Lucius estava extremamente consentrado nos papéis a sua frente, ele precisava de uma brecha, mínima que fosse para poder quebrar o contrato, sua cabeça já estava começando a doer de tanto que lia e relia aqueles papéis.
— O que tanto procura nesses papéis? — Severus se aproximou do Malfoy.
— Leia isto para mim, tente encontrar alguma coisa que possa quebrar esse contrato. — Lucius pediu se levantando dando o lugar a para o amigo.
— Que contrato é este? — Snape questionou se sentando e pegando os papeis.
— Meu contrato de casamento com Nascisa Black. — Explicou recebendo um olhar surpreso de Severus.
— Está querendo anular o contrato? Pelo Peverell? — Snape questionou enquanto lia cuidadosamente cada palavra escrita.
— Não é da sua conta Severus.
— Deveria ser, já que estou ajudando você — Os olhos negros do garoto pararam em uma cláusula específica.
— Certo, sim é por causa de Harry, e porque não quero estar preso a alguém. — Lucius suspirou, ele sempre odiou aquilo, mas nunca havia parado para realmente pensar sobre.
— Há uma maneira. — Severus disse após reler três vezes a mesma cláusula. — Você ou Narcisa precisariam de um filho fora do casamento, antes ou depois de cumprirem o contrato, isto é, se a outra parte envolvida, no caso você ou a Black, quiserem a anulação do contrato e do casamento.
— Merda. — Lucius proferiu ele também já havia lido aquela cláusula centenas de vezes e acreditava que Severus pudesse achar alguma outra brecha, mas ele sabia que a mulher com quem se casaria jamais iria contra o pai, e Cygnus não seria um homem que se importaria que o futuro marido de sua filha tivesse um filho fora do casamento.
— Já pensou sobre isso, certo? — Severus questionou recebendo um aceno positivo do Malfoy. — Acredito que Harry não possa engravidar e Cygnus Black é tão insano que estaria pouco se fodendo para isso, sua única opção é que Narcisa engravide, coisa que eu acho que não irá acontecer.
Lucius suspirou, parecia impossível quebrar aquele maldito contrato, e ele não sairia por aí engravidando alunas com a esperança de que seu contrato de casamento fosse anulado.
— Eu já vou, seu namorado pediu minha ajuda em poções.
— Fiquei surpreso quando aceitou. — Lucius encarou Severus enquanto este pegava sua mochila.
— Ele me avisou sobre a pegadinha dos quatro idiotas, estava em dívida com ele. — Severus esclareceu.
— Você sabe porque não ajudamos você, enquanto for amigo daquela sangue ruim, não espere ajuda dos Sonserinos.
— Não espero, e nem preciso. — Severus foi claro em suas palavras enquanto deixava o quarto que dividia com os Sonserinos.
Harry estava sentado em uma das poltronas confortáveis perto da janela da grande biblioteca de Hogwarts, seus olhos estavam voltados para um livro de contos sobre os fundadores de Hogwarts.
Severus não pode deixar de notar o quão bonito o rapaz parecia ser enquanto era iluminado pelo sol do fim de tarde que entrava pela janela.
— Peverell. — Snape chamou pelo garoto enquanto se aproxima e se sentava a sua frente.
— Harry... Você pode me chamar de Harry, não precisamos de tantas formalidades.
"Encantador" foi o que sapassou na mente de Severus ao ver o garoto sorrir tão docemente para si, pela segunda vez em sua vida Snape sentiu seu coração bater rápido e forte em seu peito como um grande tambor.
— Vamos... Vamos começar com o estudo básico, depois vamos ao laboratório, Slughorn me deixa usá-lo depois das aulas. — Severus engoliu em seco tentando ao máximo não encarar as orbes verdes de Harry.
— Sim senhor. — Harry sorriu percebendo que Severus mesmo com quinze anos tinha o mesmo ar do professor de poções Severus Snape.
...
Draco adentrou furtivamente a sala de música após as aulas, o garoto de olhos azuis encarou o grande piano no centro da sala, ele se lembrava de como implorou por longos dois meses para que Lucius contratasse um professor particular para lhe ensinar, o que acabou a acarretando em draco aprendendo mais quatro instrumentos além do piano, sendo estes, violino, violão, violoncelo e arpa, Draco gostava de instrumentos de corda.
O garoto se sentou e levantou a tampa do tlecado, as teclas estavam em perfeito estado assim como todo o resto do piano.
Respirando fundo Draco deixou seus dedos dedilharem pelo instrumento e logo a sala silenciosa foi preenchida pelas melodias do piano, tocando a musica tão conhecida por si.
Niko neće džanum
(Ninguém irá curar)
Ni za živu glavu
(De maneira nenhuma)
Da mi leči ranu
(Minha dor)
Niko neće džanum
(Ninguém irá curar)
Dok tone veče, vraćam isti san
(Enquanto a noite cai, estou tendo o mesmo sonho)
Preda mnom svetac drži crni lan
(Um santo segura um cordão preto diante de mim)
U more, sure boje, zove me taj glas
(O mar, com cores sombrias, me chama)
Nemam ja sreće, nemam spas
(Não tenho sorte, não tenho salvação)
Niko neće džanum, niko neće moju bol
(Ninguém irá curar, ninguém ira aliviar minha dor)
Da ga suze ganu, da mu predam se
(Para comover por meio de lágrimas, para me entregar)
Niko neće džanum, niko neće moju bol
(Ninguém irá curar, ninguém irá aliviar minha dor)
Na mom jastuku, bez mira, sanjam zle
(No meu travesseiro, sem paz, sonho com coisas ruins)
Ni do zadnjeg leta, ni do kraja sveta
(Nem mesmo o último voo, nem mesmo o fim do mundo)
Sudbina je moja kleta
(Meu destino está amaldiçoado)
Ova duša nema dom, ova duša nema ton
(Essa alma não tem lar, essa alma não tem som)
Crne zore sveće gore, moje more
(Manhãs sombrias, meu mar)
Moje more, moje more
(Meu mar, meu mar)
Moje more, moje more
(Meu mar, meu mar)
Moje more, moje more
(Meu mar, meu mar)
Moje more, moje more
(Meu mar, meu mar)
Ni do zadnjeg leta, ni do kraja sveta
(Nem mesmo o último voo, nem mesmo o fim do mundo)
Sudbina je moja kleta
(Meu destino está amaldiçoado)
Moje more, moje more
(Meu mar, meu mar)
Moje more,
(Meu mar)
Niko neće džanum
(Ninguém ira curar)
Ni za živu glavu
(De maneira nenhuma)
Da mi leči ranu
(Minha dor)
Niko neće džanum
(Ninguém ira curar)
Um suspiro triste deixou os lábios de Draco assim que a última nota foi tocada, a dor era clara em cada parte da melodia, mas ele não deixou de sorrir, se lembrava da primeira vez que ouviu seu professor tocar aquela música, e toda vez que tocava se sentia como da primeira vez, como uma vazio tão grande que nada poderia preencher.
— Uau...
Draco se assustou e olhou para trás podendo ver um James de boca aberta encarando o loiro.
— Sorrateiro como uma cobra. — Draco riu ao ver a careta do Potter.
— Leões também são sorrateiros, caçadores natos. — James disse.
— Quem caça são as leoas — O Peverell se levantou sorrindo encarando o Potter. — Não devia espionar as pessoas James.
— Não estava espionando, estava... Apreciando — O Potter respondeu com seu sorriso presunçoso fazendo o loiro revirar os olhos. — Não sabia que tocava... e cantava.
— Tem muitas coisas que não sabe sobre mim,
Potter. — Draco fechou a tampa do teclado pronto para deixar a sala.
— Espera... Você bem que podia tocar mais um pouquinho né...? — James questionou como uma criança querendo um brinquedo novo.
— E o que eu ganho tocando para você Prongs? — Draco questionou usando pela primeira vez o apelido que havia escutado na noite passada.
James gostou, ele gostava de como soava na voz de Draco.
— Te conto um segredo meu — O Potter se aproximou notando pela primeira vez que os dois tinham quase a mesma altura.
Draco umideceu os lábios, era uma proposta aceitável já que ele gostaria de se aproximar mais de James, e do restante dos marotos.
— Tudo bem, pode escolher, sei tocar piano, violino, violoncelo e violão. — Draco apontou para a sala.
James nem ao menos fez questão de esconder o sorriso e correu direto para o violino, era o instrumento favorito de sua mãe, que viva escutando em casa.
— Toque para mim...
....
Harry estava quase terminando suas anotação quando levantou seu olhar para Severus que havia pegado no sono a alguns minutos.
Ele se surpreendia, Severus era calmo na hora de explicar, além de ser objetivo em tudo o que falava, diferente do Severus que conhecia, que era rígido e rancoroso.
— Severus? — O garoto chamou pelo agora professor particular, que apenas se mexeu em sua poltrona.
Sem muita escolha Harry se levantou e cutucou levemente o Snape para que este acordasse.
— Oh... — Severus limpou a garganta se ajeitandi direito na poltrona. — Desculpe, não dormi bem esse noite.
— Não se preocupe, mas acho que teremos que usar o laboratório amanhã, já está quase na hora do jantar. — Harry apontou para o lado de fora, a lua crescente brilhava forte.
— Certo, vamos voltar, talvez Lucius ache que eu sequestrei você — Ele brincou enquanto juntava suas coisas.
— Obrigado, Severus, por me ajudar — Harry sorriu encarando o moreno.
— Estou em dívida com você, consegui dar uma lição nos idiotas e já faz uma semana que eles não me enchem — Severus fez um carinho nos cabelos de Harry.
— Isso é bom — Harry sorriu aliviado. — Severus... Você já se apaixonou?
Snape encarou o garoto por alguns segundos totalmente surpreso.
— Você não devia falar dessas coisas com seu irmão? — Questionou Severus, afinal ele não era o maior entendedor do amor.
— Talvez... Mas acredito que nem Draco já tenha se apaixonado... Ou talvez sim — Harry deu de ombros. — Acontece que, ele não é a melhor opção agora, e eu aparentemente estou namorando Lucius Malfoy o que o descarta desta conversa... Então.
— Restou eu? — Questionou mesmo já sabendo a resposta que veio em forma de um aceno positivo. — Sim, eu já me apaixonei... Cabelos de fogo e olhos de esmeralda... — Severus não conseguiu conter o sorriso. — Mas não é algo correspondido... E eu não teria como competir com Potter nesse quesito.
— Por que não? Você é bonito a sua maneira... James pode ser charmoso e galanteador, mas você... É gentil, pode não perceber mas é doce e cuidadoso... Veja bem em nenhum momento você se irritou com as minhas perguntas, até mesmo riu do quão idiota algumas eram... — Harry corou ao se lembrar. — Eu poderia apostar minha fortuna que você seria um perfeito cavalheiro de alguma história de romance, onde a protagonista se apaixonaria perdidamente por seus olhos onix e por sua gentileza...
Severus estava tão surpreso com as falas de Harry que nem ao menos conseguiu regir, novamente seu coração estava batendo forte em seu peito e o sorriso nos lábios rosados do Peverell o aquecia como uma lareira no inverno.
— Um perfeito cavaleiro, sempre — Harry concluiu encarando Snape.
— Amanhã... As 17:00, esteja no laboratório — Severus saiu praticamente correndo deixando um Peverell sem saber se havia dito ou feito algo errado, mas Snape precisava ficar o mais longe possível do garoto.
...
Draco estava em frente ao grande salão esperando por Harry que a essa autura já estava atrasado para o jantar.
— Onde esteve esse tempo todo? — Questionou o loiro ao avistar o irmão.
— Severus estava me dando aulas de poções — Harry respondeu entrando junto ao loiro.
— Quer sentar com a gente, você vai poder conversar devidamente com eles dessa vez? — Questionou Draco vendo Harry sorrir alegremente enquanto concordava.
Os dois garotos seguiram juntos ate a mesa dos leões ignorando os olhares sobre si, afinal já estavam começando a se acostumar com a atenção que recebiam.
— Com licença — Draco empurrou James para lodo e se sentou tento com Harry se sentado ao seu lado.
— Bonito desse jeito achei que fosse mais educado. — James desdenhou brincando.
— Mas eu pedi licença, ah claro, esqueci que trasgos não falam inglês — Draco devolveu recebemdo risos de alguns. — Este é meu irmãozinho, Harry, Harry estes são meus amigos, Sirius Black, Remus Lupin e Peter Pettigrew.
— Ei! — James protestou. — Fui seu amigo primeiro.
— Está errado, este foi Remus, uma cabeça em meio a gnomos — Draco provocou encarando o Potter.
— Se deixar eles ficam o dia inteiro assim... Prazer em conhecê-lo Harry. — Remus sorriu docemente fazendo Harry se lembrar de quando conheceu o homem em seu terceiro ano.
— O prazer é meu. — Harry estava com um sorriso extremamente encantador nos lábios, mas quem estava encantado era ele, Remus tinha a mesma aura doce e gentil de quando o conheceu.
— Quer um bolinho? — Peter ofereceu com um sorriso.
Harry se lembrou imediatamente do homem asqueroso que ele podia se tornar no futuro, mas olhando aquele garoto de bochechas salientes e sorriso fácil, Harry se perguntava como aquilo havia acontecido.
— Obrigado. — O Peverell aceitou com um sorriso. — Já provou o bolinho de abóbora com chocolate do Halloween?
— É tão bom não é? — Peter compartilhou do mesmo sorriso em animação.
— Finalmente Peter achou um igual! — Sirius riu entregando um pedaço de chocolate para Remus.
— Não a nada melhor que alguns doces senhores — Harry brincou.
— Eu sou James Potter, sinto muito que tenha um irmão como Draco, os dias no inferno devem ser mais tranquilos. — James dizia com um falso pesar fazendo o garoto de olhos verdes rir abertamente.
— É com isso que eu tenho que lidar diariamente. — Draco lamentou revirando os olhos.
— Ainda não o vi reclamar. — James sorriu encarando o loiro.
— Claro que não, mas não sou eu que fico implorando para que você toque para mim como uma garotinha em busca de uma serenata. — Draco também sorriu pegando uma maçã verde em meio às inúmeras vermelhas.
— Ah qual é! Foi só uma, e nem era romântica. — James cruzou os braços como uma criança enquanto fazia bico.
— Jura? – Draco desdenhou rindo. — Não se preocupe eu perdoo você pelo seu mal gosto musical.
— Kiss é um clássico!
— Um clássico que não se deve tocar no violino!
— Por Merlin como eles aguentam? — Questionou Sirius encarando os dois.
— Talvez seja algum amor reprimido. — Comentou Peter dano mais atenção a sua comida do que a conversa paralela.
— Que?! – Os dois questionaram juntos.
— Não se preocupe Draco, ninguém aqui vai julgá-los — Sirius riu mas parou ao receber um tapa de Remus. — Você era mais gentil comigo.
Nenhum deles perdeu quando Harry começou a gargalhar, era tudo o que Draco queria, um pouco de leveza para o ex Potter, era um dos motivos de terem voltado 19 anos no passado.
— Obrigado — Draco sussurrou para James que o olhou com um sorriso nos lábios.
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