- E então? – perguntei, já que elas simplesmente se olhavam, como se estivessem decidindo se contavam ou não para mim.
- Eh... É meio complicado, não sei se vai conseguir entender muito bem Lu-chan... - falou a Levy, com o objetivo de me enrolar, mas não vão conseguir não.
- Não duvide de minha capacidade mental Levy! Desembuchem logo!
- Ah!! Tá bom! Você ganhou! Eu vou contar! – Erza falou, aumentando um pouco a voz, o que devo admitir, me deu muito medo, mas não sou daquelas que mostram tudo o que sentem então minha expressão facial continuou a mesma.
- Podem começar.
- Tudo começou há um tempo. Vivíamos em um lugar onde tudo era possível, para ser mais exata vivíamos em Magnólia. – Erza começou animada, mas de repente me surgiu uma duvida e a interrompi.
- Onde fica isso? Lembro-me de ter estudado todo o mapa, mas nunca vi nenhuma magnólia.
- É exatamente ai que eu iria chegar se não tivessem me atrapalhado. – Erza praticamente me perfurou com os olhos.
- Senti a indireta, mas pode continuar.
- Era um lugar lindo, cheio de coisas maravilhosas, porém não ficava neste mundo. – eu iria interromper de novo, mas antes de abrir a boca, Erza já me mandou um olhar cortante e como eu prezo minha vida, fiquei calada.
- Ele existia em uma espécie de mundo paralelo a esse, porém éramos diferentes desse, possuíamos magia e outras criaturas que só existia por conta dela. Éramos felizes lá. Porém tudo veio a ruína quando descobrimos algo que foi destinado antes mesmo de nós nascermos e era algo que deixava uma de nós em perigo. Essa garotinha era a mais querida por todos nós, ela era cheia de vida, alegria e amor, era muito especial, mas um grande mal a queria e não podíamos deixar que isso acontecesse. Éramos muito pequenos ainda, não tínhamos noção da gravidade da situação, mas sabíamos que era ruim. Os pais dela acharam melhor fugir, como uma maneira de escondê-la disso para sempre. Tentamos de tudo para convencê-los do contrario, imploramos, choramos, mas eles não nos ouviram. Não queríamos nos separar dela, éramos amigos, uma família. Mas tudo aconteceu rápido demais. O mal veio à procura dela e seus pais fugiram. Mas eles não fugiram para um lugar em nosso mundo. Acharam melhor, a esconder em outro lugar, longe das vistas dele, um lugar em que ela não conhecesse a ninguém, e ninguém a conhecesse. Eles a trouxeram para cá.
“Tentamos manter contato, mas mesmo assim era impossível, algo sempre impedia-nos de vim para cá, assim como impedia as pessoas de irem para lá. Deduzimos que algo, ou alguém fechou o portal que conectava os dois mundos. Assim que ela se foi, as coisas começaram a piorar rapidamente, tudo que antes era alegria, se transformou em tristeza e a magnólia de nosso tempo já não existia mais. Descobrimos algo durante uma de nossas missões, era uma pequena abertura do portal, que começou a existir provavelmente por conta do passar do tempo. Ainda tínhamos esperanças de que ela estava viva, então mais do que depressa passamos por ela. E aqui estamos nós.”
- Espera um pouco! Acha que vou conseguir acreditar em tudo isso? É impossível! Não pode acontecer! E mesmo se acontecesse o que explica o modo como vocês roubam?
- Isso eu posso explicar Lu-chan!- falou a Levy – Fiore é muito grande, não podíamos passear por ai a espera de encontrá-la em uma rua, por isso tivemos a ideia de atrair o máximo de pessoas possível ao nosso redor. Talvez ela se lembrasse de nós, ou viesse nos deter. Tínhamos que tentar algo.
- Mesmo assim o que vocês fazem é errado!
- Nunca machucamos ou roubamos, apenas esperamos. – Juvia finalmente se pronunciou – estão vendo, eu falei que ela não iria entender.
- Juvia, sabe que precisamos tentar!- Erza se pronunciou.
- Ela não é a nossa amiga!
- Esperem um pouco! Achavam mesmo que eu era essa garotinha?
- Não achamos temos a certeza! Você é igualzinha a ela e seu nome também é igual, mudando o sobrenome. – Certo, agora tenho certeza de que estão loucos.
- Desculpem, mas não sou essa garota que vocês dizem que sou! Nasci e vivi em Fiore, não me lembro de nada disso que estão falando!
- Viram só o que eu disse essa garota não é a nossa Lucy! – Juvia falou se exaltando.
- Você pode ter perdido a memória, ou podem ter tirado de você. – Levy falou tentando se aproximar de mim, porém eu me afastei rapidamente.
- Vocês estão loucos! Só podem estar! Esperam que eu acredite tão fácil assim em algo que não faz sentido algum!
- Lu-chan, por favor, se acalme!
- Não!
- Lucy! Escute-me! – Erza falou atraindo minha atenção – Pare de dar piti e se acalme! Somos seus amigos de infância! Tente se lembrar de nós!
- VOCÊS NÃO SÃO MEUS AMIGOS DE INFÂNCIA! EU NÃO SOU ESSA GAROTA!
- Lucy se acalme!
- Eu falei que não era ela! – Juvia falou.
- Juvia cale a boca! Você e o Natsu só estão atrapalhando ao invés de ajudar!
- Lógico porque somos os únicos que mantiveram a cabeça no lugar!
- Não, vocês foram os únicos que se cegaram com a própria dor! Ela é a Lucy!
- Vocês é que querem que ela seja! Ela só é igual à Lucy na aparência, no resto é totalmente diferente.
- Você não falou isso quando estava abraçada comigo!- eu falei finalmente me pronunciando na conversa.
- De que lado você esta finalmente? Você aceitou ser a Lucy? – falou a Juvia direcionando o seu ódio para mim.
- Não, eu somente não gosto que falem de mim, sem eu estar participando da conversa!
- Mas você acha que o mundo gira ao seu redor? Desça do salto princesa! – Essa filha da mãe me irritou profundamente agora.
- Eu não sou uma princesa! Mas você se acha no direito de falar o que quiser de mim e eu não posso me meter? Poupe-me! – ela ia responder, mas a Erza entrou no caminho dela.
- Lucy já chega! Juvia também! Desculpe-me por isso, mas a Juvia esta assim desde que perdeu a irmã!
- Não é por isso que ela precisa descontar em mim! Já disse que não sou essa garota!
- Mas você é sim!- Levy falou se desesperando.
- Já disse que eu não me lembro de nada disso!
- Mas já falamos que você pode ter perdido a memória, deixe de ser teimosa! Parece o Natsu desse jeito!
- Não me compare com aquele Power ranger rosa!
- Ele só ficou assim depois que perdeu a Lucy! Ele era o que mais a amava!
- E você acha que só porque eu pareço com ela ele pode me tratar dessa maneira!
- Ele só não quer admitir que você é a mesma Lucy pela qual ele se apaixonou quando criança.
- Parem de colocar as suas esperanças em mim! Isso cansa sabiam? Eu já falei que não sou essa garota! - estávamos no meio de um bate boca quando eu vejo uma figura que sinceramente eu não esperava encontrar aqui de novo e acompanhada por ela, vinha o dono dos cabelos cor de rosa, que devo admitir eram lindo, e logo atrás vinham o resto dos garotos.
- Mamãe!?- E de repente tudo ficou escuro, e a ultima coisa de que me lembro é de Natsu gritando meu nome.
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