continuou depois do meu silêncio: — Aconteceu algo, amor? Você normalmente está sempre tagarelando, mas hoje só comeu quietinho a sua refeição.
Não ponderei ao contar sobre o que pensava. Eu e Jungkook, depois de tantos anos, temos uma intimidade imensa. Sei o quanto posso confiar nele até mesmo para atravessar um precipício de uma ponta à outra sobre uma corda.
— Sinto que esqueceram de mim. — Fui direto. Minhas palavras saíram cortadas pelo choro preso em minha garganta, um choro que não era de tristeza.
Jungkook não disse nada, mas sua feição não deixou de ser preocupada. Quando afrouxou seu aperto em meu corpo com cautela sua mão pousou em minha nuca, onde abaixou um pouco a gola da camisa que eu vestia.
— Sua marca...
— Ela sumiu — contestei —, foi na noite passada, quando eu acordei assustado — confessei, um pouco acanhado. — Quis esperar um pouco para te contar, esperei a certeza vir.
— Como se sente, meu amor? Está machucado em algum lugar? — Segurando meu rosto entre as palmas, ele me olhou por todos os lugares, procurando em mim algum machucado visível. Sua preocupação faz com que as primeiras lágrimas caíssem sobre suas mãos.
Sim, eu chorei tudo o que tinha para chorar, com um sorriso imenso bem estampado em meu rosto.
— Eu estarei sempre com você. Sabe o quanto te amo, e que faria tudo o que fiz mil vezes se isso te fizesse sorrir como todos os dias [...]
As palavras de conforto vindas de Jungkook eram como um remédio capaz de curar todas as minhas feridas. Eu sabia que com ele eu estaria mais seguro que nunca.
— Me sinto livre para viver todos os dias da minha vida ao seu lado.
— Então se prepare para ser o meu Jeon Jimin, e, saiba que eu não tenho planos de ficar nem ao menos dois segundos longe de você. — Jungkook me puxou para seu colo e nós caímos deitados sobre a areia, rindo até que a necessidade de um beijo viesse quando nos inundamos no olhar de conforto um do outro.
Nossos lábios se encostaram em um selar cheio de afeto e cumplicidade. Um pouco diferente das outras vezes, agora nossa rotina teria uma mudança significativa, quando, a partir daquele instante nosso amor se tornou marcado em nossos corações de outra forma bem mais calorosa e tão gostosa de sentir.
— Papais?
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