O sinal tocou após três longas e entediantes aulas, era finalmente o intervalo.
Inês levantou e saiu da sala e Alex tentou segui-la, mas suas coisas caíram todas no chão e não deu tempo de chama-la.
Pegou suas coisas e se direcionou ao pátio. Estava ansioso para saber como e por que Inês esteve em seu quarto. Saiu do prédio e avistou Inês...o que não foi uma coisa boa.
Ela estava conversando com Bruno e sorria enquanto ele dizia algo em seu ouvido. Alex virou-se na intenção de voltar para dentro do prédio outra vez, porém ouviu Inês chamar-lhe. Virou-se novamente na direção dela e viu que Bruno ja havia partido. Andou ate ela e sugeriu que sentassem num banco que ficava embaixo de uma arvore velha.
- O que estavam conversando?
Perguntou meio nervoso
- Nada não, ele só me chamou para sentar com ele, mas eu disse que estava esperando você para almoçar.
Disse ela ajeitando-se no banco.
- Pode me explicar agora como e por que você entrou no meu quarto?
- Ah, isso? Não pretendia aparecer, mas você gritou tanto que me deu remorso
- Remorso? Não pode ir entrando na casa dos outros sem ser convidada!
- Só quis ajudar! E, além do mais, eu já estava lá, não podia ignorar seus gritos...
- "Já estava lá"?
O menino repetiu as palavras dela incrédulo. A garota tapou a boca, percebendo que tinha falado demais.
- Desculpe, eu não quis...
Alex a fez se calar colocando um dedo em seus lábios. Ele levou as mãos aos próprios cabelos e os alisou, precisava de um tempo para assimilar a informação.
- Por... por quanto tempo...!
- Eu fiquei lá a noite toda... Desculpe-me, eu juro que...
- Não jure!
Alex estava irritado.
- Por que me esta me tratando como se eu fosse sua inimiga?!
- Por que você não é minha amiga, eu mal a conheço!
Os olhares curiosos os cercavam por estarem quase a gritar no meio do pátio, aquilo estava parecendo uma briga de casal. Alex respirou fundo e se acalmou.
- Desculpe, mas nunca tinha conhecida uma menina tão esquisita como você.
Ela abaixou a cabeça, parecia mais um cãozinho que acaba de ser repreendido pelo seu dono. Ele continuou.
- Olha, já que você gosta tanto de ir ao meu quarto, bata na janela antes de entrar, não entre como uma psicopata. O.K.?
O sorriso voltou aos lábios da menina que fez um aceno positivo com a cabeça, concordando com a condição imposta por Alex. Ela o abraçou e ele corou violentamente ao ver que todos olhavam a cena que mais parecia um reconciliação de um casal apaixonado.
Eles almoçaram e ao fim das aulas Inês foi a diretoria para pegar seus livros escolares enquanto Alex a esperava no corredor.
- Você é mesmo sortudo Alex.
Alex rosnou ao ouvir a voz já conhecida.
- A é, então me diga por acha isso Bruno?
Bruno se pôs a frente de Alex e o encarou com um sorriso sínico.
- Encontrar uma garota como Inês é raro, ela tem personalidade própria, é gentil e inteligente, qualidades raras no colégio.
- E o que você quer dizer com isso? Nós dois somos só amigos.
- Amigos? Eu não chamaria aquele abraço que ela te deu lá fora de "amizade".
- Poupe-me de sua opinião. Quem esta interessado nela aqui não sou eu.
- Será que não? Você já contou sobre Alice?
- Não precisei, de alguma maneira, ela já sabia.
" Fui eu quem levei Alice " Alex lembrou das palavras de Inês quando estavam no cemitério. Se Bruno soubesse o quanto ela era doida, não iria quere-la.
- E já contou que você foi acusado de mata-la?
Os olhos de Alex se encheram de ódio. Como ele ousava...!
- Não seja hipócrita! Isso já foi resolvido a muito tempo, você sabe bem que foi provado que não foi eu!
- Mas ela não sabe disso e eu sei ser bem convincente quando quero.
Alex rapidamente o encostou contra uma parede e ameaçou esmurra-lo, porém recobrou a consciência e o solto. Não valia pena!
- Você pode falar o que você quiser para ela, eu não ligo!
Saiu do prédio e foi embora para casa, sem ao menos esperar por Inês que ainda estava na diretoria. Ao chegar em casa, avistou um bilhete de Madalena dizendo que iria chegar tarde. Ótimo, estava sozinho!
Subiu as escada e entrou em seu quarto. Jogou a mochila num canto qualquer e foi para o banheiro, queria ficar horas em sua banheira para pensar no que foi dito por Bruno. Aquele idiota estava pedindo para apanhar! Alex nem sabia o por que de ter conseguido se controlar, talvez pela influencia de Inês. Se afundou mais na banheira, não queria sair dali, mas estava com tanto sono! Se enrolou na toalha e entrou em seu quarto novamente, sentou na cama com uma muda de roupa para vestir na mão, mas pegou no sono ali mesmo.
Ouviu alguém bater a sua porta. Olhou o relógio-despertador, eram quase três da manhã! Levantou de mal humor e abriu a porta, mas não tinha ninguém, porém o barulho de batidas continuava. Olhou para a janela e Inês estava lá então abriu a janela e a deixou entrar.
- Inês, o que esta fazendo aqui?
Alex falava meio enrolado por causa do sono.
- Nada, só vim ficar com você.
- Sente-se.
Alex sugeriu que Inês senta-se a beira da cama e deitou-se ao lado dela. O menino lutava para não deixar que os olhos fechassem e sorriu fracamente para Inês que lhe retribuiu o sorriso. De repente a menina deitou ao seu lado e o abraçou.
- Pode dormir, eu vou ficar aqui com você.
A menina encostou a cabeça em seu peito e fechou os olhos. Alex sabia que se Madalena os pegasse dormindo juntos eles estariam encrencados, mas estava com muito sono para recusar que Inês dormisse ali e também... não iria negar, gostava de senti-la em seu peito. Fechou os olhos com um sorriso bobo em seus lábios e dormiu.
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