- Adorei a ideia de comprarmos sorvete para depois do jantar – Eve comentou enquanto saímos do mercado, como não ficava tão longe assim de casa, decidi ir a pé, era bom fazer exercícios de vez em quando – Ainda mais de Passas ao rum, eu amo esse sabor.
Meu pai decidiu fazer um jantar especial para nós hoje a noite, apesar dos meus protestos, claro. Para que nossa refeição fosse completa, decidimos ir comprar um sorvete para a sobremesa.
- Eu sabia que você ia gostar, Eve – comentei, sorrindo – Você acha que a Mind vai gostar também? - sei que minha filha caçula gosta de qualquer tipo de sorvete, mas o sabor favorito era chocolate.
- Ela vai gostar sim! - afirmou.
Andando pelas ruas de Mystic Falls, de uma maneira tão casual, não pude deixar de lembrar que Damon também estava na cidade. Já fazia mais de um dia que eu o tinha reencontrá-lo e apesar de saber que vou reencontrá-lo amanhã no almoço na casa da Caroline, não pude deixar de ter esperanças de esbarrar com ele na rua. Foi quando eu comecei a olhar para todos os cantos tentando vê-lo de alguma maneira.
- O que foi mãe? - a voz da minha filha me tirou totalmente dos meus devaneios.
- Está tudo bem, princesinha – garanti – Agora vamos, seu avô e sua irmã devem estar esperando por nós.
Segurei a mão de Eve para poder atravessar a rua. Na calçada do outro lado um homem estava correndo e parou assim que nos viu, ele era extremamente familiar, mas não lembrava de onde.
- Elena! - quando ele falou lembrei de onde o conhecia, aquele era Alaric Saltzman, médico no hospital de Mystic Falls e melhor amigo do Damon – Que surpresa te encontrar aqui!
- Olá, Ric! - dei um fraco sorriso – Pois é, eu cheguei a Mystic Falls há alguns dia, semana que vem é o casamento da Caroline, minha melhor amiga.
- Ah sim, claro – concordou com a cabeça – Eu encontrei o Damon ontem e ele falou sobre o casamento do irmão.
- Então você viu o Damon ontem? - não pude deixar de ficar decepcionada com isso, ele parecia estar tão ansioso por me ver novamente, pensei que fosse fazer de tudo para isso – Imagino que esteja feliz em ter o seu amigo de volta.
- Isso é verdade – concordou – A gente se falar por telefone sempre, mas não é mesma coisa.
O silêncio se instalou logo em seguida entre nós, fiquei olhando para o chão, esperando que ele falasse alguma coisa. Eve estava totalmente inquieta ao meu lado.
- Essa é a sua filha? Eve certo? - balancei a cabeça afirmativamente – Como ela cresceu! Lembro dela pequeninha.
- Isso é verdade, Eve tinha dois anos da última vez que você a viu – lembrei – Você se lembra do doutor Saltzman, minha filha? Ele trabalha no hospital junto com o seu avô.
- Mais ou menos – deu de ombros.
Alaric, sendo o melhor amigo de Damon aqui em Mystic Falls, tinha ido algumas vezes ao apartamento dele enquanto eu e Eve estávamos morando lá. Sem contar que ele é uma das únicas pessoas que sabe da verdadeira paternidade de Mind.
- E a sua outra filha? - quis saber – Não vai me dizer que ela já está na faculdade? - brincou.
- Ainda não, mas quase – decidi entrar na brincadeira dele – A Miranda está em casa com o meu pai.
- Então acho que vou deixar vocês duas irem – avisou – Também tenho que ir, vou sair para jantar com a Meredith e eu ainda tenho que ir para casa, trocar de roupa e só então ir buscá-la.
Esse cometário significava que ele e a doutora Fell estavam juntos agora. Essa era uma excelente notícia, lembro que Damon comentou uma vez que o amigo estava dando em cima dela há um tempo.
- Está bem, então – concordei – Até outra hora.
- Só mais uma coisa, Elena – me chamou quando eu já tinha voltado a andar, fazendo com que eu parasse e me virasse na sua direção – Sei que já faz muito tempo, mas só quero que você saiba que fiquei muito triste quando soube o que aconteceu com você e o Damon. Realmente torcia pelos dois.
- Obrigada, Ric – dei um fraco sorriso. Apesar de saber que não adiantava mais muita coisa nesse momento, era bom ter apoio de alguém.
Quando chegamos na casa do meu pai a sala estava vazia, apesar da televisão ainda estar ligada em um canal infantil. Quando cheguei a cozinha, Mind estava sentada na bancada ao lado da pia, seus pezinhos balançavam para frente e para trás, sem parar de falar.
- O tio Damon é mesmo muito legal – comentava com o meu pai, que agora terminava de escorrer o macarrão e dava uma olhada no molho – E é engraçado também.
- Fico feliz que você tenha gostado do Damon – comentou antes de levantar a cabeça e verificar que eu tinha acabado de chegar – Oi, minha filha, você já está ai há muito tempo?
- Não, acabei de chegar – respondi – E trouxe o sorvete – completei enquanto colocava o pote no congelador da geladeira.
- Perfeito! - esfregou uma mão na outra – O macarrão já está pronto. Vamos comer ou vocês querem esperar um pouco?
- Vamos comer logo – avisei – Eve, por que você não vai até lá em cima trocar de roupa e leva a sua irmã para ela lavar a mão?
- Claro, mãe! - concordou com a cabeça – Vamos lá, Mind – a ajudou a descer da bancada e deu mão a ela antes de saírem da cozinha.
- Vou arrumar a mesa – avisei enquanto abria o armário e retirava quatro pratos lá de dentro.
- Então quer dizer que o Damon, finalmente, conheceu a Miranda – meu pai comentou, me fazendo virar para ele.
- Foi um encontro totalmente casual – dei de ombros – Mas, é claro, eu sabia que uma hora ou outra isso ia acontecer, afinal íamos nos encontrar no casamento.
- Sem contar que você sabe que o Damon tinha todo o direito de conhecê-la, não é mesmo – continuou – Afinal, é o pai dela.
Esse comentário não era nenhuma surpresa. Desde que Mind nasceu meu pai ficava lembrando isso, ainda não tinha se conformado que eu voltei a morar com o Klaus, mesmo sabendo que o nosso casamento é só de fachada.
A ideia de nos separarmos e eu voltar para Nova York foi totalmente dele – lembrei, detestava quando ele tentava me colocar de “vilã” da história.
- Então você poderia mudar situação – sugeriu – É sempre tempo para isso.
- Voltamos mamãe! - Eve entrou na cozinha a toda velocidade sendo seguida por Miranda, não pude deixar de agradecer mentalmente.
- Perfeito, agora me ajudem a arrumar a mesa – pedi – Venham aqui, peguem os talheres.
Então minhas filhas me ajudaram. Quando estava tudo arrumado, nos sentamos em volta da mesa para jantar, a comida estava mesmo uma delícia. Depois de tomarmos o sorvete de sobremesa fomos todos dormir, teríamos um longo dia amanhã.
***
Depois de tomarmos café, fiz minhas filhas irem tomar banho e se arrumarem para podermos sair. Como elas me pediram para fazerem isso sozinhas estava na sala esperando, juntamente com o meu pai.
- Você pode ir com o meu carro – ele falou – Sei que a casa da Caroline e do Stefan não é tão longe, mas não vai ser fácil a pé junto com as duas.
- Você não vai conosco? - quis saber – Vai ser um almoço para os padrinhos, mas a mãe do Stefan vai estar lá e a mãe da Car vai também, tenho certeza de que ela não vai se importar.
- Se você diz – deu de ombros – Só não quero dar trabalho para você, sabe disso.
- Você nunca dá trabalho, pai – garanti – Vai ser uma honra que você vá comigo e as meninas para a casa da Caroline.
- Já que é assim... - deu de ombros, foi nesse momento que o celular dele começou a tocar – Preciso atender, é o número do hospital – avisou, quando pegou o aparelho e viu o identificador de chamadas.
- Tudo bem, vai lá – afirmei enquanto ele se levantava.
- Grayson Gilbert falando – disse assim que atendeu a ligação e se levantou do sofá na mesma hora.
Ele ficou andando em círculos enquanto falava, mas, como estava um pouco longe, não consegui ouvir do que se tratava a conversa. Meu pai voltou alguns minutos depois, estava uma cara de decepção.
- Infelizmente, não vou poder ir com vocês hoje, Elena – avisou – Estão precisando de mim no hospital.
- Então está bem – dei um longo suspiro ao responder – Você é médico e precisa fazer o seu trabalho.
- Claro que você pode ficar com o carro hoje – avisou – Só quero que você me deixe no hospital antes de irem para o almoço.
- Pode deixar – afirmei.
- Já estamos prontas, mamãe! - Eve veio descendo as escadas, segurando a mão da irmã – Como nós estamos.
Dei uma olhada nelas, ambas estavam de calça jeans e tênis, mas minha filha mais velha estava com uma blusa azul claro, enquanto Mind usava uma cor de rosa. As duas estavam lindas, tinha que admitir.
- Estão maravilhosas – afirmei.
- Fui eu quem ajudou a Mind a se vestir – disse, totalmente orgulhosa – Ela não está linda?
- Mas é claro que sim – afirmou – Você fez um ótimo trabalho, Eve.
- Eu quero ser estilista quando crescer! - anunciou – Acha que eu posso fazer um bom trabalho como estilista?
- Você vai ser ótima em qualquer trabalho que escolha fazer – garanti, passando a mão pelo seu cabelo castanho – E eu vou sentir muito orgulho, de vocês duas – fiquei olhando de Eve para Mind, repetidas vezes – Agora vamos, não queremos chegar atrasadas, não é mesmo?
Como prometi, deixei meu pai na porta do hospital antes de seguir para a casa da minha amiga. Era uma rua bem estreita, mas consegui uma boa vaga para o meu carro. Fui me aproximando e vi que tinha alguém parado na varanda, alguém que eu conhecia muito bem.
- Damon? O que você está fazendo aqui? - perguntei meio sem pensar, mas por surpresa do que por qualquer outra coisa
- Vim tomar um pouco de ar – explicou – Já estava entrando quando vi vocês chegando, então decidi esperar.
- Tio Damon! - Miranda soltou a minha mão e correu até ele, Damon se abaixou para ficar na altura dela e poder abraçá-la – Que saudades eu estava de você.
- Também estava com saudade de você, bonitinha – deu um beijo no topo da cabeça – Quero saber todas as coisas divertidas que você fez desde que nos vimos pela última vez.
- Está bem – afirmou – Eu te conto tudinho.
Não pude deixar de sorrir com essa cena. Damon teria sido mesmo um ótimo pai, é só ver a paciência que tem com a Mind, acho que é por isso que ela gosta tanto dele.
- E quanto a você, Elena? - me pegou totalmente de surpresa com aquela pergunta, nesse momento eu e Eve tínhamos nos aproximado da casa e estávamos perto deles – Já aproveitou bastante a sua estadia em Mystic Falls? Conseguiu matar as saudades de tudo.
- Dei algumas voltas logo que cheguei aqui, mas nos últimos dias eu, basicamente, tenho ficado em casa – admiti – Isso é bom, de vez em quando.
- Acho que tenho que concordar com você – completou.
Antes que qualquer um de nós falasse qualquer outra coisa, a porta da frente foi aberta. Uma garota, que aparentava ter acabado de sair da adolescência, apareceu, ficou olhando de mim para Damon repetidas vezes.
- Você disse que não ia demorar muito, mas já está aqui fora há meia hora – observou – Já estava começando a imaginar se você tinha sido sequestrado ou abduzido por alienígenas.
- Como você é exagerado, Em – revirou os olhos – Já te disse milhares de vezes, aqui é Mystic Falls, nada de ruim acontece aqui.
Então aquela era a namoradinha do Damon de que tanto tinha ouvido falar, Emery. Edna tinha toda razão, a diferença de idade deles era gritantes, mas, é claro, não seria eu quem diria isso.
A garota voltou a olhar para mim. Pela sua testa franzida, sabia que estava querendo saber quem eu era.
- Já ia me esquecendo de fazer as apresentações – ele revirou os olhos enquanto falava – Lena, essa é a Emery, minha namorada.
- Ah sim! - estendi a mão para cumprimentá-la da maneira mais simpática o possível – É uma prazer conhecê-la, Emery.
- Digo o mesmo – retribuiu o meu cumprimento – Eu acho...
- Essa é a Elena, melhor amiga da Caroline e vai ser uma das madrinhas dela – continuou a explicar – Ela também é filha do doutor Gilbert que foi meu orientador aqui no hospital de Mystic Falls, já te falei sobre ele.
- Sim, falou – afirmou com a cabeça – E essa bonitinha quem é? - estava se referindo a Mind, ela a olhou e deu um pequeno sorriso.
- É a Miranda, minha filha caçula – foi a minha vez de responder – E essa daqui é a minha mais velha, Eve.
- As duas são lindas, parabéns – disse – E aonde está o seu marido?
- Ele não pode vir, está ocupado com o trabalho – dei de ombros enquanto falava – Mas eu, é claro, não poderia perder o casamento da Car, então vim de qualquer maneira.
- Com certeza – completou, antes de se virar, mas uma vez, para o namorado – Damon, acho melhor entrarmos.
- Sim, tem razão! - levantou, trazendo Mind junto consigo, esse gesto não pareceu agradar muito a Emery – Você vem também, Elena?
- Claro! - afirmei – Não posso ficar aqui fora o dia inteiro.
Dentro da casa só estavam Caroline, Stefan e Edna, o restante dos convidados ainda não tinha chegado. Cumprimentei os três e eles também falaram com as minhas filhas, é claro.
- Mind! - Dyl correu do alto da escada para falar com a amiga – Que bom que você chegou!
- Dylan Salvatore, quantas vezes eu já te pedi para não correr na escada? - minha amiga reprimiu o filho – Você pode cair e se machucar seriamente.
- Desculpa, mamãe? - ficou olhando para os próprios pés – Não vou fazer mais isso, prometo.
- A sua mãe tem razão, Dyl, isso é perigoso – Miranda, que agora já estava no chão, falou, não pude deixar de sentir orgulho da minha pequena – Minha mãe e meu pai também não me deixam correr na escada de casa, sempre que eu desço e devagar.
- Agora porque vocês não vão brincar lá fora? - Car sugeriu – Está fazendo um sol tão lindo, não é para ficar preso aqui dentro de casa.
- Você vem também, Eve? - Mind perguntou, estendendo os braços para a irmã.
- Claro, vamos lá! - correu para alcançar os dois, então eles saíram pela porta de vidro que levava ao quintal da casa.
- Eles são mesmo umas graças – minha amiga observou logo depois – Lena, vem até a cozinha comigo? Queria conversar uma coisa com você.
- Claro que vou! - afirmei.
Na cozinha estava um cheiro muito bom de comida sendo preparada, certamente o almoço não iria decepcionar. Tinha uma mulher em frente ao fogão, que se virou assim que entramos.
- Lena, essa é a Theresa, ela costuma cuidar do Dyl quando eu preciso – explicou – Hoje ela está aqui me ajudando com o almoço.
- Oi! - a cumprimentei.
- Será que você pode levar um suco para as crianças, ela estão lá fora? - pediu – Está um sol lindo, mas não quero que fiquem desidratadas por causa do calor.
- Claro! - afirmou antes de ir abrir a geladeira – Aqui só tem suco de uva, pode ser esse?
- A Eve e a Mind amam suco de uva – afirmei – Por mim pode ser esse.
Ela concordou com a cabeça e serviu o suco e três copos de plástico antes de sair da cozinha. Agora eu e Car estávamos sozinhas no cômodo, tenho certeza de que era isso que minha amiga queria.
- Então, você teve o “prazer” de conhecer a Emery hoje – na hora eu pude perceber o tom de ironia da minha amiga.
- Ela até que parece ser um pouco simpática – dei de ombros – Embora ela não pareça ter a mesma opinião ao meu respeito.
- Como a Edna comentou no dia em que você chegou, a Emery é muito nova – disse – Certamente se sente insegura estando com um cara bem mais velho como o Damon.
- Talvez não seja só por ele ser mais velho – disse – Tenho certeza de que também éramos inseguras assim quando tínhamos 19 anos.
- Possivelmente – fez uma careta – Só quero que você saiba que eu a chamei para ser minha madrinha por insistência do Stefan, ele disse que seria estranho chamar o Damon e não chamar ela.
- Acho que ele tem razão – tive que concordar – Se você já diz o quanto ela é insegura, fazendo isso poderia piorar a situação.
- Lena, eu só não quero que você se sinta mal com isso – continuou – Imagino que, para você, deve ser estranho, ver o Damon com o outra.
Então era essa a intenção dela o tempo inteiro. Claro que eu sofria ver o meu ex-namorado com outra, ainda mais uma garota bem mais nova que eu, mas eu não iria demonstrar isso.
- Está tudo bem, Car – garanti – Quero dizer, eu também continuo casada, e não é como se eu esperasse que o Damon ainda estivesse sozinho depois de todo esse tempo.
- Se você diz – colocou a mão no meu ombro – Vamos voltar para a sala, daqui a pouco os outros vão chegar.
Concordei e segui a minha amiga.
Ela tinha toda razão, logo o restante das pessoas começou a chegar. A primeira foi a mãe dela, seguida por Katherine e o namorado (ela ainda não parecia ter superado todo a “decepção” que causei no seu irmão, mesmo assim fez questão de me cumprimentar), depois foi a vez de Sutton e Matt e, por último, Tyler, que pareceu especificamente feliz em me ver.
O almoço foi, praticamente, uma repetição do que aconteceu há dois dias no Grill; Mind fez questão de ficar sentada ao lado de Damon, o assunto desses dois parece que não acaba nunca. Quem parecia não estar muito feliz com isso era Emery, que tentava toda hora, inutilmente, chamar a atenção do namorado, acho que ela não percebe o quanto é ridículo competir com uma menina de três anos.
Por sorte, tive algo para me distrair daquela fofa aproximação entre pai e filha, Ty ficou o tempo todo conversando comigo e estava mais atencioso do que nunca. Depois que terminamos a sobremesa e estavam todos de volta a sala tomando café e conversando, ele me chamou para dar uma volta no jardim.
- Sabe, Lena, eu tenho que admitir uma coisa para você, quando a Car me chamou para ser padrinho do casamento dela fiquei totalmente surpreso – começou – Afinal, nós só éramos amigos na escola por sua causa e agora que...
- Agora que você é o prefeito de Mystic Falls, ficou com medo dela estar querendo alguma coisa de você – o interrompi, completando a sua frase – Estou certa?
- Pode parecer meio mesquinho da minha parte, mas foi exatamente o que eu pensei – admitiu – Claro que só até ela dizer que era para fazer par com você, já que o Klaus não poderia vir.
- Preciso confessar que de todas as pessoas que eu pensei que ela poderia chamar para fazer par comigo, você nunca passaria pela minha cabeça – parei de andar para poder olhá-lo – Acho que a Car só pensou em chamar alguém com quem eu fosse me sentir confortável.
- E eu fiquei extremamente feliz com isso – colocou uma mecha do meu cabelo, que estava caindo no rosto, atrás da orelha – Ela sabe o que aconteceu entre a gente em Nova York há alguns meses?
- Não... - neguei com a cabeça.
- Mas foi bem conveniente – sorriu – Você acha que temos alguma chance? Que podemos continuar o que começamos lá em Nova York?
Aquela pergunta me pegou totalmente de surpresa. Beijar Tyler naquela festa me pareceu uma ótima ideia, estava irritada com Klaus por me fazer de esposa objeto para os amigos e a família, sem contar que fazia muito tempo que eu não me envolvia com ninguém. Mas agora, depois de reencontrar Damon, mesmo sabendo que ele já estava com outra, tudo isso me parecia totalmente errado...
- Ty, você sabe que eu te considero muito; você foi o meu primeiro namorado, demos o nosso primeiro beijo e perdemos a virgindade juntos, sempre terá um lugar especial no meu coração – estava olhando para o chão nesse momento – Mas não estou preparada para me envolar com ninguém no momento.
- Entendo – disse, alguns segundos depois – Sabia que seria difícil competir com ele, mas não custava tentar.
- O que você quer dizer com isso, Ty? - o olhei confusa.
- O irmão do Stefan, Damon – seu tom de voz era calmo – Ele é o verdadeiro pai da sua filha certo?
- Como é que você sabe disso? - o olhei, totalmente confusa, será que estava tão na cara assim?
- Vi a maneira como você o olhava, sem contar que percebi a semelhança entre ele e a Mind – explicou – Mas não se preocupe, acho que ninguém mais percebeu.
- Isso é mesmo um alívio – não pude deixar de soltar um longo suspiro – Agradeceria se você mantasse isso em segredo, não vai ser nada bom, nem para mim, nem para o Damon, se mais alguém descobrir.
- Seu segredo está seguro comigo – garantiu – E, caso você mude de ideia, saiba que eu estou aqui – deu um beijo na minha testa antes de voltar para casa, eu o segui.
Quando Damon nos viu entrando juntos, percebi um brilho diferente nos seus olhos. Será que é ciúmes.
- Car, eu adorei o almoço, foi tudo totalmente maravilhoso – comentei – Mas acho que está na hora de irmos embora.
- Mas já, mãe? - Mind reclamou – Não podemos ficar mais um pouquinho?
- Já ficamos bastante tempo, filha – expliquei – Você e a Eve brincaram bastante com o Dyl hoje e você também conversou bastante com o Damon, foi um dia bastante produtivo.
- Sua mãe tem razão, Mind – foi Damon quem disse, agradeci mentalmente por ele estar me ajudando – Depois a gente conversa mais, tudo bem?
- Você promete? - ela o olhou, totalmente esperançosa, acho que nunca a vi tão empolgada com uma pessoa antes.
- Mas é claro – garanti – Se a sua mãe permitir, vou te buscar um dia e passamos o dia nos divertindo.
- Claro que eu permito – respondi na mesma hora – É só marcarmos direitinho.
- Oba! - Miranda deu um pulo do sofá, totalmente empolgada – Então está combinado. Tchau, tio Damon – deu um beijo no rosto dele antes de ir até mim.
Terminei de me despedir de todos antes de nós três irmos embora.
***
- Então, a fada madrinha transformou o vestido destruído da Cinderela em um mais lindo do que antes – lia o livro de história – E também pegou uma abóbora e transformou em uma bela carruagem, assim, ela estava pronta para o baile.
O ambiente já estava silencioso há alguns minutos, então dei uma olhada na cama, constando que Eve e Mind já estavam dormindo, ambas abraçadas e com as cabeças encostadas uma na outra. Apesar da casa do meu pai ter um quarto de hóspedes, eu deixei as duas no antigo quarto de Jeremy, pois era bem perto do meu, para qualquer emergência e também era mais fácil de contar histórias a elas a noite.
- Depois vocês disseram que não estavam cansadas – sorri, era assim sempre, por mais que estivessem caindo de sono, minhas filhas nunca admitiam o cansaço, tinham herdado isso de mim.
Dei um beijo em suas testas e as cobri antes de me levantar. Estava pronta para sair do quarto quando a porta foi aberta, era o meu pai.
- Espero não estar interrompendo nada – sussurrou.
- Está tudo bem, elas já estão dormindo – respondi, da mesma maneira – O que houve, está precisando de alguma coisa?
- Não é nada – negou com a cabeça – Só vim aqui avisar que tem uma vista para você lá embaixo.
- Uma visita para mim? - achei aquilo muito estranho, eu tinha visto todas as pessoas que sabem que eu estou na cidade hoje, sem contar que quem iria vir fazer uma vista a essa hora da noite – Quem é?
- Por que você não vai até lá e descobre? - sugeriu.
Concordei e sai do cômodo junto com ele. Enquanto fechava a porta, vi que meu pai tinha acabado de ir para o seu próprio quarto, seja já quem for, queria conversar comigo a sós.
Acho que não foi a menor surpresa eu ter visto Damon ali, já do alto da escada. Ele estava de costas, olhando algumas fotos que ficavam na parede e se virou, provavelmente quando ouvi os meus passos.
- Desculpa ter vindo aqui a essa hora – já foi dizendo assim que me aproximei – Mas eu fiquei pensando em uma coisa desde que você saiu da casa do Stefan e precisava falar com você o mais rápido possível antes que eu perca a coragem.
- O que é? - fiquei totalmente curiosa nesse momento.
- Quero conversar com você, e é sobre a Miranda – explicou, calmamente – Sobre a nossa filha.
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