"A viagem no tempo é um assunto muito comentado no ramo científico. Muitos cientistas preferem dizer que é algo impossível, por diversos motivos. Obviamente, eu concordo parcialmente com eles. Até porque… a quebra do tempo não é algo fácil de se trazer a realidade atual. Transportar objetos ou pessoas para o passado, presente ou futuro é uma tarefa arriscada e mexe com a mecânica quântica. Porém, com a tecnologia moderna, podemos criar um novo sistema no qual prótons em um forte campo magnético se deformam em cilindros cuja densidade e "spin" são suficientes para construir uma máquina do tempo, o que, pra mim, se torna algo possível!
Por que estou falando disso? É simples. Eu sou o primeiro homem a elaborar uma maneira de mexer com espaço-tempo. Em outras palavras, eu criei uma máquina do tempo."
— Três… Dois… Um! Tragam-o de volta! — diz o cientista que inspecionava o sistema geral da matéria.
— Certo. Trazendo-o de volta! — falou outro pesquisador, que estava no comando geral, em relação ao teste físico. — Preparando o ambiente! — O cientista moveu uma pequena alavanca, devagar, e um imenso brilho lotou aquele lugar. Todos estavam bem protegidos, mas a luminosidade era tão intensa que ultrapassou os óculos especiais feitos para a equipe. Após um barulho e ida dessa cintilação, surge uma máquina em perfeito estado.
— Será que deu certo, dessa vez? — O estudioso que inspecionava estava com um sorriso de orelha a orelha.
— Eu creio que sim, doutor Hope.
Depois de alguns segundos, o instrumento maquinário abriu-se e revelou um voluntário do teste #356, um humano que tinha a função de substituir frutos e animais de laboratório. Ele segurava em suas mãos algo que não pertencia àquela época. Imediatamente todos dentro daquela sala de testes comemoraram com gritos e pulos alegres. Era surpreendente. Finalmente, eles haviam criado uma máquina do tempo. O cientista responsável por esse grande feito é conhecido pelo nome de Jung Hoseok, um rapaz de 31 anos e no auge de sua carreira.
— Conseguimos! — Jung Hoseok suspirou aliviado. Estava muito feliz por ouvir todos ao seu redor comemorarem e, em seguida, começou a celebrar com os outros. Finalmente o teste havia sido um completo sucesso.
Posteriormente ao teste bem-sucedido, toda a equipe de pesquisadores saiu para festejar o objetivo alcançado. Estavam discutindo um dia para anunciar a todos a mais nova invenção do século.
Conversa vai e conversa vem, Hoseok ainda não estava confiante o suficiente para debutar a sua máquina ao mundo, mas acabou aceitando as propostas feitas por cada um de seus companheiros. No dia seguinte, saiu com seu melhor amigo para contar-lhe a mais nova novidade.
— É sério que você conseguiu mesmo? — falou seu amigo, muito surpreso.
— Não é incrível, Tae? — Hoseok riu, batendo palmas. Estava muito empolgado. — Eu nem posso acreditar que, depois de tantos e tantos anos, eu finalmente terminei!
— Isso é demais, hyung! — falou Taehyung. — E vocês já tem alguma previsão para lançarem ao mundo oficialmente? — perguntou, curioso.
— Bom, estávamos discutindo sobre isso ontem. Não estou muito confiante, mas eu garanto que, em breve, iremos degustar essa maravilha. Daqui a uns dois meses, ou mais! Ainda precisamos fazer mais testes, não é tão simples assim... lançar! — riu.
— Aah, estou entendendo. Não se preocupe muito, hyung. Tenho certeza que dará tudo certo, certo até demais! — riu bobo.
— Espero que sim!!! — Hoseok não retirou, em nenhum momento, o sorriso de seu rosto. — E como está o Jin-hyung? Os enjôos dele já passaram?
— O hyung ainda tem alguns enjôos, mas está bem melhor. Também, ele já está com três meses. Isso durou até demais! — Taehyung riu, totalmente sem jeito. Ele sentia uma alegria enorme tomando conta de seu corpo ao lembrar que seria papai.
— Isso é muito bom! Ele está se dando super bem, digo, com tudo. Ele é um homem muito forte e admirável! — Muito orgulhoso, Hoseok apenas bateu palminhas — Taehyung…
— Hum? O quê? — Mexeu no seu chá.
— Você não se sente estranho? Você logo será pai..
— Estranho? — O mais novo não compreendeu a pergunta. — Por que eu me sentiria estranho? É a coisa que eu sempre quis.
— Digo… Você não pensa que é muito novo para ter um filho? E os seus planos para o futuro? Eu adoro crianças, mas elas mais atrapalham do que ajudam, Tae!
— Hum? Olha, hyung... Os meus planos são os meus futuros filhos. Eles não vão atrapalhar nada! Óbvio que é muito trabalhoso, mas eu amo crianças. Você se sente estranho por estar com trinta e um anos e não ter nenhum filho? Ou... você se sentiria estranho trabalhando com o que você mais ama? — Taehyung olhou com tranquilidade para seu hyung.
— Bem… pensando desse jeito. Não! Mas… — hesitou. — Vamos esquecer isso e comemorar, certo? — sorriu
— Com toda certeza, hyung!
Aqueles mesmos dois amigos estavam muito contentes por tudo. Cada detalhe de suas respectivas vidas estava saindo como planejado e isso era um motivo justificável para comemorar. Ambos se conheciam há mais de onze anos e eram muito próximos. Devo dizer que eles se compreendiam como ninguém. Nada separava a união deles.
Ao terminarem seu encontro de novidades, um e outro se dirigiram para suas casas. O cientista estava bastante satisfeito ao rever seu amigo, e com a sua carreira. Finalmente, era a hora de descansar um dia.
O tempo se esvai rapidamente e, com isso, mais testes temporais ocorreram. Dias, logo meses, passaram-se voando e todas as avaliações a respeito daquilo saiam bem sucedidas. Era um completo sucesso. As últimas vinte e quatro horas foram decisivas, e não poderia haver nenhum erro durante a apresentação. Todos estavam tensos e a pressão dos repórteres piorava tudo. Durante a noite do dia dezessete de janeiro, o cientista Jung Hoseok decidiu ir até seu laboratório, aproveitando que ninguém estava presente. O perfeccionismo o deixava frustrado, pois temia que algo desse errado durante a apresentação.
— Amanhã você não pode falhar, de jeito nenhum! — dizia para seu projétil, sozinho naquela sala própria para a construção e estudo da máquina criada por si. — Por que eu continuo sentindo que vai ocorrer erros? Eu lhe programei tão bem… você não pode fazer isso comigo! — O doutor conversava com sua invenção, enquanto inspecionava de perto a máquina. Ele analisava se haviam arranhões, ou qualquer coisa do tipo, que pudesse prejudicar a viagem do espaço-tempo. — Por que eu não consigo prever em qual peça você vai dar defeito? Não consigo achar nada, mas sinto que vai falhar!
O cientista estava bem inquieto. Não cogitava a ideia de tentar viajar no tempo sozinho. Porém, guardou algumas coisas e se preparou para fazer um último teste. Ele programou uma viagem ao futuro, ano XXXX, e então adentrou na máquina. Organizou tudo para que apenas uma pessoa pudesse controlar a construção tecnológica por dentro. Apertou os devidos botões, mexeu as alavancas, com muito cuidado.
— Seja o que Deus quiser! — Prendeu-se à cadeira, e, com sua mão livre, pressionou o botão vermelho e fechou os olhos. Estava rezando para que desse tudo certo.
Respirou fundo e logo sentiu a máquina tremer bastante, enquanto fazia barulho e, imediatamente, uma luz forte rodeou todo aquele lugar, mas não ultrapassou os vidros de dentro do aparato, então estava tudo bem. Em um pulo, Hoseok se sentiu extremamente tonto e enjoado. Quando aquele brilho se esvaiu, através dos vidros, notou que estava em um lugar estranho, com muita areia. O cientista não deu muita bola e imediatamente se soltou da cadeira e abriu a máquina, depois de desligar tudo. Começou a vomitar.
O doutor jamais pensou que sentiria tamanha pressão, pois todos os voluntários pareciam não demonstrar efeitos colaterais devido a viagem no tempo. A cabeça do cientista doía e o seu corpo estava bastante pesado, suas pernas trêmulas, além de estar muito pálido.
— Woah, como eles conseguiram? — Hoseok, após vomitar, sentou-se novamente na cadeira e ficou esperando os efeitos da viagem no espaço-tempo pararem.
Imediatamente, se assustou quando ouviu vozes masculinas ao redor de sua máquina temporal. Elas tinham um sotaque muito forte. O cientista se levanta de forma apressada e observa o lado de fora, eram homens com chapéus de vaqueiro, pareciam muito com xerifes de filmes antigos. — H-hum?
Espera aí… existem xerifes no futuro? Deu pra ver que eles não mudaram em nada! - O Jung pensou, bastante confuso.
— Desça daí, imediatamente! — Um xerife apontava a sua arma em direção a máquina. Mais precisamente, ao homem dentro dela.
— A-ah, está bem. Só um momento! — falou Hoseok. Logo, ele limpou sua boca com um lenço e desceu. — Sinto muito!
— O que é isto? — Outro xerife tocou com a ponta de sua arma no tanque de combustível do engenho futurista.
— E-ei! Não faça isso. Vai arranhar ela… e também pode explodir! — disse Hoseok.
— E quem é você? Que roupas estranhas são essas, forasteiro? — perguntou o primeiro xerife. O seu sotaque era mais forte do que o do outro.
— Ah, sinto muito. Eu me chamo Jung Hoseok! Estou meio perdido… Em que ano estamos? Quero apenas confirmar uma coisa.
— Vamos encaminhá-lo para a delegacia! — disse o segundo xerife.
— Olha, forasteiro… você é bem estranho. Está me obrigando a ter que prendê-lo! Quem faz as perguntas somos nós e não você!
— Prender? Ah, não, por favor! Estou apenas querendo saber em que ano estamos, ai eu vou embora! Não se preocupe! — Hoseok respondeu.
— Estamos no ano XXXX. Agora, retire-se de minhas terras e leve essa geringonça com você! — disse o segundo.
— Estamos.. NO QUÊ? — Hoseok surtou. — Espera, espera aí.. você tá dizendo que eu estou no século dezenove?
— Você é doido? — O primeiro xerife indagou, estranhando o comportamento do desconhecido. — Vá embora logo, ou seremos obrigados a deter você!
— Meu Deus… Isso não pode acontecer! Eu sabia que ela iria cometer algum erro! —
falava consigo mesmo. — Muito obrigado, xerifes! Estou indo agora! — Hoseok deu meia volta, totalmente em choque, e subiu novamente na máquina. Quando organizou-se para se retirar daquele local, fazendo todos os procedimentos necessários, o equipamento simplesmente não ligou — Hum? O que está acontecendo?
— Ande logo. Tire esse troço daí! — disse o xerife, ainda do lado de fora.
— Por que não está ligando? — O cientista não estava entendendo o porquê daquela máquina não ligar. Isso significava que ele poderia estar preso naquele século.
Alguns minutos se passaram, enquanto os xerifes esperaram a retirada do forasteiro e, depois disso não acontecer, o prenderam. Haviam muitas coisas para serem explicadas. No entanto, o cientista estava frustrado demais para conseguir explicar algo, ou inventar alguma desculpa. Estava tentando entender o que havia ocorrido com sua invenção.
Por que, de todos os testes, apenas este fracassou? Era o que se passava na cabeça do profissional.
— Eu não entendo… — Bagunçou seus cabelos alinhados. — E pra piorar, eu estou preso aqui? — indagou, nervoso — Ah! Por que só comigo?
Durante algum período, ficou se remoendo, não conversava de maneira alguma com os xerifes. Até porque, Hoseok não fazia parte daquela época e qualquer coisa que dissesse poderia alterar o futuro, de certa forma. Horas se passaram, assim como — num piscar de olhos — os dias. O cientista estava ficando louco por não conversar com quase ninguém, por não conseguir ter uma ideia de como arrumar o problema em sua máquina e por não ter se alimentado ou dormido bem, como de costume.
— Ei, levante-se! — O xerife chegou à porta de onde Hoseok estava detido.
— H-hum? — O Jung observou o delegado e se levantou.
— Vá para casa. Percebemos que não vamos chegar a lugar algum com você aí! — Ele abriu as grades.
— Sério? — Imediatamente sorriu.
— Sim! Agora, ande logo! — Esperou que o detento saísse. Após isso, fechou tudo e devolveu às coisas do cientista. — Me desculpe o ocorrido. Mas, é preciso. Até porque, nós não podemos deixar qualquer pessoa entrar na cidade assim. E, logo vestido dessa maneira! — Ele olhou para o estrangeiro, da cabeça aos pés. — Você é médico?
— H-hum? Mas, eu estou vestido normal para a minha profissão. E, não, eu não sou médico! — respondeu, se auto analisando. — Bom, muito obrigado, delegado. — Sorriu de forma descontraída.
— Você é estranho. Isso sim! Enfim, vá embora!
— Certo! — Hoseok deu de ombros e foi embora. Ele estava aliviado por sair daquele lugar, já não suportava mais.
Rapidamente, correu até onde estava a sua máquina e a encontrou cercada por algumas fitas amarelas. Apenas para evitar que outras pessoas se aproximem daquele monstro de ferro. O cientista subiu no projétil após ultrapassar a fita e tentou ligá-lo novamente, falhando, em seguida.
— Mas... — suspirou. — Perfeito. Estou preso no século dezenove, por causa da minha idiotice! Perdi toda a minha carreira! — Encostou-se no objeto, entristecido. — O tanto que eu lutei para ser quem sou hoje! — Olhou para o céu. Estava bem quente, mas o cientista parecia não se importar.
Hoseok passou algum tempo ali, procurando uma maneira de solucionar o problema e fazer seu invento ligar novamente. Estava preocupado que sua carreira fosse jogada no lixo de qualquer maneira. Isso era a coisa mais importante para a vida do cientista. Logo, ouviu a sua barriga roncar. Já fazia tempo que não ingeria nada. Bem desesperançoso sobre como iria arrumar comida, ele desceu de sua máquina e foi caminhando de volta à cidade. Estava excepcionalmente quente, logo o doutor retirou sua bata e enxugou um pouco de suor em sua testa.
— É um ótimo clima. Mas, aqui é muito quente! — falou, caminhando até uma lanchonete. — Será que eles aceitam won moderno? — Coçou sua nuca. Mas, antes de entrar onde vendia lanches por aquela região, observou que havia uns rapazes no meio da cidade, em uma área vazia, se encarando. — Hum? Não me diga que… — Hoseok os viu dando às costas e andando em direções opostas. — Meu Deus! Eu vou presenciar uma luta de cowboys! — Sorriu, muito empolgado, e logo se afastou da porta. Muitas pessoas estavam observando. — Isso é tão...? — Não conseguia parar de encarar. — Tão legal! — O cientista discretamente foi se aproximando, pouco a pouco, daqueles homens, apenas para conseguir enxergar melhor. — Quem será que vai ganhar? — Observava todos os detalhes e analisava cada atirador. Logo, ambos sacaram suas armas, no mesmo instante em que viraram, disparando os tiros. — Eu não creio. Devia ter trazido o meu celul- — Imediatamente, a frase foi cortada ao meio, e os olhos do cientista se arregalaram quando sentiu algo pelando em seu abdômen. — M-mas, o quê? — Pôs uma de suas mãos sobre a área de onde advinha o desconforto e sentiu algo quente escorrer. — Sangue? — Olhou sua mão, banhada por seu próprio plasma, enquanto tremia. — Mas, onde eu estou... é fisicamente impossível ser acertado por uma bala… — A sua visão escureceu rapidamente, enquanto sentia suas pernas pesarem. Logo, o cientista ficou inconsciente.
...
— Ei, acorde!
— H-hum? — Após ouvir uma voz masculina lhe chamar, Hoseok abre lentamente os olhos e vai guiando-os por aquele local desconhecido, na esperança de entender o que estava acontecendo e reconhecer o lugar. — Onde… estou? — O cientista tenta se mexer, mas é paralisado pela dor. — Ah!
— Olha, eu recomendo que não se mova, ou vai abrir o ferimento em seu abdômen!
— Ferimento? — Hoseok olha para o rapaz, sem entender. — Ah, eu me lembro!
— Você deve ser muito azarado! Foi incrível ver que a bala cursou um caminho totalmente diferente até você! — Tomou um gole de café. — Dá próxima vez, eu recomendo você ficar longe de coisas assim. — Bocejou.
— É, eu não estou nos meus melhores dias… É muito azar! — Hoseok riu. — Bom, e quem é você?
— A pergunta que fica, não é quem sou, mas sim: quem é você? Não parece ser daqui! — Caminhou até sua poltrona de couro e sentou-se.
— Bem… realmente! — disse, sem jeito. — Eu sou Jung Hoseok!
— Você usa nomes assim? Deveria ter um apelido! — Esfregou seus olhos.
— Apelido? Por que eu deveria ter um?
— Não é bom utilizar seu nome assim, ao menos, por aqui, Hoseok!
— Hum? "Hoseok"? Aigoo, você não pode me chamar pelo nome assim, logo de cara. Apenas o sobrenome!
— Te chamar por Jung? E porquê eu faria isso?
— Respeito, claro!
— Olha, estou pouco me importando. Você é o intruso aqui! Então, é você que deve me respeitar!
— Bom… está certo por um lado, mas não justifica. Não sei nem o seu nome!
— Me chame por Suga!
— Suga? Nada disso, me diga o seu nome… Para ser justo!
— Justo? Já não basta eu ter salvo a sua vida… quer algo mais justo que isso?
— Eu agradeço, mas, se você não for me chamar formalmente, eu exijo que me diga seu nome, também!
— A porta é por ali! — Suga apontou em direção a porta. — Saia quando bem entender! — Levantou-se.
— Você quer colocar alguém ferido para fora?
— Eu não estou lhe expulsando. Apenas não me sinto à vontade com forasteiros, ainda mais, sendo homens, dentro da minha casa! E eu disse "saia quando bem entender", não ouviu? Não seja grosso com o seu salvador.
— Aish… — Suspirou — Olha, me desculpa por ser rude. E, obrigado por me ajudar! — No agradecimento, a voz do cientista ficou baixa, por vergonha, enquanto desviava seu olhar.
— Não ouvi. Repete!
— O quê? Repetir?
— Você fala muito baixo. Me dá preguiça de tentar ouvir! — Coçou seu ouvido.
— Mas… — Respirou fundo, decidindo não discutir e fazer o que o outro homem pediu. — Me DESCULPE e MUITO OBRIGADO por me SALVAR! — falou o cientista, destacando partes em específico.
— Bem melhor. Mas, você é tão grosso!
— Eu não vou repetir.
— Aish, se continuar falando, o seu ferimento vai abrir e eu vou deixar você morrer. Então, cale a boca e coma a comida que está aí!
— Como assim? Comida? — Hoseok procura. E logo observa a comida ao seu lado. Abriu um largo sorriso. — Woah! Quando isso veio parar aqui? — Em seguida, o Jung se sentou, como se não fosse esforço algum.
— Ei! A sua ferida vai abrir!
— Uh? — Olha para o cowboy. — Ah, é mesmo! Aí! — resmungou, tocando em seu abdômen, sentindo dor.
— Você é… — se interrompeu. — Deixa quieto! Coma logo e descanse!
— Muito obrigado! — Hoseok nunca esteve tão alegre ao ver uma comida. Seu estômago doía de fome. Pegou a bandeja, que se encontrava em uma mesa de madeira no centro do cômodo, e começou a comer, saboreando tudo.
— Esse estranho… — Suga murmurou, antes de caminhar para seu quarto.
…
— Woaaah, estava incrível! — Hoseok exclamou, após devorar todo o alimento do prato. — MUITO OBRIGADO! ESTAVA UMA DELÍCIA! — Grita o cientista, em direção ao quarto do cowboy que lhe salvou. — Tão caridoso! — Com um sorriso de orelha a orelha, deitou-se, com muito cuidado. — Até que é bem confortável! Nada comparado a minha cama, mas não é tão ruim assim. — Ajeitando-se, com um cuidado extra, sentindo leves dores. Respirou fundo. — De qualquer maneira, é incrível ver como a minha máquina do tempo quebrou, fui preso e, quando finalmente saí da cadeia, tomei um tiro, no mesmo dia! É muito azar… — Olhou para o teto daquele lugar, onde ficava um ventilador. — É uma época interessante, mas… eu quero voltar para o lugar de onde vim! — Fechou lentamente os olhos e, com isso, acabou por adormecer.
Durante todo o período que o cientista se encontrava incapaz, Suga o permitiu ficar em sua casa. Cuidou de seu ferimento, com bastante cuidado, e o alimentou de forma apropriada. Eles descobriram ter bastante coisas em comum. Faziam com que conversas de minutos se tornassem horas.
Foi muito agradável cada segundo. Enquanto convivia com o cowboy, Hoseok arrumava uma maneira de consertar sua máquina temporal. Pensava em todas as maneiras de conseguir ligar o artefato histórico, ou consertá-lo com ferramentas encontradas por aquela região. Eram bem escassas as tecnologias, mesmo assim, ele queria tentar encontrar uma maneira de voltar ao seu tempo.
No decorrer dos dias, o cientista se encontrava cada vez mais perto de descobrir como consertar sua invenção. Seu companheiro de casa, Suga, o acompanhava até onde vivia esse "monstro de ferro". Porém, evitava fazer perguntas sobre o que era aquilo. Ele apenas ia observar Hoseok, para garantir que o seu ferimento não se abrisse com esforço.
O cowboy não conseguia entender porquê estava preocupado com aquele humano estranho. A única alternativa que passava em sua cabeça, era que ele, o cientista, de certa forma, se tornou seu primeiro amigo. Enquanto isso, Hoseok se sentia estranho próximo a Suga. Eram muitas emoções ao mesmo tempo, partiam de gratidão às borboletas no estômago. Algo que o cientista ficava preocupado, pois não compreendia o motivo por trás daquilo.
— Então, você já gostou de alguém? — Hoseok perguntou, enquanto consertava o motor.
— Todo mundo já gostou de alguém na vida! — Suga respondeu, encostado na máquina.
— Era um homem?
— Um homem? Quê? Não, óbvio que não. Eca!
— Hum? Você é hétero? — Hoseok o fitou, com os olhos arregalados, bem surpreso.
— E eu seria o que mais? Obviamente, eu gosto de mulheres. É muito nojento ver essas frescuras de dois machos se agarrando! — Fez uma careta enojada.
— Nojento? — o Jung refutou.
— Não faz nem sentido!
— Olha, eu não diria isso. Mas, se é o seu ponto de vista!
— Hum? Você gosta disso?
— E-eu? — O forasteiro corou. — Óbvio que não! Sou hétero raiz! — Desviou seu olhar, voltando sua atenção, novamente, ao motor. — Apenas acho um exagero você dizer que é algo nojento, sabe? Você ao menos já experimentou?
Se ele descobre que sou gay, talvez, eu esteja frito. Não posso me arriscar a nada do tipo. E se ele me der um tiro, por puro preconceito? Não tenho como me defender! Melhor manter as rédeas… O rapaz estrangeiro pensava.
— E porquê eu iria experimentar? Eu sei a fruta que eu gosto! — Cruzou os braços. — Você já experimentou isso? — Olhou para o cientista.
— N-não, eu nunca experimentei. Mas, para tudo tem uma primeira vez! Mesmo que eu seja cem por cento hétero! Uau, quantas garotas já peguei… — Sorriu nervoso, tentando manter a calma.
— "Para tudo tem uma primeira vez?" Tem, mas não para esse tipo de safadeza! É muito nojento! — Mudou seu foco para frente.
— Bem, vamos esquecer esse assunto! Você tem quantos anos, Suga?
— Me chame de Yoongi!
— Hm? "Yoongi"? — Hoseok o olhou.
— Sim! É o meu nome…
— Sério? — Sorriu.
— Sério. Mas, não saia divulgando ele por aí! Apenas lhe disse porque, agora, nós somos amigos!
— Uh! Amigos? — O cientista sentiu suas bochechas corarem e seu coração disparar.
Bem, eu nunca dei uma chance para o amor. Acho que é porque sempre estive mais focado em minha carreira, e nunca em minha vida pessoal. Para mim, coisas assim, eram insignificantes. Sentimentos apenas atrapalham quem quer crescer profissionalmente. Ou, talvez, apenas eu pensasse dessa forma! O acastanhado divagava.
Sabe, no fundo, sempre tive inveja do Taehyung, meu amigo. Deve ser porque ele sempre foi o oposto de mim. Preferia sua família, ao invés de se dedicar vinte e quatro horas por dia ao trabalho. Por que estou falando disso? É até simples… Já faz algum tempo que me sinto mexido quando estou ao lado de Yoongi. Não consigo compreender direito meus sentimentos e sinto medo. Medo por estar apaixonado por ele… e ser rejeitado! Para o Suga, é algo impossível de se acontecer… somos dois homens! Por que pensar nisso me deixa tão triste? Seus pensamentos lhe envolviam tal um mártir, quase esquecendo da presença do novo amigo.
— É óbvio! Não tenho como me livrar de você, já que você não tem para onde ir. Então, decidi te transformar em meu amigo!
— "Decidiu transformar"? E é você quem decide isso? — Riu.
— É claro que sim. Tenho que te aturar! — o moreno sorriu, e logo levou seus olhos ao encontro dos de Hoseok.
— Você? Eu quem tenho que te aturar! — retrucou, brincalhão. Em seguida, desviou seu olhar, super sem jeito, com o coração agitado. — Vá para casa. Estou bem!
— Você é muito ingrato, sabia?
— As suas atitudes que me deixam agir dessa maneira!
— Aigoo, não vou me atrever a discutir com você! Nem intimidade temos para isso! — falou, Yoongi, rindo.
É querer demais ter ele só para mim? Tudo podia ser tão mais fácil, se fosse assim… O mais novo pensava.
— Eu que não vou! Vá logo!
— Você vai conseguir ir andando para lá?
— Olha, eu tomei um tiro, mas não estou paraplégico! — respondeu, entre risadas.
— Aish, engraçadinho! — Riu. — Então, se lasque aí. — Caminhou até seu cavalo e subiu no mesmo. — Tchau!
— Vá, vá! Tchau! — Hoseok acenou para o cowboy, sem lhe olhar. Logo ouviu o som do cavalo cavalgando para longe.
O cientista permaneceu consertando sua máquina. Após fechar o compartimento onde ficava o motor, o acastanhado adentrou o equipamento revolucionário e, assim que foi testar, ele ligou.
— O quê? Eu consegui? — Uma alegria tomou conta do peito de Hoseok. — Finalmente! — Seus olhos se encheram de lágrimas de alívio. — Não acredito que eu vou conseguir voltar para minha era!
Jung Hoseok estava tão feliz que sentiu seu corpo pegar fogo. Ele começou a comemorar com gritos e pulos, enquanto batia palmas. Era algo aliviante, e ele tinha certeza que nada de errado iria impedi-lo de voltar ao seu século. Não havia parado para pensar que deixaria seu amigo sozinho. Depois de algum tempo, rapidamente escureceu e, na casa de Yoongi, comemoraram com bebidas.
— Sério mesmo?
— Sim!
— Estou muito feliz por você! — Yoongi virou o copo em seus lábios, bebendo o líquido alcoolizado.
— Sabe, eu também estou muito feliz por mim. Só Deus sabe o quanto que quero voltar para minha casa! — Ambos já estavam um pouco bêbados.
— E aquele negócio de ferro é a única coisa que pode te levar de volta?
— Infelizmente, sim!
— Eu ainda tento entender o que é aquilo, mas… Aish, deixa pra lá!
— Olha, eu queria te dizer o que é aquilo, mas não posso. Quem sabe um dia você não descubra?
— É…. Quem sabe! — Yoongi encarava o chão, pensativo.
— Hum? — Hoseok observou. — O que deu em você? Está bem pensativo hoje! — Tomou um gole de sua cerveja.
— Não é nada. Estou apenas cansado, com sono! — Coçou sua nuca.
— Sério que é só isso?
— Sim…
— Bom, o que você acha de fazermos algo para despertarmos?
— Depende do que for… — Ergueu sua cabeça e olhou para Hoseok.
— O que acha de fazermos sexo? — Hoseok fez com que seus olhos se interligassem. Estava com o rosto meio corado, mas era por causa da bebida.
— O quê? — O olhou, sem entender. — Óbvio que não, idiota! Você é um homem!
— E você também… Não vejo nenhum problema nisso! — Hoseok colocou seu copo na mesa e inclinou-se na direção do cowboy, que recuou.
— Saí! Você enlouqueceu?! Aish, eu sabia que não era para ter te deixado beber!
— Yoongi, eu nunca perguntei a sua idade… e se perguntei, não me lembro se você me respondeu! — Estava meio alcoolizado.
— Aish, isso do nada? Primeiro, se afaste!
— Me diz logo!
— Eu tenho trinta e dois anos!
— Então, você é meu hyung? — Sorriu, ele estava bem encantado. Cada vez aproximando-se lentamente do mais velho.
— O que deu em você? Saí de cima de mim… — Yoongi estava bem inclinado, mantendo distância entre os dois.
— Shii! Poupe energia para a nossa noite, pois vai ser bem longa e quente, hyung. — Ele lambeu seus lábios, enquanto encarava o cowboy. — Prometo que não irá se arrepender por eu ser um homem… — Hoseok rapidamente levou seus lábios ao encontro dos de Yoongi, iniciando um beijo.
O cientista estava sentindo seu corpo queimar de tesão por aquele cowboy, enquanto o seu coração se encontrava inquieto. Entrelaçou seus braços, envolta do pescoço do mais baixo, sentindo as mãos do mais velho segurar a sua cintura. Por mais estranho que fosse, Yoongi estava retribuindo aquele beijo e, aos poucos, ambos o intensificaram.
Sabe, eu parei para pensar agora… Se eu voltar ao meu século, isso significa que terei que deixar o Yoongi-hyung, não é? Eu não quero isso… Não quero que ele fique sozinho! Na verdade, eu não quero que ele fique com mais ninguém, além de mim! É muito egoísmo? Pensar nisso, é como uma tortura, me deixa muito triste… Por que eu não posso levá-lo comigo? Divagava em meio ao ósculo.
Ambos aproveitaram sua noite, da melhor forma possível. No entanto, a escuridão foi embora, dando lugar a manhã de mais um dia, com pequenos raios de luz atravessando as janelas de madeira, deixando um clima agradável. Eles estavam quietinhos, e, mesmo após o surto de Yoongi em relação aos dois terem ficado a noite inteira, estava tudo bem.
O moreno estava tentando compreender toda a situação, ele não entendia como havia ficado excitado por um homem. Mas, em momento algum, reclamou sobre sua noite. Continuou sendo o "machão" que não suportava a ideia de que dois homens pudessem se relacionar. Estava um clima meio estranho, mas isso não mudava o fato de que, por mais noites — enquanto Hoseok enrolava para voltar ao seu século — eles ficassem mais de uma vez. Foram os dias mais felizes da vida do cientista, pois ele finalmente compreendia toda a felicidade de seu amigo, Kim Taehyung.
Com o passar do tempo, Hoseok sentia-se meio enjoado de pequenas coisas, não conseguia comer, sem que passasse mal. Era estranho essa sensação, porém, não havia suspeitas a respeito de seu estado de saúde.
Yoongi sempre o incentivava a comer alguma coisa, mas o resultado era sempre o mesmo. Hoseok sentia uma necessidade absurda de receber carinho, por estar "dodói". Durante esse período, o mais velho precisou redobrar seus cuidados com o companheiro de residência, obviamente não esquecendo de limpar seu ferimento todos os dias e de tratá-lo com carinho, porque ultimamente ele tinha estava com muita facilidade em se estressar ou simplesmente chorar, sem um motivo aparente.
Havia algo de muito errado, mas nenhum dos dois sabia o que era.
A suspeita de uma gravidez começou a surgir quando Hoseok passou a comer excessivamente, algo que não fazia há algum tempo, e passou a sentir cólicas abdominais, tonturas, sono excessivo e alterações do humor. Sim, todos esses sintomas. Após interligar os pontos, o surto o atacou.
— Não é possível…
— O quê?
— E-eu… eu não estou acreditando! — O cientista estava choroso.
— O que houve?
— Hyung, puta vida… — Hoseok olha para o cowboy, preocupado. — Eu estou grávido!
— Hã? O quê? E homens engravidam?
— E agora? Como vai ficar a minha carreira? Estou perdido… — Jogou seus cabelos para trás, em choque.
— Me explica isso direito… Homens engravidam? — Yoongi estava sem entender.
— Yoongi-hyung, eu tenho certeza que eu estou grávido. Faz todo sentido agora… As náuseas, tonturas, alterações no apetite e de humor… Aí, meu Deus! Eu tô perdido!
Ao mesmo tempo em que a crise se aproximava de ambos, toda a equipe de cientistas procurava uma forma de achar seu chefe, em meio ao espaço-tempo, buscando informações de seu sumiço em dados de viagem temporal da máquina.
Era algo preocupante, o sumiço de Jung Hoseok e de sua invenção. Teorias eram criadas e a mais certa dizia que, antes do lançamentos, Hoseok resolveu viajar entre o espaço-tempo, para alguma era, e acabou por ficar preso lá, sem saber como voltar. Porém, nenhum dos cientistas abriram a boca, preferiram manter em sigilo o sumiço do criador da primeira máquina do tempo.
Depois de descobrir sobre a gestação, Hoseok se via sem rumo, tomado por uma crise existencial. Isso era algo que nunca esteve nos planos do cientista, eram mil e uma emoções. Ele estava perdido e não sabia o que fazer. Pensava em como iria ficar a sua carreira, pois, em sua cabeça, estava tudo arruinado.
Contrariando tudo isso, aquele cowboy — mesmo em completo desespero por descobrir que seria pai, e que "a mãe" é, na verdade, um homem — estava evitando mostrar suas preocupações a Hoseok. O moreno queria, de certa forma, confortar o cientista, então passou a dizer que estava tudo bem e que ele não estava sozinho. Era um assunto delicado, depois de algum tempo, Hoseok finalmente se acalmou. Yoongi não saiu de seu lado, nem por um instante.
Posteriormente, passou-se um bom tempo. Tudo estava, finalmente, normalizado na vida de Jung Hoseok. Estava na hora de dizer adeus e voltar ao seu século de origem. A tristeza tomava conta do coração do mais baixo, no entanto, o retorno do Jung era o certo a se fazer. Os planos mudam a toda hora. Então, o cientista se acomodou e, finalmente, organizou tudo para voltar para casa.
Em uma contagem regressiva de cinco a um, sua máquina começou a trabalhar. Logo todo aquele lugar se encheu com um brilho e, após um longo barulho, enquanto se segurava firme para não chorar, viajou novamente aos tempos atuais.
Todos os cientistas naquela sala se assustaram ao ver que a máquina voltou. Por sorte, a maior parte deles estavam ocupados olhando para outros lugares. Então, suas retinas não foram afetadas por aquele brilho.
Quando o projétil se abriu, um choro ecoou naquele cômodo. Ninguém estava acreditando, mas se aproximaram da máquina e viram o cientista mais uma vez. A comemoração fez com que toda aquela sala se enchesse por barulhos de gritos e palmas. Porém, tinha alguém a mais com o cientista. Com isso, o silêncio tomou conta do ambiente.
— Senhor, de quem é esse…?
— Estou de volta! — Hoseok estava tão emocionado, enquanto balançava em seus braços um bebê. — Esta é a minha mais nova cientista. — Ele olhava para sua bebê, era tão pequena e pálida, como o pai, com cabelos negros e olhos cheios de vida. Tão bela. — Digam olá para a pequena Hayun!
— Hayun? Espera… não me diz que ela é a sua filh...-
O outro cientista, simplesmente, não conseguiu terminar a sua fala, já que notou alguém a mais saindo daquela máquina. Era pálido, utilizava roupas e chapéu de couro, como um cowboy de algum universo do Velho Oeste, que, de certa forma, lembrava a bebê.
— Ah, e este é o cowboy, pai da minha bebê. Por favor, digam olá para o Yoongi-hyung! — Hoseok apresentou, rindo, bem emocionado.
— O QUÊ? — todos naquela sala gritaram em uníssono.
…
— Como assim você some por mais de um ANO e, quando volta, simplesmente já tem uma filha? — Kim Taehyung indagou, eufórico.
— Me desculpe por isso, Taehyung — pediu, sem jeito.
— Não, não! Você tá louco? Onde estava com a cabeça? Irresponsável! Delinquente! Desde quando você queria ser pai?
— Não me entenda mal! — Riu sem graça. — Simplesmente, aconteceu…
— Aish, eu te odeio! — Taehyung estava triste, com raiva, orgulhoso e muito emotivo. Seus olhos se encheram de lágrimas, pois não conseguia acreditar em nada.
— Taehyung, não fica assim! Nem é tão grave… — falou rindo.
— "Não é tão grave"? Ela nem se parece com você! Não espera que eu acredite nisso, né?
— Olha, ela lembra muito o outro pai dela. Mas, não significa que eu não tenha gerado ela em minha barriga. Você é um hipócrita! A sua menina também não se parece nada com você!
— O quê? Que desaforo… — respondeu, chocado. — Mas, sabe… — Taehyung sorriu. — Estou tão feliz. Tão feliz que resolveu ter uma família…
— Eu também estou muito feliz… Foi muito difícil. A princípio, eu quase optei em… — se absteve, incomodado. — Bom, vamos esquecer isso! — Sorriu. — O que importa é que estou de volta!
…
— E, como última prova de que esta máquina do tempo, criada por mim, funciona, é o cowboy que veio direto do século dezenove! Ele ainda não está muito habituado ao nosso século. Mas, está aprendendo aos poucos sobre cada coisa! Por favor, senhor Min, dê um passo à frente — disse, Jung Hoseok, vendo o homem por quem era apaixonado, dar um passo à frente.
— Olá, eu me chamo Min Yoongi! — Ele se curvou perante a todos no palco. E, sem muita demora, todos começaram a aplaudir. Hoseok apenas sorria.
— Bom, então vamos ao teste! — Hoseok andou até o moreno e, discretamente, segurou sua mão, enquanto observava a máquina. — Por favor, peço que todos coloquem os seus óculos! — falou alto.
— Ei… não segure a minha mão assim. Vão pensar que eu sou gay! — Yoongi sussurrou, apenas colocando seu óculos.
— E você é o quê? — Hoseok olhou-o, rindo, sussurrando de volta. Estava radiante de tanta felicidade.
— Eu vou acabar ficando cego com o brilho que você está emanando! — reclamou. — Não crie asas, eu sou hétero!
— É? Então, porquê não retira a minha mão, à força?
— Porque estou com sono!
— A sua desculpa é péssima! (...) Sabe, eu nunca tinha visto um gay homofóbico. É a primeira vez! — falou rindo. Por mais que o acastanhado tentasse não chamar muita atenção, era inevitável, até porque, estavam no palco.
— Hoseok, apenas me deixe quieto, ou eu vou empurrar você daqui! — o mais baixo ameaçou, entre risos.
— Eu te amo, hyung!
5...
4...
3...
2...
1…
Fim.
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