Narcisa e Lúcio haviam dormido tão profundamente no chão do quarto depois da noite maravilhosa que tiveram, que acordaram somente quando a mãe de Lúcio bateu na porta para anunciar o café da manhã. Narcisa se levantou correndo e se escondeu no banheiro com medo de que senhora Malfoy a encontrasse nua no chão, Lúcio se assustou.
– Lúcio? Não acordou ainda? – Disse a mulher do lado de fora do quarto.
– Já vou, mãe – Disse ele se levantando assustado, se dirigiu a Narcisa – Pode sair do banheiro.
– Ela não vai entrar? – Disse Narcisa apreensiva.
– Não – Ele puxou Narcisa para fora e lhe deu um beijo enorme. Narcisa se sentiu envergonhada de deixar Lúcio observar seu corpo nu a luz do dia. Ele riu da vergonha dela.
– Lúcio, eu preciso ir – Disse ela contra sua própria vontade.
– Tem certeza?
– Tenho sim, a noite nos vemos na minha festa.
Antes de se vestir, ele a abraçou e beijou profundamente de novo.
– Feliz aniversário – Disse ele entre beijos – A noite levarei seu presente.
Ela o beijou de volta, vestiu-se e pegou o pó de flu para o quarto de Ruth. A amiga ainda estava dormindo quando Narcisa chegou no quarto dela.
– Acorda sua preguiçosa – Disse Narcisa a Ruth, que despertou lentamente.
– Olha só quem chegou toda feliz – Disse Ruth acordando, ainda lhe reservando aquele olhar malicioso – Como foi a noite de ontem?
– Indescritível – Disse Narcisa sorrindo, sem entrar em detalhes.
As amigas tomaram café da manhã e depois partiram para a mansão dos Black. Se arrumavam empolgadas para a festa, fofocavam a todo tempo, Narcisa estava radiante.
A festa estava próxima de começar, Narcisa e Ruth já estavam quase prontas, quando alguém bateu na porta.
– Entre – Disse Narcisa alegre. Seu elfo doméstico entrou trazendo um pequeno embrulho nas mãos.
– Minha senhora, enquanto lavava suas roupas, encontrei isso no bolso da sua capa – Disse o elfo entregando o embrulho para a garota.
– Obrigada, pode ir – O elfo fez uma referência e aparatou.
Ela pegou o embrulho sentiu seu coração partir pela primeira vez no dia. Era o presente de Andrômeda, ela abriu e viu a pulseira dourada com pingentes de lírios brancos, olhou em volta para ver se Ruth estava por perto, mas ela estava no banheiro. Abriu sua caixa de joias, lá estava também a pulseira que Belatriz havia lhe dado no natal, de prata com pingentes verdes. Ela sabia que não ia combinar nem um pouco, mas decidiu usar as duas pulseiras aquela noite, teria as irmãs juntas de novo, nem que fosse apenas através de uma representação boba. Diversas vezes havia dito para si mesma que não teria mais amizade com Belatriz por conta das escolhas da irmã, mas agora ela estava diferente e o jogo havia sido invertido. Ela ainda amava Andrômeda desmedidamente, mas não permitiria nascidos trouxas tentando se aproximar dela novamente. Para Narcisa, Ted havia tentado destruir sua família e John havia tentando destruir sua vida. Decidiu desviar o pensamento daquela noite, estava decidida a esquecer tudo que aconteceu. Ela sorriu radiante, pessoas que gostavam dela estariam ali aquela noite para parabenizá-la, nada poderia ser melhor.
Sua festa de dezessete anos estava impecável, sua mãe havia decorado a casa toda com flores azuis, a cor favorita da filha. A comida estava ótima e todos estavam alegres, Narcisa notou que seus primos mais novos (Sirius e Régulo) não estavam mais se falando e que o irmão mais novo de Rodolfo, Rabastan, estava levemente descontente que Narcisa e Lúcio tivessem voltado. Narcisa sabia bem que ele não se interessava de verdade por ela e nem por Andrômeda (como parecia ser no passado), mas apenas pelo seu sobrenome. Tirando esses dois contratempos, tudo estava maravilhosamente perfeito. Narcisa ria com Lúcio enquanto ouvia Rufus Scrimgeour reclamando do namorado de Ruth, Crabbe.
– Sinceramente Ruth, tanto rapaz para namorar e você me aparece com cara que tirou apenas dois N.O.N.S.?
– Ele tirou três. Rufus, você implica com ele sem motivo.
– Sem motivo coisa nenhuma. Narcisa, veja se você não concorda comigo – Disse o rapaz se virando para ela – Eu contei uma piada para ele e depois de três dias que ele foi jantar em nossa casa ele reaparece chorando de rir dizendo que só havia entendido naquele momento. Não é para eu me preocupar?
Narcisa e Lúcio rolaram de rir, Ruth fechou a cara.
Estavam todos comendo quando Belatriz chamou Narcisa no canto.
– Já tenho meu presente de aniversário para você – Disse a irmã com maldade na voz.
– Como assim? Você já me deu um presente...
– Cissa, eu quero dizer que está feito.
A garota ficou confusa.
– Feito? O que está feito?
– O garoto está morto. Você não tem mais o que temer.
Narcisa sentiu que deveria se felicitar, mas não conseguiu. Era uma notícia muito forte para poder explicar o que estava sentindo, ele havia morrido então não havia mais com o que se preocupar. Em contrapartida, ele havia morrido e isso não era motivo de comemoração, uma vez que esse assassinato era sua culpa em parte.
– Você não havia me dito que iria agir somente depois que eu retornasse à escola?
– Sim, mas eu não me aguentei. Sorria Cissa, pode ser chocante agora, mas em alguns dias você vai se sentir aliviada – Belatriz se retirou e foi curtir a festa com o noivo. Narcisa ficou sem palavras, resolveu voltar a festa também.
Depois do banquete, os convidados cantaram parabéns para Narcisa, seu pai fez um discurso a beira das lágrimas dizendo como estava orgulhoso de ver a filha mais nova chegar a maior idade. Enquanto todos ainda aproveitavam uma última garrafa de vinho, Lúcio chamou Narcisa para dar uma volta nos jardins. Era uma noite sem nuvens, que permitia as estrelas brilharem loucamente sobre eles. Um dia perfeito.
– Como você está se sentindo? – Perguntou Lúcio, após verificar se eles estavam realmente sozinhos.
– Estou ótima – Disse Narcisa sorrindo.
– E quanto a Andrômeda?
– Eu fiquei chateada algumas vezes durante o dia, mas não vou viver em função disso.
– Como acha que seus pais vão reagir quando souberem da gravidez dela?
– Acho que vão continuar da mesma forma, a pior parte já foi.
– E quanto a notícia que Belatriz lhe deu? Como você está?
– Não consigo ficar feliz, mas estou bem.
Lúcio olhou desconfiado para a garota.
– Cissa, tem certeza que você está bem?
– Lúcio, nunca estive melhor. Eu tenho a minha família ao meu lado, eu tenho você, estou me recuperando mais rápido do que o previsto e o perigo se foi. O que mais eu haveria de querer?
– Tem mais uma coisinha sim, eu espero – Disse Lúcio ficando levemente vermelho.
– O que? – Ela ficou curiosa.
– Cissa, são tempos difíceis, estamos em guerra e eu tomei uma posição de grande risco. Caso o pior aconteça comigo eu não gostaria de morrer sem lhe deixar o meu sobrenome.
Narcisa ficou horrorizada.
– Como assim morrer? Você não vai morrer, você não pode! Como eu vou viver aqui sem você?
– Cissa acho que você não entendeu.
– Entendi que como partidário do Lorde das Trevas você está exposto a um risco imenso. Se pudesse eu impediria, mas não posso. Conviver com a ideia de que você pode morrer a qualquer momento é simplesmente... – Narcisa perdeu a fala, seu coração se encheu de medo e desesperança. Ela baixou a cabeça e olhou para a grama no chão. Lúcio pegou suas mãos, as levou até a boca e beijou.
– Cissa, olhe para mim – Ela levantou a cabeça e o encarou profundamente – Eu estou pedindo você em casamento.
Ela se surpreendeu imensamente.
– Lúcio, não seja bobo. Nós sequer terminamos a escola...
– E daí? Podemos fazer a cerimónia daqui a um ano, assim que concluirmos os estudos.
A ficha de Narcisa havia caído.
– Você está falando sério? – Ela estava quase boquiaberta. Ele certamente não esperava essa atitude, imaginava ela dando um veementemente "sim".
– Você acha que é cedo demais? Acha que estou me precipitando?
Narcisa percebeu sua chateação, tentou consertar sua expressão.
– Lúcio, o que eu mais quero nessa vida é me casar com você.
Lúcio sorriu de forma tão pura e sinceramente que fez o coração de Narcisa dar um salto. Ele tirou uma caixinha do bolso e abriu, colocou o anel de ouro com diamante no dedo anelar esquerdo da garota e a beijou. Não importaria o que eles passassem, estariam sempre juntos.
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