Olá! Meu nome é Park Chaeyoung, ou somente Rosé como todos que me conhecem costumam me chamar. Eu não sei o seu nome, nem quem você é, mesmo assim é um prazer em te conhecer. No momento, estou correndo por uma floresta imensa entre árvores, galhos quebrados, folhas secas e um escuro assustador para tentar escapar. Do que e por que? É uma história longa, precisamos voltar a um ano atrás, quando conheci Choi Min-ho em uma balada em Londres. Mas só agora descobri que ele é na verdade um imortal, para ser mais específico, um vampiro que é proibido no império dos vampiros. Irônico, não? Sim, eu concordo, mas é uma história complicada de ser entendida.
Até onde eu sei, tudo começou em 1939. Quando vampiros deu início a um bizarro experimento começado por um Sacerdote com o plano de criar uma criança através do Método Metafísico, uma forma de criação que faria desse "Bebê ", uma espécie de Messias para a Ordem. Ele jamais conheceria dúvidas, teria acesso a todo conhecimento e para todos os efeitos, jamais conheceria doenças, visto que seria virtualmente imortal. O Bebê seria o real herdeiro da Fraternidade dos Mestres Metafísicos e sua redentora para a eternidade.
Mas o que tem demais nisso? Assim como ele é um ser proibido por ser um patife filho da puta, toda a sua linhagem e geração também é, ou seja, deve ser eliminada por chegarem a conclusão de que todo bebê nascido imortal, é uma ameaça a eles. E eu carrego dentro de mim, um bebê fruto nosso da primeira e única vez que ficamos quando eu estava inconsciente. Por conta disso, estou sendo perseguida pelo governo dos Margorianos que querem a todo custo a minha cabeça e, de quebra, a do meu filho em uma bandeja após eu ter me recusado a colaborar e salvar apenas a minha vida em troca da vida dele. E por amor a ele, não posso deixar que isso aconteça.
Corri pelas árvores o mais rápido possível tomando todo o cuidado possível para não tropeçar nos galhos que estavam no chão. Mas um dos vampiros cortou caminho saindo de linha reta e entrando em uma curva do lado direito da floresta, talvez ele acreditasse que seria mais fácil de me pegar desprevenida pela frente. Então fiz o mesmo cortando caminho pelo lado oposto do dele com um outro rapaz de cabelos ruivos em uma perseguição um a um.
Até que encontrei uma área restrita, mas que parecia estar abandonada a muito tempo pelo estado que se encontrava. Rapidamente, coloquei as duas mãos na grade e puxei para frente meu corpo com tudo depois de ter o jogador devagar para trás para pegar impulso, conseguindo entrar para dentro. Ainda lá no final da floresta, consegui ver o um magoriano, havia somente um, o que poderia facilmente colaborar com a minha fuga. O problema? Não conhecia essa reserva direito, e nem onde eu estava entrando. Mas se eu quisesse sobreviver e mantê-lo a salvo, aquela era minha única saída. Dei as costas para ele e fui dar uma volta pelo galpão, finalmente escutando o som da rede de ferro ser balançada dando a entender que ele já havia pulado.
Consegui sair do outro lado do galpão por outra parede de grades, mas que essas, estavam danificadas e com um buraco enorme que passei correndo rapidamente, até dar de cara com uma mulher de cabelos curtos pretos que estavam cobertos, assim como o seu corpo, por uma capa vermelha. Dei dois passos para trás e tropecei em algo que estava no chão, com o susto apontou um revólver para ela que não pareceu nem um pouco se assustar com aquilo, para falar a verdade, ela não tinha expressão alguma. Me observou de cima a baixo antes dos seus olhos se encontrarem com o meu, engoli em seco. Ela realmente era bastante intimidadora, e por algum motivo, eu não conseguia me mover. Muito menos, puxar aquele gatilho que me deixava em desvantagem caso ela decidisse avançar.
─ Bela Beretta M92F, é uma arma muito potente, mas você não sabe usar ela.
Garantiu ela retirando o capuz da capa vermelha deixando a mostra seu rosto que agora eu conseguia finalmente vê-lo melhor.
─ Quem é você para tirar uma conclusão dessas? Saber que modelo é, nem sempre diz sobre saber tudo sobre armas! ─ perguntei unindo as sobrancelhas.
─ Você não coloca uma mão no gatilho e outra mão na parte de baixo da arma! Essa não é a forma correta de usar uma dessas, você poderia facilmente se ferir, e eu não acho que você tenha uma boa mira.
Afirmou ela e eu mirei em uma árvore acertando o tiro a deixando surpresa. Mas logo me arrependo imensamente por medo dos Margorianos e estavam atrás de mim terem escutado e conseguir me encontrar aqui.
─ Você conseguiu me deixar surpresa... para uma garota que mal sabe segurar uma arma, você tem uma ótima mira, a propósito! Mas armas não me assustam nem um pouco.
─ Nem sempre saber de algo, é seguindo um padrão correto que todos usam. Eu sei muito bem usá-la dessa maneira, é a forma mais fácil que aprendi. E como pode ver, eu sei muito bem como disparar com uma dessas. ─ ela sorriu de lado maliciosa.
─ Eu estava apenas seguindo as regras, não era nada pessoal.
─ Regras foram feitas para serem quebradas. ─ me levantei rapidamente guardando a arma e me limpando tirando a sujeira que havia ficado na minha roupa.
─ O que a senhorita indefesa meio agressiva faz sozinha na minha floresta?
─ Sem querer ser grosseira, mas não é da sua conta. ─ respondi e ela me encarou.
─ É da minha conta sim, porque tudo isso a sua volta, pertence a mim. Eu tenho o direito de saber de quem entra e de quem sai, principalmente do porquê.
─ Mas infelizmente, você vai ter que conviver com isso. ─ respondi.
─ Eu gostei dessa conversa, mas isso aqui é uma reserva fechada é proibida, lamento mas você vai ter que dar meia volta e sair por onde entrou.
─ Lamento, mas eu não vou fazer isso.
Ela me encarou e semicerrou os olhos por alguns segundos.
─ Não foi um pedido, foi uma ordem. E se você não fizer o que estou mandando, a gente vai ter sérios problemas aqui. ─ a mulher cruzou os braços e manteve sua expressão séria.
─ Uma ordem que eu não vou cumprir, e eu não dou a mínima para você.
─ Você sabia que eu poderia matar você e que de várias formas eu poderia me escapar de um crime? É uma reserva fechada, eu tenho permissão para te matar, então por gentileza, saia das minhas terras agora!
Ela então se aproximou ficando próximo a mim deixando apenas alguns centímetros de distância entre nossos corpos. Ainda estava com os braços cruzados e com sua respiração pesada como se estivesse irritada e realmente prestes a cumprir com o que havia dito caso eu não fizesse o que ela havia me mandado. Ficamos em silêncio até eu escutar uma folha seca ser esmagada atraindo a atenção de nós duas. Percebo que ela havia ficado distraída e passou correndo por ela chamando sua atenção novamente escutando somente um "eu resolvo com você depois" vendo-a seguir na direção oposta da que eu estava indo.
Provavelmente com o barulho, ela deve ter ido verificar o que fez aquele barulho e expulsá-los da "sua" reserva assim como havia feito comigo agora a pouco. Esvaziei minha mente mantendo o foco somente por onde eu estava correndo, dando de cara com o outro homem que havia cortado caminho comprindo com seu propósito de me pegar desprevenida. Ele segurou meu pescoço com força e apertou por um minutos antes de me jogar com brutalidade no chão. Saquei a arma e apontei para ele que vinha rapidamente na minha direção, mas antes que eu pudesse puxar o gatilho, ele quebrou o meu pulso fazendo com que eu soltasse a Barreta no chão deixando escapar um gemido de dor.
─ Seria tudo mais fácil se você tivesse colaborado. ─ o moreno asseverou.
─ Vai se ferrar!
Digo cuspindo no rosto dele que limpou e logo em seguida, me encarou furioso. Ele me deu um soco no rosto, e me jogou com tudo no tronco de uma árvore. E depois, me pegou pelo pescoço novamente e me ergueu para cima finalmente para poder me matar. Ele deixou suas presas à mostra e seus olhos assumiram um vermelho carmesim, e quando estava prestes a concluir com seu trabalho, a cabeça dele é cortada e eu acabo caindo no chão junto com o corpo dele sobre o meu.
Logo atrás estava a garota da capa vermelha, segurando uma Besta de madeira e atrás cravada na madeira, uma faca ensanguentada. Furiosa, ela veio rapidamente na minha direção. Empurrei o corpo nojento do Magoriano de cima de mim para o lado com a mão que não estava machucada e engatinhei em direção a arma. A mesma que ela havia chutado para longe de mim me impedindo de pegar, eu só pensava em como todo o meu esforço teria valido de algo se ela me matasse ali e agora e se meu filho estaria bem depois da surra que o cara havia me dado antes dela tê-lo matado.
─ Eu avisei que teríamos sérios problemas se você não tivesse me escutado!
Ela me puxou pela gola da blusa e me fez andar de ré até bater de costas novamente em um tronco. Como uma das minhas mãos estava machucada, eu não tinha forças para empurrá-la. A garota apontou a Besta para o meu pescoço e quando estava prestes a atirar, eu a interrompi.
─ P-por favor não atire, eu preciso de ajuda! ─ implorei e ela me encarou.
─ Quem é você? E o que faz na minha floresta? ─ questionou.
─ Meu nome é Roseanne, eu estava fugindo daqueles caras. Eles queriam me matar, então não vi outra saída a não ser entrar na sua reserva, me desculpa!
─ E por que diabos não saiu como eu havia ordenado? ─ perguntou ela praticamente em rosnado.
─ Porque-
─ Você é uma aberração? Digo, um vampiro? Uma Margoriana? ─ ela fez outras perguntas e eu fiquei em silêncio ─ Responda! ─ exigiu e eu engoli em seco.
─ Não! Eu sou humana, só uma humana! Pode me soltar agora?
A garota me soltou.
─ Estou te dando uma segunda chance de sair daqui, antes que eu mude de ideia.
Ela andou em direção a árvore que estava com a sua faca e a retirou da madeira, logo limpando o sangue que estava nela. A garota colocou a besta nas costas e deu de ombros para seguir na direção oposta que eu estava.
─ Como matou aquele vampiro? ─ perguntou e ela me olhou.
─ Sabe o que eles são? ─ assenti com a cabeça em um sim e ela franziu o cenho ─ Você por acaso é alguma caçadora ou policial?
─ Não, eu era garçonete no bar do meu pai. Mas trabalhava como jornalista até ser despedida.
Ela me deu as costas.
─ É uma faca especial, feita especialmente para matar vampiros. ─ explicou.
─ E-espera... ─ ela parou de andar. Se eu não estivesse imaginando coisas, poderia dizer que ela havia retirado os olhos ─ Não sei voltar para casa.
Ela olhou para os machucados no meu rosto e depois para a minha mão segurando o meu pulso e pensou por alguns minutos em alguma coisa que eu não conseguia decifrar.
─ Qual é o seu nome? ─ perguntei e ela desviou o olhar do chão para mim.
─ Lalisa, mas me chame apenas de Lisa.
Ela suspirou.
─ Olha só, eu irei levá-la comigo mas ao amanhecer, quero você fora desse lugar. Estamos entendidas? ─ assenti ─ Ótimo, minha casa fica logo ali.
Nós duas caminhamos em silêncio com ela um pouco mais a frente por no mínimo, trinta a quarenta minutos. Chegamos até uma casa grande e moderna. Era a única casa nesse lugar, a não ser por uma casinha de madeira que ficava logo atrás, um lado do outro lado e próximo a casa, um carro não muito novo e não muito velho. Ela parecia tê-lo a algum tempo, mas aparentava estar sem gasolina. Quando entramos, ela disse para eu me sentar, obedeci e fiquei em um dos sofás da sala e observei-a retirar sua capa.
─ Fica aqui, eu venho logo.
Lisa entrou para dentro de um quartinho com um longo corredor e voltou com uma caixa branca e em cima estava escrito "Primeiros socorros" de vermelho. Ela puxou um banquinho e se sentou de frente para mim.
─ Você tem cortes muito grandes! Isso vai arder, e muito. Então esteja preparada, pelo que parece, terei que dar pontos. Você tem problemas com agulhas ou sangue? ─ neguei ─ Melhor assim.
Ela havia ficado muito próxima de mim. Com o nervosismo, viro o rosto para uma direção oposta da sala parando o olhar em um relógios cuco na parede sentindo a respiração dela no meu pescoço.
─ Por que eles estavam atrás de você? ─ perguntou e eu soltei um gemido após ela ter colocado o algodão com álcool queimando o meu ferimento.
─ Você foi a que mais fez perguntas, eu tenho direito a algumas? Afinal, preciso saber para quem eu estou contando isso. Não sei se você percebeu, mas quase fui morta agora a pouco, não sei se posso confiar em você.
─ Se eu quisesse te matar, eu já teria feito isso! Oportunidades não faltou, mas eu acho justo. Também não confiaria em mim, se eu fosse você.
Encarei ela erguendo as sobrancelhas.
─ Obrigada pelo conforto, eu me sinto mais segura assim. ─ falei em um tom de ironia.
─ Estou dizendo
─ Ai! ─ resmunguei e ela parou por um minuto e voltou a mexer com o algodão novamente.
─ Se você não parar de se mexer, eu não vou terminar de te tratar!
─ Queria que tivesse um jeito menos doloroso de fazer isso.
Lisa pegou um outro algodão e pressionou em um dos cortes que ela havia acabado de limpar e me pediu para pressionar.
─ Como eu estava dizendo, eu estava me referindo ao fato de ser muito inteligente da sua parte não confiar em ninguém para ir dizendo tudo a seu respeito. Vamos às perguntas, o que quer saber?
─ É meio suspeito alguém como você morar nessa floresta sozinha, não acha? Por que se tantos lugares, tem que ser logo aqui? ─ ela me olhou e depois sorriu.
─ Não me dou muito bem na civilização, o barulho da cidade me deixa irritada e desconcentrada. Eu me dou melhor na floresta, conheço todos cantos, desde as saídas até as entradas.
─ Como sabe dos vampiros? Achei que se eu contasse, você me acharia uma louca que fica imaginando coisas fantasiosas.
Após tratar os últimos cortes, ela colocou um band-aid em casa um deles e passou para o meu pulso.
─ Eu vivo por essas terras desde pequena, e meus pais eram muito ligados a lendas e histórias antigas. Poderia até se dizer que eram fanáticos por crenças, então sempre me influenciaram a acreditar nessas coisas, o que para mim eram besteiras... até ver um de perto.
"Meus pais foram mortos por um vampiro, e eu acabei voltando a vida e me tornando outro." - pensou Lisa, mas essa parte a garota machucada a sua frente não precisava saber.
─ Ele fez algo com você? ─ observei-a passar uma bolsa de gelo no meu braço.
─ Eu estava na aldeia, quando aqui existiam aldeias na verdade. Ele não feriu a mim, mas assinou os meus pais na minha frente e não terminou o trabalho quando chegou em mim.
─ Desculpa, eu não sabia... Ai! Isso dói "pra" caralho. ─ resmunguei novamente e ela me encarou.
─ Eu vou ter que colocar no lugar, então vai doer bem mais se quiser que melhore mais rápido para você continuar fugindo amanhã cedo.
─ Eu aguento qualquer coisa, então vai em frente. Mas antes, você sabe fazer isso né? Uma vez que feito errado, você pode danificar as minhas articulações, os músculos, os ligamentos, os nervos e os vasos sanguíneos.
─ O ideal era que você procurasse um médico ortopedista, mas o mais próximo daqui, dura em torno sete horas de viagem. ─ garantiu Lisa.
─ Cinco horas? ─ perguntei espantada ─ Estou fugindo às sete horas.
─ Olha, vou te imobilizar na posição em que ela está. Segura isso, são compressas de gelo para que a região machucada tenha a dor reduzida assim como o inchaço. O gelo irá controlar o sangramento interno e o acúmulo de líquidos dentro e ao redor da articulação do ombro. Vou fazer isso de uma vez, tentar algumas manobras suaves para ajudar o ombro a voltar à sua posição adequada.
─ Olha onde você foi se meter, Roseanne! ─ murmurei para mim mesma.
─ Então, por que você estava fugindo daqueles vampiros?
Insistiu ela nessa pergunta se sentando horizontalmente perto do meu braço e colocando as duas mãos deixando meu pulso entre elas.
─ Estava fugindo porque estou carregando um bebê imortal DENTRO DE MIM ─ digo a última frase em um grito quando após eu contar sobre o bebê, ela colocar meu osso no lugar com tudo.
─ Você o que?
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