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História Anjos e Lobos - Escamados - História escrita por sasaphr - Spirit Fanfics e Histórias
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História Anjos e Lobos - Escamados


Escrita por: sasaphr

Notas do Autor


voltei com mais uma capítulo pra vocês, esse aqui tá tranquilinho!!!

não tenho nenhum aviso específico pra dar, então boa leitura <3

LEAIM AS FINAIS!!!!!!

Capítulo 7 - Escamados


Alguns dias se passaram depois da invasão e execução dos Escamados. Isso trouxe ao reino um novo ponto: se realmente fosse verdade tudo o que aquela mulher disse, então tinham em suas mãos o poder de invadir aquela terra e tomar o seu domínio, já que seriam uma força maior. 

Todos os jovens soldados do reino, junto das equipes de caça, estavam sendo treinados para aquilo. Eles estavam indo com quase toda a certeza de serem os mais fortes. Não podiam descartar a ideia de que aquelas pessoas poderiam ter sido enviadas exatamente para montar uma armadilha, mesmo que existisse a aliança entre Caninos e Alados, não podiam descartar a hipótese da audácia. Chanyeol, como futuro rei, exonerou Sehun de seu cargo de conselheiro, e agora ele já não era mais líder de caça. Seria apenas um carrasco de luta, obrigado a lutar até a morte. O terceiro irmão mais novo do príncipe herdeiro, era quem liderava a sua tropa.

Enquanto a Baekhyun, ninguém o via. Era como aquele conto da princesa na torre, ninguém via, ninguém falava, ninguém ajudava. Eram cegos, surdos, e mudos quanto a sua situação. Por mais que ele fosse um ser místico dos mais belos, ninguém ligava. Nem para a sua beleza, nem para a sua magia, muito menos para a sua felicidade.

“Vamos, mais agilidade! Qualquer inimigo mataria vocês se os vissem dando mole assim!” 

O lobo de Chanyeol dizia aos seus subordinados, todos em sua forma animal também. Eles estavam treinando seus lobos para que pudessem lutar melhor do que lutaram a anos atrás. Independente se pensavam que os inimigos eram fracos, se eles não fossem, não seriam pegos de surpresa.

- Vossa Alteza! – um dos criados do castelo veio até o encontro de Chanyeol – O rei solicita sua presença.

Chanyeol ordenou que continuassem lutando, antes de voltar a sua forma humana, se vestir, e ir de encontro ao rei. Foi andando sozinho até seu pai, que se encontrava em seus aposentos, acompanhado de sua mãe.

- Mandou me chamar? – perguntou ao homem que estava repousando em sua cama. 

Ele se levantou e caminhou até a sacada, chamando o filho para que o seguisse, o que acatou sem rodeios.

- Meu filho, você está indo muito bem com suas decisões e seu governo. – o rei começou, depois de um certo tempo em silêncio – Por isso, deixarei o futuro desse reino em suas mãos.

- Obrigado, Senhor.

- Mas essa guerra, preciso que lidere sozinho. – seu pai disse sério, sem olhar para o filho.

- Como assim? – Chanyeol estava realmente confuso, mas tentou parecer firme em sua dúvida.

Seu pai se virou para ele, tocando em seu ombro. Olhava em seus olhos para que o filho entendesse que aquilo não era uma brincadeira.

- Você irá liderar essa guerra. Todas as tropas do reino lutarão ao seu lado, e eu quero que traga a vitória para casa. – seu pai apoiou as duas mãos, uma de cada lado de seu rosto com firmeza – Eu sei que você é digno de vencer essa batalha, em nome dos Caninos.

Chanyeol sentiu toda a adrenalina passar por seu corpo enquanto ouvia as palavras de seu pai. Aquele homem na sua frente era o único naquele reino que poderia vencê-lo em uma batalha corporal, tanto em sua forma humana quanto em sua forma animal. E agora, aquele homem que viu como espelho por toda a vida, estava deixando em suas mãos o destino da guerra entre dois reinos. Chanyeol nunca havia tomado nenhuma decisão sem que seu pai estivesse ao seu lado, observando tudo de perto. Aquela seria a primeira vez que iria liderar sozinho.

- Eu honrarei o seu nome, meu pai. Trarei a glória para este reino. – ele respondeu firme.

Saiu do quarto sem sequer falar com sua mãe. Seu corpo estava borbulhando em excitação, não imaginava que aquilo seria lhe dado daquela forma. É claro que fazia sentido, afinal, um dia ele seria rei e precisaria liderar guerras sem que alguém tomasse as melhores decisões por ele. Agora ele é quem deveria tomar as melhores decisões, e não podia errar. Qualquer decisão errada custaria toda a vida de seu batalhão, até mesmo a sua, junto da vergonha da derrota de seu reino. E é claro que também não deveria morrer e largar aquele reino para o seu irmão idiota.

Chanyeol chegou ao jardim do castelo. Um sentimento estranho o acometeu ao ver as rosas bonitas e brilhantes, todas apagadas. Aquele lugar que era lindo antes, agora estava sem vida. 

Se sentou no banco que ficava no meio do jardim. Não sentia a mesma paz de sempre. O que aconteceu para que tudo ficasse daquela forma? A magia não deveria ser eterna? Chanyeol avistou uma criada passando pelas portas do jardim, e a chamou de imediato.

- Vá até aos aposentos da noiva, e diga para encontrar o seu futuro rei no jardim. Imediatamente. – ele ordenou, recebendo um aceno eufórico. Sorriu pois sabia o medo que causava em todos ali, e amava.

Continuou observando as flores apagadas, vendo algumas pétalas que já estavam até secas. Quantos dias se passaram? Cinco? E já estava morrendo? Aquilo era inacreditável. Talvez a magia de Baekhyun não fosse tão forte assim. Não demorou muito para que ele aparecesse no jardim, acompanhado de sua dama de companhia. O futuro rei se levantou, andando até o seu encontro. O rapaz ainda vestia o véu espesso, junto de um vestido branco, feito uma noiva. Não lhe disse nada, nem um cumprimento sequer.

- Faça de novo. – Chanyeol disse estranhamente baixo. Baekhyun levantou a cabeça, o olhando, talvez não entendendo o que ele queria – Dê vida ao jardim novamente, como você fez outra vez. 

Baekhyun não o respondeu. Demorou para que tivesse alguma reação, e começasse a andar pelo lugar. Ele foi até quase metade do jardim, sendo observado pelo futuro rei e sua dama, e quando chegou ao centro, se abaixou lentamente. Tocou delicadamente o chão com as pontas dos dedos, e como a linda mágica que possuía, começaram a nascer flores. Margaridas, alamandas, cinerárias, entre outras lindas espécies. Até mesmo as rosas, voltaram a ter vida e brilhar como antes. Podiam até mesmo sentir os cheiros dos perfumes de todas as flores, parecia realmente um lugar encantado. Aquele jardim estava bonito como nunca, vivo como uma pessoa.

Chanyeol, vendo Baekhyun ali, agachado, tocando o chão com tanta delicadeza, pôde ter o vislumbre da noite em que encontrou aquela camponesa dentro da floresta dos Alados. Pôde ver com perfeição aquela moça que invadia seus pensamentos sempre que ia ao jardim. Afastou aquilo de sua mente quando o seu noivo se levantou, voltando ao lado de sua dama.

- Algo mais? – ele perguntou, e o futuro rei mal conseguia olhar para ele.

- Estarei fora por um tempo. Saia de seu quarto e cuide do jardim. Quero que ele esteja vivo como está agora, quando eu voltar. – foi o que ele conseguiu dizer, antes de liberar o garoto para voltar a seu quarto.

Ele não iria admitir nunca que sentiu admiração por aquele simples ato de magia que seu noivo tinha feito. Jamais.

[…]

Mais três dias se passaram até que eles estivessem preparados para a invasão ao reino dos Escamados.  Naquele momento, estavam embarcando em seus navios, se acomodando para a viagem de dois dias e uma noite. Chanyeol como líder de guerra, convocou todos os seus soldados para uma última reunião antes de saírem mar a fora.

- Meus homens, hoje estamos saindo de nossas terras, mas para trazermos história ao nosso reino. – ele dizia alto o suficiente para que todos os presentes pudessem ouvir, e em seguida ao que disse, vieram urros selvagens – O nosso objetivo nessa invasão, é apenas domínio. Esperamos chegar naquela terra e encontrar uma situação precária. Não será uma guerra se estivermos em situação de força maior. Entraremos e conquistaremos o povo com a promessa de caridade se houver redenção total. – todos sorriam, pareciam certos de que venceriam de qualquer forma – Mas se por um acaso nos encontrarmos com o ataque, lutaremos até o fim. – mais um urro selvagem. Todos eles tinham o interesse na vitória – Deveremos voltar em um ou dois dias, no máximo. – ele findou mais uma vez os gritos com sua voz alta e grave – Eu imagino que todos tenham um motivo para voltar. – aqueles que antes estavam agitados, pareciam mais preocupados.

O discurso motivacional já tinha se acabado, e todos estavam se preparando para realmente desembarcar. Os sete barcos grandes continham um pouco dos soldados em cada um deles. A grande quantidade de barcos era apenas para trazer o povo que estivesse em rendição para o seu reino.

Chanyeol estava ansioso para aquilo, seu sangue fervia de forma diferente, adrenalina pura corriam em suas veias. Mal podia esperar para entrar naquelas terras.

[…]

- Vossa Alteza, estamos a costa. – um dos soldados veio até seu quarto pra avisá-lo de que haviam chego na terra dos Escamados.

Chanyeol terminou de ajeitar sua roupa pesada e escura, que esperava não estragar durante a sua passagem por aquele lugar.

Ao saírem dos barcos, as tropas começaram a se infiltrar pelas árvores conforme o plano. O futuro rei e uma pequena tropa, iriam até o castelo. Os mais fortes depois dele, se dividiam em pequenas equipes, para que conseguissem invadir mais de um lugar ao mesmo tempo. Enquanto os outros se transformavam em sua forma animal, Chanyeol e os seus continuavam como humanos.

Aquilo também fazia parte do plano. Parecer em menos quantidade, indefesos, para que pudessem chegar ao castelo sem muito alarde. E assim foi. Conseguiram entrar na cidade, e mal podiam acreditar no que viam.

Escamados jogados ao chão, alguns mortos, outros a beira da morte. Muitos deles sequer conseguiam respirar direito. Mais à frente, puderam ver alguns deles brigando por alimento. Eles os olhavam com curiosidade e negligência. Independente da situação daquele povo, conseguiam não gostar de forasteiros da mesma forma. 

“A mulher estava dizendo a verdade. Eles estão fracos de mais para qualquer guerra. Diga aos outros que não haverá luta.”

Chanyeol passou para um de seus subordinados, na forma que só os lobos poderiam escutar. Ele imediatamente voltou ao caminho que vieram, para que encontrasse seus companheiros antes que eles fizessem algo. Ao passo que iam chegando ao castelo, as aparências mudavam. Ninguém naquele lugar parecia realmente saudável, mas com certeza os que trabalhavam para a realeza tinham alguma regalia. O futuro rei dos Caninos, porém, entrou ali com extrema facilidade. Nenhum dos soldados dos Escamados o parou, sequer uma vez durante seu percurso castelo a dentro.

A estrutura na qual moravam, estava quase se desmoronando sozinha, mas ainda continha estátuas com as imagens dos deuses que aquele povo adorava como adorno. Adentraram o salão principal do castelo, todos juntos.

- Olha que bela visita. – uma mulher sentada ao trono, de cabelos compridos até quase o pé, na cor de cobre, disse assim que entraram. – A que lhe devo essa honra? – ela se levantou de onde estava, se aproximando das escadas que desciam do trono. Seu vestido era em um tom verde musgo, com detalhes em dourado, muito bem conservado. Ela realmente não parecia passar fome e nem necessidade.

- Sou Park Chanyeol, dos Caninos, primeiro herdeiro do trono. – como de costume em sua cultura, Chanyeol reverenciou aquela que deveria ser da realeza, sendo seguido por seus soldados. – Viemos em paz.

- Paz? Não parece em paz chegando em meu reino com sete barcos de carga. Muito menos entrando em meu castelo armado de lobos. – ela o disse certeiro, seus olhos pareciam brilhar. – O que vieram fazer aqui exatamente?

“Se afastem e fiquem em posição.” Chanyeol ordenou aos seus, se aproximando da mulher.

- Viemos oferecer ao seu reino prosperidade, acolhimento, alimento e boa vida. – ele disse firme.

- E? – ela parecia indiferente com sua proposta.

- Em troca queremos sua rendição total, e o domínio do reino. – Chanyeol respondeu indiferente também. Era assim que ela queria jogar, pois ele jogaria assim.

Aquela mulher sorriu cada vez mais largo. Voltou a andar em passos lentos, um pé em frente ao outro, em direção ao seu trono.

- Que engraçado, não é? Seu pai quase perdeu uma guerra para nós. – ela riu, se divertindo com a própria fala como se fosse uma piada – E agora, quer conquistar nosso reino. Mas sequer tem a coragem de vir até aqui e se impor em nome do seu povo. – ela riu ainda mais alto.

- Não faria sentido ele vir, devido ao estado deplorável que esse lugar se encontra. 

Ela parou ao lado de seu trono, ainda de costas para ele.

- Sabe, meu querido Chanyeol? Só me resta rir desta situação engraçada. – ela dedilhava os detalhes do trono enquanto falava – Por muitos anos, dezenas deles… Meu povo sofreu. Sofreu muito. Desde que seu pai lutou ao lado dos Alados, e destruiu toda a nossa aliança, ficamos abandonados pelo resto do mundo. Você sabia que ninguém gosta das pessoas negligenciadas pelas grandes potências? – ela riu soprado, mostrando o sarcasmo que estava guardando até então. – Nem mesmo as nações mais inferiores se prestaram a nos ajudar. Ficamos sozinhos com a fome e a miséria, tentamos no início prosperar de alguma forma, mas a pobreza era tanta que ninguém mais se respeitava. O pouco que tinha, a realeza foi obrigada a cultivar em segredo, pois não era o suficiente para sustentar todo o povo. Meu pai, por muitos anos tentou. Até que morreu de tristeza. Minha mãe desistiu da vida, pouco tempo depois, e eu… fiquei sozinha nesse castelo gigantesco. Com todo o reino em minhas mãos. 

Ela voltou a andar e deu a volta tão lentamente por trás do trono, que cansava a sua vista. Chanyeol estava cansado de ouvir toda aquela ladainha melancólica, queria mais era que ela se calasse e aceitasse o destino que esperava por ela. Seus olhos se encontraram novamente, e ele pôde ver como aqueles olhos pareciam ser mais negros do que o normal.

- Eu passei minha vida, tentando achar uma forma de revidar. Pesquisei em todos os livros, mas mesmo que eu soubesse todas as suas fraquezas, vocês ainda tinham os Alados ao seu lado, e eu… não tinha ninguém. Nem mesmo meu soldado mais forte, era capaz de lutar. – ela dizia com pesar.

- Sinto muito por isso. – Chanyeol respondeu, vendo ela sorrir de forma estranha. Uma sensação esquisita começou a formigar a boca de seu estômago, mas não sabia o que poderia ser.

- Oh não, não sinta! Eu estou feliz por você estar aqui. Eu fiquei sabendo que você vinha, graças aos fugitivos do reino, então vesti o melhor vestido de minha coleção, e até tomei um banho de leite de cabra. A última vez que fiz isso, minha mãe ainda era viva! – ela sorria ainda mais largo conforme falava – Agora finalmente eu terei a minha chance. Minha vingança será feita, em nome de meu pai!

Antes que qualquer um pudesse raciocinar o que tinha sido dito, ela puxou algo que estava escondido atrás de seu trono, e uma lança afiada de madeira, com a ponta pintada de uma cor escura, cortou o vento, passando direto pelo lado esquerdo de seu peito. Chanyeol não teve sequer a chance de pensar, aquilo tinha vindo tão rápido que nem sabia de onde. Pode ouvir ao fundo, seus soldados se transformando e rosnando em sua defesa. O ardor extremamente dolorido em seu peito fazia sua cabeça pulsar, e cada espasmo era uma dor ainda mais forte. Chanyeol viu sua vida toda passar diante dos seus olhos naquele momento. Nunca imaginou que morreria sem sequer lutar, daquela forma, pego de surpresa. Sempre imaginou que morreria como um herói, lutando em nome de seu reino, e mesmo que se morresse, seria o vencedor. Mas aquilo, aquela morte idiota, não estava em seus planos.

Sua visão embaçada lhe permitiu enxergar a mulher que o enganou e atacou sendo degolada por um dos lobos.  Ao menos aquilo teve o prazer de ver, antes de fechar os olhos e se entregar a escuridão.


Notas Finais


bom galerinha, confesso que fiquei bem insegura com esse.
eu disse antes e repito, sou boa em descrever coisas e sentimentos dramáticos kskskssk mas isso é muito importante pra história, pra que ela tenha sentido!!

obrigada a todos que estão comentando, vocês são uns amores ❤️❤️❤️


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