Alex levantou da cama e foi se arrumar, não estava na hora da escola, mas não queria estar lá quando Madalena levantasse. Terminou de se arrumar e pegou sua mochila. Abriu a porta do quarto e olhou o corredor para ver se tinha alguém, não tinha ninguém. Saiu de casa e foi fazendo o caminho da escola.
Parou em frente ao cemitério, ele fazia todos os dias aquele caminho e sempre passava na frente do cemitério onde foi enterrado o seu amor, porém o cemitério parecia estar mais sombrio e o tempo contribuía, estava nublado e a neblina estava tão densa que ele não envergava um palmo a sua frente. Estava tão sedo que dava tempo de visitar Alice. Alex entrou no cemitério e andou pela grama recém aparada ate ver a lapide de Alice.
Sentou-se ao lado da lapide.
– Oi –
Falou como se Alice estivesse ouvindo, fazia parte de sua rotina ir ali para conversar com ela. - Ontem eu magoei Madalena, eu não pretendia, mas ela queria saber por que eu briguei com Bruno, se ela tivesse ouvido o que ele falou de você, eu ainda corto a língua dele! –
Ainda vai ao cemitério falar com Alice, Alex? Como ela era sexy, pena que morreu! Lembrou-se das palavras cortantes de Bruno.
– Talvez não devesse arrumar tanta briga com ele –
Ouviu uma voz dizer. O que? Não poderia ser Alice! Olhou para o lado e viu uma garota de cabelos negros que caiam como uma cachoeira ate sua cintura e seus olhos...eram os mais bonitos que ele já vira, eram de um azul que parecia cintilar, ela estava um vestido preto.
– Q...quem é você ? –
Gaguejou ainda abalado com o susto.
– Eu sou a morte –
Ela só podia estar brincando.
– Qual é o seu nome? –
– Geralmente me chamam de anjo da morte mas meu nome é Inês –
Que tipo de pessoa teria como apelido ‘anjo da morte’?
– Ahm...você é nova na cidade? Nunca te vi por aqui –
– Bom, na verdade, não. Eu sempre estive aqui só que você não me via, posso ficar invisível aos olhos humanos –
– Você só pode estar "chapada" ou ser maluca! Fugiu do manicômio? –
Ele disse rindo.
– Você não acredita? –
– Claro que não! Como pode ser a morte se esta aqui? A morte de verdade estaria mas ocupada recolhendo almas –
– Eu sou onipresente, estou em todo lugar que morre alguém –
– Então alguém vai morrer aqui? Se for o Bruno me diz para eu preparar a festa –
– Não devia ficar feliz com a morte de alguém –
– Eu não fico feliz, fico radiante com a morte de Bruno –
Ele riu novamente.
– Na verdade, eu vim para ficar com você –
– Comigo, por que ? –
– Vai entender, mas não agora –
Alex olhou seu relógio de pulso, já estava na hora de ir.
– Bom, esta na hora de ir, mas eu te desejo sorte em achar o caminho do hospício –
Pegou sua mochila do chão e seguiu caminho para a escola. Chegando lá, viu Inês na porta e correu ate ela. A mesma, desta vez, estava vestida com o uniforme escolar.
– Como chegou aqui tão rápido? –
– Sou onipresente –
–Esta bem, eu vou fingir que acredito, mas o que você esta fazendo aqui? –
– Eu estudo aqui –
– Desde quando ? –
– Desde ontem, mas você não viu por que foi dispensado por brigar com o Bruno –
Entraram na escola e andaram pelo corredor. De longe, Alex a diretora indo na direção deles.
– Droga! –
– O que foi ? –
– A diretora –
Tentou esconder o rosto, mas ela já tinha o visto.
– Ola´, Srta.Inês e olá, sr.Alex, eu queria mesmo conversar com vocês –
– Oi! Sr.diretora –
Inês falou.
– Quero avisar a ultima vez ao sr. Alex que se tiver mas uma briga com Bruno estará expulso desta escola –
A diretora falou para ele e depois se virou para Inês com um sorriso de orelha a orelha.
– E a Srta.Inês, quando acabarem as aulas Bruno te levará para fazer um tour, tenho certeza que vocês seram bons amigos e, se me permite dizer, acho melhor você escolher bem suas amizades –Ela falou olhando para Alex –Bom, seja bem vinda –
E seguiu seu caminho.
– Essa mulher não vai com a minha cara –
Ele disse fazendo uma careta feia.
– Eu acho que ela gosta de você – Inês disse, pegou um papel do bolso e olhou. - Minha primeira aula é de Artes, prof. Amanda –
– Eu também tenho aula com Amanda, vamos andar rápido pois ela não deixa ninguém entrar depois dela –
Andaram ate a sala de aula e entraram, por sorte Amanda entrou um pouco depois que eles. Inês sentou ao seu lado e assistiram às aulas. Ela a olhava de 5 em 5 minutos, ela parecia realmente interessada na aula enquanto ele não conseguia se concentrar em nenhuma das palavras que os professores falavam. Aqueles olhos que pareciam cintilar estavam chamando-o e então lembrou do corvo que tinha a cor dos olhos parecidos com os dela.
O tempo passou e sem perceber a ultima aula já tinha acabado. Inês e ele saíram da sala e deram de cara com a diretora que os cumprimentou e como sempre o olhou severamente. Ela estava com Bruno ao seu lado. Bruno era o aluno exemplar, mas por abaixo da face de bom moço ele escondia sua verdadeira face de pilantra.
– Este é o Bruno, ele vai te levar para fazer um passeio pela escola e ai vocês podem ser amigos –
Inês fez cara de nojo quando olhou para ele e pareceu que ele percebeu, pois fechou a expressão na mesma hora e Alex riu, satisfeito com aquilo.
– Talvez o Alex possa me levar para fazer tour –
Inês falou fazendo seu sorriso se esvaiu.
– C...como? –
Perguntei meio abalado.
– Ele? Eu não acho que seja uma boa ideia, mas se o srta. Inês quer assim então você vai com ela, sr. Alex –
– Eu tenho uma vida sabia? Não posso ficar passeando pela escola depois das aulas! Tenho que ir... –
– Ao cemitério visitar a Alice como você faz todos os dias? –
Bruno completou a frase com uma expressão irônica o que fez Alex quase voar em cima dele, como da ultima vez , mas, como que percebendo o que ia acontecer, Inês olhou para ele e segurou sua mão. O garoto achou meio estranho, pois ela era gelada e, ate agora, não avia tido contato físico com ela, mas depois sentiu-se bem, por mais incrível que fosse, aquele toque o transmitiu... paz?!
– Não há desculpas, você vai com a srta. Inês e, quem sabe, depois eu te dou uma nota extra já que você esta mesmo precisando –
Eles viraram as costas e o garoto e Inês ficaram por alguns minutos parados ali. Ele não sabia por onde começar o tour.
– Pode começar me mostrando o ginásio –
Ela disse com se lê-se seus pensamentos.
– Tudo bem –
Fomos andado pelo corredor com destino ao ginásio
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