No dia seguinte por volta das 7h 30m os dois levantaram com o barulho do despertador. Eles tomaram banho e arrumaram-se para ir a uma cafeteria que tinha perto da universidade.
Chegando lá pediram café, leite, misto quente e bolo. Eles comiam e assistiam as notícias. Há algum tempo o assunto mais comentado no jornal era o caso de um magnata adepto do nazismo que matava judeus de forma brutal com a ajuda de alguns capangas. Esse homem era o mais procurado de toda a Alemanha, mas ninguém nunca tinha visto seu rosto.
-Você acha que ele pode estar aqui em Leipzig? – Tom perguntou com seu misto na mão.
-Sinceramente não tenho idéia, mas se ele estiver tentando dar uma de Hitler o lugar mais provável para ele estar é Berlim.
-Acho que não é esse o objetivo dele.
-E por que não seria? Um magnata que mata descendentes de Judeus sem motivo nenhum? Não me parece lógico.
-Sabe-se lá o que passa na cabeça desse cara. Vamos andando? Está na hora.
Eles levantaram, pagaram à conta e foram para a universidade.
Após atravessarem a porta principal eles viram um enorme quadro com varias listas e bem em cima estava escrito: “Bem-vindos!”. Eles começaram a procurar seus nomes em meio a aquela quantidade de listas. A sala em que eles teriam a primeira aula era a número 23. Então foram andando e entraram em uma sala que não era tão grande, mas sua forma inclinada para baixo dava uma impressão diferente.
Eles sentaram no meio. Já havia vários estudantes ali apesar de faltar alguns minutos para a aula ser iniciada. Tom pegou seu celular, passou o braço sobre os ombros de Bill e disse:
-Sorria gatinho.
Depois de tirada a foto Bill perguntou:
-Para que isso cara?
-Para minha mamãe ver e ficar orgulhosa.
Bill estava com os dois cotovelos escorados em sua mesinha e analisando onde o professor ficaria. Tom como sempre, estava analisando todas as garotas quando uma em especial entrou pela porta.
-Bill, gata às 7h.
-Já começou com... – Bill olhou para a direção indicada. Ele ficou tão feliz com o que viu que não conseguiu terminar a frase, apenas sorriu.
A “gata” a qual Tom se referia era a linda garota da mesa 61. Ele olhou para o amigo que sorria encantado e deu-lhe um cutucão.
-Acorda aí!
-O que ela está fazendo aqui? – Bill disse sorrindo e olhando para o amigo.
-E isso importa? O importante é que você vai sair de vez desse buraco! – Ele disse agarrando o amigo pelo pescoço dando-lhe um abraço.
Pouco depois a aula começou. O professor chamava-se Charles, era um americano. Ele começou cumprimentando os alunos e falou sobre o que eles trabalhariam ao longo do curso. Durante 3h 30m ele deu a introdução da matéria. Bill não conseguia tirar os olhos daquela linda menina que estava pouco acima dele. E, claro, ela percebeu novamente e ao olhar para ele deu um lindo sorriso. Ele retribuiu.
Ao final da aula eles foram uns dos últimos a sair. Quando chegaram à porta ficaram no topo da escada. Bill observava serio a garota. Tom olhou para a garota e depois para o amigo.
-Por que você não chama ela para ir ao supermercado com a gente?
Bill olhou para o amigo e riu. Eles desceram as escadas e viram que agora a garota estava sozinha, parecia esperar alguém.
-Vai lá – Tom disse cutucando o amigo. – Eu te espero no carro. E você que vai dirigir.
Bill respirou fundo e foi lá.
-Oi, tudo bem? – Ele disse todo simpático.
-Estou muito bem, e você? – Ela respondeu sorrindo.
-Eu também estou muito bem. Posso saber seu nome?
-Natalie, e o seu?
-Bill. Você quer carona?
-Muito obrigada Bill, - Ao ouvir seu nome ele sentiu um arrepio em seu rosto, - mas meu irmão já deve estar chegando. Quem sabe numa próxima.
-Ou a gente podia combinar de sair. Você é daqui?
-Não, sou de Altenburg.
-Perfeito. Podemos conhecer a cidade juntos. O que você acha?
-Me parece ótimo. É só você me ligar, me empresta seu celular para eu te dar o meu número.
Ele tirou o celular do bolso de trás e ela de dentro da bolsa.
-Então até amanhã. - Ela disse sorrindo.
-Até. – Ele disse dando um beijo na bochecha dela e saiu acenando.
Tom estava ajoelhado na poltrona do carro tentando ver o amigo e quando viu que ele voltava sentou-se rapidamente. Bill entrou no carro sorrindo de orelha a orelha.
-Quem é o Don Juan agora hein? – Tom perguntou rindo.
Ao chegarem ao supermercado Tom tirou do bolso de trás uma pequena revista de receitas. Bill olhou aquela cena com as sobrancelhas em pé.
-Você achou que eu estava brincado né? E acredite se quiser, tem muito mais de onde veio essa.
Eles circularam pelos corredores do supermercado comprando coisas como: arroz, feijão, alguns tipos de carne, biscoitos, cereais, leite, suco, refrigerante, miojo.
-Miojo? – Bill perguntou depois de ver o que o amigo colocava no carrinho.
-Você não sabe o que a fome faz com um desesperado.
-O que ela faz eu não sei, mas sei que isso vai nos render um miojo queimado.
Eles, depois de comprarem os alimentos necessários foram para a sessão de higiene pessoal para comprarem coisas como shampoo, desodorante, pasta de dente e varias outras coisas.
- Nossa Bill, - Tom disse ao ver a prateleira com absorventes – Essa sessão me trás uma lembrança muito boa.
-Posso saber qual?
-Minha mãe me mandou ir ao supermercado comprar algumas coisas, eu devia ter uns 14 anos. Adivinha o que tinha na lista?
-Absorventes?
-Isso mesmo. Quando fui pagar a garota do caixa me achou tão fofo que me deu o celular dela.
-Nossa cara, até no supermercado.
Eles continuaram ali e compraram tudo que precisavam e em seguida voltaram para o apartamento. Bill, depois de ajudar o amigo a guardar tudo em seu devido lugar, sentou-se no sofá e pegou seu celular e ficou observando o número de Natalie.
-Liga para ela.
Bill sorriu para o amigo.
-Você acha mesmo?
-Olha o inconveniente é a garota ligar, a não ser que esteja me escondendo algo, você não tem nada a perder.
-Muito engraçado. Vou ligar para ela.
-E aonde vocês vão?
-Ao parque.
-Bem a sua cara.
Ele pegou o celular e discou o número de Natalie. Sua barriga parecia estar cheia de borboletas. Ele estava assentado com os braços apoiados nos joelhos e balançando uma das pernas o que demonstrava seu nervosismo.
-Alô, Bill?! – Uma voz meiga disse do outro lado da linha.
-Oi Natalie, tudo bem? – Ele respondeu sorrindo.
-Tudo e com você?
-Tudo, você está ocupada agora?
-Não, estava lendo um livro, nada de mais. Por quê?
-Eu estava pensando se você gostaria de ir ao parque comigo.
-Claro! – Bill sorriu de orelha a orelha.
-Me dá seu endereço que eu te pego ai.
Ela passou o endereço e ele anotou em um pedaço de papel.
-Tudo bem, te pego as 7h 30m, pode ser?
-Estarei pronta. Um beijo Bill.
-Outro Natalie, até daqui a pouco.
-Até!
Bill desligou o telefone e olhou para seu amigo que estava ansioso por notícias. Ele apenas sorriu. Tom levantou num pulo do sofá e comemorou pela felicidade do amigo.
-Anda logo que nós temos que ver com que roupa que você vai.
Eles foram para o quarto e olharam várias roupas. Depois de tanto procurar ficou decidido que ele iria com uma calça jeans preta, camisa gola pólo cinza e tênis all-star preto.
Antes de colocar a camisa Tom pediu para que o amigo esperasse. Ele tirou de dentro do guarda-roupa um desodorante Axe Unlimited que eles haviam comprado.
-Anda faz igual aqueles caras da propaganda... Tchssssssssssss – Tom imitou os atores da propaganda e estendendo o desodorante para o amigo continuou: - Sua vez, daqui a pouco vai ter alguma gatinha batendo na nossa porta. Vai Bill sinta o poder do Axe.
Bill riu e passou o desodorante. Logo em seguida a campainha tocou. Tom estava com uma garrafa de refrigerante na mão ele olhou para o amigo e piscou fazendo seu pircing dar uma tombada. Ele levantou e foi ate a porta com um sorriso pensando que seria uma garota, mas ao abrir a porta ele viu uma senhora que estava um pouco acima do peso.
-Boa noite meu rapaz. Meu nome é Sandra sou a sindica do prédio. Vim informar que a cobrança da água e da luz é todo dia 30.
-Obrigada por me informar, não se preocupe estaremos em dia.
Depois que ela saiu Tom fez uma cara decepção. Chegando no quarto Bill já estava pronto.
-Esse desodorante ta vencido.
-Por quê?
-Invés de aparecer uma garota linda apareceu uma senhora que tem cara de ser mais velha que a minha avó.
Bill terminou de ajeitar o cabelo, despediu-se do amigo, pegou a chave do carro, sua jaqueta e foi buscar Natalie.
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