Jungkook nunca foi muito de aniversários, porém este não foi tão ruim, afinal. O corpo de jungkook doía agradavelmente após o sexo e a segunda sessão de treinamento, mas um longo banho quente com sais aromáticos o refrescou.
Quando ele saiu do banheiro, ele ficou surpreso ao encontrar taehyung descansando no sofá em frente à TV.
—Eu pensei que você já tinha ido—, disse ele.
Taehyung olhou para ele. — Eu prometi a minha irmã que eu iria buscá-la no trabalho e levá-la para Oxford. Ela trabalha por perto. É inútil ir para casa só para dirigir de volta em uma hora.
Jungkook chegou mais próximo e hesitou. Ele nunca soube como agir em torno de taehyung em momentos como este: quando eles não estavam nem em treinamento e nem fodendo. Tinha sido tão difícil encontrar o equilíbrio certo
ultimamente, as linhas ficavam desfocadas.
Ele poderia dizer que ele não era o único a lutar com isso. Quando eles não estavam fazendo sexo, taehyung principalmente agia em torno dele, como sempre fazia, ligeiramente zombando, um pouco cínico, e mandão, mas, às vezes, seu comportamento era... confuso. Jungkook não acreditava que até mesmo naqueles momentos, em que eles ficavam ao lado um do outro depois do sexo, saciados e em êxtase, taehyung sempre corria os dedos ao longo de sua coluna, acariciava sua nuca e seu cabelo suado. As pessoas diziam e faziam coisas estúpidas após o sexo. Mas não era o caso.
Taehyung olhava para ele. Isso não acontecia muitas vezes, mas quando acontecia, fazia jungkook se sentir engraçado em seu interior. Ele não gostava da sensação, porque ele estava absolutamente viciado nisso. E a pior parte era, que ele não podia nem culpar taehyung pelo tratamento quente e frio: às vezes ele se sentia tão carente do toque de taehyung que ele se encontrava aproximando-se dele quando eles não estavam fazendo sexo. Então ele percebia o que estava fazendo e atacava taehyung com observações mordazes desnecessariamente.
Porra. Essa coisa nunca deveria ter durado tanto tempo como estava durando. Fazia quase um mês já. Ele nunca fodeu com o mesmo cara por tanto tempo. Quem ele estava enganando? Antes de taehyung ele nunca tinha fodido com o mesmo cara duas vezes.
—Você vai ficar aí a noite toda?— taehyung disse, sem olhar para ele. Ele tinha as mãos atrás da cabeça apoiada nesse gesto universal de macho, procurando ser casual, descontraído e muito masculino.
Jungkook pegou seu lábio entre os dentes, olhando para o espaço livre ao lado de taehyung, e caminhou com determinação para o sofá. Ele se sentou ao lado de taehyung. —O que você está assistindo?
—De volta para o Futuro.
Jungkook franziu o nariz. —Chato.
—Eu não pedi a sua opinião.
Jungkook se recostou, equilibrando a perna sobre o joelho. Seu pé nu foi pressionado contra a perna de taehyung. —Mas é chato. É meu aniversário e eu quero ver outra coisa. — jungkook escondeu o sorriso, consciente de que ele soava como uma criança mimada. Ele não dava a mínima e sabia que taehyung não ligava ou taehyung não esperava que ele agisse diferente. Viver além das expectativas de taehyung era sempre divertido. Com taehyung ele poderia ser tão imaturo e dizer o que ele queria. Ele não tinha que ser agradável, bem-humorado e descontraído. Ele não tinha que fingir. Ele não tinha que ser qualquer coisa. Parecia ... diferente. Libertador. Sentia-se bem.
—Há uma outra TV na casa—, disse taehyung, com os olhos ainda na tela.
Jungkook franziu os lábios, sentindo-se meio que irritado que taehyung não estava prestando atenção nele. Ele pressionou seu pé mais firmemente contra a perna de Taehyung.
Sem poupar-lhe um olhar, taehyung pegou seu pé. —Pare de se contorcer.— Ele não tirou a mão. O polegar de taehyung começou a acariciar a parte inferior do seu pé, distraidamente.
Contorcendo, jungkook não podia parar um riso de escapar de seus lábios. Ele era delicado, sempre tinha sido.
Taehyung pegou a mão dele.
Jungkook parou de sorrir. Ele lançou um olhar pidão para taehyung e mordeu o lábio.
—Estou entediado—, disse ele, batendo os dedos no braço de madeira do sofá. Em voz alta.
Ele fez isso por um total de dois minutos (sim, ele contava; o processe)
antes de taehyung finalmente soltar um suspiro de exasperação. Taehyung estendeu a mão e agarrou sua mão.
—Fique quieto.— Ele colocou a mão de jungkook na sua própria coxa, segurando-o no lugar com sua mão.
Jungkook olhou para a mão de taehyung cobrindo a sua própria e, em seguida, o braço de taehyung em torno dele.
Oh.
O braço de taehyung ficou tenso, como se só agora percebesse que ele estava efetivamente abraçando jungkook
Poucos segundos tensos passaram. Taehyung claramente não sabia o que diabos ele deveria fazer sobre a situação que tinha se metido.
Seus lábios se contraíram, jungkook virou a mão para que elas ficassem palma com palma. —Ahhh—, ele zombou, entrelaçando os dedos. —Sinta meu coração! Eu acho que eu vou desmaiar!
—Você tem um coração?—, Disse taehyung, com sua voz cheia de diversão. Seu braço relaxado.
—Está tudo bem—, disse jungkook, apertando os dedos de taehyung. —Eu sei que você não pode resistir.
Lentamente, taehyung virou a cabeça para ele. —O quê?
Jungkook concordou. —É realmente. Eu disse que sou irresistível.
Taehyung balançou a cabeça. —Você é...
— Gostoso, brilhante, quente?
Rindo, taehyung lhe lançou um olhar divertido. —Você realmente tem muito amor próprio.
Sorrindo, jungkook colocou a cabeça no encosto do sofá, o rosto apenas polegadas de distância de taehyung agora. —Você acha que eu sou narcisista?
Taehyung deu-lhe um olhar estranho.
—Você com certeza é.
Jungkook olhou para ele preguiçosamente. —Pode ser. Mas não são todas as pessoas narcisista? Acho que Freud disse isso. A diferença é apenas o grau.
Ele recebeu um outro olhar indecifrável de taehyung.
Taehyung levantou a mão que não estava agarrada em jungkook e roçou os dedos contra o rosto de jungkook.
Jungkook congelou, sem saber o que fazer.
—Você é arrogante, auto-confiante e arrogante—, disse taehyung. —Mas ...— Seus olhos cinza percorriam o rosto de jungkook. —Às vezes eu acho que você realmente tem baixa auto-estima e todo a sua merda é apenas um mecanismo de defesa.
Jungkook abriu a boca, mas fechou-a sem dizer nada.
—Bem, você está errado—, disse ele, por fim. Consciente como sua negação soou, ele fez uma careta.
Taehyung olhou para sua boca carrancuda e beijou-o levemente.
—Pare de fazer essa cara ridícula—, disse taehyung antes de sugar seu lábio. —Dê-me sua língua.
Jungkook deu. De alguma forma, ele não tinha certeza de como seus braços acabaram no pescoço de taehyung e ele estava beijando de volta.
Em algum lugar no fundo de sua mente, uma campainha de alarme soou. Jungkook ignorou, chupando a língua de taehyung e fazendo pequenos ruídos de prazer. Deus, tão bom. A sensação, o sabor, o cheiro... ele o fez tonto e
quente. Tão quente.
O alarme disparou novamente e jungkook percebeu o porquê: eles estavam apenas se beijando, sem sexo no menu. Isso estava ficando muito estranho. Essa coisa toda entre eles havia sido confusa o bastante já. Isto o fez se sentir quase tão estranho como os beijos leves que taehyung lhe dera à tarde após jungkook lhe haver dito sobre seu pai. Quase.
Jungkook podia sentir a estranheza agora, também, pairando no ar entre eles quando taehyung quebrou o beijo para acariciar atrás da sua orelha, a ternura de seus toques contrastando com o aperto firme de taehyung nos quadris de
Jungkook. Enterrando os dedos no cabelo de taehyung, jungkook arrastou-o de volta para sua boca, querendo mais beijos. Taehyung deu, beijando-o completamente.
O celular de taehyung tocou.
Eles ignoraram. O telefone não parou de tocar.
Suspirando, taehyung quebrou o beijo e atendeu o telefone. —Sim—, disse ele antes de limpar a garganta. —Eu estou no meu caminho, Sandra.
Sem olhar para jungkook, ele se levantou. — Ok. Não se esqueça que você tem um médico amanhã de manhã. Esteja pronto por volta das nove. —Ele virou-se antes de voltar e inclinou-se para escovar os lábios no de jungkook. — Feliz aniversário, baby.— Ele tinha ido embora antes que jungkook pudesse dizer qualquer coisa.
Ainda um pouco atordoado, jungkook caiu para trás contra o sofá e tocou seus lábios bem-beijados.
Bem, foda-se.
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