Depois de uma hora, Diana estava na costa de uma montanha, bem longe da tribo dos Solaris. O lugar era alto e foi lá que ela percebeu como que eles conseguiram sobreviver, pois também era bem discreto.
Quando entrou na caverna, viu que a mesma era bem maior do lado de dentro do que de fora. Ela avistou casas dentro da caverna! Uma fonte de água escorria pelas rochas lindamente. O topo daquela caverna era descoberto, onde permitia a entrada tanto do Sol quanto da Lua. E aquela cavernas inteira fascinava Diana.
A melhor parte daquele lugar é que, mais no fundo, eles tinham um pequeno templo, onde os Lunaris faziam orações, dançavam e cantavam. Era bem similar com os dos Solaris, mas tudo aquilo era mais alegre e livre.
Pessoas felizes, famílias seguras e crianças rindo era o que colocava um sorriso no rosto de Diana.
-[Lucas] Bem vindo ao nosso pequeno refúgio.
-[Diana] Uau... – Ela admirava. – Parecia tão pequeno lá fora.
-[Lucas] Todos dizem isso, mas é compreensível. Meu avô foi quem achou esse lugar~
-[Diana] Há uns 20 anos atrás?
-[Lucas] Sim... Como você sabe?
-[Diana] É uma história longa... Uma que eu posso contar a vocês se desejarem.
-[Lucas] Mais tarde. Por enquanto eu quero que conheça meu pai.
-[Diana] E o seu avô?
-[Lucas] Nós o perdemos a 5 anos... Parada cardíaca.
-[Diana] Lamento... – Ela sentia. – Eu reconheço isso. Eu perdi uma pessoa importante recentemente.
-[Nix] Quão recente? – Ela se intrometeu.
-[Diana] Umas 12 horas atrás.
-[Nix] Nossa... Eu ahn... Eu sinto muito.
-[Diana] Obrigada. – Ela sorria.
-[Nix] Família?
-[Diana] Não de sangue... Mas a melhor que eu tive.
-[Lucas] Chega de perguntas Nix... Dê a ela espaço. – Ele interviu.
-[Diana] Tá tudo bem... – Ela disse. – Fico feliz em estar aqui. Nunca imaginei em encontrar um lugar desses.
-[Nix] Podemos fazer um tour se quiser. – Ela sorriu guardando seu arco nas costas.
-[Diana] Então vai confiar em mim?
-[Nix] Não de imediato... Mas não quero segurar armas perto das crianças.
Com Diana sorrindo com tal comentário, ela se distraiu quando uma criança trombou com ela. O susto fez com que ela levantasse sua guarda novamente, até reparar na pobre pequena. Ela chorou ao cair e Diana se sentia horrível.
-[Diana] Sssh ei ei... N-não chore...
Ela tentava animar a criança e, estranhamente, conseguia. Pensava que era o jeito que se falava, mas algo chamou a atenção daquela pequena. Ela viu o símbolo dos Lunaris na testa de Diana. E assim, ela sorriu e riu.
Quando mais ela se aproximava, mais Diana ficava nervosa, pois sabia que não levava jeito com crianças. A menina levantava a mão querendo tocá-la, então Diana fez o que ela não esperava fazer: pegou a garota no colo.
-[Diana] Vem cá. – Ela a levantava.
A criança a tocava na testa e, depois, no rosto inteiro. Ela ainda sorria para Diana, e a mesma sorria de volta.
Naquele momento Diana sentia algo pela garotinha. E ela se perguntava se Leona sentiu a mesma coisa pelo garoto na qual a vida foi poupada.
-[Mirella] Que bonita!!! – Ela elogiou.
-[Diana] Awn obrigada! Mas não tanto quanto você. – Seu comentário a fez rir.
-[Lucas] Parece que você achou a Mirella.
-[Diana] Ah é? Prazer Mirella. Sou Diana.
-[Mirella] Oi!
-[Chloe] Mirella! Aí está você. – A mulher se aproximava.
-[Diana] Sua filha? – Disse entregando a criança.
-[Chloe] Sobrinha. Minha irmã morreu ao dar à luz.
-[Diana] Ah... Lamento por ouvir. Isso aconteceu com minha mãe.
-[Chloe] Algo que vocês duas têm em comum: Uma morte que valeu a pena para salvar quem elas mais amaram.
Depois do comentário, Chloe levou Mirella consigo. A menina acenava para Diana se despedindo, e Diana fez a mesma coisa.
-[Nix] Você tem um fraco por crianças, pelo que percebi.
-[Diana] Parece que sim... Eu sempre queria uma. E minha namorada queria um garoto. E então... Decidimos ter os dois.
-[Nix] Mas o que aconteceu com ela?
-[Diana] Longa história...
-[Nix] Mais tarde então... Se você quiser.
-[Diana] Veremos.
-[Lucas] Antes do tour, eu preciso te levar ao meu pai. Ele tem comandado por aqui depois que meu vô faleceu.
-[Diana] Parece uma grande responsabilidade.
-[Lucas] Ele consegue dar conta. Nós o ajudamos para nos preparar futuramente.
-[Diana] É... – Ela sussurrava pra si mesma. – O futuro.
Quanto mais Diana andava naquele lugar, mais ela se deslumbrava. Parece que existia literalmente paz em um canto do mundo infernal que era Runeterra com tantas guerras e sofrimento. Estava ansiosa por ficar lá, mas apenas o Líder daquela pequena tribo poderia permitir isso.
O que fascinou Diana, depois de tudo o que ela viu, foi o Templo dos Lunaris. Sua localização estava na parte profunda da caverna. O lugar era redondo. Em seu centro, havia uma espécie de recipiente ou um receptáculo com flores estranhas e brancas em volta. E lá estava, no recipiente, uma esfera azul. Ela parecia mística, porém bela.
-[Lucas] Diana... Este é meu pai Heitor.
-[Diana] Muito prazer... Senhor.
Diana queria demonstrar respeito para o Líder daquela tribo. Queria ser muito bem recebida, então exagerou em seu cumprimento e o reverenciou.
Aquele homem grande encarou Diana e já sabia quem era! Ele se aproximou da garota e a segurou nos ombros.
-[Heitor] É você...
-[Diana] Ahn... Com licença? – Disse estranhando.
-[Heitor] A irmã prateada. O Receptáculo do Aspecto da Lua.
-[Nix] Pai? Do que está falando?
-[Heitor] Como eu posso explicar... – Ele se afastava. – Pode parecer lorota, mas eu tive sonhos sobre uma bela mulher de cabelos tão prateados como a Lua que chegaria a forma de aspecto para tirar nosso povo da extinção.
-[Diana] Povo... Os Lunaris?
-[Heitor] Uma Deusa em carne e osso. Alguém digna de liderar essas pessoas pra liberdade.
-[Diana] Com todo respeito senhor, eu não faço ideia do que está dizendo~
-[Heitor] Eu achava a mesma coisa... Até ver você!
-[Diana] O-Ok... – Ela estava aflita. – Alguém precisa me explicar, porque, aparentemente, não tenho toda a história da minha vida.
Parecia que Diana tinha que obter mais memórias do que o Monte Targon a concedeu. Ela queria tanto ficar naquela tribo e saber mais do que tem de conhecimento. Com isso, ela se calou para apenas ouvir.
-[Heitor] No início de tudo, ou seja, antes mesmo de Runeterra ser formada, havia duas irmãs celestiais: A Irmã Prateada e a Irmã Dourada! Elas criaram tudo que temos no céu, e isso inclui as estrelas, a luz e a escuridão. As duas tinham um amor profundo uma pela outra. O único problema é que o amor era a única coisa que elas tinham em comum, pois elas eram tão diferentes que discordavam com quase tudo. Elas brigavam e se magoavam quase sempre... E finalmente elas decidiram acabar com tal sofrimento.
-[Diana] Como?
-[Heitor] Elas se separaram! Cada uma foi para um lado cósmico. E graças a isso temos tanto o dia quanto a noite. Hoje temos a Lua e o Sol. E somente assim elas viveram em paz como queriam.
Diana já sentiu tal história. Era muito óbvio para a garota de cabelos prateados, mas ouvir essas palavras em voz alta era fascinante, porém preocupante. Ela estava em preto e branco.
-[Nix] Diana? Você está bem? – Ela tocou em seu ombro.
-[Diana] C-Claro... Tô sim.
-[Lucas] Então elas se separaram... Para viver felizes?
-[Heitor] Quando duas pessoas são tão diferentes elas precisam se dar espaço para encontrar o que procuram... Para achar o que querem.
-[Nix] E qual a relação da Diana com a história?
Ainda em estado de choque, Diana sabia exatamente a resposta para tal pergunta. Respirava fundo pelo excesso de adrenalina em seu corpo, graças à ansiedade de seu destino.
-[Diana] Eu sou a irmã prateada, não é?
-[Heitor] Eu já vi essa armadura, espada e os cabelos prateados em algum lugar... E estes estavam em livros antigos que meus ancestrais leram e deixaram para trás. Você, minha querida, é o verdadeiro receptáculo do aspecto lunar! O lado da noite! O Escárnio da Lua!
-[Nix] Ok pai... Acho que já chega de meditar. – Ela ria.
-[Heitor] Acredite, estou muito bem mocinha!
-[Lucas] Uhum sei! Não querendo desrespeitar Diana, mas acho que isso é um exagero, certo?
Apesar da família rindo e passando aquele breve momento juntos, Diana ainda pensava em tudo que descobriu. E a pior parte era pensar no que aprendeu e pensar em sua amada Leona. Ela entristecia com seu destino provavelmente selado.
-[Nix] Hey Diana, lamento por isso. Não estamos debochando de você nem nada.
-[Diana] Ah... Relaxa. – Ela disfarçava com um sorriso. – Mas foi uma história muito... Ahn... Informativa. Obrigada senhor.
-[Heitor] Chame-me de Heitor. Não sou tão velho para ser dirigido como Senhor.
-[Diana] Ah sim. – Disse ainda forçando o sorriso.
-[Heitor] Mas você claramente é uma Lunari. Ainda existem histórias sobre o Aspecto da Lua que eu vou me aprofundar mais... Mas por enquanto sinta-se em casa.
-[Diana] Sério...? – Ela sorria de verdade dessa vez.
-[Nix] Vem... Vamos mostrar onde você ficará. – Ela pegava na mão de Diana.
-[Diana] Muito obrigada a todos. Não sei o que dizer.
-[Nix] Quem sabe nos falar sobre você!
-[Diana] Claro!
Alguns minutos, Nix e Lucas levaram Diana para sua casa em particular. Todas as casas eram construídas com madeira, pedras e um pouco de palha. Nenhuma era medíocre, mas também não eram grandes e perfeitas, como as dos Solaris. E Diana não se importava com isso, pois ela já se sentia em casa.
-[Nix] Logo aqui é seu quarto. – Ela abria a porta. – Até termos um lugar para você, fique aqui.
-[Diana] Nossa... – Ela admirava.
-[Lucas] Lamento se não for o suficiente. Estamos pensando em aumentar esse lugar~
-[Diana] Confie em mim... Estar nessa tribo já me faz feliz. Isso é muito mais do que o suficiente, então eu agradeço. – Ela andava pelo quarto para conhecer. – Isso é muito parecido com meu quarto antigo.
-[Nix] Agora que temos a oportunidade, você... Se sabe... Quer nos contar alguma coisa?
-[Lucas] Por exemplo, qual é sua origem?
-[Nix] Escuta... Diana... – Ela interrompeu seu irmão. – Teremos tempo pra isso. E nos perdoe por estar se intrometendo na sua vida, mas lembre-se... Você ainda é uma estrangeira para nós.
-[Diana] E nada mais justo do que me conhecer. – Ela complementou. – Acredite, eu entendo isso. E vocês estão certos em querer saber sobre mim. E vocês merecem.
Diana guardava sua espada em cima da cama. Todos os três se acomodavam, sentando em cadeiras e na cama para poder conversar.
-[Nix] Quando estiver pronta...
E assim Diana contou.
Ela contou tudo o que sabia sobre si mesma. Falou sobre seus pais biológicos que morreram para salvar sua filha recém-nascida. Falou sobre os Solaris e suas crenças. Falou sobre seu amor, Leona, e como ainda se sente por ela. Falou sobre o Monte Targon e seu novo aspecto. E, principalmente, falou sobre o que aconteceu um dia atrás! Sobre o porquê do massacre e de desertar.
A conversa durou horas. Diana contou tanto para os irmãos que nem sabia mais o que contar. Eles ficaram emocionados e horrendos pelo que Diana passou. Ainda mais sobre o que seu próprio pai contou e relacionou com o Monte Targon.
-[Nix] Então nosso pai estava certo sobre você... Você de fato é o aspecto da Lua. A Irmã celestial da noite! – Ela sorria.
-[Lucas] Você é uma reencarnação da Irmã Prateada. Por isso você tem esses fragmentos de memória! Porque são dos Lunaris passados que já não estão mais conosco.
-[Nix] E meu pai estava certo! Você é a Líder nata dos Lunaris. Seu lugar é de fato aqui!
Apesar do entusiasmo dos irmãos, Diana não se sentia da mesma forma. Ela olhava para baixo, onde claramente algo a incomodava. Ou melhor, algo a faltava.
-[Lucas] Desculpa, mas você não parece feliz com isso. – Ele estranhava.
-[Nix] Diana... Qual é o problema?
Diana levantou a cabeça e hesitava um pouco para falar o que a incomodava de verdade, até que falou.
-[Diana] Seu pai disse que as Irmãs Celestiais, Prateada e Dourada, eram tão diferentes que tiveram que se separar para serem felizes.
-[Nix] Sim... Mas qual é o problema?
-[Diana] Se isso for verdade, e se a Leona for realmente a Irmã Dourada... Então este é o nosso destino.
Finalmente os irmãos entenderam o que realmente a chateava.
-[Diana] Estou destinada a ficar separada da Leona.
Um amor perdido por causa das crenças. Agora o destino está escrito para Leona e Diana e isso aterrorizava Diana. Ela idealizava o retorno de Leona, imaginando que elas pudessem fugir juntas e ter uma vida longe das guerras e de suas tribos. Mas isso parecia um sonho de criança comparado com o que ela aprendeu.
Nix sentou ao seu lado, tentando dizer as palavras certas para animá-la.
-[Nix] Não precisa ser seu destino. – Disse se sentando. – Meu pai também disse que a separação foi necessária para elas descobrirem o que queriam de verdade. Ficar longe da Leona é o que você quer?
-[Diana] Não... – Ela finalmente levantava a cabeça e olhava para Nix. – De jeito nenhum... Mas e se não tiver outro jeito? E pior... E se Leona souber da história de decidir me esquecer ou até mesmo me caçar.
-[Lucas] Esse é o problema. Mas não significa que você não possa descobrir aqui dentro. Faça parte dos Lunaris e podemos guia-la para o caminho certo. E assim, você decidirá o que vai fazer a partir daí.
-[Nix] Aposto que existem muitas coisas que você não sabe sobre os Lunaris e podemos te ensinar! E depois você pode descobrir como desviar do mesmo destino que as Irmãs enfrentaram.
-[Diana] É... Entendi. – Ela respirava fundo. – Obrigada aos dois.
-[Lucas] Você nos confiou com seu passado. Confie-nos com seu futuro.
Finalmente Diana se sentia mais leve. Ela chegou a sorrir para os irmãos, pensando na sorte em conseguir conhece-los.
-[Nix] Então... “O Escárnio da Lua”?
-[Diana] Tá bom eu admito! Gostei do nome. – Ela riu de felicidade.
-[Lucas] Meu pai tem uma pequena especialidade em dar nomes para grandes guerreiros.
-[Diana] E quem são vocês?
-[Lucas] “Assassino Silencioso”.
-[Nix] “A Flecha Veloz”.
-[Diana] É mesmo... – Ela suspeitava. – Quem sabe um treinamento para testar suas habilidades.
-[Nix] Não vou apostar meu pescoço para o Aspecto da Lua. Você já me mostrou do que é capaz!
-[Lucas] Concordo. Mas acho que isso seria um bom treinamento. Ter alguém superior para nos mostrar o que sabe.
-[Diana] Entendi. Vocês são os melhores da tribo, não são?
-[Lucas] Queremos ser melhores do que já somos.
-[Diana] Deixe-me ajuda-los. Por favor.
-[Nix] Mas por que o desespero em querer ajudar duas pessoas que você conheceu a algumas horas atrás?
-[Diana] Porque quando a hora chegar... Ou seja... Quando eu for enfrentar Leona, eu também preciso me preparar. Isso significa que também vou precisar da ajuda de vocês.
Os irmãos sorriram um para o outro, trocando olhares, com a sensação de concordância.
-[Nix] Vamos lá!
Ainda com o vazio em seu peito, Diana teria que aguentá-lo com novas amizades que fizera. Até lá era só uma questão de tempo para descobrir como poderia reverter seu destino. E sabia que teria toda a ajuda que precisava.
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