História Apenas um Traficante- Simbar - Capítulo 36

Ambar narrando: 

 Sábado.  

Hoje era sábado, e estava muito quieta ultimamente.  

Ontem vi a Beatriz, ela estava sem cabelo, sabe aquele cabelo lindo dela com mechas loiras? 

Não existia mais. 

Ela estava careca e muito machucada e assim que me viu abaixou a cabeça, senti dó dela, mas ela me machucou bastante também. Fiquei com alguns hematomas e dois arranhões no braço, felizmente nada de mais aconteceu comigo ou com o bebê, mas Simon ficou bem preocupado e quis até me levar no médico mas neguei.  Ficava em casa, não queria que me vissem machucada ou que ficassem cochichando assim que me vissem pela rua, eu era a notícia mais comentada por aqueles becos e vielas, e odiava isso, odiava todo mundo da favela postando sobre essa briga no Instagram ou várias pessoas mandando solicitações pra mim.  Bia até me mandou uma mensagem pelo direct.  

''Isso não vai ficar assim, tiraram coisas minhas mas eu vou tirar de você também!''  

Nem liguei, exclui e bloquei ela e deixei quieto. Mas as palavras dela eram coisas que não deixavam meus pensamentos por nenhum segundo, eu não queria ser só mais uma na lista de Simon, eu estava sim apaixonada por ele e estava convivendo com ele, mas eu não queria passar um dia pelo mesmo papel que Beatriz.  

Já era de tarde, eu havia acabado de acordar, eu estava dormindo muito ultimamente, passava quase todo o dia no quarto e Simon sempre perguntava se eu estava bem. Desci e encontrei Simon e Gabriel assistindo jogo juntos no sofá, eu sorri e fui até a geladeira pegando brigadeiro de panela e indo pra sala, me deitei no sofá saboreando aquele brigadeiro que havia feito com Gabriel hoje de manhã, até Simon caminhar até o sofá onde estava e se jogar em cima de mim, fiquei empurrando ele com o pé e assistindo o jogo sem interesse.  

Simon se deitou do meu lado e me abraçou pela lateral para que cabecemos naquele sofá, ele ficou passando sua mão sobre a minha barriga acariciando-a e depois ficou mexendo no meu umbigo que já começava a estufar e eu acabei sorrindo sem me aguentar. Me virei e selei nossos lábios demoradamente.  

─ Vamos no baile de hoje? ─ ele sugeriu e pensei um pouco e assenti.  

Peguei meu celular e perguntei pra Luna se ela iria e a mesma me confirmou. Terminei o brigadeiro e me levantei deixando a panela na pia e voltando pros braços de Simon o abraçando, ficamos deitados juntinhos e trocando carinhos até anoitecer e eu decidir tomar um banho.  

Após tomar um banho e lavar os cabelos, me enxuguei passando hidratantes que havia ganhado de presente de aniversário da tia Lily, e depois peguei um conjunto de calcinha e sutiã vestindo-os. Escolhi um vestido branco, ele batia acima dos joelhos e era soltinho, era de mangas compridas em renda, havia um decote na frente e nas costas.  

Escolhi um salto pequeno preto de couro brilhante, havia um laço bem na frente e ficava mais lindo ainda com aquele vestido.  

Passei o perfume do Simon que agora vivia lá no quarto e fui escovar  os dentes, fiz uma chapinha no meu cabelo e por fim a maquiagem que também havia ganhado de presente da Luna, mas não exagerei.  Quando desci encontrei Gabriel jogando vídeo game com Simon que já estava arrumado e mais outro menino que desconhecia, mas devia ser um amigo de Gabriel.  

─ Uau, você tá linda! ─ Gabriel disse e Simon se virou levantando.  

─ Tá linda mesmo, minha patricinha ─ ele disse erguendo a mão pra mim.  

Simon estava dentro de uma calça jeans, uma camisa da hollister preta com gola e um vans azul marinho, resumindo, ele estava lindo como sempre. Principalmente aquele cheiro da loção de barba.  

─ Juízo, Gabriel. Te quero na cama às oito e meia ─ Simon disse mandão e Gabriel mandou um beijo no ar vidrado na televisão.  Dei um beijo na lateral da cabeça do Gabriel e saímos.  

─ Até em teu melhor vestido, eu te prefiro nua ─ ele sussurrou sexy em meu ouvido e me arrepiei sentindo seu toque em minha cintura.  

─ Vai ficar preferindo ─ rebati e ele sorriu de lado metendo uma pistola na calça jeans, estava com traumas de armas. Simon soltou minha mão e foi pegar o carro na garagem e fiquei esperando-o.  

Logo ele estacionou e adentrei me acomodando e ajustando o cordão que Luan havia me dado no pescoço, eu ainda não tirado ele desde do dia do meu aniversário e prometi à mim mesma nunca tirar.  

─ Tu precisa parar de usar meu perfume ─ ele disse ligando o carro.  

─ Mas eu gosto do seu cheiro.  

─ Mas se tu ficar passando ele como vou poder sentir o teu cheiro único?  ─ Bobo ─ bati em seu braço e ele deu partida dirigindo  tranquilamente.  

Fui pensando em várias coisas no caminho, inclusive nos meus sentimentos e em tudo que estava acontecendo.  Chegamos no baile e recebemos vários olhares em nossa direção, Simon se aproximou agarrando em minha mão e cumprimentando todos que olhavam pra nós com os olhos arregalados, senti muita vergonha em ter várias pessoas me olhando, mas devia me acostumar.  Nós entramos na quadra mas não era aquela mesma, era outra bem maior e que tinha os camarotes, nem fomos pra pista, subimos logo pro camarote e um segurança deixou a gente entrar. Simon foi segurando minha mão e me guiando até onde Luna, MB, Neguinho e Carol se encontravam bebendo, os quatros nos olharam com um olhar brilhante, como se o sonho deles tivesse se realizado.  

─ Meu casal! ─ Luna gritou e veio abraçar nós dois.   

─ Tá bom, desgruda que ela é só minha ─ Simon disse brincalhão e Luna deu língua.  

Começou a tocar Maiara e Maraisa e estranhei completamente, geralmente só toca funk nos baile dia de sábado, mas logo vi que era arrumação do Simon, ele sorriu safado e me envolveu em um abraço.  

Senti sua mão em minha cintura e ele se curvar apoiando o queixo dele em meu ombro, eu o abracei e dançamos juntinhos a música ''Sorte Que Cê Beija Bem” de Maiara e Maraisa.  — Você é o problema que eu quero ter, Âmbar ─ ele sussurrou no meu ouvido e me arrepiei deixando um sorrisinho escapar.  

Fechei meus olhos e vivi aquele momento, era como se fosse um sonho, Simon era a última coisa que desejava em minha vida mas ele se tornou a primeira.  Em pensar que Simon era apenas um traficante...

CONTINUA...