História Amor complicado - Almoço desastroso

No capítulo anterior

- Sabe, ontem...Eu meio que comentei para o meu pai, sobre o seu estar aqui na cidade. E agora ele quer que vocês, compareçam em um almoço lá em casa...

Charlotte bufou e encarou o teto pensativa, aquilo não ia dá certo....

Capítulo atual

Assim que entrou em casa a primeira coisa que Charlotte notou foi o cheiro de pizza, arqueou as sombrancelhas e caminhou até a cozinha, havia uma caixa com pizza e um pequeno bilhete:

"Sair para comprar o refrigerante, volto em 10 minutos"

A loira agradeceu mentalmente e foi tomar um banho, era quase rotina brigar com seu pai assim que chegava do trabalho então resolveu aproveitar esses minutos de paz, tomou um banho relaxante e depois vestiu seu pijama. Quando voltou para a sala seu pai já havia chegado, ele estava com um sorriso largo algo bastante incomum, mas como ela queria uma noite de paz preferiu não tocar no assunto.

- Boa noite, pai.

- Boa noite, filha. Vamos jantar? Comprei pizza, marguerita! Sua preferida. - O homem sorriu enquanto deixava as chaves do apartamento em cima da mesa.

- Claro, mas.... Podemos conversar antes?

Arthur suspirou e acenou positivamente com a cabeça.

- Pai, eu sei que você não gosta muito do Yami. Só que...O pai dele, senhor Julius descobriu que o senhor veio me visitar e nós convidou para um almoço na casa dele. - Charlotte foi direta. 

Arthur ficou em silêncio, ele não suportava seu "genro" Até agora tentava entender como uma pessoa tão grosseira conseguiu conquistar sua filha, além de ser mal-educado era impossível fazer Yami fechar a boca o rapaz parecia ter assunto para tudo, mal conseguia suportar os poucos minutos que ficava sozinho com rapaz. 

- Eu não vou passar meu sábado, como um bando de caipiras! - Esbravejou, certamente enlouqueceria se ficasse mais de 20 minutos escutando Yami tagarelando.

- Pai! - Charlotte suspirou exausta. - Esse almoço é muito importante para o senhor Julius, sem mencionar que seria muito descortês de sua parte não comparecer. - A loira comentou com um leve sorriso.

Seu pai podia ser rude contudo seguia os códigos de boas maneiras de forma rigorosa.

- Okay...Eu vou a esse almoço, mas se aquele teu namorado começar a tagarelar sobre novelas eu volto no mesmo instante!

Charlotte riu e deu um abraço no pai, o castanho ficou surpreso era rara as vezes que recebia algum tipo de carinho físico da filha, no máximo uma mensagem de bom dia com alguns corações ou um pequeno bolo - Extremamente ruim.- Com algo desenhado. Meio sem jeito ele correspondeu o aperto.

- Vem, agora vamos jantar! - A Roselei mais nova abriu um sorriso, arrastando o mais velho para dentro da cozinha.

Pela primeira vez as noites do Roselei foi calma e divertida.

                                         ****

Yami estava deitado em sua cama tentando imaginar como seria seu sábado, agora que tinha a confirmação de que Arthur vinha ele ficou ligeiramente preocupado com os possíveis rumo que o almoço teria. Seu pai era um homem gentil que sempre tentava evitar uma briga mas é extremamente protetor, o moreno conseguia aturar as ofensas e os tratamentos rudes do seu sogro, mas Julius não teria toda essa paciência -Principalmente pelo fato do Roselei estar ofendendo um de seus filhos. - Outra preocupação de Yami era seu irmão!

William era uma pessoa doce e muito sentimental - Ele chorava toda vez que assistia: Procurando Dory! - E se Arthur falasse algo de suas queimaduras? O albino não gostava quando as pessoas apontava para elas, e conhecendo seu sogro era bem capaz do homem soltar algum comentário desagradável. 

O moreno bufou e encarou o teto, talvez ele devesse cancelar o almoço? Não, seu pai com certeza estranharia e o questionária o porque do cancelamento. Ele não havia contado que seu sogro o odiava, na verdade ele mentiu dizendo que se dava bem com o homem.

Sua linha de pensamento foi interrompida pelo bater da porta, desviou a atenção para seu irmão que acabará de entrar carregando alguns papéis, o albino colocou tudo em cima da cômoda e desabou em sua cama exausto.

- Muito trabalho? - Perguntou, virando seu corpo para ficar de frente para o irmão.

O rapaz concordou dando um leve aceno e tirando seu sapatos.

- Passei o dia inteiro catalogando arquivos de adoção sobre as crianças do antigo orfanato, apesar de ter sido criado em 1982 e ter ficado em vigor até 2015 houve bem poucos registros de adoção. Apenas 80 crianças foram adotadas. - William comentou desanimado enquanto observava a pequena pilha de papéis.

- Mas tenho certeza que esse novo, vai ser um sucesso! - Yami tentou animar o irmão, passou seu olhar para os papéis e sentiu uma dúvida crescendo em sua cabeça. - Will, você catálogo todas as adoações?

- Sim! 

Desde que seu pai revelou que havia o adotado no antigo orfanato ele ficou com uma pulga atrás da orelha, não que tivesse duvidando do pai, mas havia algo errado na história de Julius. Principalmente, depois dos sonhos esquisitos que teve durante a época que ficou no hospital.

- Até a do ano 2000?

William franziu a testa em dúvida, ele arqueou as sombrancelhas e encarou o irmão.

- Porque a pergunta? - Questinou levantando da cama e cruzando os braços.

- Papai disse que me adotou no antigo orfanato, só estou um pouco curioso. 

William ficou alguns minutos em silêncio ele encarou o irmão e logo após a papelada, Yami observou curioso a reação do irmão, o albino parecia estar tendo uma discussão interna.

- Os papéis são confidenciais? - O moreno perguntou atraindo a atenção do irmão.

William suspirou e negou com a cabeça.

- Não! É que durante 19 de dezembro de 1999 até 28 de agosto de 2002. O orfanato entrou em reforma e as crianças presentes nele foram recolocadas para orfanatos na capital...

Yami arregalou os olhos enquanto tentava digerir toda a informação, como assim o orfanato estava fechado? Onde seu pai o havia adotado? Ele estava mentindo? Mas porque?

O moreno encarou o irmão que tinha um olhar apreensivo no rosto.

- I-impossivel Will, papai me garantiu que adotou nele! Posso conferir? - William acenou positivamente e entregou a papelada para o irmão.

Yami analisou tudo de 1982 até 2015, e como dito pelo irmão não havia nenhum arquivo referente ao ano 2000. O moreno se recusou a acredita que seu pai tinha mentindo, entregou os documentos para o irmão e desceu em direção a cozinha tinha que tirar essa história a limpo! 

Assim que chegou no cômodo foi em direção ao seu pai, o loiro estava perto do fogão jogando alguns ingredientes na carne, ele estava distraído cantarolando alguma músicas aleatória antiga.

- Pai! - O loiro virou em direção ao filho.

- Oi?

-...

A voz sumiu da garganta de Yami, como ele ia perguntar? E se não gostasse da resposta? Respirou fundo e começou.

- Como o senhor me adotou?

Julius encarou confuso o filho, porque ele insistia naquele assunto? 

- No orfanato antigo, durante uma semana de incentivo a adoção.

- Mas o senhor me adotou no local?

- Sim, aliás porque essa curiosidade toda?! - O homem esbravejou.

Desligou o fogo e saiu da cozinha visivelmente irritado dando o assunto como encerrado, Yami ficou plantado na cozinha tentando entender a reação do pai, porque ele estava tão irritado? O moreno se encostou na parede sentido sua cabeça latejar com a história, tinha que achar respostas mas por enquanto seria melhor não tocar no assunto.

Assim que chegou no quarto seu irmão questionou sobre toda essa história contudo o moreno apenas pediu para não tocar no assunto, o jantar foi somente entre os irmãos Julius preferiu fazer a refeição em seu quarto longe dos filhos, de acordo com o mais velho ele estava exausto e precisava ficar um pouco só.

****

Quando sábado chegou o clima da casa não mudou Julius acordo bem cedo e começou a preparar as comidas para o almoço, William preferiu dar uns retoques no jardim e aproveitar um pouco de seu tempo com suas plantas, Yami foi o último a acorda e ficou apara ajudar Julius, ambos não estavam trocando palavras o que deixava a cozinha em um silêncio desconfortável. Julius ainda estava irritado pelo fato de Yami insistir em saber sobre sua adoção, já o NovaChrono mais novo apenas preferiu não tocar no assunto por enquanto, seria um desastre discutir com o pai na frente de Charlotte e Arthur.

Quando todos terminaram suas tarefas, cada um foi se arrumar para esperar os convidados.

****

Na casa dos Roselei, Charlotte foi a primeira a acorda e pois na cabeça que deveria levar algo para o almoço também, Arthur que acordou minutos depois argumentou que ambos deveriam comprar algo no mercado em vez de tentar preparar algum prato as pressas, contudo a mulher insistiu e o mais velho cedeu. Ambos passaram a amanhã inteira preparando um bolo de morango e alguns salgadinhos.

Logo após arrumar toda a bagunça ambos foram se arrumar para irem ao almoço, Charlotte estava confiante que depois desse almoço seu pai teria uma visão diferente de Yami, já Arthur tinha total certeza que aquilo seria um desastre.

A primeira reclamação veio quando Arthur descobriu que teria que ir andando para a casa do "genro" Pois não havia Uber em Hage, depois de quase vinte minutos de caminhada - Que pareceu mais na visão do Roselei mais velho. - Ambos chegarem na casa de Yami. Arthur quase deu um infarto ao ver estado da casa, ela era coberta de mato e planta na qual Charlotte insistiu em chamar de flores silvestres, nesse exato momento tudo que o castanho queria era dar meia volta e nunca mais voltar para aquela casa, contudo não estava afim de andar por mais vinte minutos até o apartamento da filha.

Charlotte tocou a campainha e esperou ser atendida, não demorou muito para Yami abrir a porta o moreno deu um beijo na namorada e estendeu a mão para o sogro, Arthur ignorou o gesto e apenas deu um aceno com a cabeça, o NovaChrono mais novo apenas recuou sua mão timidamente.

- Vamos entrar? Meu pai e meu irmão estão ansiosos para conhecer você, Arthur. - O homem mais jovem comentou enquanto dava espaço para os convidados entrar.

- Roselei! Senhor NovaChrono, porfavor me chame de SENHOR Roselei! - O castanho corrigiu pela vigésima vez.

Uma coisa que ele achava irritante em Yami era o fato do moreno nunca ser formal e sempre tentar inventar algum apelido bobo.

Yami forçou um sorriso e concordou, Charlotte apenas bateu a mão em sua testa questionando se aquilo iria dá certo, os três começaram a caminhar em direção a casa, onde Julius e William esperavam os convidados.

Assim que Arthur entrou dentro da casa seus olhos foram em direção a Julius e William, os dois homens levantaram e foram em sua direção, Yami saiu do lado de Charlotte e ficou ao lado de sua família.

- Senhor Arthur! Esse é meu pai, Julius NovaChrono e meu irmão William. - Apontou para o pai e o irmão que possuíam um sorriso terno nós lábios. - Pai e Will, esse é o Arthur Roselei pai da Charlotte

- Prazer! - William ergueu a mão para o castanho.

O homem engoliu seco e correspondeu o ato, sua filha o havia informado sobre as queimaduras que o albino possuía mas era impossível não se surpreender com o rosto do rapaz, uma grande mancha roxa ia até metade de seu nariz e algumas manchas mais escuras enfeitava sua testa. O que tinha acontecido com esse rapaz? 

Logo após Julius o cumprimentou, Arthur também tinha noção que o homem não era pai biológico de Yami por isso não estranhou a diferença entre os dois.

- Senhor Julius, papai e eu preparamos umas sobremesas para acompanhar o almoço. - Charlotte mostrou orgulhosa seu bolo de morango e os salgadinhos.

- Quanta gentileza querida. - Julius sorriu e pegou as guloseimas. - O arroz ainda está no fogo, porquê não aproveitamos e conversamos um pouco lá no jardim. - O mais velho sugeriu para a alegria de Charlotte e desgosto de Arthur.

O homem não suportaria ficar mais de quinze minutos ao lado de Yami, pretendia apenas almoçar e ir embora.

- Senhor Arthur, gosta de chá? Ou prefere café? - Julius perguntou, tirando o homem de seus pensamentos.

- Café!

- William, mostre para os nossos convidados o jardim. Yami, me ajude com as guloseimas.

Yami deu um leve beijo na bochecha de Charlotte e foi acompanhar seu pai, William guiou os Roseleis até o jardim da casa, havia uma enorme mesa perto de uma árvore que proporcionava uma sombra agradável. Charlotte estava encantada com os retoques que o cunhado havia feito, já Arthur apenas se questionava quanto eles gastavam com a conta de água, o homem não era muito fã de plantas principalmente por atraírem insetos.

Os três se sentarem e começaram uma pequena conversar agradável, não demorou muito para Julius e Yami sugeriram para se juntar a conversar, o patriarca dos NovaChronos comentou que o café demoraria para sair e que por enquanto trouxe vinho. Arthur aceitou e os homens começaram a beber e conversar, Charlotte ficou apreensiva seu pai era muito fraco para bebidas, tudo parecia estar ocorrendo bem até que o Roselei mais velho - Um pouco alterado devido a bebida. - Resolveu perguntar.

- Senhor Julius, eu posso fazer uma pergunta ?

- Claro! - Sorriu docemente para o homem

- Como o senhor adotou seus filhos? 

Charlotte arregalou os olhos com a pergunta do pai enquanto William e Yami se engasgaram com a bebida e encaram apreensivos o pai, realmente aquele almoço seria desastroso.