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História Arquivo Morto - Parada obrigatória - História escrita por TamsLiterata - Spirit Fanfics e Histórias
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História Arquivo Morto - Parada obrigatória


Escrita por: TamsLiterata

Capítulo 43 - Parada obrigatória


- Lica, eu estou pronta! – Samantha disse após dar uma última checada pelo quarto. – Minhas coisas estão todas aqui.

- Eu também já peguei tudo. – Lica disse após fechar o zíper de sua mochila. Só a gente fechar a casa, avisar pra Vânia que estamos vazando e partiu Guarulhos. 

- Você acha que tem mesmo alguma coisa importante dentro desse guarda volumes? 

- Claro que sim. Pra que ele guardaria essa chave tão bem? – Lica questionou. – Ele devia gostar muito da Rosa e confio esse segredo na mão dela. 

 

Samantha fez um gesto afirmativo. Lica tinha razão. Leonel não copiaria o enredo de um livro á toa. Só esperava que o que estivesse dentro do guarda volumes viesse para ajudar e não piorar ainda mais a sua situação perante a polícia e a lei. 

 

- Lica, e lá de Guarulhos, nós voltamos pra cá ou vamos pra São Paulo? 

- Aí depende do que encontrarmos. Se tudo der certo nós vamos direto pra delegacia pra entregar a Malu e o Rafa. – Passou um capacete para as mãos de Samantha. – Agora vamos que eu tô ansiosa! 

- Eu acho que meu estômago vai pular pela boca. – Samantha disse. Colocou a mochila nas costas e pegou o capacete. – Vamos!

 

O intervalo entre Lica convencer Samantha que precisavam descobrir o que estava guardado no aeroporto de Guarulhos, se trocar, juntar as coisas e partirem demorou pouco menos de meia hora. Vânia, a esposa do caseiro da chácara de JM, não entendeu nada quando Lica e Samantha bateram em sua porta avisando que estavam de saída, entretanto não questionou. Não gostava de se meter na vida dos patrões, apenas obedecia suas ordens. 

O percurso de moto entre Campos de Jordão e Guarulhos duraria entre duas horas e duas horas e meia de viagem. Em poucos minutos Lica e Samantha já deixavam a cidade de influência suiça para trás e experimentavam o vento gelado e cortante da estrada. Se tudo desse certo como Lica estava pedindo ao universo, até o final do dia sua namorada estaria livre de qualquer acusação e de quebra Malu estaria atrás das grades. 

 

[...]

 

- De pé tão cedo fora do período da aula?! – Moretti exclamou ao ver Rafael se apresentar na sala antes das dez da manhã. Aquilo estava bem longe da rotina de seu filho. Rafael se negava a levantar antes de meio dia quando estava no período de férias escolares. Não eram nem nove horas e o garoto não estava apenas acordado, mas pronto para sair. – Aconteceu alguma coisa? 

 

A empregada da casa servia ovos beneditinos ao chefe da família, a mãe do garoto saboreava uma tapioca enquanto sua irmã mais nova, de apenas dez anos, comia uma tigela salada de frutas com granola e tomava suco de laranja. Rafael estava com pressa, apesar de ter fome, não se sentou na mesa para tomar café com a família. Pegou uma maçã na fruteira ao centro da mesa.

 

- Eu acho que estou trabalhando pra não precisar dar satisfação da minha vida pra ninguém. – Rafael disse. Roubou um gole de suco de laranja da irmã que protestou irritada. – Não sou mais criança pra vocês ficarem de olho na minha vida. 

- Quando você passar a contribuir com as contas da casa, aliás quando você estiver a sua casa aí você não precisa dar mais satisfações a ninguém. – Moretti retrucou irritado. – Onde você vai, moleque? E que trabalho é esse que eu só te vejo saindo pra beber...

- Não interessa... Já disse. 

- Será que vocês não podem tomar café da manhã em paz? – A mãe do garoto retrucou. – E finjam que tem educação porque eu marquei hora com o decorador...

 

Rafael revirou os olhos. A mesma coisa de sempre. Seu pai era um boçal e a mãe uma fútil. Só sabiam cobrar. A única pessoa que considerava de verdade da casa era Mel, sua irmãzinha. Ela era diferente dos Moretti. Rafa a julgava até melhor que ele. Parecia ter sido adotada. 

 

- Rafa, você vai encontrar aquela sua namorada velha? – A garota perguntou espontaneamente. Sem querer tinha visto Rafael em uma chamada de vídeo com Malu, a sorte do garoto era que Melissa não conhecia Malu, já que estudava em outra escola. 

- Você está namorando uma velha? – A mãe do garoto reagiu. 

- Me deixa, mãe... E você... – Rafa se agachou para dar um beijo na irmã e encheu sua barriga de cócegas. – Olha o respeito... 

- Traz um chocolate pra mim?

- Melissa, chocolate não! – A mão do garoto interrompeu. – Você está engordando, quer ficar feia? 

 

Rafael fitou a mãe insatisfeito. Ela vivia implicando com a aparência da menina. Sua vontade era brigar com ela, mas estava atrasado. Apenas advertiu. 

 

- Ela é criança, qual é o seu problema? – A mulher não respondeu. A Melissa. – Eu trago seu chocolate sim, pivetinha... Dá um beijo. – Feliz, Mel deixou um beijo em seu rosto. – Eu tenho que ir... Tchau! 

 

Rafael ainda ouviu o pai lhe questionar qualquer coisa, mas respondeu. Estava com pressa. Pegou o carro e saiu da mansão de sua família. Na saída do condomínio havia uma pequena fila de carros para sair. Enquanto esperava sua vez, Rafael ligou para Malu. 

 

- Oi? 

- Ligando pra te avisar que estou saindo de casa. Me manda o endereço da casa do JM por mensagem.

- Vou te passar. Por favor, fica atento. Não dá mais pra vacilar. 

- Vai dar tudo certo... Elas não estão esperando ninguém lá. – Debochado. – Logo logo você vai ter a Samantha nas suas mãos embrulhada pra presente. 

 

 

- Você falou pra Malu que a Lica e a Samantha estavam lá em Campos? – MB questionou preocupado. – Diz logo, pai!

 

JM não estava entendendo a reação de seu filho. Depois que saiu do banco, passou no escritório e depois seguiu para casa. Precisava de uns documentos importantes que estavam na cobertura. Encontrou MB tomando seu café e resolveu tomar um cafézinho. Os dois conversaram sobre banalidades quando JM comentou sobre seu encontro com a Malu no banco. MB praticamente surtou.

 

- Falei, ué... A Heloísa é enteada dela. É normal falarmos esses assuntos. 

 

MB levantou desesperado. 

 

- Não podia, pai. Não podia! – Começou a procurar seu celular. – Ela está sabendo que a Samantha está lá também. 

- Eu devo ter comentado... Michel, o que está acontecendo? 

 

MB não respondeu. Encontrou seu celular e discava nervosamente para alguém. Antes de sua ligação completar, ouviu o celular do pai tocar, JM atendeu. A pessoa para quem MB ligou também atendeu. 

 

- Oi, meu loirão! - K1 disse do outro lado da linha. Ela equilibrava o aparelho entre o ombro e a orelha enquanto falava no celular. Estava fazendo a unha de uma cliente. - 

- Minha deusa... Você não vai acreditar... Deu uma merda do tamanho de sei lá... De São Paulo.  

 

K1 fez uma careta. 

 

- O que aconteceu, Michel?

- Meu pai contou pra Malu que a Lica e a Samantha tão em Campos... Me ajuda... O que eu faço?

 

 

- Não acredito nisso... – Lica murmurou a Samantha. – Com tanta hora pra essa porcaria furar, tem que dar defeito justo agora? – Irritada. – Que merda! 

- Calma, amor... Pelo menos é um problema simples... – Samantha disse. – Acho que em vinte minutos a gente resolve isso.

 

Lica empurrava a moto pelo acostamento enquanto Samantha levava a sua mochila nas costas e a da namorada nas costas. O pneu da moto havia furado na estrada. Dentro da moto havia as ferramentas necessárias para remendar o pneu, mas nem Lica e nem Samantha tinha experiência em fazer aquilo. Após alguns minutos caminhando, Samantha avistou uma placa indicando uma borracharia. Um homem sujo de graxa veio atendê-las. 

 

- No que posso ajudar.

- O pneu furou. – Samantha explicou. – Será que você pode dar uma olhada? 

- Claro, gata... – Disse jogando um olhar malicioso para a mais jovem deixando Lica enfezada. – Só vai demorar uma meia hora porque eu estou terminando um servicinho... Se você não quiser ficar em pé tem sofá aí dentro... Tem café. 

- Nós vamos tomar um café ali no posto e voltamos daqui a meia hora. – Disse deixando claro seu aborrecimento com o tal homem que estava paquerando Samantha. Entrelaçou sua mão a da namorada. – Vamos, amor?

 

Samantha quase morreu de rir com a cara de frustração do borracheiro ao perceber que se tratava de um casal de garotas. Segurou na mão de Lica. 

 

- Vamos! 

 

De mãos dadas, caminharam até o posto de gasolina que ficava há alguns metros da borracharia. Quando tomaram uma distância segura da borracharia, Samantha resolveu tocar no assunto. 

 

- Sabe que você fica uma gracinha com essa carinha enciumada?

- Não estou enciumada. – Lica afirmou fazendo a garota rir. – Só não gosto de cara folgado... Vai chamar mãe dele de gata...

- Calma, minha marrentinha... Eu nem olhei pra cara dele... Eu prefiro olhar pra sua cara... Sabia que você fica um tesãozinho quando está brava...

 

Lica abriu um sorriso sem graça. 

 

- Boba... 

 

Samantha deu um selinho nos lábios da outra. 

 

- Linda...

 

As duas trocaram um sorriso e de mãos dadas entraram na loja de conveniência do posto, era o mesmo local que encontraram com Vivian quando foram para Campos de Jordão com a turma toda. Elas passaram pela roleta da loja e foram se servir no buffet. Estavam tão distraídas que não perceberam que eram seguidas por Rafael. 

 

O rapaz tinha parado pra abastecer e aproveitou para ir ao banheiro. Na saída do banheiro parou pra comprar chocolates para Mel. De relance viu as duas garotas passarem de mãos dadas. De maneira discreta seguiu as duas. Elas se sentaram em uma mesa de canto e Rafael se acomodou na lateral do balcão. Pediu um refrigerante enquanto observava as duas. Chegou a fazer fotos e enviou a Malu. A meia hora passou rápido. Quando elas se levantaram, Rafael correu para pagar sua comanda antes delas. Quando chegaram do lado de fora, ele já está lá, escondido. Tinha que esperar o momento certo para atacar. As duas foram se aproximando, Rafael até chegou a ouvir parte da conversa delas. 

 

- Tem certeza que não quer ir no banheiro? – Lica questionou. – A gente tem mais uma hora e meia de viagem. 

- Não... Estou sem vontade. Te espero aqui. 

 

Lica fez um gesto afirmativo, deu um selinho na namorada e disse que não demoraria. Rafael ouviu os passos da maior se afastarem da onde estavam. Samantha estava sozinha. Sorriu. Tinha uma chance único em mãos, Samantha não tinha mais escapatória. 



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