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História Arquivo Morto - Regina - História escrita por TamsLiterata - Spirit Fanfics e Histórias
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História Arquivo Morto - Regina


Escrita por: TamsLiterata

Capítulo 53 - Regina


Lica encostou seu carro rente a Chapa do Romano por volta das sete e meia da noite. A lanchonete estava bastante movimentada por conta do horário, Gabriel, Tato, Ademar e o próprio Roney atendiam os clientes. O pai de Keyla havia liberado a garota para solucionar a situação da transferência escolar e Keyla foi junto pois também tinha algumas pendências para resolver na rua. Lica pediu um refrigerante para Gabriel e logo seguiu para um canto isolado do galpão. Na lanchonete havia alguns conhecidos seus do Grupo e também do Cora e ela não estava disposta a conversar com ninguém.

 

A garota de franja tinha passado boa parte da tarde na delegacia ao lado de Regina e havia vivenciado um dos piores, senão o pior, momento de sua vida. Sua cabeça fazia retrospecto de tudo que havia passado aquela tarde. Após desperta junto da companhia de Samantha, passar a manhã ao seu lado e o almoço com a namorada, sua mãe e Leide, Lica acreditou que seu dia seria tranquilo. Depois que Samantha foi embora pensou até em sair para fotografar. Ledo engano. Sua paz não durou dez minutos com a chegada de Regina. O que a funcionária de Edgar tinha a dizer era realmente importante. 

 

- Desculpa vim te incomodar com esse assunto, mas eu acho que você e a Clarinha não merecem ser enganadas, vocês são meninas boas, eu não quero que nada de mal aconteça com vocês. E eu também não quero mais trabalhar para o seo Edgar não. Eu tenho medo dele. 

 

Lica se preocupou. 

 

- Medo do meu pai? – Regina fez um gesto afirmativo. – Ele te fez alguma coisa? Te tratou de forma grosseira ou... – Regina era uma moça jovem e bonita. Lica conhecia muito bem seu pai. – Ele veio com alguma graça pra cima de você? – Lica questionou preocupada e logo completou. – Porque se for isso, nós podemos denunciá-lo agora... 

- Não... Não é isso. – Regina às vezes notava um olhar interessado de Edgar, mas de fato ele nunca havia passado desse ponto. – As vezes ele olha, mas nunca fez nada não nesse sentido. – Fez uma pausa. – O que eu vim falar tem a ver com a dona Malu... 

- A Malu? 

 

Regina fez um sim. 

 

- É... Eu fiquei sabendo agora de manhã que ela foi presa e no prédio tá todo mundo falando sobre isso... Ela matou mesmo o tal homem que estão dizendo? 

- Matou. – Lica confirmou. – A Samantha, minha namorada, quase foi testemunha ocular do crime... Esse cara que a Malu matou se chama Leonel Garcia. Ele é um ex traficante que trabalhava de motorista para o pai do Rafael que era amante da Malu... Não satisfeito com um amante, ela começou a ter um caso com o filho do cara que é o Rafael que estudava comigo e a Clara lá no colégio. – Regina escutava tudo atônita. – Esse cara descobriu e começou a chantageá-la, ele acabou pesando a mão e ela perdeu a cabeça e atirou nele. 

- E a sua namorada viu o homem morrendo? – Regina se benzeu apavorada. – Jesus, Maria e José... Eu desmaiaria. 

 

Lica deu um leve sorriso.

 

- Na verdade ela só viu a Malu e o Rafael escondendo o corpo do homem... 

- Credo, viu... Como essa mulher é ruim... - Outro sorriso de Lica. – Mas então... Eu vim pra falar sobre ela e o seo Edgar... Eu fiquei sabendo de uma coisa, mas foi sem querer... – Sem graça. – Eu nem sei como falar isso...

- Não precisa ter medo, Regina. – Lica garantiu. – Pode falar... 

 

Regina respirou fundo para criar coragem e então disse. 

 

- O seo Edgar já sabia que a Malu matou esse homem. – Regina afirmou. Reação de Lica. – Eu tenho certeza. – Fez uma pausa. – Outro dia eu entrei no closet deles pra limpar e sem querer peguei o seo Edgar lá dentro. Eu achei que não tinha ninguém em casa, mas ele estava lá... – Outra pausa. – Ele estava guardando uma carta nas coisas dela... Isso aqui.

 

Regina tirou um papel dobrado de seu sutiã e entregou a Lica. A garota abriu. Era mais uma das cartas ameaçadoras endereçadas a Malu.

 

“EU SEI QUE FOI VOCÊ QUE MATOU LEONEL GARCIA. E O SEU MARIDO VAI SABER TAMBÉM.”

 

Lica estava muito intrigada. 

 

- O Edgar achou isso nas coisas da Malu? – Lica questionou. – Quando você viu isso?

- Antes de ontem... Eu entrei no closet e ele estava com isso na mão... Quando ele viu, se apavorou.

 

Lica tentava raciocinar.

 

- Então ele estava sabendo de alguma coisa...

- Lica... Eu acho que um pouco mais que isso. – Regina disse. – Eu não te procurei antes porque só hoje eu soube que a dona Malu matou um homem e agora as coisas estão fazendo sentindo... Deixa eu explicar... Tem umas cartas estranhas chegando pra dona Malu há um tempo. Uma eu cheguei a pegar dentro do envelope e o envelope não tinha carimbo de correio nem nada. Ela andava muito nervosa por causa dessas cartas... Ela acha que eu não percebi, mas eu sabia que era por causa dessas cartas... 

- E você não tem pista de quem foi? 

- Eu acho que eu posso ter... – Regina disse. – Eu não sabia que a Malu estava sendo acusada de assassinato... Eu achei que era alguém a usando dela ter algum caso ou coisa assim. Primeiro em você...

- Eu? Eu não mandei essas cartas, eu juro, eu...

- Eu sei que não! Depois que você foi embora, as cartas não pararam... E como elas não tinham o carimbo de correio, só tinha um jeito dessas cartas chegarem até a Malu, a pessoa entrando no apartamento... Quando eu vi o seo Edgar no closet, eu pensei que ele estava nervoso por ter pegado a carta, mas agora... Eu pensei melhor... Será que ele pegou a carta ou foi pego colocando a carta nas coisas dela?

 

Lica fitou Regina. 

 

- Você acha que... Que era ele que mandava as cartas pra ela? 

- Quem mais haveria de ser, Lica? Eu não fui, a Clara estava em Paris, você não foi... Quem mais entra ali naquela casa?

 

Lica tinha que concordar, o raciocínio de Regina fazia bastante sentido. Edgar, por exclusão, era o autor das cartas. Ainda tinha perguntas a fazer para Regina.

 

- Quando foi a primeira carta, você se lembra?

- A primeira, primeira, eu não lembro... Mas ela já está enrolada com isso tem algumas semanas. 

 

Semanas. A história conseguia ser pior do que Lica imaginava. Se Edgar fosse comprovadamente o autor das cartas, ele sabia que Samantha e Lica falavam a verdade e mesmo assim não lhes deu apoio nenhum. Lica sentia o estomago revirar só de pensar naquela hipótese. Só havia uma atitude para se tomar. 

 

- Regina, você teria coragem de repetir tudo o que você me disse para outra pessoa? 

- Outra pessoa?

 

Lica fez um gesto afirmativo.

 

- Sim... Pra delegada que está tomando conta desse caso... – Regina fitou Lica um tanto assustada. – Regina, você acabou de me provar agora que é uma mulher inteligente... Você sabe que você acabou de me apontar o Edgar como cúmplice de um assassinato já que ele sabia de tudo e não disse nada... E você sabe o quanto isso é sério.

- Eu sei, Lica... Eu quis te avisar porque eu gosto e me preocupo com a Clara e com você... Mas entregar ele pra polícia... A Malu já foi presa...

- Mas ele não e se ele fez isso, ele cometeu um crime por ter sido no mínimo omisso. – Lica afirmou. – Regina, a Malu tinha mandando sequestrar a Samantha, mandou me sequestrar... Se não fossemos espertas, nós poderíamos ter morrido. Se ele de alguma forma sabia que ela era um assassina, ele podia ter evitado tudo isso.

- Lica, mas você vai entregar ele a polícia mesmo sendo meu pai... 

- E eu não vou entregar por quê? Por gratidão por um dia ele ter transado com a minha mãe? Sabe o que ele me disse uma vez? Que eu fui um acidente na época de namoro... Que a minha mãe não soube se cuidar e por isso eu tenho esse temperamento forte... Ele é meu pai e odeia tudo que eu represento... Por que eu sou obrigada a lembrar que ele é meu pai quando ele está em apuros e não posso contar com ele pra nada? A polícia tem que saber disso.

- Eu não queria ser responsável por prender ninguém.

- E você se sentiria bem deixando um cúmplice de assassinato a solta? – Regina baixou os olhos, sem graça. – Eu sei que você é uma boa pessoa, Regina... Você tem ideia que quem hoje é omisso a uma assassinato amanhã pode ser o assassino? Você não se sentiria culpada por isso?

 

A filha de Marta teve que esperar por alguns instantes para então ouvir a resposta de Regina.

 

- Você está certa, Lica... Se ele cometeu um crime, ele precisa pagar pelo que fez. – E então concordou. – Eu vou até a policia com você e vou contar tudo a delegada. 

 

Regina teve que esperar por alguns minutos até Lica se trocar e avisar a Leide que estava saindo. Marta tinha saído também para resolver algumas coisas na rua. Lica não ligou para Samantha pois sabia que ela estava ocupada cuidando de sua transferência escola. Junto de Regina seguiu para a delegacia. Marina se surpreendeu ao ver a garota. 

 

- Heloísa... Você aqui? 

- Eu precisava falar com você... Um assunto muito importante...

- Alguma coisa relacionada ao caso da Malu? 

 

Lica fez um gesto afirmativo. 

 

- Eu acho que a Malu teve mais cúmplices do que imaginávamos... Essa é a Regina Correia. – Lica apresentou a delegada a Regina. As duas trocaram um aperto de mão e um sorriso. – Ela trabalha na casa do meu pai e ela tem algumas coisas para falar sobre o Edgar... 

- Tem? – Marina se surpreendeu. – Sobre o Edgar? – Regina fez um gesto afirmativo. – Que coincidência... Eu ia, justamente, procurar você Heloísa... Para falar sobre o seu pai... 

- Sobre meu pai? 

- Acabei de solicitar a presença dele aqui para alguns esclarecimentos. 

 

O restante de sua visita a delegacia foi nada menos que estarrecedor. Lica buscava coragem para contar a Samantha tudo que viu e ouviu na sala de depoimentos, mas Lica não tinha certeza se teria força suficiente para encará-la.

 

 

Samantha e Keyla chegaram do centro da cidade cerca de uma hora depois que Lica encostou seu carro rente a lanchonete. Ao ver o carro da namorada, Samantha abriu um sorriso largo. 

 

- A Lica tá aí...

- Vem cá... Vocês passaram a manhã toda em acasalamento com direito almoço com sogrinha e tudo e ela já está aqui agora a noite? – Keyla riu. – Boquinha de ouro essa sua...

 

Samantha gargalhou. 

 

- Besta!

- Quem diria, né?! A criadora da lei do “pegou, largou” no maior love com a namoradinha... 

 

As duas garotas riram, brincaram mais um pouco até chegarem na lanchonete. Gabriel avisou a Samantha que Lica estava a sua espera no galpão. 

 

- Eu vou até lá. Vem comigo, Key?

- Eu não... Não tenho vocação pra castiçal não... – Gabriel e Samantha riram. – Vai e pra viadinha da Lica passar aqui depois pra eu dar um beijo nela...

 

Samantha fez um gesto de acordo e seguiu até o galpão. Encontrou Lica com um olhar perdido pela janela. Aproximou da garota sorrateiramente e deixou um beijo em seu pescoço. Percebeu que Lica se assustou e riu.

 

- Desculpa, não resisti... Já deu saudade, foi? – Deixou um beijo em seus lábios e percebeu a falta de reação de Lica. – Que cara é essa? Aconteceu alguma coisa? – Lica fez um gesto afirmativo. – O que aconteceu, Lica?

 

 

 


Notas Finais


Mataram a charada?


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