Narcisa estava indo se deitar a noite pensando que esse fora o dia mais esquisito de sua vida. Participou escondida no casamento da irmã, ficara magoada em se despedir dela, mas em contrapartida tivera um dia maravilhoso na companhia de Lúcio, seu amor por ele crescia a cada minuto.
"Como eu pude ter desprezado ele algum dia?" Perguntou ela arrependida a si mesma, pensando que talvez se tivesse começado algo com ele antes eles teriam aproveitado mais tempo. Devaneando a respeito de seu namoro perfeito, ela estava começando a cochilar quando Belatriz surgiu em sua mente gritando de ódio, arrancando os cabelos da cabeça. Ela encarava a irmã sem entender nada, quando foi despertada por sua mãe de forma brusca.
– Narcisa acorda, anda.
– O que houve? – Perguntou ela aflita, estava confusa.
– Veste um roupão e desce, logo.
Narcisa ouvia os gritos de Belatriz no andar de baixo, seu coração começou a sangrar de desespero.
Eles descobriram o sobre casamento de Andrômeda.
Narcisa desceu as escadas, Bela gritava sem parar.
– EU VOU MATAR AQUELA VADIA DESGRAÇADA, SE JUNTOU COM A ESCÓRIA, RALÉ DO MUNDO, VOU MATAR AQUELE SUJEITO, VOU DILACERAR OS DOIS. COMO ELA PODE...
– Belatriz se acalma, o que aconteceu? - Perguntou o pai das garotas descendo as escadas correndo.
Narcisa viu que Rodolfo Lestrange se encontrava a porta de sua casa, vestia uma capa de viagem e parecia muito sério. Ele abriu a boca para falar, mas Belatriz gritava de uma maneira que ninguém conseguia ouvir mais nada.
– Bela, cala a boca! – Disse sua mãe perdendo a paciência e aprontando a varia para filha, que ficou muda em questão de segundos. Até Rodolfo parecia mais calmo sem os gritos agudos dela.
– Senhor e senhora Black, peço mil desculpas por estar vindo lhes trazer essa notícia tão tarde da noite. Eu soube agora a pouco por um amigo e achei que seria bom que vocês soubessem por uma fonte confiável...
– Tem alguma coisa haver com o sumiço de Andrômeda? Ela não retornou para casa ainda – Disse seu pai.
– Acalme-se querido, Mêda me mandou um bilhete avisando que dormiria na casa de uma amiga.
– Na verdade, tem tudo a ver com Andrômeda – Disse Rodolfo de forma fúnebre. Todos olharam para ele de olhos arregalados, menos Bela, que se contorcia no chão de tanto ódio.
– Diga logo meu jovem, não nos mate do coração.
– Soube por uma fonte confiável que na tarde de hoje, Andrômeda se casou com o sangue ruim Ted Tonks, com quem ela já tinha um relacionamento escondido a um tempo. Aparentemente eles se casaram e fugiram para algum país.
Belatriz pegou um vaso de planta e quebrou no chão, de tanto ódio. Mesmo calada, ela começou a quebrar uma série de coisas, seus pais estavam num estado de choque tão grande que nada fizeram para impedir. Inesperadamente, Sygnus começou a rir.
– Isso não é possível – Disse ele as gargalhadas – Minha filha! Uma Black!
– Senhor, espero mesmo que seja mentira, mas me parece ser real.
– Sygnus para de rir, por favor – Disse Druela nervosa. Narcisa percebeu que seu pai não ria porque era idiota, estava tendo uma reação nervosa. Ela sabia o que fazer.
Sem aviso, Narcisa saiu correndo e todos olharam para ela sem entender nada. Ela fora pra o quarto de Andrômeda, pegou a carta que ela havia deixado em cima da cama para a família, derrubou algumas coisas no chão ao passar e voltou para a sala.
– Ela deixou uma carta – Disse Narcisa com as mãos trêmulas, sua mãe arrancou a carta de suas mãos com selvageria e se apressou a ler. Até Belatriz sossegou para escutar.
"Minha querida família,
queria primeiramente dizer que amo todos vocês. Sei que quando lerem isso estarão totalmente decepcionados comigo, então o meu amor não valerá muita coisa.
Falarei dele mesmo: o amor. Minha família, o amor é o motivo principal para as minhas atitudes. Sei que vocês me odiarão para sempre por ter me casado com um nascido trouxa, mas nos braços de Ted encontrei o amor verdadeiro e espero muito que esse sentimento alcance o coração de vocês algum dia.
Ao lado dele pude perceber que o preconceito e o ódio sempre me fizeram mal, sempre nos fizeram mal. Não sejamos aquilo que o mal espera, se libertem das suas amarras.
Mais uma vez, eu os amo. Se um dia me quiserem por perto, saibam que eu voltarei sem pensar duas vezes.
Andrômeda Tonks."
– Então é verdade – Disse seu pai, agora não mais ria, apenas apertava o peito, parecia prestes a enfartar.
Sua mãe, sem força alguma desabou numa poltrona.
Belatriz se livrou do feitiço e começou a gritar novamente.
– EU IREI MATAAAAAAAAAAR, NÃO VOU SUPORTAR ESSA VERGONHAAA...
Narcisa encarou a situação e começou a chorar, não sabia sequer por onde começar. A garota largou-se no chão, desesperada por ver todos na sua família em estado de choque, isso a machucava. Depois um tempo, a garota percebeu que Rodolfo ainda estava parado na porta da sala de estar, parecendo um poste de expressão fúnebre.
– Rodolfo, muito obrigada por ter trago essa notícia. É muito melhor saber por você, que já é da família – Disse Narcisa sem conter as lágrimas, ele lhe deu tapinhas nas costas.
– De nada. Acho que agora é com vocês, vou me retirar. Até mais.
Diante de todos surtando na casa, ela sabia que qualquer atitude que tivesse seria tida como normal. Ela sentou-se na escada e se pôs a chorar compulsivamente, por todos os motivos que vinha guardando. Enquanto seus pais e Belatriz morriam de vergonha, ela chorava por saber que jamais veria a irmã novamente.
Já era muito tarde quando os três começaram a se acalmar. Agora sua mãe acompanhava o choro junto com a filha mais nova.
Inesperadamente, Belatriz se voltou para Narcisa e a agarrou pelo braço.
– Você sabia, não é? Você sabia de tudo.
– O que está fazendo? Me largue.
– Vocês duas passaram a última semana trancadas no quarto juntas, fofocando o dia todo.
– Não seja ridícula, eu jamais apoiaria Mêda se casar com um sangue ruim. Me largue!
Druela apontou a varinha para as garotas e fez Belatriz largar a irmã.
– Cissa você realmente não sabia de nada? – Perguntou sua mãe autoritariamente.
– Claro que não! Jamais apoiaria isso! Eu fico me perguntando agora o que Lúcio vai pensar da nossa família, e se ainda vai me querer.
Seus pais soltaram gritinhos horrorizados, deixaram de desconfiar dela nesse momento, mas Belatriz não desistiria tão fácil, Narcisa sabia disso.
Depois do elfo doméstico da família servir uma dose de chá quente, seu pai decidiu ter uma atitude que sua família não esperava.
– Vou sair, vou tentar encontrar a casa desse tal de Tonks e trazer Andrômeda de volta. Vou trazê-la a razão. Nossa filha não pode simplesmente fugir com um sangue ruim, como pai não vou deixar isso acontecer.
– Você quer mesmo que ela volte? Pai você perdeu o juízo? Ela nos traiu, sujou o nome da nossa família.
– E se ela foi tomada pela maldição Imperius? E se esse rapaz a enfeitiçou na esperança do nome dela proporcionar algum status? – Disse a mãe das garotas.
– Você acha mesmo que um sangue ruim é capaz de fazer uma maldição Imperius? - Desdenhou Bela.
– Você não tem noção do que sangues ruins são capazes de fazer quando querem tomar o que é nosso – O pai das garotas subiu e voltou com uma capa de viagem. – Vá Sygnus, traga nossa filha de volta. Eu cuidarei das coisas aqui.
Narcisa viu o pai sair pela porta da frente, sua mãe se sentou na poltrona de novo e recomeçou a chorar. Aprontou a varinha para os vasos quebrados por Belatriz e começou a conserta-los.
Bela se aproximou de Narcisa na escada sem que sua mãe visse e disse em seu ouvido:
– Eu vou investigar você.
– Fique à vontade – Disse ela encarando a irmã, não sentia medo de Belatriz nesse momento, não se deixaria intimidar tão facilmente.
Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.
Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.