Capítulo 19 – Antes da Meia-Noite
Parte I – A Garota Escondida
Sebastian
Seguro a minha taça de vinho e bebo mais um pouco da bebida escura e quente. O vinho desce queimando a minha garganta. Fechos os olhos e a vejo, linda como na primeira vez em que a vi. Chaneault Green já era uma mulher quando ainda tinha idade para ser uma menina. Tinha olhos verdes e vívidos de feiticeira, cabelos negros e cacheados que emolduravam o seu belo rosto de traços exóticos. Seus lábios sempre foram carnudos e cheios. O corpo constituía-se esbelto e esguio, mas as pernas e os seios eram graciosos e bem desenvolvidos, pois todos os seus vestidos inocentes de cintura fina os marcavam muito bem.
Channel havia sido a minha prometida depois de muitos anos sem um relacionamento formal. Tive poucos casos com algumas moças, todas muito mais jovens do que eu e várias prostitutas esquentaram a minha cama, mas nenhuma delas equiparava-se a doçura da minha bela Chaneault. O que eu mais gosto nessa menina é o seu jeito doce e amável, os seus sorrisos fáceis, as risadas tímidas e o modo como ela se porta. Chaneault é uma dama. Ela simplesmente nasceu para ser uma mulher importante, para ser coberta de seda, casacos de pele, ouro, prata e diamante. Ela é perfeita para um homem como eu. Perfeita para estar ao meu lado em todos os compromissos da alta sociedade, para carregar os meus filhos na sua linda barriga, para deitar-se por baixo de mim e permitir que eu a possua de todas as maneiras que desejar. O seu querido pai prometeu-me a sua mão e agora a sua odiosa mãe está morta. Chaneault não tem mais ninguém. Ela é minha. Total e absolutamente minha.
É claro que o seu namoradinho está atrapalhando o meu caminho e admito que errei quando quis tentar tomá-la a força no jardim da antiga chácara dos Green, mas ela sempre foi tentadora demais para que qualquer homem conseguisse controlar-se por muito tempo na sua presença. Sei muito bem que ela deve contado sobre aquele infeliz episódio para a sua mãe e por esse motivo a velha desfez o nosso compromisso. No entanto, eu sei que a menina não me odeia. Ela sente medo, pois eu quase a desonrei antes do nosso casamento. Chaneault não mostrava nenhum repúdio por mim antes daquilo, mas deixei que os meus instintos masculinos me dominassem.
O problema agora é que a garota foge de mim e o seu galante namorado de quase trinta anos não colabora. Sei que ele encheu a cabeça dela de promessas e beijos cálidos, mas não passa de um rapaz imaturo que deseja mostrar-se um herói para uma jovem donzela. Channel é a minha pequena e deliciosa princesa e eu a terei de um jeito ou de outro. Eu a recuperarei e assim que ela estiver em minhas mãos, serei capaz de tudo para tirar James do meu caminho. Não gostaria que as coisas fossem assim, mas parece-me que a morte é a única saída para este labirinto.
James
Eu queria acreditar que as pistas do detetive estavam corretas, mas algo dentro de mim ainda me dizia que não seria tão fácil encontrar Chaneault em Fort Wayne. O velho homem garantiu-me que a moça vista por ele numa pensão onde viviam algumas moças sem família era a minha namorada. Todas as descrições batiam com a aparência de Channel e ele disse que se ela realmente estava em Fort Wayne, ninguém mais poderia ser a garota da pensão.
O meu coração tentava não alimentar falsas esperanças, mas a ansiedade consumia-me a cada segundo. Se essa moça era mesmo Channel, nós iríamos fugir para a zona rural de Fort Wayne e lá poderíamos viver por algum tempo até que pudéssemos decidir o nosso destino. Meus pertences estavam na mala do carro, eu tinha frutas, pães e algum dinheiro. Nada muito grandioso, mas o suficiente para começarmos uma nova vida longe daquele homem que queria nos fazer mal.
Esperei, dormi, acordei, tomei um pouco de água, esperei mais um pouco e quando o crepúsculo caiu, ela apareceu.
Os cabelos estavam trançados e ela usava um chapéu branco que escondia um pouco do seu rosto. O vestido era de um tom de vermelho quase da cor de vinho. As pernas vestiam meias brancas e pelo seu andar, ela parecia um tanto abatida. E mesmo assim, Channel continuava linda. Assim que ela passou pelo portão, saí do carro e tranquei o veículo porque Fort Wayne não tinha uma fama muito boa entre os seus moradores. Andei o mais devagar que as minhas pernas permitiram e toquei a campainha da casa antiga de dois andares onde a minha namorada havia entrado. Não demorou muito e uma senhora baixa e robusta que aparentava ter os seus setenta anos apareceu e abriu o portão para me atender. As suas mãos e o avental estavam sujos de farinha, mas ela deu-me um sorriso cheio de cortesia.
— Posso ajudá-lo, senhor? – ela perguntou.
— Sim, minha senhora. Estou aqui para visitar uma amiga.
Ela deu uma risadinha de deboche e disse:
— As meninas que vivem aqui não tem amigos, nem irmãos ou primos, rapaz. Não tenho problemas com isso. Ela é a sua amante?
Velha futriqueira.
— Por favor, não quero que ninguém saiba de nosso relacionamento. – Acho que não nos faria mal entrar no jogo dela. Se alguém enviado por Sebastian Graham aparecesse, talvez a velha não diria nada sobre a minha visita. Então, continuei. — Sou um rapaz comprometido, mas essa cigana dos olhos verdes enfeitiçou-me.
A velha riu.
— Ah, entendo. Também já fui uma moça de encantar os olhos, mas antes que pudesse cair nas mãos de uma cafetina, encontrei um bom homem como você para me dar uma casa e criar os meus filhos. Entre, rapaz. Não perguntarei o seu nome nem nada disso. Só não quero problemas na minha pensão.
— Não os terá, senhora. Prometo.
Passei pelo portão das grades de ferro e atravessei o pequeno jardim. A casa era bonita e bem cuidada. Todos os móveis eram antigos, fortes e de madeira escura. Ela me conduziu até a sala de estar e disse-me para esperar. Não sei se por medo ou precaução, Channel demorou muito para descer. A velha desceu muito antes e esperei a minha namorada por quase quinze minutos contados no relógio. Porém, os meus olhos quase não acreditaram quando ela desceu degrau por degrau. Fiquei de pé para vê-la melhor e assim que os nossos olhares se encontraram, ela correu para o meu abraço.
— James! – Ela apoiou a sua cabeça no meu peito e começou a chorar. — Oh Deus, é você. Não sabe quanto medo eu senti. Eu não tenho mais ninguém, James. Minha mãe está morta e enterrada e não posso voltar para Nova Orleans. Não me deixe cair nas mãos de Sebastian, por favor. Me ajude, James. Você sabe que eu sempre serei sua.
Channel começou a chorar e tremer ainda mais e eu a abracei com toda a minha força. Tudo que eu mais desejava era tirá-la daquele lugar e protegê-la de todos os males do mundo. Passei os meus dedos pela sua cabeça e ela fechou os olhos. Esperei até que a minha menina estivesse mais calma para contar sobre o meu plano.
— Venha aqui. – ela segurou na minha mão e nos sentamos no sofá da sala. — Antes de qualquer coisa, você não precisa pedir a minha ajuda. Se eu larguei tudo que me prendia em Nova Orleans foi porque a vida não faz sentido sem você, Chaneault. Eu não comprei a sua liberdade daquele bordel para tê-la só para mim, eu só me aproximei quando você disse que me queria e correspondeu aos meus sentimentos. Se você quiser, nós viveremos juntos e longe de todos que possam querer nos machucar. Não me importo com mais ninguém além de você, meu amor.
Chaneault sorriu lindamente e disse:
— Eu quero. Não tenho nada que me prenda aqui e você é a única pessoa que eu amo neste mundo.
Chaneault
A senhora Catherine não me fez nenhuma pergunta, só me cobrou pelos dias nos quais morei na sua pensão e me deu um bolo para tomar café e três pães doces e frescos que ela havia feito naquela tarde. James esperou por mim na sala de estar e fiz as minhas malas da forma mais rápida que consegui. Quando desci as escadas, ele se ofereceu para segurar a minha mala e Catherine apareceu para se despedir e me desejar boa sorte.
— És uma menina doce e bonita, Channel. Use isso a seu favor. Caso as coisas fiquem complicadas, esqueça a sua honra e o seu orgulho. Não há nada de errado em fazer úteis os seus encantos femininos para se alcançar algum objetivo. Não se esqueça disso e seja forte. Seja forte em qualquer situação.
— Obrigada, senhora. – ela me abraçou e sorriu.
Caminhei ao lado de James até o carro e quando virei para a pensão, Catherine já havia entrado. James abriu a porta para mim, eu entrei e logo nós saímos com a poeira e as cinzas do asfalto voando atrás do nosso carro antigo. James dirigiu muito e aquela estrada de chão e barro vermelho parecia não ter fim. A noite já caíra há tempos e o frio começava a incomodar.
— O que acha de passarmos a noite num motel? – ele perguntou.
— Não vejo problema. – respondi e ele sorriu. — E fique sabendo que não quero sair do seu lado nem por um segundo.
— Isso é bom porque eu não tenho dinheiro para dois quartos.
Pude ver o rascunho de um sorriso cheio de malícia no seu rosto, mas fingi não ter notado a duplicidade das suas palavras e ações.
Quando avistamos a placa de um motel, James diminuiu a velocidade e entramos no estacionamento. O frio era duro e miserável, mas nada que uma cama e um bom edredom não pudessem resolver. Andamos juntos até a recepção do estabelecimento e o rapaz identificado no crachá como Dylan não disse nada além do preço do quarto e nos entregou a chave.
Confesso que uma estranha sensação tomou conta do meu ser no exato momento em que James abriu a porta do quarto e encaramos juntos a cama ao centro do cômodo. Tentamos não deixar transparecer que aquilo nos incomodava e atiçava os nossos pensamentos. Na verdade, não sei bem o que estava se passando pela cabeça de James, mas eu imaginava que não acordaria virgem na manhã seguinte. James chegou mais perto de mim, me abraçou por um instante e perguntou:
— Você quer tomar banho primeiro?
— Sim! Obrigada, meu amor. Juro que não demoro. – dei um beijo casto nos seus lábios e peguei uma camisola de cetim branca e a toalha de banho do motel. Entrei no banheiro, desfiz as tranças e deixei a água quente lavar o meu corpo por completo.
Prometi que seria rápida, mas demorei.
Não seria a primeira vez que eu dormiria ao lado de James, mas com certeza as coisas não terminariam do mesmo jeito de antes. Agora éramos somente eu e ele. Ele não era apenas o meu namorado. Em questão de minutos, a minha vida mudou de uma forma que eu jamais poderia imaginar e estamos juntos como homem e mulher.
Quando terminei o banho, James estava deitado na cama. Sem camisa e descalço, ele me observou sair do banheiro vestindo a camisola branca e para que ele não me encarasse mais por muito tempo, deitei-me na cama e me cobri com o edredom.
— Agora é a minha vez. – ele me beijou e se levantou.
A porta do banheiro foi fechada e eu decidi descansar. Os meus pensamentos deixaram-me em paz por alguns minutos, mas assim que ele deitou ao meu lado na cama, o meu corpo procurou pelos seus carinhos. James me puxou para o seu peito, sua mão direita desceu pelas minhas costas e demorou-se na minha cintura onde subia e descia com calma e delicadeza. Olhamo-nos por dois minutos e ele beijou-me a boca com todo o seu amor.
Parte II – Dias Perfeitos.
O ar estava gelado e lá fora o céu indicava que uma forte chuva iria cair a qualquer momento. As cortinas do quarto barato de motel esvoaçavam conforme o vento batia e os pelos do seu corpo se arrepiaram. Channel passou uma perna entre as pernas de James e os corpos estavam próximos e sedentos demais. O rapaz conseguia sentir o meio das pernas de Channel no seu joelho e os seus seios cobertos pelo fino cetim da camisola branca em contato com o seu peito nu largo e forte.
— O que você está fazendo, Channel? – ele perguntou disfarçando a vontade de rir. Channel era linda e delicada até mesmo quando queria seduzir alguém.
— Eu preciso te dizer o que quero, James?
— Temo que não seja correto fazer isso aqui e agora.
— Por que não? – O semblante dela se encheu de dúvida. — Estamos sozinhos e logo estaremos vivendo como marido e mulher.
— Você ainda é uma menina, Channel. Por mais que eu te deseje, não posso simplesmente tirar a sua roupa e fazer amor com você. Quero que façamos tudo como tem que ser, como você merece.
Ela não se convenceu.
— Eu não quero mais ser uma donzela.
E então, Chaneault saltou da cama e num segundo tirou a sua camisola. Quando a luz fraca do abajur iluminou a sua pele, revelou um corpo de deusa escondido sob a doçura de uma menina de dezessete anos de idade. O pescoço longo, os ombros magros e os seios redondos de mamilos grandes da cor de caramelo. A cintura era fina como ele imaginava e a barriga, perfeita e lisa sem nem uma volta sequer. As curvas dos quadris eram sinuosas e esguias, assim como as pernas fortes e torneadas. A sua intimidade estava coberta por uma camada bem aparada de pelos escuros. Chaneault subiu na cama e ficou de joelhos na frente de James.
Ele chegou mais perto da menina, mas a beijou antes de tocá-la. Os seus lábios a sugaram e a língua de James explorou cada canto daquela boca deliciosamente carnuda que agora ele tinha toda para si. O rapaz a puxou para os seus braços e sentiu a pele quente e macia nos seus dedos. Channel desceu as suas mãos pelo peitoral de James e antes que pudesse abrir as calças do namorado, ele começou a se despir o mais depressa possível. Channel sorriu vendo a afobação de James e se deitou na cama, calma e plena, de pernas afastadas e braços apertos. Os dedos da mão direita brincavam sensualmente com os cachos negros e volumosos dos seus cabelos. Quando James ficou nu, Channel não quis olhar para o seu membro, pois temia perder a coragem até então desconhecida. Ele ficou por cima dela e a menina acariciou-lhe o rosto.
— Não precisamos ter pressa, meu amor. Só me toque, me beije e coloque-se dentro de mim. Faça-me uma mulher. Eu não quero mais ser a sua garotinha. Eu te desejo, James. Te desejo muito.
— Não imagina o quanto esperei por isso, Channel. A sua pureza é um presente e uma prova de amor.
Ela sorriu e o beijou.
Os seios de Channel encheram as mãos de James e a boca dela abria-se cada vez mais para que ele a beijasse. Os beijos de James desceram pelo seu pescoço moreno e ele chupava-lhe a pele conforme tocava o corpo da sua menina. O soldado sentiu que os mamilos de Channel enrijeceram-se no seu peito e James trilhou um caminho até o lugar úmido e fervente entre as pernas da sua pequena amante. James colocou um dedo no interior da sua namorada e sentir aquela parte do corpo dela, tão quente, tão molhada e pronta para recebê-lo o deixou tão duro que quase doía. Não aprofundou muito mais porque a barreira da virgindade de Channel se fez presente, mas ela arranhou as suas costas e pediu:
— Venha, James. Estou pronta, eu juro. Não tenha medo de me tocar.
E ele não esperou mais. Colocou-se dentro dela de uma só vez e o seu pau deslizou facilmente para dentro da abertura vermelha, úmida e inchada de excitação e prazer. Channel agarrou os seus ombros com força e as unhas grandes encheram as costas de James com inúmeros arranhões grossos e vermelhos. James tirou e colocou o seu pau outra vez e o sangue de Chaneault finalmente manchou o lençol branco.
— Você está bem? – James perguntou preocupado.
— Nunca estive melhor. – as pernas dela o envolveram e James afundou-se com mais força naquele corpo perfeitamente esculpido.
Ele segurou na cintura dela com as duas mãos e a fez subir e descer no seu pau encharcado e Channel gemeu alto.
— Oh, James. Isso, mais forte... mais uma vez. Não pare, por favor.
Tudo que se ouvia era o som dos corpos se chocando e das respirações entrecortadas dos dois. James segurava nos seios de Channel e ela rebolava lentamente no seu pau fazendo-o deslizar para dentro e para fora sem esforço. James a jogou na cama e penetrou-a com tamanha força que o impacto foi sentido na barriga de Chaneault. E ele fez isso uma, duas, três, quatro, cinco vezes e assim que Channel gritou e mordeu o ombro de James, ele derramou a sua semente na intimidade da menina.
James caiu ao lado de Chaneault. Ambos sentiam-se exaustos e suados, mas felizes como jamais estiveram em qualquer momento das suas vidas. Channel levou a mão direita até o meio das pernas e as fechou fazendo uma careta.
— Eu te machuquei?
— Não. Só está doendo um pouquinho. Deve ser normal.
— Me perdoe, meu amor. Desculpe-me por ter perdido um pouco do controle. Não deveria ter colocado com tanta força.
Ela sorriu tranquila e chegou mais perto do rapaz.
— Está tudo bem. Eu gostei, foi muito bom. Não se preocupe, James.
— Agora nós somos oficialmente marido e mulher. – ele a abraçou.
— Até os nossos últimos dias. – ela disse e o beijou suavemente.
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