Uma semana se passou desde que Jonas voltou do hospital.
Ele não se sentia bem rodeado de médicos que já foram subornados por Frank Adams. Sue os falou as mudanças que ele faria já que agora é o prefeito. Eleito há pouco tempo enquanto ele estava no hospital. Ela descobriu algo no computador dele, uma mensagem protegida por um software que há dias Joel está tentando desvendar. Ele conseguiu convencer Kelly a não contar nada a Kevin. Mas ela mal fala com ele, e Joel não a culpa.
Na escola, desconfiavam deles após o que aconteceu com Jonas. Por terem aulas em que ficariam sozinhos, Jonas, Rae e Kim conversavam mais com Luke, Katie e Michael. Rae, no fim das contas, não achava mais Mike um completo inútil na vida dela. O ajudava nas aulas de música e Katie a saber mais sobre as aulas de história. Jonas jogava cartas com Owen e Luke como forma de se distrair do que acontecera. Jonas era o que mais tentava seguir adiante. Ele e Rae falavam o que aconteceu com eles. Rae não consegue dormir sem calmantes, pois toda vez que se olhava no espelho via Jeff atrás dela, mandando-a dormir. Ele estava vivo e na cidade. Não sabia o que aconteceu com ele depois que ela o tocou. A sensação que Rae teve naquela hora era algo que nunca sentiu. Um enorme frio querendo querendo sair e tomar conta dela. Joel deu-lhe spray de pimenta para o caso de uma situação dessas. Ela compartilhava aquele medo com Jonas, que acreditava em milagres e que acredita que Deus o fez se livrar da criatura que o levou.
Depois que viu o Slender Man, Jonas não conseguia ver mais nada por horas inconsciente. Se via na parte mais obscura da floresta, rodeado de árvores e a presença dele ali, o observando. Seu relógio o salvara, espantando aos poucos o Slender Man. Supôs que deve ser um poder dele, espantar os mais espíritos. Slender Man queria se aproximar de Jonas fazer sabe Deus o quê, mas era como se o relógio fosse seu escudo, até que Joel o achou e Slender Man foi embora. Havia uma sensação estranha dentro de Jonas. Via ele ocasionalmente, os remédios não faziam efeito e estava a um fio de enlouquecer.
Fora isso, tudo normal na cidade de Bakerville, Ohio.
***
Rae olhou ao redor. Todos os lugares estavam realmente ocupados, menos dois lugares no fundo onde ela costumava ficar.
— Estamos em paz, certo?
Ela se viu na vontade de concordar com Michael, enquanto todos os alunos conversavam entre si e mexiam em seus instrumentos prontos para a aula de música.
— Eu posso ver? — pediu ele apontando para os papéis com as notas musicais e letras de música.
— Ah, sim! — respondeu meio hesitante.
— Você compõe música?
— Não! Ainda não! — ela deu de ombros — Nunca parei para escrever uma!
Michael olhava para as páginas curioso.
— Royal? — indicou para um dos papéis.
— Sim. Eu gosto de Lord — falou ela sorrindo sem perceber.
— Por que você não toca na frente da sala? — ele perguntou curioso.
— Porque não! — respondeu — Eu não gosto. Só gosto de tocar para mim mesma. E não sou obrigada.
— E você acha que toca e canta bem?
Rae fez uma cara pensativa.
— Tocar sim, mas cantar... Mais ou menos!
— Eu posso ouvir?
Ela ergueu a sobrancelha.
— E se eu não quiser?
— Eu toco! — ele pegou seu violão, um pouco maior do que o que Rae tinha. — Eu bem que estava afim de testar a minha voz.
Não deixou de rir.
Cada dia que passa, Rae não sabe distinguir o quanto que ele era estranho. Michael pegou sua palheta e passou pelas cordas, olhando de vez em quando para a letra da música.
Logo na primeira linha da música, Rae riu. Ela se aproximou mais dele.
— Eu aconselho você a cantar outra. — Ele passava a palheta nas cordas erradas e não sabia a letra de cor.
Michael riu.
— Eu não estava indo bem?
— Prefiro não responder essa pergunta! — ela pegou outro papel — Essa eu acho que até para um cabeça oca como você pode cantar!
Ele leu.
— Scientist?
— Prefere Nirvana?
— Eu estou feliz com Scientist! — retrucou Michael, começando a tocar.
Posicionou suas mãos nas cordas, enquanto tentava decorar as notas.
Rae fez um sinal com a cabeça de que ele estava indo bem. Melhor do que a outra música.
Ela tocou na mão em que segurava as cordas, fazendo-o segura-las melhor. Michael sorriu.
Também concertou sua outra mão, fazendo Michael ter atrito com a mão enluvada de Rae. Por um minuto, imaginou que ela estivesse sem as luvas. Rae, ao ver que ele estava um pouco acanhado, preferiu cantar com ele. Até porquê era uma de suas musicas favoritas.
— Silêncio, turma! Mary, guarda seu celular e Rae e Michael! — a professora os interrompeu — Cantem entre si depois! A aula já começou!
As bochechas de Rae esquentaram. Muitos de seus colegas os olharam e sorriram. Ela não olhou para Michael, mas se afastou dele. Risadas baixas foram ouvidas.
— Você me disse que não sabia cantar — ele sussurrou para ela.
— Saber cantar todo mundo sabe, Mike. Cantar direito é que eu não sei.
— Mas não foi desafinado. Bem, no início... — ela não o olhou brava, porque era verdade. — Mas foi bem.
Michael aproximou a cadeira onde estava sentado para ela, a ponto dos ombros de ambos se tocarem. Rae sentiu uma breve sensação no estômago. Ele a olhou, e seus olhares cruzaram-se. Rae há muito tempo não contemplava os olhos azuis dele. Só depois percebeu que ele tinha poucas covinhas. Foi aí que percebeu algo.
As covinhas de Mike eram sua fraqueza.
Ela balançou a cabeça confusa. Supôs estar íntima até demais dele para pensar coisas como essa. Mas permaneceu calma.
Aquele sentimento não era nada de demais.
É passageiro.
***
— Vocês não têm medo de serem pegos aqui? — perguntava Sue ao olhar ao redor, visualizando os restos de tinta nas paredes da aula de artes.
— Eu sempre mato aula aqui! — Alice deu de ombros enquanto recebia uma chave de fenda de Owen, ajudando-a no conserto da máquina que capita ondas eletromagnéticas.
— Eles vão nos descobrir se continuar tocando Thriller nessa altura — Jonas reclamou discretamente da altura da música vindo do celular de Alice.
— Ouvir Michael Jackson me acalma, o.k.? — Alice se defendeu.
— Então é essa coisa que consegue capitar fantasmas? — Sue examinou ao seu aproximar. — O que isso vai servir pra gente?
— Vai que consegue capitar um Poltergeist — supôs Owen — E pode prevenir caso Slender...
— Não fale o nome dele — protestou Alice.
— Meu Deus, o que quer que eu faça? É o nome dele! — retrucou Owen.
Sue chutou a canela de Owen com força. O mesmo grunhiu de dor e, antes que tirasse satisfações com ela, Sue indicou com a cabeça Jonas sentado do lado da janela, olhando a paisagem pensativo, mas ao mesmo tempo com uma aura tensa. Não era o mesmo de antes. Ele não falou uma palavra sequer desde que chegou. Não dormiu na aula de álgebra, como costumava fazer.
— Jonas?
Este olhou para Owen.
— Tranquilo? Você está quieto desde que chegou — Owen caminhou cautelosamente até ele.
— Eu estou bem — ele disse, em seguida voltando a atenção para a janela.
Eles se olharam preocupados.
— Você não está bem! — Sue falou o óbvio.
— Eu vou ficar — prometeu ele, não sendo nem um pouco convincente. — Só estou pensando... No meu novo trabalho!
— Você conseguiu um trabalho? — Owen entrou na conversa discretamente.
— Meu padrasto me despediu e quer que eu trabalhe por pelo menos uma semana numa nova pizzaria que ele tem parceria — falou — Eu não me lembro direito... Fazbear alguma coisa...
— Freddy Fazbear Pizzaria — interrompeu-o Sue — Eu ia pra lá quando criança na cidade grande.
— Aquele lugar tem um clima pesado. — comentou Jonas atento a qualquer movimento do lado de fora.
— Como assim pesado? — Owen ficou curioso.
— Eu não sei. Tem algo esquisito naquele lugar...
— Me fale algum lugar nessa droga de cidade que não seja esquisito — esbravejou Sue, caminhando curiosa até o projeto de Alice.
Jonas concordava com ela. Mas aquela pizzaria realmente havia algo estranho. Era como se os animatronics seguissem cada movimento de Jonas. E só de ouvir o nome da pizzaria já lhe causava calafrios.
Freddy Fazbear Pizzaria.
***
Rae corria pelos corredores na maior velocidade que podia.
A professora de história não permitia que ninguém entrasse na sala depois do sinal. Ela acabou se distraindo tocando violão com Michael — o que era divertido para ambos e a fez senti algor estranho — e com as porções de batata-frita do refeitório. Esses fatores a fizeram desperceber o tempo passando. Nem que fosse um minuto de atraso ela deixava. E não podia faltar aula dela. Ao perceber quem chegou tarde, tirará um ponto de sua matéria.
Para seu azar, a porta já havia sido trancada. Ela parou bruscamente, deixando seu pulmão receber mais ar. A porta se abriu e, pelos sons dos saltos, era a professora.
E lá se vai um ponto, Rae lamentou na sua mente.
Preparada para a perda de um ponto de sua nota, uma ventania passou por ela, levando-a consigo. Um segundo depois, ela não se via mais no corredor. Não via mais a sua professora de história. Apenas o garoto que a perseguia nesses dias.
— De nada — disse ele, sorrindo triunfante após Rae reconhecer que estavam no terraço da escola — Qualquer coisa é só dizer que teve de sair cedo!
Rae recuou para trás, mas longe da beirada do terraço. Abriu sua mochila sem tirar os olhos do garoto.
— Quem é você? — perguntou tentando se manter calma — Fala! Quem é você! — ela gritou.
— Eu não vou te machucar — prometeu.
Ela virou a mochila de cabeça para baixo depois de não achar resquícios de sal e sua arma. Algo que ninguém sabe, apenas ela.
— Procurando isso? — ele mostrou ambos na sua posse. — Pode ficar com o sal, não sou fantasma. Mas é melhor eu ficar com a arma por precaução.
Rae optou pela cintura de sua calça.
— Também vou ficar com o spray de pimenta — acrescentou segurando o objeto com estranheza — Veio preparada!
— Quem é você? — proferiu Rae — Quem é você? Por que está me seguindo?
Ele abria a boca para falar.
— Você é aquele mascarado que me seguiu ou aqueles outros assassinos? Ah, o cúmplice da Vindicta! — ela concluiu — Ou de Jeff...
— Ei, fica calma... — o garoto tentou proximidade, mas Rae a quebrou.
— FIQUE LONGE DE MIM! — sua voz se tornou trêmula.
— Eu não vou te machucar!
O garoto, de uma hora para outra, foi rodeado por raios vermelhos e parou na sua frente. Ele segurou seus ombros.
— Eu estou sozinho! — disse mais alto. Rae parou de se debater — E-Eu não sou do Lado Negro da Força... Bem, você assiste Star Wars? Acho que sim, porquê vi um pingente de Yoda no zíper de sua mochila!
Rae se livrou de suas mãos. Fechou a sua e desferia um soco nele, mas o mesmo desviou numa velocidade que aos olhos de Rae era impossível.
— O que...
— Não pira! — levantou as mãos prevenido — Só quero conversar!
— Então o que quer? — ela foi ríspida.
— Educação mandou lembranças — provocou o garoto vendo uma veia estar prestes a saltar da testa de Rae. Ele estendeu a mão — Nick!
Ela olhou para sua mão e depois para ele, sem se importar de mexer a sua.
Nick recolheu sua mão suspirando.
— Não vai me falar seu nome?
— Você não perguntou. — ela retrucou com desdém. Nick engoliu em seco.
— Mas acabei de perguntar...
— Rae! — respondeu seca.
— Sou da paz, está bem? E só quero... Conversar com você!
Rae arqueou uma sobrancelha duvidosa.
— Olha! — ele ergueu sua mão na altura do nariz e ela tremeu. Tremeu numa velocidade incrível. Rae pulou de susto olhando boquiaberta para a mão. Nick riu.
— O que você fez comigo?
Ele riu de novo. A mão parou de tremer.
— Eu sou como você — disse abaixando a mão — Não precisa ter medo de mim.
— Sua mão...
— É inofensivo... Um pouco — enrolou.
— Como sabe sobre mim?
— Eu sei de muitas coisas — disse-lhe — Você, Jonas, Kim...
— Conhece alguém chamado Michael, Katie e Luke?
— Eu acredito que não exista uma pessoa chamada de Michael, Katie e Luke — falou incerto — Mas conheço sim. Três pessoas.
Nick tocou seu ombro.
— Não sou o vilão, Rae! Só quero conversar e, quem sabe...
Rae deu passos para trás.
— Aqui — Nick suspirou derrotado enquanto pegava um papel de seu bolso da calça de trás — Meu número. Ligue se quiser conversar, sabe...
— Por que você...
— Eu quero te ajudar, Rae! Soube que você não toca em ninguém! — afirmou — Eu posso ajudar você...
— E se eu não quiser ser ajudada? — Rae estava farta daquilo. Não podia fazer nada. Não podia atirar. Não podia apunhala-lo e muito menos soca-lo.
— Então pode morrer sem saber quem é realmente é — disse ele fechando a cara. Em seguida sorrindo — Brincadeira! A verdade sempre vem algum dia!
Rae assentiu com a cabeça pasma. Nick pegou sua mão e pôs nela o papel.
— Até mais, Rae! Pense um pouco!
Depois que falou aquilo, Rae foi deixada na frente da escola. Quando olhou ao redor, pôde ver raios vermelhos pela rua. Sentiu o peso maior de sua mochila por causa da arma e em suas mãos estavam sua faca e o spray de pimenta.
***
— Atacar!
Após o grito de guerra, Kim correu com suas pernas minúsculas em direção a de Jack Risonho.
O mesmo estufou o peito e desviou da espada de madeira de Kim personalizada, inspirada na espada da Mulher-Maravilha. Vestira uma tiara e um escudo de plástico menor do que seu braço da mesma heroína.
Jack Risonho e Kim brincavam de lutar entre si. Foram repetidas às vezes em que brincavam com as coisas que Jack Risonho trazia enquanto sua família estava fora. Kim mal se lembrava deles ao lado de Jack.
— Renda-se! — ordenou o palhaço multicolorido.
— Jack, olhe! — Kimberlly desviou sua atenção da brincadeira para um pássaro que voava perto deles.
Jack Risonho olhou para o pássaro e pegou-o como se tivesse reflexos. Kim se aproximou, soltando seu escudo e espada.
Ele ficou sobre as mãos grandes de Jack Risonho, preso. Kim alisou delicadamente sua cabeça.
— Que fofo! — admirou Kim — Que nome vamos dar a ele? Que tal... Alberto?
— Um nome para ele?
— Sim — depois de muito tempo o acariciando, Kim notou outros pássaros no céu e lembrou-se do que sua mãe a ensinou. Que o habitat natural deles é na natureza — Liberte ele, Jack!
— Liberta-lo? — o palhaço questionou confuso, abrindo um sorriso — Que tal algo mais divertido?
— Mas...
Jack Risonho ergueu o passarinho e começou a apertar seu pescoço. Igual quando fez há muitos anos atrás com sua primeira criança.
Quando percebeu o que Jack Risonho fazia e o sangue saindo do passarinho por conta de machucados que Jack fez, Kim arregalou os olhos.
— Jack! — chamou — Jack, não faça isso!
Mas ele não lhe deu ouvidos. Apertou mais forte o passarinho.
— É divertido!
— Jack! — o passarinho bateu as asas exigindo liberdade, mas não adiantou — JACK!
O mesmo olhou para ela confuso e deixou o passarinho cair. Kim viu sangue nele e o seu corpo imóvel. Ela cobriu a boca horrorizada, os olhos lacrimejando.
— Kim? — ele se curvou.
Ela deu passos à frente, vendo o passarinho de olhos fechados. Kim gritou assustada, deixando as lágrimas escaparem.
— Kim, o que foi? — seu amigo ficou atento.
— NÃO! ELE MORREU! — ela caiu de joelhos, lamentado a morte do passarinho inocente enquanto gritava com tristeza — POR QUE FEZ ISSO, JACK? EU PENSAVA QUE VOCÊ ERA MEU AMIGO...
— Kim...
— NÃO ERA PARA MATÁ-LO! ELE DEVIA SER SOLTO!
Ela não estava brava. E sim com pena.
— M-Me desculpe... — Jack olhou-a confuso — Achava que ia gostar? Isaac... Gostava!
Ouviu o som dos passos dos seus pais. Jack Risonho desapareceu, não entendendo o porque dela não ter gostado. Voltou para sua caixa, abraçando os olhos, se perguntando o que havia feito.
Isaac gostou quando enforcou um gato.
Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.
Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.