História Anos em Branco - Instalando o Respeito e Festa (Parte 1)

Natsu POV ON

Algumas horas se passaram e as meninas basicamente se trancaram dentro do quarto se trocando e ajudando umas as outras, enquanto nós garotos já estávamos todos prontos e esperando sentados na sala. Eu estava vestido com uma camiseta azul com algumas palmeiras estampadas e um shorts bordô. Uma roupa bem praiana típica, já que seria uma festa na praia, e os outros não estavam muito diferentes. O único mais simples era Rogue, que usava uma camisa preta simples e shorts brancos.

Gray - Olha ele ali… Só procurando uma presa… - Sussurrou do meu lado enquanto encarava o Lily. - E ainda me olha como se tivesse me julgando.

Gajeel - Qual o seu problema com meu gato?

Gray - Desde que esse filho do capeta chegou, minha vida nunca mais foi a mesma. - Resmungou se encostando no sofá. - Por exemplo, ontem eu fui escovar os dentes de noite e minha escova já estava molhada. Se algum de vocês usou por acidente, então a gente deu um beijo bluetooth.

Jellal - Ah, não foi isso não. É que talveeez… Eu tenha deixado cair na privada sem querer. Hehe… - Falou sorrindo de nervoso, enquanto Gray olhou indignado pra ele.

Gray - QUE?!

Gajeel - Tá tá, mas meu gato não tem nada a ver com seus problemas.

Gray - Gato preto dá azar, você nunca ouviu falar disso? É tudo culpa do Lily… 

Natsu - Será que elas vão demorar pra terminar lá? É só uma festa de praia, não precisa de tudo isso. - Bufei cansado de esperar.

Jellal - São mulheres né, sempre vão demorar. - Disse relaxado encostado no sofá. - Falando em mulher, qual é o objetivo de vocês nessa festa?

Rogue - Objetivo? - Questionou confuso.

Jellal - Ué, claro! A gente sempre tem que ir para a festa com algo em mente. Por exemplo, o meu objetivo hoje vai ser encher tanto a cara que eu vou chegar em todas as minas daquele lugar. - Exemplificou com uma cara de doente pervertido.

Gray - Eu te acompanho nessa! Quero ficar tão louco que vou acordar pelado numa floresta. - Disse olhando para a cima imaginando a cena.

Gajeel - Que exagero hein. - Falou com uma gota na cabeça. - Já eu tenho um plano pra hoje, não se preocupem. Ge-he.

Jellal - Iiiih, será que é pra alguém especial? - Insinuou cutucando o grandalhão com o cotovelo. - Todo mundo sabe que você quer pegar a anã de jardim. - Jogou na lata, levando um cascudo em retorno.

Sting - Eu também tenho alguém em mente, não se preocupem. - Falou sorrindo.

Rogue - Assim como eu.

Gray - Ora, então vamos fazer o seguinte, eu conto até três e vocês nos dizem quem é a consagrada. - Falou olhando para os dois, que se entreolharam e pareceram concordar. - 3, 2, 1, vai!

Sting\Rogue - É a Yukino. - Falaram ao mesmo tempo, e depois olharam um ao outro com uma cara de indignados. Parece até que vai sair faísca. - NEM FODENDO!

Gray - HAHAHAHAHA, RINHA DE IRMÃOS! - Gray falou jogando lenha na fogueira.

Sting - Eu não vou perder pra você nem que o mundo caia, maldito.

Rogue - Faça das suas palavras as minhas.

Gray - Bom, só falta você Natsu, qual é o seu objetivo? - Indagou curioso.

Natsu - Pra falar a verdade, eu nem tinha pensado nisso, só quero me divertir. - Realmente não havia nenhum plano especial pra hoje, só ficar curtindo a festa, dançar e beber pra caralho.

Jellal - A gente tem mesmo que te lembrar que você provavelmente poderia ter um harém nesse ponto da história? - Falou se virando pra mim. - Qual é Natsu, se você quiser, você arruma qualquer uma daquelas garotas ali em cima num estalar de dedos! Sortudo filho da… 

Natsu - Hey, hey, sem xingar as mães alheias aí, valeu? - Parando pra pensar, realmente algumas daquelas garotas gostam de mim, mas eu não sou do tipo que se aproveita de garotas apaixonadas. Simplesmente não é a minha vibe. Além de tudo, a Cana é quase que minha “sobrinha”! Se bem que a gente não tem nenhuma ligação sanguínea, mas mesmo assim seria meio estranho… - Só vou curtir e ver onde a noite me leva. Sem preocupações ou expectativas. - Pus um fim na conversa, e depois de uns minutos as garotas desceram as escadas, arrancando um “O” da boca de cada um ali.

Gray - Agora eu entendi o porquê da demora… 

Jellal - Deus existe e eu posso provar, assim você mata o papai… - O cara tava literalmente babando. Sem vergonha nenhuma na cara.

Bom, eu não posso dizer que estava muito diferente, já que eu fiquei paralisado vendo o esquadrão das super models chegar ali. Como que pode só ter garotas lindas nesse grupo? Não tem uma maçã podre. Dá até pra começar a considerar o que o Jellal disse, sobre o papo do harém. Não é uma má idéia.

Que merda eu tô pensando? Tô parecendo um tarado.

Erza - Vocês são muito estranhos… Vamos logo pra praia, já são 8:00.

Cana - Natsu, como eu tô? - Falou se colocando na frente das outras.

Jellal - Tá gostosa… - Deixou escapar baixinho e só viu um chinelo voando pela sala. - CUIDADO COM ISSO AÍ, PODE MACHUCAR ALGUÉM? - Reclamou depois de desviar por pouco.

Cana - EU NÃO FALEI COM VOCÊ SEU TARADO! - Gritou de volta. - E DEVOLVE MEU CHINELO.

Levy - Eu acho que deveríamos estabelecer uma hierarquia aqui. Vamos aderir ao respeito.

Natsu - Como assim respeito? A gente já não se respeita bem aqui? - Perguntei confuso.

Levy - Não é disso que eu tô falando. - Explicou continuando. - Eu tenho uma amiga que morou por 3 anos numa casa com outras 3 amigas dela, e sempre que alguém vacilava, eles tomavam uma dose de respeito.

Yukino - Ah, eu já ouvi falar disso! É tipo uma mistura da cachaça de pior qualidade que vocês puderem achar, aquelas 90% álcool colocada numa garrafa de plástico e alguns dentes de alho dentro, depois disso você deixa no sol. Aí quem desrespeitar o pessoal alheio toma uma dose de respeito. - Chegou na conversa mandando a real pra todo mundo.

Levy - Exatamente!

Jellal - Ah sim, eu já tive que tomar isso aí. - Falou normalmente, surpreendendo todos ali. - Eu fui ficar um tempo na casa do meu primo uma vez e ele mora com uns amigos também, acontece que eu zoei um veterano de alguns anos mais velho que eu, daí tive que tomar. 3 vezes seguidas. - Levantou 3 dedos.

Sting - Caramba… Hardcore mesmo hein. - Falou impressionado. - Qual o gosto dessa coisa?

Jellal - Cara, pensa em uma caixa de leite que já passou da validade há uns 3 anos e adiciona álcool em gel. - Falou aterrorizando o loiro. - Depois disso, coloca no microondas por uns 2 minutos e deixa um mendigo mijar dentro. Mistura tudo e bebe. Esse é o gosto.

Rogue - Eu vou vomitar. - Falou e saiu correndo pro banheiro.

Jellal - É a pior coisa já inventada pelo homem. Querem mesmo aderir ao respeito aqui dentro dessa casa. - Falou como se fosse a coisa mais séria do mundo.

Natsu - Já que chegamos tão longe ao ponto de saber o gosto sem beber… Vambora!

Cana - Essa bebida aí nem eu que sou alcoólatra quero provar… - Esquece o que eu disse, será que tem como voltar atrás?

Jellal - Pois bem, eu vou ali fazer rapidinho, vem alguém me ajudar. - Falou indo até a cozinha. Gray e Sting foram ajudá-lo.

Natsu - É cada idéia que vocês dão pra esse retardado… 

Erza - O jeito agora é esperar o Rogue sair do banheiro e os três mosqueteiros voltarem com o mijo do satanás.

Natsu - Ah, quanto à festa, quem é que tem tanto dinheiro ao ponto de dar essas festas gigantescas todo ano? - Perguntei genuinamente curioso.

Lucy - Acho que já falamos dele pra você, apesar de não sabermos como você não conhece o garoto. É um dos sucessores da empresa do OiPhone, Larcade Vermillion. - Depois que ela falou meio que me lembrei do garoto.

Flashback ON (Capítulo 12)

Natsu - Escuta, quem é esse Larcade aí? - Pergunto e simplesmente todo mundo na sala me olha como se eu fosse um alienígena ou algo parecido.

Erza - Tá falando sério? Ele é um dos adolescentes mais ricos do mundo inteiro!

Gray - A empresa da família dele é uma das mais bem sucedidas dos últimos anos, eles tiveram um enorme inclínio nos lucros desde a chegada do OiPhone deles.

Natsu - OiPhone? - Perguntei confuso.

Jellal - É uma cópia ainda melhor do iPhone da Apple, que parou de ser produzido alguns anos atrás, exatamente depois que o OiPhone começou a fazer sucesso. - Jellal explicou

Natsu - Entendi. Então os pais desse cara devem ser muito importantes.

Flashback OFF

Natsu - Hm, acho que eu lembro. O loiro que parece um pouco o Sting né. - Falei pensando um pouco.

Mirajane - Na verdade, ele parece um pouco com você também. Tipo, a feição sabe? - Falou como se comparasse nossos rostos em sua mente.

Natsu - Pff, até parece. - Falei e vi os 4 garotos faltando vindo pra cá, Rogue com uma cara de enjoado e Jellal parecendo um cientista maluco que acabou de criar a poção pra curar o câncer. Ou então criar uma nova mutação pra doença.

Jellal - Aqui está, o respeito! - Uma garrafa pet cheia, com álcool e alguns dentes de alho no fundo. - A cachaça de pior qualidade que tinha ali era 51, então eu só taquei aqui dentro mesmo. Vou deixar ela aqui na frente da porta pegando sol, então se alguém vacilar, vai tomar dose de respeito.

Lisanna - Só de olhar, já me dá arrepios.

Mirajane - Então é bom se comportarem pra não ter que passar pelo respeito.

Cana - Chega de conversinha, vamos pra festa logo encher a cara!

Natsu - Vamos!

(...)

Gajeel - Caralho, essa casa é gigante mesmo. - Falou admirando a mansão.

Gray - Cara, eu tô pronto pra ir buscar cachaça, quem me acompanha?

Cana - Agora tu falou minha língua!

Jellal - Tô com vocês. - Falou seguindo os outros dois e foram em busca de bebida

Lucy - Meninas, vem, vamos tirar uma foto. - Falou puxando as restantes junto com elas.

Gajeel - Eu vou dar um rolê por aí, provavelmente vou pegar uma cerveja também.

Sting - Eu e Rogue vamos com você. Você vem, Natsu?

Natsu - Vão indo na frente, quero ver um negócio primeiro. - Falei encarando a mansão primeiro. Era bem na divisa da praia com a rua e já dava pra ver a muvuca de gente lá na pequena pista de dança instalada no meio da areia. Enquanto os 3 foram pra longe, fiquei pensando… Onde será que eu já vi esse lugar antes?

Espera aí, por acaso eu sou idiota?! É a casa da Meredy! Logo que os pontos se conectaram, eu ouvi uma voz chegando mais próxima à mim.

Meredy - Natsu! Você veio?! - Falou a rosada vindo na minha direção com uma lata de cerveja na mão

Natsu - Meredy! - Exclamei vendo ela chegar mais perto. - Você cedeu a casa pra dar a festa? - Perguntei confuso.

Meredy - Não é isso, é que… Olha, eu não queria te contar naquele dia, por isso não deixei você me levar até a porta, já que geralmente as pessoas só falam comigo por causa do meu dinheiro… - Explicou um pouco embaraçada e com um tom triste. - Eu e meu irmão somos donos da festa. - Revelou.

Bom, que ela era rica eu já sabia, porra é so olhar pra essa mansão, mas se ela é dona da festa junto com o irmão, então quer dizer que…

Larcade - Meredy! Finalmente te achei. Será que dá pra arrumar alguém pra tirar aqueles paparazzis da minha cola? - Chegou falando, e logo virou o olhar pra mim. - Seu amigo?

Natsu - Larcade Vermillion… Então você é Meredy Vermillion também?! - Exclamei surpreso.

Larcade - Olha, você consegue usar o cérebro. - Falou meio cínico, e logo se virou para Meredy de novo. - Eu vou me esconder no meio daquela muvuca de gente, talvez essas câmeras saiam do meu pé. Até depois maninha.

Minha primeira impressão desse cara é que ele… É um riquinho filho da puta. Bom, a primeira impressão sempre é a que fica né?

Natsu - Ele é sempre assim? - Perguntei honestamente.

Meredy - Assim como? - Questionou confusa.

Natsu - Cuzão. - Boa Natsu, joga na lata que você acha o irmão da garota um cuzão.

Meredy - Ele anda bem estressado por conta do que anda acontecendo, com minha mãe e tal. Você deve ter visto no noticiário.

Natsu - Ela ainda tá no hospital?

Meredy - Já melhorou bastante, mas ainda tá meio mal.

Natsu - Entendi. - De certa forma, isso fez com que eu me lembrasse da Layla, e o tempo que ela ficou no hospital… Não, nada disso, esquece a Layla. Ela virou… Um passado. Um passado distante.

Bom, pelo menos é o que eu quero acreditar, então vou até o fim com isso.

Natsu - Vamos parar de falar desse assunto deprê. Por que nunca disseram que você é filha dos seus pais? - Perguntei e ela me olhou um pouco divertida. - Digo, é… Ah, você entendeu minha pergunta!

Meredy - Como eu não sou a primogênita, meus pais decidiram me deixar ter uma… Vida “normal”, se é que me entende.

Natsu - Acho que sim. Não especulam o fato de vocês sempre aparecerem no mesmo lugar?

Meredy - Bom, sim, mas isso a gente nega até a morte. É só eu dizer que sou a fã número 1 dele. - Deu uma risadinha depois.

Natsu - Imagino. - Falei rindo junto.

Meredy - Olha Natsu, eu vou ali falar com meu irmão pra dar um jeito de tirar essas câmeras daqui, a gente se vê depois. - Falou se aproximando de mim e me dando um beijo.

Esse beijo estava diferente do que a gente deu na roda gigante no outro dia. Estava muito mais excitante. De certa forma o gosto de cerveja na boca dela fez o beijo ficar ainda melhor. Ela enlaçou os braços no meu pescoço enquanto eu segurei fortemente na sua cintura com uma mão e a outra na sua nuca, com seu cabelo no meio dos meus dedos.

Meredy - A gente se vê depois, essa festa vai ser bem interessante. - Falou dando uma piscadinha e saiu andando. Posso estar alucinando, mas juro que vi ela dando uma rebolada extra na hora de sair.

Por algum motivo, eu sinto que essa festa vai ser inesquecível.