Harry, Rony, Neville e Luna seguiram em direção a floresta, seguindo a trilha de aranhas de diversos tamanhos.
-Isso é tão errado –Neville murmurou.
-Nós já chegamos até aqui –Harry murmurou erguendo a varinha e sussurrando um “Lumus” –Então vamos continuar.
-Aranhas são criaturas curiosas –Luna comentou enquanto Rony fazia careta e tentava ficar o mais longe possível delas.
-Se minha mãe ficar sabendo disso acho que vou ter preferido ser engolido pelas aranhas –Harry começou a rir de nervoso e logo parou ao ouvir um barulho.
Todos repentinamente levaram a varinha em mãos e ficaram em silêncio.
-O que foi isso? –Rony murmurou.
-Tem alguma coisa se mexendo ali na frente –Harry falou ajeitando os óculos e se lembrando de todas as técnicas de defesa que seus pais e tios o ensinaram.
Eles escutaram. A uma certa distância para a direita, a coisa grande estava partindo galhos à medida que abria caminho por entre as
árvores.
-Ah, Merlim, o que é isso? –Luna resmungou dando um leve passo para trás.
-Ah não, ah não, ah não...
-Neville, fique quieto, a coisa vai ouvir você!
-Acho que já ouviu! –Rony disse indo para trás de Luna que o olhou e ergueu a sobrancelha.
-Ai, Deus, o que acham que ela está fazendo? –Harry sussurrou para os colegas que não poderiam fazer nada a não ser ficar parados esperando.
-Não faço idéia, o que acha que vai acontecer se formos pegos?–Neville perguntou.
-Eu não quero nem imaginar, só estou pensando em sair daqui vivo –Harry disse com um sorriso irônico.
-Acho que a coisa ta se preparando para nos atacar –Luna disse sabiamente e os garotos olharam pra ela assustados.
–Estamos no meio da floresta proibida, muitas coisas iriam querer nos atacar aqui.
-Ai. Meu. Merlim –Rony sibilou olhando para um ponto fixo na frente dos garotos.
-Rony, o que? –Harry não terminou a frase, as palavras se perderam ao fitar uma aranha gigante e peluda parada ali. Ao redor deles muitas aranhas começaram a aparecer os fazendo andar para frente automaticamente, estavam cercados.
-Eu retiro completamente o que disse, não quero ser comido por uma aranha –Harry disse com medo exalando em sua voz.
-Aragogue, Aragogue –uma aranha os empurrou para frente com as garras –Homens.
–É Hagrid? – perguntou a aranha aproximando-se, os oito olhos leitosos movendo-se vagamente. Os garotos perceberam que a aranha gigante era cega.
-Deveria responder? –Neville sussurrou para Harry que negou com a cabeça.
-Estranhos –a aranha atrás deles respondeu.
-Mate-os, estava dormindo...
-Ai merda –Luna arregalou os olhos.
-Somos amigos de Hagrid! –Harry quase gritou
– Hagrid nunca mandou homens à depressão antes – disse lentamente.
-Hagrid está... um pouco complicado e é por isso que viemos. –o moreno tomou a dianteira.
– Hagrid esta com problemas!? – exclamou a aranha idosa, e Harry pensou ter sentido preocupação no clique das pinças. – Mas por que o mandou?
-É...
-Na escola acham que Hagrid andou fazendo uma... uma coisa com os alunos. Levaram ele para Azkaban. –foi Luna quem respondeu dessa vez, com uma voz doce.
– Mas isso foi há anos – disse Aragogue preocupada. – Anos e anos atrás. Lembro-me muito bem. Foi por isso que o fizeram sair da escola.Acreditaram que eu era o monstro que morava na chamada Câmara Secreta. Acharam que Hagrid tinha aberto a Câmara e me libertado.
-E... você não é o monstro da câmara? –Rony perguntou com a voz falha.
– Eu! – exclamou Aragogue, batendo as pinças zangada, Rony soltou um resmungo e foi mais pra perto dos amigos. – Eu não nasci no castelo. Vim de uma terra distante. Um viajante me deu de presente a Hagrid quando eu ainda estava no ovo. Hagrid era só um garoto, mas cuidou de mim, me escondeu num armário do castelo, me alimentou com restos da mesa. Hagrid é um bom amigo e um bom homem. Quando fui descoberta e
responsabilizada pela morte da garota, ele me protegeu. Tenho vivido aqui na floresta desde então, onde Hagrid ainda me visita. Ele até me arranjou uma esposa, Mosague, e você está vendo como a nossa família cresceu, tudo graças à bondade de Hagrid...
-Então... você nunca atacou ninguém? –Harry perguntou retraído.
– Nunca – falou rouca a aranha. – Teria sido o meu instinto, mas por respeito a Hagrid, eu nunca fiz mal a um ser humano. O corpo da menina que foi morta foi encontrado no banheiro. Não conheço parte alguma do
castelo a não ser o armário em que cresci. A nossa espécie gosta do escuro e do silêncio...
– Mas então... Você sabe o que matou aquela garota? – perguntou Neville. – Porque a coisa que matou está de volta atacando pessoas
outra vez...
– A coisa que mora no castelo – disse Aragogue – é um bicho que nós aranhas tememos mais do que qualquer outro. Lembro-me muito bem como supliquei a Hagrid que me deixasse ir embora, quando senti a fera rondando pela escola.
-O que é? –Harry perguntou curioso.
– Nós não falamos nisso! – disse Aragogue com rispidez. – Não mencionamos seu nome! Eu nunca disse nem a Hagrid o nome daquele
temível bicho, embora ele tenha me perguntado muitas vezes.
Harry achou que insistir ia ser pior, eles já estavam cercados por aranhas de todos os lados e ofender seu “rei” não era uma boa opção.
– Bem, então vamos embora – falou Harry, desesperado, a Aragogue, ouvindo as folhas farfalharem às suas costas.
– Embora? – repetiu Aragogue lentamente. – Acho que não...
– Mas... mas... –Rony começou a gaguejar.
-Ai Jesus –Harry murmurava orações baixinho, eles estavam ferrados e não havia maneira alguma de sair dali.
– Meus filhos e minhas filhas não fazem mal a Hagrid, porque eu assim ordeno. Mas não posso negar a eles carne fresca, quando ela entra com tanta boa vontade em nosso ninho. Adeus, amigo de Hagrid.
Harry sabia que a varinha naquele caso seria inútil, eram muitas aranhas.Ele olhava de um lado pro outro, quando viu duas lanternas indo em direção a eles.
-O carro do papai! –Rony disse como se um milagre tivesse acabado de acontecer, e era isso que tinha acontecido.
-Ah, graças a Merlim –Neville soltou um suspiro.
O carro do Sr. Weasley roncou encosta abaixo, os faróis acesos, a buzina tocando, derrubando aranhas para os lados; várias foram atiradas de costas, as múltiplas pernas sacudindo no ar. O carro parou cantando os pneus diante dos garotos e as portas se abriram.
-Vamos! –Harry disse já pulando pra dentro do carro.
O motor roncou e eles partiram, atropelando mais aranhas. Subiram a encosta a toda velocidade, saíram da depressão e logo estavam correndo pela floresta, os ramos fustigando as janelas do carro enquanto ele
rodava com inteligência pelos vãos mais largos, seguindo um caminho que obviamente conhecia.
-Nunca mais faremos isso –Luna disse respirando normalmente depois que passaram da parte mais profunda da floresta.
-Seguir aranhas? Com certeza não vamos –Rony suspirou jogando a cabeça para traz com a expressão de horror ainda no rosto.
-Vocês estão bem? –Harry perguntou para eles.
-Acho que sim, foi um experiência... –Luna começou dizendo.
-Por favor, não diga que foi interessante. –Neville disse a ele e Harry riu.
-Tentem não contar isso pra minha mãe, ela mataria todos nós –Harry disse quando o carro parou e todo eles desceram indo direto pra cabana do Hagrid.
-Siga as aranhas. Não vou perdoar o Hagrid nunca. Temos sorte de estar vivos. –Rony resmungava.
-Bom... pelo menos sabemos que não foi Hagrid –Harry disse pegando sua capa da invisibilidade.
-Isso é ótimo –Luna disse arrumando as vestes e indo em direção a porta, os meninos a seguiram.
-Melhor voltarmos rápido, amanhã conto a Gina o que descobrimos –Harry falou já colocando o objeto sob eles e indo de volta para o castelo.
-Gente –Neville disse parando –A garota que morreu...
-A do banheiro? –Rony perguntou.
-Por Morgana... seria a Murta? –Harry perguntou e eles ficaram se olhando interrogatoriamente e suspiraram.
Alguns dias se passaram, Harry havia contado a Gina sobre as aranhas no dia seguinte, ela se mostrou interessada, porém muito assustada, além de brigar com ele por se por em perigo, mas depois disso se manteve mais afastada do grupo ainda.
Hogwarts estava com um clima pesado, todos os alunos estavam com medo dos ataques se tornarem mais freqüentes, ainda mais por Dumbledore estar afastado. Os únicos que estavam felizes com isso era Malfoy e sua gangue Sonserina, Harry desprezava muito essa atitude ainda mais por sua amiga estar na enfermaria.
O garoto viu que o professor Snape permanecia indiferente a toda essa situação e ele não sabia se isso era bom ou ruim.
A mesa de estudo de Harry tinha vários bilhetinhos com pedidos de desculpa, além dos que ele recebeu pessoalmente, das pessoas dizendo que sentiam muito por ter achado que ele era herdeiro de Slytherin. Depois do ataque de Hermione eles começaram a chegar, todos sabiam que a amizade deles era muito forte e que Harry jamais faria isso com a melhor amiga, então não fazia sentido algum.
Nessa noite o garoto resolveu escrever uma carta para os pais contando sobre os últimos acontecimentos da escola:
“Oi família, como estão?
Creio que já devem estar sabendo sobre o afastamento de Dumbledore, ridículo é claro, estávamos na cabana do Hagrid quando aconteceu. Eu, Rony, Neville e Luna estávamos lá pra falar com ele, ai o diretor chegou junto com o Ministro e nos escondemos na capa. Ele disse algo sobre não poder deixar Hagrid ficar na escola pelo o que aconteceu no passado e porque ele estava sofrendo muita pressão (fala sério né), esqueci de mencionar que Lucios Malfoy apareceu lá também, pra melhorar a situação, e então ele falou que teria que levar Hagrid para Azkaban... foi horrível, papai ou o padrinho não poderiam fazer alguma coisa?
Ah, e o Malfoy chegou lá com uma lista assinada dizendo que Dumbledore deveria se afastar, e foi o que ele fez, todos estão morrendo de medo do que pode acontecer sem o diretor aqui.
Como está ai e casa? Estou com saudades, diga a Hallie que Gina ainda está... estranha, mas mandou um beijo. Hermione ainda está na enfermaria, vamos visitá-la ainda hoje, espero.
Logo mais volto com novidades... beijos, amo vocês”
-Harry, estamos indo ver Hermione, quer ir? –Rony o chamou logo que ele acabou a carta, antes de enviar o moreno releu vendo se não havia revelado nada sem querer e seguiu o amigo até a ala hospitalar.
-Vamos? –Gina chamou no pé da escada, Harry a olhou e ela desviou o olhar, indo até o quadro da mulher gorda.
-Luna vai também, ela está esperando lá –Rony comentou saindo junto com Harry e Neville.
Os cinco chegaram na ala hospitalar e se instauraram ao lado de Hermione.
-Será que ela viu quem fez isso? –Gina perguntou ressentida.
-Eu não sei... talvez ela tem... o que esta fazendo Harry? –Luna interrompeu sua frase para perguntar o Harry estava fazendo ao
observar atentamente a mão fechada de Hermione.
-Harry? –Rony chamou curioso enquanto o Potter retirava um papel dobrado bem amassado da mão petrificada de Hermione.
-O que é isso? –Neville perguntou.
Era uma página rasgada de um livro muito velho da biblioteca. Harry alisou-a ansioso, e Rony se curvou mais para ler também.
-Leia em voz alta –Gina pediu.
Das muitas feras e monstros medonhos que vagam pela nossa terra não há nenhum mais curioso ou mortal do que o basilisco, também conhecido como rei das serpentes. Esta cobra, que pode alcançar um tamanho
gigantesco e viver centenas de anos, nasce de um ovo de galinha, chocado por uma rã. Seus métodos de matar são os mais espantosos, pois além das presas letais e venenosas, o basilisco tem um olhar mortífero, e todos que são fixados pelos seus olhos sofrem morte instantânea. As aranhas fogem do basilisco, pois é seu inimigo mortal, e o basilisco foge apenas do canto do galo, que lhe é fatal.
-Tem mais coisa escrita aqui no canto –Harry espremeu os olhos para ler numa letra caprichada que ele conhecia ser de Hermione –Canos.
Gina estremeceu, disfarçar naquele momento era algo que ela imaginou que não conseguiria. Ela queria contar o que sabia e o que andava fazendo a todos, mas não podia.
-A Merlim –Rony murmurou.
– É isso. Isso é a resposta. O monstro na Câmara é um basilisco, uma cobra gigantesca! É por isso que andei ouvindo a voz por todo lado, e ninguém mais ouvia. É porque entendo a língua das cobras... –Harry estava aliviado ao descobrir porque era o único que ouvia sobre as vozes porque era ofidioglota, e não louco.
-Meu Deus –Luna suspirou –Me deixa ler de novo.
– O basilisco mata as pessoas com o olhar. Mas ninguém morreu, porque ninguém o encarou. Colin viu o bicho através da lente da máquina fotográfica. O basilisco queimou o filme que havia dentro, mas Colin só ficou petrificado. Justino... Justino deve ter visto o basilisco através do Nick Quase Sem Cabeça! Nick recebeu todo o impacto, mas não podia morrer novamente... e Mione e aquela monitora da Corvinal foram encontradas com um espelho ao lado delas. Mione acabara de perceber que o monstro era um basilisco. Aposto o que você quiser que ela preveniu a primeira pessoa que encontrou para antes de virar um canto, primeiro olhar o outro lado com um espelho! E aquela garota tirou o
espelho da mochila... e...
-Filch e Madame Nora –Neville os lembrou.
-Naquela noite tinha água no chão do corredor! –Rony lhes disse.
– “...O canto do galo... lhe é letal!” – leu Luna em voz alta. – Os galos de Hagrid foram mortos!
-O herdeiro de Slytherin não queria nenhum perto do castelo quando a Câmara fosse aberta! “As aranhas fogem do basilisco!” Tudo se encaixa! –Harry terminou, naquele momento ninguém notou a falta de cor no rosto de Gina que tentava se manter em pé ouvindo sobre tudo.
– Mas como é que o basilisco anda circulando pelo castelo? – perguntou Rony. – Uma cobra gigantesca... Alguém a teria visto...
-Os canos! Mione escreveu sobre canos na ponta da folha –Neville apontou onde sua letra refinada estava.
-Ela está usando os canos. Tenho ouvido aquela voz dentro das paredes...
-Isso é... nossa –Gina suspirou –Eu preciso correr, mas depois me contem o que mais descobriram.
Ela saiu correndo da enfermaria e os deixou lá apenas olhando a porta se fechar.
-Tudo bem... –Harry murmurou.
-Harry, a entrada da Câmara Secreta! E se for um banheiro? E se for o...
– Banheiro da Murta Que Geme –completou Harry, Luna e Neville juntos.
Todos eles se sentaram ao redor da cama de Hermione e ficaram em silêncio por um minuto.
– Isto significa – disse Harry – que não devo ser o único a falar a língua das cobras na escola. O herdeiro de Slytherin deve ser outro
que fala também. É assim que ele controla o basilisco.
-O que faremos? –Neville perguntou exasperado.
-Contamos a algum professor? McGonagall? –Luna sugeriu.
– Vamos à sala dos professores – disse Harry, ficando de pé de um salto. – Ela vai para lá dentro de vinte minutos.
Luna, Harry, Rony e Neville correram até a sala dos professores que estava vazia, mas acabaram ouvindo a voz amplificada da professora Minerva:
Todos os alunos voltem imediatamente aos dormitórios de suas casas. Todos os professores voltem à sala de professores. Imediatamente, por favor.
-A não –Harry murmurou preocupado.
-Mais um ataque? –Rony sibilou.
-Merlim, quem? Nós precisamos os avisar, não podemos voltar à comunal! –Luna disse aos garotos.
– Não vamos – disse Harry, olhando à sua volta. Havia um tipo feio de guarda roupa à sua esquerda, onde guardavam as capas dos professores. – Ali dentro. Vamos ouvir o que foi. Depois podemos contar o que descobrimos.
-Vai mais pro lado, Rony –Neville pediu e eles ficaram pressionados lá dentro.
-Silêncio! –Luna pediu enquanto eles resmungavam.
-Abaffiato! –Harry balançou a varinha fazendo o feitiço simples que aprendeu com o padrinho para não deixar som algum sair daquelecubículo.
-Quem vocês acham q...
-Psiu, é a professora Minera.
– Aconteceu – disse ela na sala silenciosa. – Uma aluna foi levada pelo monstro. Para a Câmara.
-Ai Deus –Luna colocou a mão sobre a boca.
O Prof. Flitwick deixou escapar um grito fino. A Prof a Sprout tampou a boca com as mãos. Snape agarrou com muita força o espaldar de uma cadeira e perguntou:
– Como você pode ter certeza?
– O herdeiro de Slytherin – disse a professora muito pálida – deixou outra mensagem. Logo abaixo da primeira. “O esqueleto dela jazerá na Câmara para sempre.”
-Isso não é possível –Harry começou a sentir as mãos suarem.
O Prof. Flitwick rompeu em lágrimas.
– Quem foi? – perguntou Madame Hooch, que afundara, com os joelhos bambos, numa cadeira. – Que aluna?
– Gina Weasley – respondeu McGonagall.
Harry sentiu toda sua pressão cair e não conseguiu permanecer em pé, achou que desmaiaria bem ali, Rony não estava muito melhor, se apoiava no canto do guarda-roupa sem controlar a respiração.
-Não, não, não –Luna dizia sem parar, ela estava desesperada –Harry, pelo amor de Merlim não desmaia.
-Não pode ser –Neville sussurrou se jogando ao lado de Rony, que não disse palavra alguma.
O moreno tinha o olhar perdido, ele continuou ouvindo tudo o que os professores falavam, mas estava aéreo.
– Teremos que mandar todos os alunos para casa amanhã – continuou ela. – Isto é o fim de Hogwarts. Dumbledore sempre disse...
A porta da sala de professores bateu outra vez. Por um momento delirante Harry teve certeza de que seria Dumbledore. Mas era Lockhart e ele sorria.
– Lamento muito, cochilei, que foi que perdi?
-Eu vou... –Rony começou a se levantar, mas Neville colocou uma mão em seu ombro o impedindo.
Ele não pareceu notar que os outros professores o olhavam com uma expressão muito próxima ao ódio. Snape se adiantou.
– O homem de que precisávamos! Em pessoa! Uma menina foi sequestrada pelo monstro, Lockhart. Levada para a Câmara Secreta. Chegou finalmente a sua vez. Lockhart ficou lívido.
– Isto mesmo, Gilderoy – disse a Prof a Sprout. – Você não estava dizendo ainda ontem à noite que sempre soube onde era a entrada da Câmara Secreta?
-Que patético! –Luna exclamou irritada.
– Eu... bem, eu... – gaguejou Lockhart.
– É, você não me disse que tinha certeza do que havia dentro dela? – falou o Prof. Flitwick.
– D-disse? Não me lembro...
– Pois eu me lembro de você dizendo que lamentava não ter tido uma chance de enfrentar o monstro antes de Hagrid ser preso – continuou Snape. – Você não disse que o caso todo foi mal conduzido e que deviam ter-lhe dado carta branca desde o começo?
Lockhart contemplou os rostos duros dos colegas à sua volta. – Eu... eu realmente nunca... vocês devem ter entendido mal...
– Vamos deixar o problema em suas mãos, então, Gilderoy – disse a Prof a McGonagall. – Hoje à noite será uma ocasião excelente para resolvê-lo. Vamos providenciar para que todos estejam fora do seu caminho. Você terá oportunidade de cuidar do monstro sozinho. Enfim, terá carta branca.
Lockhart olhou desesperado para os lados, mas ninguém veio em seu socorro. Ele não parecia mais bonitão, nem de longe. Seu lábio tremia e na ausência do sorriso costumeiro, cheio de dentes, seu queixo parecia pequeno e fraco.
– M-muito bem – disse. – Estarei... estarei em minha sala me... me preparando. E saiu.
-Muito bem – disse a Prof a McGonagall, cujas narinas tremiam –, com isso o tiramos do caminho. Os diretores das casas devem ir informar os alunos do que aconteceu. Digam que o Expresso de Hogwarts os levará para casa logo de manhã.
E um por um foram saindo da sala. A única coisa que rodava na cabeça de Harry era a frase: “O ESQUELETO DELA JAZERÁ NA CAMARA PARA SEMPRE”, e ele estremeceu mais uma vez.
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