O sol pouco a pouco agraciava o dia com seus raios de luz, esses entravam lentamente pela enorme janela de vidro, iluminando o quarto que até então se encontrava escuro. Os corpos nus, presentes na cama mantinham-se cobertos pelo grosso edredom branco. O quarto cheirava a álcool e a sexo, as roupas espalhadas por todo o chão e a garrafa vazia de whisky jogada, evidenciavam tal cheiro.
Seus olhos pretos foram sendo despertos à medida que a claridade espalhava-se pelo quarto, Mikasa sentou-se na cama, sentindo as têmporas latejarem de dor. Droga! Não devia ter bebido tanto na noite passada. Ela soltou um suspiro ao notar Eren ao seu lado, vendo as costas nuas e másculas com marcas vermelhas de suas unhas, meneou a cabeça, soltando um sorriso convencido. Em seguida tentou levantar-se, conseguindo tal feito após a segunda tentativa. Silenciosamente procurou suas roupas espalhadas pelo chão, anotara mentalmente de que na próxima vez, iria retirar a sua roupa em um único local, concluíra tal pensamento ao encontrar o seu sutiã próximo à porta.
Quando ela acabou de colocar a blusa, pegou o par de botas nas mãos e lentamente fora saindo do quarto.
— Odeio quando você sai sem avisar, Doce. Você sabe. – A voz extremamente rouca de Eren soou, fazendo Mikasa fechar os olhos e suspirar. – Parece que está fugindo! – Ele concluiu e ela girou seu corpo, a fim de olhá-lo.
— Eu não quis te acordar, desculpe! – A cena de Eren sentado, de braços cruzados e a encarando, lhe fez tremer. – Além do mais, não estou fugindo.
— Sei... Então explique-me, pra que esta pressa?
— Eren... Tenho aula daqui a pouco! Eu preciso voltar para o apartamento, tomar um banho, ver se curo essa ressaca...
— Doce, você pode faltar à aula de hoje! – Mikasa caíra instantaneamente em uma gostosa gargalhada.
— Eu não vou cair na sua essa semana, bebê, sinto muito!
Ere de pronto lhe dedicou àquele sorriso sínico e lindo que arrepiava sua pele.
— Doce... Já é sexta-feira, você sabe que sextas-feiras são sempre a mesma enrolação.
— Eren, por favor! – Ela fez uma carinha de choro. – Minha cabeça está me matando. Juro que nunca mais você vai me convencer de beber durante a semana, eu juro!
— Não prometa o que você não vai cumprir! – Ele sorriu lateralmente. – E não fale como se eu te arrastasse, não é preciso muita coisa para te convencer!
— Há-há. Estou morrendo de rir! – Mikasa arqueou uma sobrancelha. – Eu já estou indo, bebezinho!
— Ao menos dê-me um beijo, sim? – Eren pediu e ela revirou os olhos e dirigiu-se até ele.
Segundos depois, Mikasa já estava de frente a ele e abaixou-se para lhe dar um leve beijo nos lábios, porém não contava que ele lhe agarrasse pela cintura e lhe puxasse para deitar em cima dele.
— Eu odeio realmente quando você não me acorda! – Ele repetiu, enquanto começava uma leve carícia nos cabelos dela.
— Não faço por mal...
— Eu sei, mas... – Ele suspirou. – Você realmente vai embora?
— Vou. Eu preciso ir. – Ele suspirou e ela tentou levantar-se, porém não conseguiu, as mãos de Eren não deixaram. – Você pode me soltar agora?
— Eu realmente preciso?
— Você realmente precisa!
— Mas assim está tão bom... – Ele sussurrou, abraçando-a um pouco mais forte.
— Eu vou me atrasar, bebê. Por favor... – Ela levantou a cabeça para olhá-lo, daquela forma que ele era incapaz de lhe negar alguma coisa.
— Você sabe que me ganha quando me olha assim, droga! – Ele suspirou, afrouxando o abraço.
— Eu sei! – Ela sorriu sapeca, saindo dos braços dele e levantando-se. – Você vai pra sua aula?
— Uma gatinha me cansou ontem à noite. Sem chances! – Mikasa soltou uma leve risada.
— Ok então. Me liga qualquer coisa! – Ela soltou um beijo no ar para ele.
— Pode deixar! – Ele piscou e ela finalmente pôde sair do quarto.
Eren e Mikasa cursavam Arquitetura e Direito, respectivamente, na Paradis University, e tinham um relacionamento próximo de amizade misturado com sexo casual, sem compromisso. Ele morava juntamente com Armin um amigo que fazia o mesmo curso, em um apartamento próximo a Universidade.
Assim que Mikasa cruzou a sala, deu de cara com Armin sentado no balcão da cozinha tomando uma enorme xícara de café.
— Bom dia, Armin!
— Oi Mikasa, bom dia. – Ele sorriu. – Aceita café?
— Não, obrigada. Estou atrasada. Bye.
— Está bem, tchau.
Mikasa finalmente tomou as ruas de Paradis, calçou suas botas, que até então estavam em suas mãos, ao notar o quão fria encontrava-se aquela manhã. Abraçou o próprio corpo a fim de se aquecer, havia esquecido seu casaco no quarto de Eren, ainda bem que o apartamento onde morava localizava-se há apenas duas quadras do apartamento de Eren.
Mikasa abriu a porta do apartamento ainda tremendo de frio. O lugar encontrava-se silencioso, ainda eram sete horas da manhã, com certeza as meninas ainda estavam dormindo. Ela dividia o flat com mais duas amigas, Sasha e Annie, a primeira cursava teatro e a segunda direito também. Mikasa correu para seu quarto, retirando sua roupa rapidamente e logo em seguida já estava embaixo do chuveiro. Demorara longos minutos sentindo a água quente molhar seu corpo inteiro, era relaxante, e aliviara bastante a sua dor de cabeça.
Assim que saiu do banho, ela tomou uma aspirina. Voltou para o quarto e trocou de roupa, indo em seguida para a cozinha, precisava de um café forte. Enquanto bebericava o líquido na xícara, Mikasa viajava em pensamentos, mais precisamente na noite anterior, deliciando-se nas lembranças das mãos de Eren lhe apertando, a voz rouca sussurrando palavras desconexas, o beijo delicioso e...
— MIKASA! – A voz de Sasha lhe gritou.
— Ai meus tímpanos, Sasha!
— É a quarta vez que te chamo. Eu hein! – Sasha deu de ombros – Com quem você estava na noite passada, mocinha?
— Advinha? – Mikasa arqueou a sobrancelha e Sasha apenas revirou os olhos.
— Eren.
— Exato. – Mikasa tomou um último gole de seu café. – Onde está Annie?
— Já deve ter saído. – Sasha falou e bocejou em seguida. – Eu acabei de acordar.
— Preguiçosa! – Sasha balançou a cabeça sorrindo. – Estou indo, então. Beijo, beijo. – Mikasa pegou sua bolsa que estava em cima do sofá e saiu.
Mikasa tomou novamente as ruas de Paradis, caminhou rapidamente até chegar a Universidade, que não era muito longe de onde morava.
Assim que estava em um dos enormes corredores do lugar, pegou seu celular e começou a digitar uma mensagem para Annie.
“Você está na sala?”, a resposta veio quase que imediatamente.
“Não. Estou na lanchonete!”
Mikasa fechou o celular e rapidamente dirigiu-se até a lanchonete, não demorara muito para encontrar sua amiga sentada a uma das mesas tomando um copo de suco.
— Bom dia senhorita ninfomaníaca! – Annie lhe olhara totalmente debochada quando Mikasa sentou-se a sua frente.
— Olha o respeito hein?
— Ah, vai dizer que não passou a noite com o seu namorado?
— Ele não é meu namorado, Annie. Quantas vezes mais vou ter que repetir?
— Tá... Seu amigo colorido, melhorou?
— Annie!
— Ok, ok. Seu amigo de sexo casual?
— Desisto de você! – Mikasa revirou os olhos.
— Mas então... Estava ou não estava com ele?
— Estava!
— Mikasa! É a segunda vez esta semana.
— Eu sei.
— Cuidado para não se apaixonar! Está ficando sério demais.
— Pare de falar bobagens, Annie, por favor. Sua cota de falar besteiras já estourou por esta manhã!
— A professora já está na sala! – uma das meninas que estudava com elas passou por ali e avisou.
— Então... Vamos lá?
— É não é? Vamos.
Ambas levantaram-se e saíram andando pelos corredores até a sala onde teriam a aula daquela manhã. Aula essa que passara lentamente para Mikasa. Sua cabeça ainda latejava um pouco, a aspirina tomada mais cedo não havia resolvido totalmente o problema. Quando as aulas daquela manhã finalmente deram-se por encerradas, ela quase saiu correndo da sala.
— Ei, me espere! – Annie chamou-lhe a atenção, colocando o caderno na bolsa. – Aonde vai com essa pressa toda? – o sorriso sugestivo da amiga fez com que Mikasa revirasse os olhos.
— Idiota. Eu estou com uma dor de cabeça absurda, quero dormir.
— Entendo, mas vamos para o mesmo lugar esqueceu? Ao menos me espere!
Mikasa respirou fundo.
— Tudo bem!
Ambas logo saíram da sala e Annie passou na biblioteca antes de irem embora. Não demoraram muito para finalmente chegarem ao flat. Mikasa passou diretamente para o seu quarto, nem tirou a roupa, apenas caiu na cama adormecendo instantaneamente.
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