Minha Vida é feita de tristezas, felicidades e ao mesmo tempo amor
Fernando Pessoa
Meu último dia de gravações enfim. Acordei tão tranquilo e em paz hoje, não sei se é a proximidade do retorno ao meu lar, rever meu filho matar saudades desse menino que estava enorme, ou a noite de sono tranquila que não tinha há séculos.
Eu acordei com um leve perfume próximo ao meu travesseiro e ao me virar percebi que dormi lendo pela centésima vez a carta que recebi, ela falava tanto ao meu coração, falou tanto que estou atrás de livros com poesias do Fernando Pessoa, não achei com facilidade, a maioria dos livros estavam em português, afinal era um poeta português, mas comprei um livro que chegará em casa na América. Pude concluir mais uma informação da receptora do coração, além de ser uma mulher jovem, tinha alguma intimidade com a língua portuguesa, o que era curioso, porque não conheço ninguém que fale português, pelo que pesquisei e ouvi em alguns vídeos do Youtube era uma língua difícil, mas muito musical, ouvir atores recitando Fernando Pessoa em vídeos e em português era encantador. Não entendia absolutamente nada, mas era uma língua agradável de ouvir. Bom, saindo do meu devaneio cai na realidade que estava atrasado para ir ao set de filmagem, banho rápido e logo já estava na maquiagem me preparando para gravar, vou confessar que estava absolutamente distraído e sem concentração o que dificultava e muito meu trabalho. Meus devaneios se resumiam em imaginar como seria a moça que recebeu o coração de Joanne. Será que bonita? Inteligente já conclui que sim, afinal não é qualquer um que gosta de poesia, jovem? Eu estava começando a fantasiar com ela, será que gostaria de mim se me conhecesse pessoalmente? Sei que não podemos nos encontrar antes de 5 anos, mas meu desejo era de pelo menos olhar para ela. Foco Adam, Foco. Repeti cenas algumas vezes, mas enfim consegui concluir meu trabalho. O pessoal da produção e o elenco resolveram sair para comemorar em um pub local, eu só queria comer algo e descansar, mas fui com o grupo para não ser o estraga prazer, comi algo, bebi um pouco, mas logo fui para o hotel, meu voo saia logo cedo e a viagem era muito longa e cansativa até a América.
Tomei um banho mais demorado, fiquei mergulhado na banheira por um tempo e obviamente tive devaneios com um corpo que era pura fantasia da minha mente, mas mesmo assim essa fantasia estava me excitando e me deixando com tesão, não ia recorrer a uma acompanhante a essa hora, então sem pensar duas vezes comecei a tocar meu pau até obter alivio momentâneo, pensando num corpo moreno com lábios carnudos, e uma bunda arrebitada de levar qualquer um a loucura, comecei a me tocar freneticamente até gozar em minha mão, aliviado, cansado e pensando que estava maluco em fantasiar com alguém que só existia em minha mente. E com esse alívio fui deitar e dormi imediatamente na cama macia do hotel.
Acordei com tempo sobrando até o horário do meu voo, arrumei minhas malas, encontrei o John para o café da manhã e tínhamos tempo para um bate papo, ele queria me atualizar como estão às coisas na América, quantos trabalhos ele havia agendado para mim (fotos, entrevistas, programas de TV) já estava cansado só de ouvir.
Não queria nada que ocupasse muito meu tempo, esse retorno me dedicaria mais ao meu filho e a mim por pelo menos 6 meses não me envolveria em grandes projetos que me tirassem de NY, mas John era sagaz e persuasivo.
- Adam, a indicação ao Oscar subiu o interesse dos produtores e diretores trabalharem com você nos projetos.
- Estou ciente disso, mas também sou um ser com necessidades e tenho uma família, meu filho espera por mim, espera por mais dedicação da minha parte.
- Parece que estou ouvindo a nova fonoaudióloga que contratamos para o Tom, irritante isso.
-Parece que estamos em sintonia para o que espero para o meu filho. Espero que essa doutora seja realmente boa como parece, afinal, serão muitas mudanças na minha casa, a começar pela presença dela no meu lar, espero no mínimo que seja boa no que faz.
- Olha Adam! E como é boa rsrsrs. John começou a dar uma risada irônica e maliciosa.
- O que você quer dizer por trás dessa ironia e malícia?
-Adam, essa mulher, essa doutora é incrivelmente gostosa e linda hahaha.
-John, como você é vulgar quando fala de mulheres, isso verdadeiramente não me interessa, eu preciso que ela seja eficiente no trabalho dela e só.
-Ah! Você é um puritano sem graça, mas depois de conhecê-la você não terá como não perceber a beleza dela, claro que em contrapartida ela é profissional demais para dar um simples sorriso para uma brincadeira que venha de mim, mas posso te garantir que vou quebrar o gelo da senhorita Iceberg.
- Você é meu amigo John, mas é um misógino de merda. E assim terminei meu café da manhã deixando John para trás.
Estava cansado, dormi pouco e tive sonhos que me despertaram, levantei algumas vezes, fumei demais, quase 1 maço em poucas horas, era um hábito horrível que estava difícil de abandonar. Eu estava ansioso, muito ansioso em voltar para casa.
Eu e John fomos para o aeroporto sem maiores problemas, um ou outro paparazzi que nada lucrou além de fotos banais, alguns fãs solicitando autógrafos, alguns curiosos que não tem coragem de chegar para pedir uma foto. Vida seguindo normalmente até aqui.
Voo será longo, algumas listas de Spotify, um livro no kindle sobre comunicação não violenta que eu não acabava nunca, e alguns filmes a bordo seriam meu entretenimento na ausência do cigarro por longas horas. Nunca me senti assim para voltar para casa, dessa vez tem algo me incomodando, meu coração acelerado me sentia um adolescente angustiado sem motivo algum, além da própria existência miserável. Cansei do livro, comecei a ver um filme, cansei e me perdi no meio do filme e resolvi parar. Recorri ao spotify e playlist aleatórias, até parar em uma banda que gosto muito Joy Division e essa música falava muito ao meu momento de angustia.
Love Will Tear Us Apart /O amor vai nos despedaçar
When routine bites hard and ambitions are low/ Quando a rotina é pesada e as ambições são pequenas
and resentment rides high but emotions won't grow/ E o ressentimento voa alto mas as emoções não crescem
And we're changing our ways/ E estamos mudando nossos caminhos
taking different roads/pegando estradas diferentes
Eu não sei o que vem a frente, mas a angustia está tirando do sério, sem cigarro estava difícil suportar esse voo. Me entreguei a música, ouvi outras bandas britânicas que gosto muito até conseguir pegar no sono.
Ouvi uma voz ao longe, conhecia essa voz, nesse espaço muito ensolarado que eu estava, sentia areia fofa em meus pés, o barulho de ondas quebrando, só poderia estar em um lugar; Hamptons, estava em nossa casa nos Hamptons. Como poderia estar ali. Olhei ao meu redor e não havia ninguém, comecei a andar em direção a minha casa, até perceber um pássaro branco em minha frente de certa forma me guiando. Segui aquela criatura magnifica e singela que me guiou até a varanda da minha casa.
Senti a brisa no rosto, o vento trazia paz, tranquilidade, quietude, e satisfação ao meu coração. Que sensação incrível! Há muito não sentia tamanha paz, olhei o horizonte do mar que parecia infinito se juntando com o céu, fechei os olhos para sentir a brisa, o Sol, o cheiro reconfortante da maresia, até sentir uma mão deslizando em meus ombros.
Assustei-me um pouco ao abrir os olhos e ver ali a imagem de Joanne, calma, serena, com seus lindos olhos olhado para mim com amor e carinho. Comecei a chorar, não acreditando no que meus olhos viam.
- Adam meu amor!
- Eu estou sonhando? Isso é fantasia da minha cabeça? É verdade?
- Não é porque é um sonho que não seja verdade, tudo é possível quando abrimos nossa mente para o desconhecido.
Nesse momento me ajoelhei chorando, queria dizer tanta coisa, demostrar o quanto eu senti e sinto saudades, mas só conseguia chorar.
- Me perdoe Joanne, me perdoe meu amor, foi minha culpa aquele acidente, sinto tanto por não ter sido eu a deixar o mundo, sinto tanto a sua falta, me perdoe.
Em pranto, me sentindo devastado e culpado eu sinto as mãos de Joanne no meu rosto, enxugando minhas lágrimas, me consolando e pronta para me dizer algo.
-Adam, meu amor, não se culpe por uma fatalidade, não carregue esse fardo tão pesado por mais tempo, não há o que se perdoar, porque não há mágoas ou tristezas da minha parte. Sempre te amei, e te amarei, mas não posso mais acompanhar sua tristeza e autodestruição, você precisa se perdoar, precisa ser mais gentil com você, e não pode deixar nosso filho sem sua presença. Eu preciso que você siga em frente, preciso saber que você ficará bem, que viverá e se permitirá viver uma vida plena novamente. Nós estamos em planos diferentes e eu estou plena e feliz, onde estou não há mais dor ou lágrimas, e preciso saber que ficará bem. Por mim, pelo nosso filho siga em frente. Chega de tristeza e dor.
- Não sei se consigo, só sinto dor e solidão, nada mais faz sentido.
-Adam, preciso que me prometa que será feliz, que tentará de tudo para seguir sua vida, pense em mim como boas lembranças, sinta saudades, mas não permita que vire melancolia, não permita que minha lembrança te arraste para a escuridão da alma. Me prometa!
- Sim, eu prometo que tentarei. Nesse momento nos abraçamos e observamos o mar, a brisa e como um sopro divino sinto um beijo suave de Joanne que se afasta de mim dando lugar aquele pássaro lindo voando no horizonte.
Acordei com a tripulação anunciando procedimentos de pouso em NY, me sentia calmo, aquela angustia deixou meu coração e fiquei com a certeza que havia sido muito mais que um sonho.
Pouso tranquilo, malas já conosco, John nos levou até o carro que estava nos esperando para enfim chegar em casa. John conseguia ser irritante quando queria, e começou a me bombardear loucamente com minha agenda para os próximos dias. Fiquei irritado e ao chegar em casa minha cabeça já estava doendo e me tirando do sério.
Ao chegar em casa ouço uma música animada muito alta, e me deparo com uma estranha dançando com Tom e April e com Ângelo a gargalhar. Aquela cena elevou minha raiva a potencia de 10, fiquei furioso deliguei a música com indelicadeza e abri minha boca para promover ofensas xenofóbicas.
-Onde vocês pensam que estão? No México de onde essa dai vem?? Apontei para a pessoa que nem conhecia, Fui rude, desprezível até, mas como essas pessoas se divertiam naquela casa na minha ausência. Sai em direção ao meu escritório sem nem perceber que não havia abraçado meu filho depois desse longo tempo longe.
Fui muito além da ignorância, fui muito além da minha rabugice, mas a raiva me dominava naquele momento e assim segui sem olhar para trás.
Obviamente, April veio atrás de mim abrindo a porta do meu escritório de forma abrupta, mas sem nenhum pingo de raiva ou fúria. Ela veio com aquele olhar de irmã que segurou as pontas da minha casa e do meu filho na minha ausência. Ela se sentou e ficou ali em silencio com olhar fixo em mim enquanto eu andava de um lado para o outro como um animal enjaulado.
- O que você está olhando?
Nada, além de você andar de um lado para o outro numa fúria sem sentido e inexplicável. Qual o sentido daquelas ofensas racistas e xenofóbicas que você vomitou na sala para uma pessoa que você não conhece, para uma das mentes mais brilhantes em linguagem infantil, uma doutora que aceitou cuidar do seu filho. Sem dizer que você chegou, criticou, interrompeu uma interação importante do seu filho e acima de tudo não falou oi para o Tom.
Quando April falou isso meu mundo caiu sobre minha cabeça, meu filho, o meu menino não havia recebido meu carinho depois de tanto tempo, porque estava com ciúmes da interação dele com uma estranha para mim.
- Adam, agora você voltará naquela sala, com sua melhor cara de arrependimento e irá se desculpar com a Dr Alice, não foi nada fácil convencê-la a aceitar essa situação nada comum em uma relação paciente-terapeuta. Você precisa ouvi-la falar sobre o Tom e como ele se desabrochou em tão pouco tempo com uma estranha e o quanto você precisa participar desse processo.
- Você está certa, eu não faço ideia porque fui tão rude. Ando uma confusão imensa.
- Então maninho já passou da hora de fazer terapia. Vem vamos para sala começar a turnê das desculpas.
Ao chegar na sala Tom estava sentado abraçado ao seu ursinho, Ângelo na cozinha preparando pipoca para meu pequeno e a Dr Alice não estava mais em minha sala, e posso desconfiar que nem em minha casa.
- Ângelo, onde está Alice? Perguntou a April.
-Provavelmente na casa dela, hoje é sábado e como combinado por vocês quando o pai estiver em casa aos finais de semana ela está liberada para ir para o apto dela. Duvido que ela retorne nessa casa depois do show do esquentadinho ai, mas pela relação com o pequeno talvez e muito talvez volte.
Enfim, cheguei perto do meu filho, ele se virou me abraçou me beijou e começou a chorar e dizer “Alice foi bora”. Meu Deus, como sou um completo imbecil.
April imediatamente ligou para essa bendita Alice, mas pelo que percebi ela não voltaria a pisar mais na minha casa, não chegaria mais perto de mim e o mais dramático não voltaria a tratar o Thomas.
- Bom, vamos dar tempo para Alice se acalmar, porque parece que você não é o único a ficar furioso.
- Ok April, entendi sou um imbecil.
Depois de todo o incidente, Tom se acalmou e me contou como estava com saudades e como foram seus dias, é impressionante como ele está falando melhor, interagindo melhor, dentro de suas limitações claro, mas era maravilhoso ver meu filho saindo do casulo. Ele comeu, coloquei ele para dormir, e enfim fui bater um papo com o Ângelo.
Ângelo é meu amigo de longa data, éramos amigos antes da fama, ele é um viajante, conhece o mundo e se formou em gastronomia no Le Cordon Bleu, precisávamos muito de alguém de confiança na casa e ele topou ser nosso chef e se tornou muito aliado a Joanne nos cuidados de todos nessa casa.
- Como está tudo por aqui meu amigo?
- Está tudo ótimo, tudo no lugar, porém a casa nunca esteve tão alegre e iluminada, principalmente para o Tom.
- Eu sei, fiz besteira, fui um asno sem limites, ofensivo e ogro.
-Eu juro que não te entendo meu amigo Adam. Você é a pessoa mais generosa e humana que conheço, claro que em contra partida tem esse temperamento difícil, mas o que passou pela sua cabeça ofender alguém daquela maneira? Principalmente alguém como Alice, um encanto, além de absolutamente inteligente. Imagine alguém que você não conhece que é maior que você chega gritando ofensas racistas, como você se sentiria?
- Meu Deus, será que não consigo fazer nada certo ultimamente?
- Não meu amigo, não seja tão duro com você, apenas peça desculpas sinceras para Alice quando ela voltar na segunda.
-Será que ela voltará?
-Ah! Ela volta, aquele menino tem uma relação muito intensa com ela, e isso ela não abrirá mão, Alice é tão teimosa e marrenta quanto você, a diferença que ela tem 1,53 quando ela fica brava é fofo rsrs.
- Ok, vamos torcer para que eu tenha oportunidade de me desculpar.
Fui tomar um banho e deitar, tudo foi muito intenso e não planejado. April foi para casa dela, prometendo voltar na segunda. Eu só queria descansar e passar o domingo com meu filho.
Passamos um domingo incrível, como estava com saudades do meu filho, passeamos pelo parque, afinal o dia estava lindo, brincamos, comemos, estava tudo completamente divertido até perceber a presença de um paparazzi. Resolvemos ir embora com moose carregando seu brinquedo e Tom no meu colo dormindo.
O resto do domingo me dediquei ao livro de Fernando Pessoa que havia chego em casa, estava exultante por ler algo desse poeta e novamente li a carta da AS.
John resolveu aparecer para falar sobre trabalho, o que não me agradou muito, mas não tive muita escolha, já teria uma entrevista em um programa de TV na manhã de segunda. Jantamos, conversamos e bebemos um vinho incrível que o Ângelo havia providenciado e estávamos nós 3 num bom bate papo. E assim encerramos o domingo, fui dormir cedo para ir para a entrevista logo pela manhã em um programa matinal.
Chegou à segunda, acordar o Tom foi minha primeira providência, afinal ele tinha voltado a frequentar a escola, ele levantou e da forma ritualística e sistemática, que uma pessoa afetada com espectro autista faz, ele começou a se trocar e pegar seu material. Descemos para o café da manhã incrível que o Ângelo havia preparado. Perguntei sobre a Alice, mas fui informado que pelas manhãs ela dá aulas na universidade de NY que só chegaria para o almoço. Ótimo, eu já estaria de volta, sem compromissos e poderia conversar com ela.
Levantar tão cedo para uma entrevista de TV era uma tortura, logo de manhã com cara de sono, maquiagem, perguntas e luzes de refletores na sua cara não é nada agradável, mas John insistia que era importante para meu retorno as telas e aos palcos, já que começaria os ensaios para uma peça também. Programa feito, compromisso cumprido. Vou almoçar em casa e talvez encontrar a Dr Alice.
Minha coragem estava mínima, pedir desculpas era humilhante, mas necessário. Fui para meu escritório ver minha agenda, dar uma entrevista por telefone a uma revista na Nova Zelândia.
De repente, entra no meu escritório alguém em fúria, interrompendo meu telefonema e parando na minha frente com braços dobrados e batendo o pé como uma mandona sem limites. Isso me deixou com raiva, mas precisava me controlar.
-Eu preciso falar sobre o plano de terapia com o Thomas, e tenho uma abordagem que preciso de sua autorização como genitor da criança. Como parece que você não entende outra linguagem além da do grito e da grosseria estou aqui para tentar fazer você americano xucro e ignorante a me ouvir.
-Quem você pensa que é para entrar assim no meu escritório, interromper uma ligação e me chamar de ignorante?
-Sou a Dr que tem mais PHDs do que você tem crises de raiva, que tem um QI elevado e pode ajudar seu filho a desenvolver o máximo de sua potencialidade e que não vai aceitar ser ofendida como uma imigrante ilegal limpando sua cozinha. Falarei com você somente o necessário pelo Tom, e não se dirija a mim se não sabe pedir desculpas ou ser um ser humano descente.
E assim aquela mulher saiu tão rápido quanto entrou. E eu fiquei com cara de paspalho, mas com uma sensação no ar: Eu conheço esse perfume.
E os dias se passaram, cruzávamos nos momentos das refeições. Fiz uma grande besteira de falar bom dia para ela em espanhol, coisa que ela gargalhou e disse em italiano para o Ângelo: Diz para o gigante ignorante que sou brasileira e no Brasil falamos português. Pegou as coisas dela e saiu par dar aulas, fui atrás, mas me deparei com algo que não esperava.
Algo caiu da bolsa dela e ela havia se abaixado para pegar embaixo do sofá, e ela estava com aquela bunda linda para cima tentando agarrar o objeto caído. Ela levantou, me olhou com desprezo, eu tentei pedir desculpas, mas ela me olhou e saiu sem responder absolutamente nada.
-Caramba Ângelo, não vou conseguir falar com essa Dr em paz? Um estalo me ocorreu, ela fala português, talvez tenha como me ajudar a escrever algo para a receptora do coração de Joanne.
Fui para o escritório novamente, já havia levado Tom para o colégio, e me peguei pensando o quanto essa diaba era bonita, pequena, brava, cheirosa e pelo jeito muito inteligente. Era sexta feira, ela não voltaria para minha casa e Tom ia para casa da avó materna. Essa noite iria fazer uma presença em uma inauguração de uma nova balada em Manhattan.
Levei Tom para a casa da avó para passar o final de semana, fazia algum tempo que não via minha sogra e minha cunhada, conversamos um pouco, tomamos um café e Tom já estava tranquilo em ficar com a avó e os primos.
John já estava em casa para me ir à inauguração comigo, ele jamais perderia um momento de diversão e bebida na faixa, e claro alguma conquista para a noite. Ângelo também iria comigo, afinal era meu amigo mais antigo e quem eu mais confiava, queria estar com ele nesse momento. Já pronto, com uma calça jeans escura, uma camiseta básica branca e uma jaqueta de couro estava pronto. E partimos para a inauguração. Fomos direto para a área VIP reservada para nós, muitas bebidas, muitas mulheres bonitas, muitos contatos e papos de trabalho, eu pequei um drink e me afastei para olhar a pista de cima onde estávamos.
Começou a tocar Rihanna: “We found love in a hopeless place/Encontramos amor em um lugar sem esperança. No centro da pista de dança havia um casal dançando de forma absolutamente sensual, os demais começaram se afastar e eu pude ver que era ela a Dr Alice, linda, com um vestido com as costas a mostra dançando de forma muito sensual e atraente. Ela olhou para cima e me viu e cantou “We found love in a hopeless place” eu me senti encantado, atraído, fascinado, mas da mesma forma o John também ficou fascinado. Já desceu para chamá-la para área onde estávamos, coisa que ela negou com a cabeça dando as costas para ele. Ângelo que já havia se tornado amigo de Alice, a viu na pista depois da investida de John e sem saber do que havia acontecido foi arrastar Alice para onde estávamos.
Ela veio nos dizer oi, ofereci uma bebida para ela e ela me ignorou e foi até o bar e pegou uma coca cola, conversou animadamente com Ângelo, começou outra música da Rihanna “what's my name” Alice começou a dançar e a chegar bem perto de mim, eu estava encostado em um banco alto, ela virou de costas, chegou a bunda e as costas bem próximo e começou a rebolar e na parte da música “Você vai acabar comigo, juro que você vai me fazer perder a cabeça” ela se virou e disse no meu ouvido: Desculpas não se compra. E saiu, voltando para a pista de dança. Minha cabeça girou, minha mente ferveu senti uma excitação absurda, mas não poderia sentir algo por alguém que era terapeuta do meu filho, mas depois de muito tempo senti meu coração bater diferente e novamente senti aquele perfume que não era estranho para mim.
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