Simon narrando:
Ambar estava mexendo comigo mesmo, aquele jeito cheio de marra dela me prendia completamente, porque todo mundo me aceita e me deseja, menos ela. Bati mesmo no BN, mas não só por ele se meter com minha mulher, a mãe do meu filho, mas também por ele sempre ter inveja de mim e por sempre ele querer arruinar minha vida, eu caio, mas eu me levanto e me levanto com mais raiva ainda. Meti a porrada nele e descontei um pouquinho da minha raiva por ele, mas não descontei toda a raiva.
A patricinha bem pensava que me atingia com aquelas palavras dela, mas ela tava enganada, ela podia me julgar do jeito que for mas eu não tô nem aí mesmo... Mas que ela tava ficando mó gostosa, ela tava.
Tava na venda quando vejo ela vim toda vermelha em minha direção, os moleques logo avisaram e ficaram secando a Ambar, porra mano, essa mina é doida! Ela veio me dar um papo de que ela tava mal falada no morro, mas isso sempre acontece com as meninas de lá, ou por inveja ou só pra criar o inferno mesmo, mas eu já sabia quem era que ficava falando mal, só deixava a guria viver mesmo por pena.
Bateu mais raiva ainda de BN depois dele me provocar, e eu sabia bem que ele não ia desistir até trazer Ambar pro lado dele e fazer o que bem desejar com ela.
Só quero é ver ele pelo menos tocar um dedinho nela.
Ambar saiu toda estressadinha e até pensei em ir atrás dela, mas deixei ela vazar mesmo, a boca de fumo não era lugar pra ela e qualquer lugar era melhor que ali.
─ Tua fiel é? ─ Canela me perguntou e sorri.
─ Essa estressadinha aí é a mãe do meu filho, mas não vaza, beleza?!
─ Porra Simon, tu tem mais filho que o Mr. Catra, puta que pariu! ─ um dos noiado falou sorrindo.
─ São só seis, até onde eu sei né ─ eu falei me sentando e fitando longe BN conversando com uns truta dele, meu rádio apitou e atendi rápido.
─ Fala.
─ Chefe, tua amante tá peitando a Ambar, aqui na rua quatro, é melhor vim pra cá, tu sabe como a Beatriz é e ainda tem umas amiguinhas dela aqui, se lembra que sua mina tá grávida.
Antes dele terminar de falar me levantei nervoso, se Beatriz batesse na Ambar era capaz dela perder o bebê e se por acaso ela perdesse o bebê eu mataria a Beatriz. Peguei minha R1 e fui em direção à rua quatro.
Ambar narrando:
Eu estava muito nervosa, minha raiva momentânea esfriou e fui tomada pelo medo, eu nunca tinha apanhado na minha vida e tava com medo daquela favelada me bater...
─ Quero saber o que tu quer com meu patrão, Simon é só meu sua patricinha ridícula ─ ela apontou o dedo na minha cara e sorri com deboche.
─ Não quero nada com ele querida, mas não tenho culpa se ele me prende aqui nessa droga de lugar.
─ Vou te dar uma aula pra tu aprender que não deve mexer com os machos dos outros ─ ela veio se aproximando e fui dando uns passos pra trás.
─ Tu não pode me bater... Eu gaguejei dando passos pra trás, meu coração estava à mil, algumas pessoas vinham ver aquela discussão e estavam agora formando uma rodinha ao nosso redor.
─ É mesmo? Quem foi que disse que não? Eu vou acabar com tua raça e tu vai se mandar daqui, porque Simon é meu e ninguém rouba meu lugar aqui, sua rata! ─ Eu tô grávida ─ eu gaguejei baixo e ela ficou vermelha de raiva, ela jogou seu cabelo e veio pra cima mas puxaram ela, ela acabou caindo no chão.
─ Isso é meio injusto, olha o tamanho dela, vem peitar comigo ─ suspirei fundo quando avistei a prima de Luna, me acalmei e senti meu coração desacelerar. Dentro de segundos chegou Simon na moto enorme dele e desceu vindo em nossa direção, ele passou direto por Beatriz e segurou em meu rosto.
─ Ela te machucou? ─ ele perguntou e neguei respirando fundo.
─ Mete o pé todo mundo daqui, a conversa aqui é só entre a gente. O pessoal todo ia circulando abismados e cochichando baixo.
─ O que foi isso Beatriz, tu ia bater nela era? ─ Simon perguntou na minha frente. Inalei aquele cheiro dele e me acalmei mais.
─ Tu tá procurando mídia, não é?
─ Amor, eu não ia bater nessa patricinha não, só ia conversar e tal....
─ Se eu não tivesse aparecido queria ver onde essa conversa teria chegado
─ falou Carol e Simon ficou rígido.
─ Cala sua boca, Carolina, ninguém te chamou na conversa ─ Beatriz gritou se levantando e jogou o cabelo pro lado.
─ Isso não vai ficar assim, tu vai me pagar. Ela saiu rebolado e Carol sorriu e Simon também.
─ Como tu consegue foder uma criatura dessas Simon? Essa menina é ridícula tentando criar bunda empinando
─ Carol comentou e Simon virou-se pra mim com um sorrisinho nos lábios.
─ Valeu Carol, manda um salva pro Neguinho e pro meu afilhado e manda esse filho da mãe aparecer hoje lá na boca que tenho serviço pra ele ─ Simon disse e Carol sorriu pra mim sincera e pra Simon.
─ Tá bom, vou vazando aqui. Ela saiu andando e sorrindo, eita que essa convivência com o Neguinho causa isso, sorri com esse pensamento.
Senti a mão quente de Luan em meu rosto, ele levantou meu rosto e encarou meus olhos.
─ Tu tá bem mesmo? ─ perguntou e assenti.
─ Vou te levar em casa. Ele pegou em meu braço e foi andando me puxando, tirei sua mão de meu braço e andei do seu lado por aqueles becos e ruas movimentadas, mas quando eu tava com Simon ninguém ousava olhar pra gente, eles fingiam até que nem viam.
─ Olha, desculpa Beatriz por hoje, é porque ela tá com ciúmes e inveja de você.
─ Tá bom, Simon. Você não precisa falar mais nada.
Ele suspirou e abriu o portão pra mim da sua casa, entrei e logo ele veio atrás me puxando.
─ Por que tu me trata assim, hein? ─ ele indagou e dei ombros.
─ Porque você arruinou minha vida, Simon. Você tirou de mim tudo que eu tinha, meus pais, minha vida antiga, você me engravidou e agora eu não sei o que fazer mais da minha vida ─ falei tentando me soltar de suas mãos. Mas ele me puxou me envolvendo em um abraço e acariciou meu rosto.
─ Olha me desculpa por arruinar tua vida de princesa dondoca, mas eu assumi a paternidade do nosso filho e trouxe você pra morar comigo, em vez disso eu poderia ter te deixado na rua sem nada, então larga de ser mal agradecida, quando todo mundo te deu as costas eu te ajudei.
─ Agora você joga na minha cara, né?! Pois eu preferia estar na rua do que com você... ─ ele me beijou tirando meu fôlego.
Mesmo recusando seu beijo ele insistia em eu abrir minha boca e me entregar, Simon mordeu meu lábio e suspirei sentindo o gosto bom que possuía em sua boca, ele me apertou em seus braços e pegou em minha nuca, eu abri minha boca pra protestar e ele aproveitou-se e intensificou o beijo agora explorando toda minha boca.
─ Tu fala demais ─ ele parou o beijo encostando o nariz dele no meu.
─ Você quebrou minha unha, idiota ─ choraminguei me debatendo em seus braços fortes.
Ele tirou o boné dele e colocou em minha cabeça me soltando. Os cabelos louros e desgrenhados dele foram fletidos pelo sol e Simon ficou mais bonito ainda.
Gabriel surgiu lá na porta e ficou pulando. ─ Vocês estão juntos?! Vocês vão casar?! ─ ele correu até nós e sorriu.
─ Não, eu ainda vou embora daqui ─ cruzei os braços.
─ Não sei pra onde ─ Simon retrucou cruzando os braços e me imitando.
─ Nunca mais faça isso Simon, eu não gosto de você e tudo que nos une é nosso filho ─ eu apontei o dedo na cara dele e peguei seu boné jogando no chão, adentrei em casa suando frio e subi rápida.
Sentei na cama pensativa e me praguejei contra mim mesma por isso, estava agindo como uma idiota resistindo aos beijos e ao charme de Simon, eu não podia deixar isso acontecer, eu nunca me relacionaria com Simon, jamais! Peguei meu iPhone e havia uma mensagem. Número privado
─ Olha aqui sua patricinha, isso não vai ficar assim, tu vai perder esse bebê e tu vai morrer, porque tu mexeu com a pessoa errada, te prepara que tu vai me pagar!
Aquela mensagem em causou um arrepio, eu sabia que essas meninas de favela eram capazes de tudo, e tinha medo dela fazer algo contra mim. Levantei meu moletom e me olhei no espelho grande daquele quarto, abriram a porta e Simon me olhou dos pés à cabeça.
─ Bate da próxima vez ─ resmunguei abaixando meu moletom e o visei.
─ Luna acordou, se quiser que eu leve lá... ─ ele falou baixo e ainda me olhando paralisado. Fiquei instantaneamente feliz, minha amiga havia acordado! Não existia felicidade maior...
─ Claro, só vou me arrumar ─ disse feliz indo até minha mala e a abrindo.
─ Ambar? ─ ele me chamou e virei o olhando.
─ O quê?
─ Você tá linda...
Ele disse e fechou a porta e meu rosto ardeu, eu linda?! Estava horrível, sem minha maquiadora, sem minhas roupas de marca, sem minhas sessões no spa e salão...
Simon só podia ser cego, isso sim.
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