"Você precisa ter mais cuidado", Will resmungou, concentrado em finalizar o curativo no braço de Nico.
"Eu entendo que você é durão e tudo mais...", olhou para o namorado, repousando os braços nos ombros do mesmo. "... só que você não deveria estar se machucando se você não precisa"
Nico segurou a cintura de Will e se inclinou para um beijo. "Você se arrisca todos os dias salvando vidas e eu não posso fazer o mesmo?"
Will abriu a boca para argumentar, entretanto, não existiam argumentos, Nico estava certo. Suspirou.
"Você poderia ter..."
"Você sabe que não", deixou um sorriso malicioso se formar em seu rosto. "Foi só de raspão. Fica calmo", só então Will notou o quanto suas mãos estavam tremendo.
Deuses, Nico havia levado um tiro.
Sim, fora de raspão. Ainda assim, quão perto ele chegara de uma tragédia irreversível? Era uma combinação de probabilides reais e imaginárias na cabeça do médico, a maioria delas criadas pela sua ansiedade. Elas o deixavam acordado a noite, às vezes. Nico era um detetive, ele investigava homicídios, prendia criminosos, envolvia-se com eles. Era diferente de Will. Will salvava vidas, não importando se o indivíduo possuía histórico criminal ou não, não era sua vida em risco. Nico andava com uma maldita arma na cintura, em que realidade ele queria que Will ficasse calmo?
"Tá tudo bem", Nico disse, notando a ansiedade do mais novo se formando, tornando-se tão nítida que sua respiração começava a acelerar. Colocou uma mecha do cabelo cacheado de Will atrás de sua orelha e segurou seu rosto com uma das mãos em seguida.
Will sorriu, suavemente. As lágrimas deixaram seus olhos brilhando.
"Eu te odeio", resmungou. Queria estar bravo, mas como poderia?
"Sim", Nico concordou, sarcástico. "Com certeza. E eu te odeio também"
Will riu. Nico o puxou para mais perto e prendeu sua risada em um beijo. E em outro. E outro. E outro. As mãos de Will afundaram-se em seu cabelo enquanto ele se sentava no colo de Nico, enlaçando as pernas na cintura do namorado. Ele se levantou, apoiando Will contra uma das paredes da ambulância e separando seus lábios apenas para trancar a porta, garatindo que eles não seriam pegos de surpresa. Os lábios do loiro em seu pescoço.
"Eu senti sua falta", ele sussura no ouvido de Nico.
"Eu também senti a sua, amore", respondeu, passando as mãos pelo corpo de Will, tirando seu uniforme peça por peça e beijando cada centímetro de pele exposta. Sussurando elogios como orações. Sentindo-o como se cada toque lhe desse vida.
E dava.
Chegando em um ponto em que a dor no braço não o incomodava mais.
"Eu não quero te perder"
Subiu os beijos até a boca de Will, capturando-a em um beijo mais calmo que os anteriores. "Você não vai", e ele sorriu.
E sorriu.
E sorriu.
E o beijou.
"Eu te amo", sussurrou, segurando o rosto de Nico entre as mãos. "Muito", olhando no fundo dos seus olhos com um amor e admiração que o detetive nunca acreditou que veria.
Nico não precisou pensar duas vezes antes de pronunciar de volta. "Eu te amo""
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