Annabeth
Alguns anos antes.
Percy e eu crescemos juntos, nossas mães eram melhores amigas e estavam sempre juntas fazendo com que nós nos víssemos sempre. Nossa amizade nasceu de forma natural e estávamos sempre juntos, estudavamos na mesma escola, fazíamos praticamente tudo juntos.
Até que em meus 14 anos a família dele precisou se mudar, algo relacionado ao trabalho de Poseidon, pai de Percy, não sei quantos dias passei chorando, minha mãe tentava me animar falando que nos veríamos nas férias e feriados, mas eu sabia que não seria a mesma coisa, estávamos acostumados a nos ver todos os dias, conversar, dividir segredos, chorar e rir juntos, ele não era apenas meu melhor amigo, era meu confidente e minha primeira paixão...
Descobri isso dias depois, quando ele em uma das nossas conversas por telefone me contou que deu seu primeiro beijo, na hora fiquei sem reação e segundos depois senti uma raiva e um sentimento ainda desconhecido, que mais tarde descobri ser ciúmes, estava com tanta raiva que desliguei o telefone e não o atendi durante quatro dias, que foi o tempo necessário para eu entender com a ajuda das conversas com a minha mãe os meus sentimentos, e para piorar em uma das nossas conversas Percy sem saber partiu mais um pouco do meu coração
- Alô
- Annie, sou eu Percy, o que aconteceu? A ligação caiu do nada e você não me atendeu durante quatro dias.
- Nã-não foi nada Percy, eu estive com uns probleminhas mas já consegui resolver.
- Tem certeza que está tudo bem? Posso tentar ir ai se estiver precisando de ajuda.
- NÃO, digo, não tem necessidade.
- Certo tudo bem, se você diz, escute acho que estou apaixonado, Rachel está conseguido mexer comigo de verdade, acho que vou pedi-lá em namoro
Nesse momento meus olhos já estavam cheios de lágrimas.
- Sério cabeça de alga? - falei tentando disfarçar o choro contido- fico feliz por você, espero que de tudo certo.
- Obrigada sabidinha, você não sabe o quanto estou feliz, você é a primeira pessoa que estou contando isso, você precisa conhece-lá aposto que vão se dar bem, ela é uma garota incrível!
Minha vontade naquele momento era de socar Percy e perguntar se ele estava de brincadeira comigo, claro seria um honra conhecer a garota que estava roubando meu primeiro amor de mim.
- Aposto que sim - disse contida- olha eu preciso desligar agora, tenho algumas coisas para fazer.
- Certo, mas não fique mas tanto tempo sem me atender, quase enlouqueci sem notícias suas.
- Vou tentar, até mais.
Não esperei ele se despedir e desliguei o telefone, agora era oficial, as minhas chances que eram poucas foram para nenhumas naquele momento, estava vendo o garoto pelo qual eu estava apaixonada dizer para mim que gostava de outra.
Não consegui mais conter as lágrimas e passei o restante daquela tarde na cama chorando.
Quando minha mãe chegou e me encontrou daquele jeito no quarto ficou desesperada, quando expliquei a situação ela logo se acalmou e me aconselhou e contou experiências que ela mesmo tinha passado, passamos o restante da tarde assistindo filmes e comendo, talvez fosse pelo fato de eu ter nascido quando minha mãe tinha apenas 18 anos e meu pai 20 que nos tornava tão amigas, eu dividia tudo com ela e amava meus pais demais.
- Onde estão as mulheres da minha vida?
Meu pai chegou algum tempo depois, e foi logo procurando por nós.
- Estamos no quarto meu amor - disse minha mãe.
Meu pai subiu e deu uma risada ao ver como nos encontrávamos, ambas deitadas segurando potes de pipoca e rodeadas de doces.
- O que estão assistindo? Não me digam que é aqueles romances clichês, por favor!
- O senhor reclama mas no sábado me lembro muito bem de ter visto um certo alguém com os olhos brilhando de lágrimas por conta de um certo filme romântico e clichê - eu disse.
Minha mãe desatou a rir e meu pai ficou vermelho dando uma risadinha em seguida.
- Hoje não estamos em clima de romance meu amor, esses são de comédia. Estou aqui contando para Annabeth algumas experiências que tive quando era mais jovem.
Meu pai pareceu entende tudo que estava acontecendo somente com aquela frase e com o olhar que minha mãe lançou para ele, isso era outra coisa que me deixava ainda mais encantada com o amor dos dois, a forma como eles se completavam e pareciam conversar somente com o olhar.
Dessa vez meu pai ficou vermelho novamente, mas não foi de vergonha.
-Quem foi o safado?! Me diga minha filha, quem teve a ousadia de brincar com minha princesa?!
Outra coisa no meu pai, ele as vezes, só as vezes, era protetor demais.
- Pai!
- Frederick!
Eu e minha mãe exclamamos ao mesmo tempo.
- O que foi? Tudo bem, já entendi, é aquele papo de garotos entre mãe e filha certo? Tudo bem, mas não pense duas vezes em contar para o papai caso algum sem vergonha tentar chegar perto de você tudo bem?
Foi a minha vez de ficar vermelha, apenas assenti escutando a risada da minha mãe e ouvindo meu pai dizendo que iria tomar banho e resmungando que sua princesinha estava crescendo muito rápido e o quanto os garotos nessa idade não tinham noção do perigo.
Me juntei a minha mãe e ri da reação exagerada do meu pai, apesar desse jeito as vezes super protetor eu entendia que ele apenas queria me proteger do "marmanjos aproveitadores" como ele mesmo dizia, mas que quando eu encontra-se alguém que me fizesse feliz ele não pensaria duas vezes antes de me apoiar, como eles sempre me diziam a minha felicidade era a felicidade deles.
Quando terminamos de assitir o último filme eu ajudei minha mãe a limpar a bagunça que tínhamos feito e ela desceu para fazer o jantar, eu fiquei na cama mais um pouco indo tomar um banho em seguida, assim que sai em direção as escadas escutei meu pai me chamando lá de baixo.
- Filha vem jantar!
- To indo pai - disse enquanto descia.
Na mesa a conversa era leve como sempre, meu pai contava como tinha sido o dia na empresa e minha mãe contava sobre um projeto que ela tinha entregado a pouco tempo e como os donos ficaram encantados com a beleza e delicadeza da casa. A conversa fluia naturalmente, até que o assunto chegou em mim, minha mãe contou ao meu pai como ficou desesperada ao chegar e me ver chorando na cama, os olhos preucapados do meu pai logo recairam em mim, mas ele se tranquilizou ao ouvir minha explicação, eu não tinha segredos com nenhum dos dois, da mesma forma que contei a minha mãe contei a ele, e eu amava o fato de poder compartilhar com ambos as coisas que aconteciam comigo e ouvir conselhos, óbvio que eles ainda agiam como meus pais e existiam momentos que eles me lembravam bem disso, como quando me proibiram de ir a festas porque segundo eles eu era nova demais, mas tirando as preocupações de pais normais nós éramos amigos e eu amava isso.
- Percy hum? - resmungou meu pai- eu sabia que aquelas partidas de vídeo game diárias dariam nisso - disse de forma divertida.
- Fique feliz que foi ele meu bem, pelo menos o conhecemos desde que ele nasceu e sabemos que ele é um bom rapaz, imagine se fosse aqueles bad boys encantadores, que as meninas não resistem e que só querem brincar com o coração de mocinhas indefesas? - minha mãe falou de forma dramática, mas eu percebi o riso contido em sua voz, ela estava fazendo aquilo para provocar meu pai e ver sua reação.
- De forma nenhuma deixaria um aproveitador desse chegar perto da minha princesa, antes dele pensar nisso eu já estaria com minha espingarda na mão colocando o marmanjo pra correr!
Eu e minha mãe não conseguimos mais segurar a risada e desatamos a rir, meu pai percebendo que tinha caído em mais uma das provocações da minha mãe riu junto conosco.
- Bom, de qualquer forma o senhor não terá que se preocupar, o garoto que eu gosto está apaixonado por outra e fez questão de me dizer isso - eu disse tomada por uma tristeza.
Meus pais de olharam e pareciam sofrer comigo, minha mãe pegou minha mãe para me confortar e meu pai disse.
- Filha pelo que me disse Percy nem mesmo sabe que você gosta dele, e essa paixão que ele diz sentir por essa menina pode ser apenas um encanto passageiro.
- Isso mesmo minha filha -minha mãe completou- vocês são muito jovens e tem muito o que viver, não tem ideia das surpresas que o tempo tem preparadas para vocês.
- Isso mesmo, agora vamos falar de um assunto mais agradável, estou começando a ficar com ciúmes desse cabeça de alga - meu pai brincou.
Eu dei uma risada e senti meu coração mais leve, meus pais tinham razão, quem sabe Percy não estivesse apenas encantado? E realmente não sabíamos o que o tempo preparava para nós e de fosse para ficarmos juntos iria acontecer.
Terminamos o jantar e dei boa noite aos meus pais e me recolhi em seguida, eles ficaram na sala vendo televisão, como eu tinha aula na manhã seguinte resolvi ir dormir para acordar disposta, escovei os dentes e me deitei em seguida, pensando na reviravolta que tinha dado meus sentimentos, me descobri apaixonada pelo meu melhor amigo logo quando ele foi embora, e logo depois o mesmo me contou que estava apaixonado por outra, e agora eu estava sofrendo a dor do meu primeiro amor não correspondido.
Na manhã seguinte me levantei e fiz minha higiene matinal, descendo para tomar café em seguida, meus pais já estavam acordados, minha mãe tinha uma reunião na empresa e iria com meu pai, e me deixariam na escola que era caminho.
Fomos o caminho conversando sobre coisas aleatórias, ao chegar ambos me desejaram boa aula e seguiram rumo a empresa.
Encontrei Thalia minha melhor amiga, sentada no lugar que costumávamos ficar.
- HEY - exclamei alto a assustando, já que ela estava distraída com o telefone.
- Que susto Annabeth! Quer me matar?!
- Eu não, imagina que chato uma vida sem melhor amiga? Não tenho culpa se você estava tão concentrada que não me viu chegar.
Thalia fez uma careta mas não retrucou, ficamos conversando e contei a ela sobre a ligação de Percy, Thalia só faltou ligar para ele e gritar que eu era apaixonada pelo mesmo e que ele estava partindo meu coração.
- Sério Annabeth, como você consegue aturar esse garoto? As vezes custo a acreditar que uma criatura tão lerda compartilha o mesmo sangue que eu.
- Ele não tem culpa Thalia, eu não contei pra ele e ele só quis compartilhar comigo a nova paixão. - eu disse triste.
- Ei, não fica assim, aposto que se ele soubesse que você gosta dele ele te corresponderia, e aposto que essa Rachel não tem metade da sua beleza.
Dei uma risada e a abracei, Thalia era uma ótima amiga e estava comigo em vários momentos da minha vida, conheci ela quando tinha 4 anos e desde então não nos desgrudamos mais, ela e Percy eram primos e meus melhores amigos.
Conversamos mais um pouco e quando o sinal tocou fomos para nossa sala. O tempo passou rápido e quando vi já era hora do almoço.
- Annie, vou na frente porque preciso ir ao banheiro antes que eu faça xixi nas calças e passe mais vergonha do que de costume.
Gargalhei com aquela frase, eu amava aquele jeito de Thalia.
- Tudo bem, vou guardar nossos lugares na cantina e vou pegar nossos lanches.
- Obrigada, amo você, já te encontro - ela disse enquanto corria em direção ao banheiro.
Caminhava distraída quando tombei com alguém, o material que a pessoa segurava foi todo para o chão com o impacto.
- Minha nossa! Me desculpe eu realmente não te vi - eu disse enquanto recolhia o material do chão- desculpe de verdade.
Levantei os olhos para a pessoa que eu tinha colidido e me deparei com um garoto loiro e lindo, ele me olhava analisando e me deu um sorriso me ajudando a levantar em seguida, entreguei o material em suas mãos e dei um sorriso sem graça.
- Não tem problema, de verdade, eu que peço desculpas, você se machucou?
- Não, estou bem, aaãh eu vou indo então, preciso encontrar uma amiga.
- Espere, eu sou novo aqui e não tenho ideia de onde fica a cantina, pode me ajudar?
- Claro estou indo pra lá agora, pode me acompanhar se quiser.
- Muito obrigada, aliás como é seu nome?
- Me chamo Annabeth.
Naquele momento ele me olhou nos olhos e deu um sorriso que seria capaz de fazer com que qualquer garota inclusive eu se não estiveese gostando de Percy se apaixonasse.
- Prazer Annabeth, me chamo Luke Castellean.
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