Chegando a casa eles subiram tagarelando mil e uma coisas. O único pensamento que ocupava a cabeça de Iolanda era a possibilidade de que talvez ficaria com Tom após o jogo. Ela começou a imaginar a situação da melhor forma possível. Imaginou ele tocando seu rosto com cuidado e depois do grande momento ele dar um rápido beijo, o tradicional “selinho”. “Por que estou pensando nisso? Como sou idiota!”
-Iolanda!!! – Natalie chamou acordando-a de seus pensamentos – Você estava em que mundo? Faz a sua pipoca pra gente.
-Já vou fazer... – Respondeu indo para a cozinha.
Os garotos não estranharam nada, mas Natalie percebeu que a amiga estava viajando por demais. Alguma coisa rondava a cabeça dela... “O jogo! Como não pensei nisso antes?”. Ouviu-se o estourar da pipoca e imagens do estádio em Munique passaram pela tela. Tom gritou comemorando. Estava sentado com Bill no sofá de dois lugares da sala. Natalie estava no quarto e Iolanda acabava de sair da cozinha com uma vasilha de pipoca.
Natalie surgiu na porta do corredor com sua camisa vermelha do Bayer e com os cabelos presos em um rabo. Bill a olhou e sorriu orgulhoso de si mesmo. Em seguida empurrou Tom tirando-o do sofá, arredou para o lado e estendeu os braços para sua namorada que caiu em seus braços. Ele beijou-lhe o rosto todo a fazendo sentir cocegas e rir. Tom bateu na perna do amigo e reclamou:
-Chega de palhaçada na minha frente.
Bill ajeitou seu cabelo e Natalie fez o mesmo.
-Fica quieto por que você já fez coisa pior.
-Pior que é verdade... – Ele disse com um sorriso safado no rosto.
Iolanda sentou-se ao seu lado e ofereceu-lhe pipoca. Ele passou o braço sobre os ombros de Iolanda e trouxe o rosto dela para seu colo quase a machucando.
-Isso minha parceira, prepare-se, pois a partir de hoje a vida boa nos pertence.
Ela sorriu tirando o braço dele de seus ombros.
O jogo começou e todos prestavam total atenção. Natalie olhava pra Tom Müller, ansiosa para que ele fizesse logo um gol. Tom por sua vez não estava tão preocupado, pois estava convencido que seu time ganharia de lavada.
-GOOOOOOOOOOOOOL!!!
-Tava impedido!!! Pode ficar quietinha aí!! – Tom disse debochando.
Bola pra cá, bola pra lá, dribles, canetinhas, escanteios, mas gol que é bom nada. Alguns minutos de jogo foram pelo ar e Tom e Natalie estavam prestes a arrancar seus cabelos e por muito pouco não estavam roendo as unhas. A bola dançava pelo campo e não entrava no gol nem por reza. A esse ponto até de lugar eles já tinham trocado: Bill e Iolanda no chão comendo pipoca despreocupados com o resultado e os outros dois no sofá com os olhos tão atentos que dava a impressão de que assistiam à um filme 3D.
-Gol! Gol! GOOOOOOOOOOOOOOOOOOL!!! – Natalie comemorou – Vai torcer pros estrangeiros...
Tom murchou no sofá com cara de menino pidão. Mais alguns minutos e o segundo tempo foi-se pelo ar. Natalie instigava o amigo a todo tempo, implicava-o e ria de suas piadinhas sem graça. A barriga de Iolanda estava gelada. O jogo voltou e a única diferença era que os times tinham trocado de lado. Bola vai, bola vem e...
-Fala agora!! Fala!!! – Tom disse depois de um maravilhoso gol de bicicleta.
Tudo empatado e não teria pênalti. Faltando dois minutos para o jogo acabar o juiz pediu prorrogação de cinco minutos. Eram tantas emoções que Natalie sentou-se no chão com Bill e Iolanda subiu para o sofá. Ela estava tão nervosa que se Bill cutucasse-a podia levar até uma mordida. Vai bola, volta bola... E...
-Acabou... Acabou... ACABOOOOOOOOOOOOU!!! Foi gooooooool!!! Perdeu Tomaaaaas!!! Vai Bayer, Vai Bayer.
Bill levantou-se para tentar acalmar a namorada. Tom abaixou a cabeça e sacudiu-a. A barriga de Iolanda estava congelada. Ela olhou para Tom e disse:
-Tom – Ele ergueu a cabeça - Temos contas para acertar...
Ele sem cerimonia, nem enrolação beijou Iolanda. Ela assustou-se com a rapidez e demorou um pouco para entrar no ritmo dele, que era rápido, mas bom na concepção dela. A mão dele estava pouco abaixo da cintura dela, em outra ocasião estaria bem mais abaixo. Foi muito repentino, mas ela gostou.
-Pronto, - Ele disse levantando-se – divida paga.
Ele caminhou até a cozinha e Natalie foi atrás para instigá-lo mais. Bill ficou encarando a expressão perdida de Iolanda.
-Não sei por que está assim... - Ela virou lentamente o rosto na direção de Bill – Sabia que ele é desse jeito. Não entendo sua surpresa.
Iolanda esbugalhou os olhos. “Está tão na cara assim?”
-Bill – Ela disse aproximando-se dele – Não diga nada, por favor, eu te imploro!
-Não se preocupe – Ele piscou.
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