Castiel Novak
Acordei as 7h, tinha uma reunião em alguns minutos, tomei uma ducha rápida, me vesti e saí de casa, fazendo o possível para não acordar Gabe. Eu estava um pouco nervoso, não me falaram sobre o que era a reunião, só enviaram um e-mail, que eu só verifiquei de madrugada na boate, o hospital não ficava longe da nossa casa, eram poucas quadras andando, mas poderia ser cansativo.
- Bom dia. Disse para a mulher que estava sentada no balcão de informações do hospital. - Eu sou o novo medico plantonista, me convocaram para uma reunião.
- Bom dia, Dr. Novak? Ela leu meu crachá. - Estão te aguardando na sala de conferencias dos médicos, siga a faixa amarela, quando chegar a um corredor, vire para a direita, é a terceira porta, está escrito sala de conferencias em cima.
- Okay, obrigada. Dei um sorriso, ela retribuiu e segui as instruções dela.
A porta estava aberta, era uma sala grande, com uma mesa de reuniões imensa, algumas pessoas já estavam lá, eu reconheci uma delas, que sorriu assim que me viu.
- Charlie?! Disse sorrindo para a ruiva que se levantou e me abraçou.
- Castiel, não acredito, que mundo pequeno. Eu retribui o abraço. - Espera, você é o novo clinico geral e plantonista?? Confirmei com a cabeça.
- O que está fazendo aqui?? Eu não sabia que era medica. Eu disse um pouco envergonhado, eu não tinha perguntado sobre trabalho ontem.
- Eu sou pediatra do hospital, fico na ala infantil quase todo o tempo, inclusive nos plantões. Alguns dos colegas ficaram nos observando em silencio. - Ah como eu sou boba, venha conhecer o restante do pessoal.
- Tá bem, bom dia. Sorri um pouco tímido e cumprimentei os outros 3 que estavam sentados na mesa nos observando.
- Gente esse é o Castiel Novak, nosso novo médico. Ela sorriu e começou a me apresentar todos. -Aquele é o nosso cardiologista Dr. Edward Willians, Dr. Mathew Evans é nosso anestesista e a Dra. Sarah Hill nossa oncologista. Cumprimentei todos, que me receberam com sorrisos e me chamaram para sentar com eles.
Passamos vários minutos conversando sobre a rotina do hospital, eu descobri que passaria muito tempo com alguns deles, principalmente o Dr. Edward que pegava alguns plantões. Nossa conversa estava sendo animada, vários outros médicos começaram a chegar, se separando em grupos específicos, a maioria parecia gentil, mas também tinha algumas pessoas mais quietas e reservadas, meus novos colegas me fizeram inúmeras perguntas, uns 20 minutos depois uma ruiva entra na sala, fazendo todos ficarem em silencio e mais sérios, eu já conhecia ela, era a medica chefe e nossa supervisora Dra. Rowena MacLeod.
- Bom dia a todos. Ela disse com um tom sério e um sorriso quase imperceptível, jogando suas pastas na mesa.
- Bom dia. Todos falaram em uníssono.
- Vamos aos acontecimentos dessa nova semana.
Ela abriu um tipo de agenda e começou a falar sobre as prioridades da semana, alguns eventos que o hospital promovia nos próximos meses e no final falou sobre a minha chegada.
- Por favor, fique de pé Dr. Novak e se apresente. Eu me levantei.
- Bom dia a todos, eu sou Castiel Novak, me formei a 1 ano e meio, tenho 23 anos, eu sou clinico geral e medico plantonista, com especialidade em atendimentos de emergência, estou planejando fazer pós-graduação em cardiologia e cirurgia.
- Seja bem-vindo ao hospital regional de Chicago, espero que ajudem Castiel a se adaptar, ele ainda é novo aqui. Eu sorri e sentei. - Está acostumado com emergências então seus plantões não serão problema, vou dividir a equipe agora, teremos 3 médicos plantonistas escalados a cada semana. Ela pegou uma prancheta e olhou os nomes, anotando as semanas e as equipes. Castiel Novak, Charlie Bradbury e Edward Willians pegaram o plantão dessa semana, na próxima teremos Sarah Hill, Megan Taylor e Mathew Evans.
Ela começou a explicar como funcionariam os plantões, todos trabalharíamos a semana toda de segunda a domingo, na semana de plantão assumiríamos o hospital das 17h até as 7h de segunda a sexta. No sábado e domingo alguns médicos estariam lá e outros seriam dispensados, os fins de semana e feriados eram sorteados para quem estiver disponível. Ela me pediu para ficar alguns minutos para explicar mais algumas coisas, sobre a entrada dos médicos, me mostrou o vestuário onde poderia deixar minhas coisas, explicou que cada medico tem seu próprio consultório e que eu teria uma para atender os pacientes que eu acompanharia após emergências e meus pacientes de clínica geral, ela me disse como as coisas funcionavam e fez um tour comigo pelo hospital me mostrando onde ficavam todas as coisas que eu precisaria.
- Dr. Novak os plantões costumam ser bem tranquilos, mas existem dias em que terá que enfrentar desafios, então mantenha a calma e faça o possível para salvar as pessoas. Ela disse séria.
- Farei o possível para salvar todos. Eu disse sorrindo, ela sorriu e balançou a cabeça.
- Alguns de seus colegas não mantem a calma, por isso novos médicos estão sendo contratados especificamente para plantões, eu estarei aqui quando precisar, eu raramente pego plantões e emergências, mas trabalho em casos após acontecimentos mais graves, se precisar de qualquer coisa é só me avisar. Ela disse com um tom mais tranquilo.
- Obrigado Dra. MacLeod, por me mostrar o hospital e me explicar como tudo funciona aqui. Disse agradecido.
- Não foi nada, está dispensado, aproveite o dia para organizar suas coisas.
Ela disse saindo, eu fui para a saída dos funcionários, estava com a chave do meu consultório e também do meu armário no vestuário, me retirei do hospital, passei em uma cafeteria, comprei o café da manhã e segui para casa, já eram 10h.
- Maninho você sumiu, já estava preocupado. Gabe disse ao me ver abrindo a porta.
- Bom dia Gabe, tive que sair bem cedo para a reunião, espero não ter te acordado.
Fechei a porta, mostrei que tinha trazido o café da manhã, ele sorriu e fui para a cozinha.
- Trouxe rosquinhas com geleia de morango e confeitos coloridos para você.
- Ah eu te amo!!! Meu irmão disse me abraçando e pegando as rosquinhas.
- Eu também te amo, vamos comer e curtir a preguiça o dia todo, eu vou pegar o turno da madrugada a semana toda, preciso descansar. Disse pegando um café e sentando no banco alto da cozinha.
- Era sobre isso a reunião, divisão de tarefas? Gabe perguntou com uma das sobrancelhas arqueadas.
- Não, era para falar sobre a campanha de doação de sangue do mês que vem e outras campanhas e eventos do hospital. Eu sorri ao lembrar das caretas que Charlie fez com alguns eventos. Não acredita quem estava lá.
- Quem?? Meu irmão estava curioso, com a boca cheia de açúcar.
- Charlie, ela é medica também, pediatra do hospital, fiquei feliz em saber que ela vai me acompanhar nesse primeiro plantão. Ele sorriu e ficou muito feliz.
- Isso é maravilhoso, teremos mais contato com ela. Ele sorriu. - Sabe essa semana está se tornando cada vez mais empolgante.
- Também acho, vamos pedir o almoço, ver filmes e dormir a tarde toda? Gabe balançou a cabeça e concordou.
Dean Winchester
Cheguei em Chicago na manhã de segunda feira, não ia passar em casa, iria direto para o trabalho, cheguei lá em cima da hora, Balth e Luci já estavam no vestuário.
- Bom dia princesas! Disse rindo da cara debochada dos irmãos. - Como foi o fim de semana de vocês?
- Foi bom, sentimos sua falta na mesa de pôquer, Charlie perguntou por você na boate. Balth disse sorrindo.
- Eu não senti sua falta não, ganhei muitas rodadas no pôquer. Lúcifer disse rindo, eu segurei a risada e Balth balançou a cabeça em negação.
-Ah maninho, você só ganha quando Dean não está jogando. Balth disse me fazendo rir, Luci cruzou os braços e pareceu irritado.
- Tudo bem, depois falamos disso. Lúcifer disse com um tom assustador. - Mas como foi o seu fim de semana na Califórnia? Como o Sam está? Lúcifer me perguntou.
- Foi bem divertido rever Sammy, ele está bem, está ansioso com a mudança, provavelmente vem em uma ou duas semanas, com um pouco da mudança. Disse animado.
- Que noticia maravilhosa, tomara que ele venha logo, sinto falta do meu amigo gigante. Balth disse me fazendo rir muito, Lucifer repreendeu seu irmão.
- Ele está tão diferente, vão assustar quando ver ele pessoalmente. Sorri e os dois me olharam confusos.
- Hey vocês três, nos ajudem a preparar os caminhões, o Tenente Crowley quer tudo pronto até as 8h. Um dos cabos disse indo na direção da saída do vestuário, seguimos ele e fomos organizar os caminhões para qualquer emergência.
Algumas horas depois, estávamos sem nada pra fazer, mais um dia calmo na central, eu estava sentado mexendo no celular, quando recebi uma mensagem de Charlie.
Mensagem On
- Oi Deano!!! Como foi na Califórnia??
- Eu já disse Sra. Bradbury, é Dean!
- Sra. Bradbury é a senhora sua vó!!!!
- Kkkkkkkkkk desculpe senhorita Bradbury.
- Ta bem Dean, para de me chamar assim e eu paro de te chamar de Deano. Mas para de enrolar e me conta como foi sua viagem? Não surtou no avião kkkkkk
- Nem me lembre daquela lata voadora, a viagem foi tranquila kkkk
- Que bom que se divertiu, senti sua falta sábado rsrsrs
- Eu sei que sou incrível kkkkk
- Menos Dean, eu senti falta de ter alguém para conversar, mas por sorte fiz um novo amigo
- Está me trocando??!! Saiba que eu sou seu irmão e não aceito ninguém tomando meu lugar, a não ser Sam. A proposito Sam mandou lembranças e muitos abraços para você maninha.
- Não trocaria você irmãozão, mas você vai gostar dele, Castiel é incrível. Mande um beijo para o Samboy, como sinto sua falta, ele vem nos visitar logo??
- Castiel?? Hum, nome de anjo, vamos ver se ele é realmente legal como diz, mas não vou deixar ele tomar meu lugar! Bem sobre Sam tenho novidades kkk
- Me conta tudo
- Ele vai se mudar para Chicago nas próximas semanas, teremos a presença ilustre do alce.
- Ah!!!! Que maravilhoso, temos que comemorar.
- Claro que tal essa noite? Pizza e cerveja, vamos eu, você, Balth e Luci?
- Essa noite não dá, eu estarei de plantão no hospital...
- Ah sim, tudo bem pensamos em outra coisa, quem vai estar com vc no plantão da semana?
- O Edward e o Castiel.
- Espera como assim esse tal de Castiel vai estar no hospital, achei que tinha conhecido ele na boate.
- Sim!!! Mas por um golpe do destino, ele é novo medico plantonista do hospital, fiquei feliz em saber que vamos trabalhar juntos, descobri isso na reunião de ontem.
- Hum, tem alguém que ficou fã do cara kkkkk
- Você tbm ficaria se conhecesse kkkkkk, mas que tal fazer assim, você vem para o hospital lá pelas 20h, eu te apresento Castiel e vc me conta tudo sobre o retorno do Sammy e planejamos uma festa para quando ele chegar.
- Tudo bem, pode ser, te encontro mais tarde então, eu tenho que ir, nos chamaram para mais uma caminhada pela floresta kkkk
- Boa sorte!!! Kkkk até mais tarde maninho, se cuida. Bjs! <3
- Beijos, se cuida maninha <3
Mensagem Off
Balth e Luci me levaram para casa as 18h, era um dia calmo, o transito não estava muito agitado, Balth dirigia calmamente, cantando a música que estava tocando no radio Twist and Shout- The Beatles, eu acompanhava e Lúcifer nos julgava.
- Isso é tão ultrapassado. Ele dizia cruzando os braços com sua cara típica de julgamento.
- Ah para de ser chato Luci, você está muito mal-humorado desde ontem, só porque o loirinho da boate só disse o nome e saiu. Balth disse, me fazendo erguer as sobrancelhas.
- Ah cala a boca, pelo menos eu tive coragem de falar com o cara. Lúcifer disse fazendo uma cara debochada que fez Balth se calar e aumentar o som para irritar o irmão.
- Do que estão falando? Eu perguntei confuso.
- Eu conheci um cara sábado que me pareceu interessante, eu cumprimentei ele e perguntei seu nome, ele respondeu e o irmão dele eu presumo, quis ir embora, a única informação que consegui foi o nome, Gabriel. Lúcifer começou a me explicar - O irmão dele, ou seja, lá o que for tinha um compromisso acho e eles foram embora.
- Ah sim, parece que se divertiram bastante, quem sabe encontra o tal Gabriel novamente. Dei de ombros, começou a tocar Jailhouse Rock-Elvis Presley, todos nos animamos com a batida da música e começamos a cantar juntos.
- Olha só quem é cheio dos clichês agora?? Balth disse rindo de seu irmão que cantava animado e revirava os olhos com os comentários.
- Devo defender Luci, é Elvis Presley. Eu disse e continuamos cantando.
Houve muita discussão pelo caminho, os dois irmãos Engel nunca conseguiam se entender quando estavam no carro, brigavam por tudo. Não interessava qual o assunto, podia ser futebol, política, marcas de cerveja, lugares para ir, a maior parte dos desentendimentos deles era sobre coisas estúpidas, nessa hora sentia mais falta ainda de Sammy que sempre sabia como acabar com esse problema. Quando chegamos ao meu prédio chamei eles para tomar umas cervejas, quem sabe assim aqueles rabugentos se acalmavam um pouco, o pedido logicamente foi aceito, se sentaram e beberam comigo até as 19:30, então decidiram ir embora. Eu olhei no relógio, tomei um banho rápido, vesti uma roupa qualquer, entrei no impala e fui para o hospital. Charlie me recebeu na porta.
- Dean meu amor. Ela me abraçou e sorriu, os dois homens que estavam sentados se viraram. - Venha quero que conheça meus amigos do trabalho, Edward e Castiel.
Meus olhos percorreram a recepção, ambos estavam sentados conversando, um deles tinha cabelos castanhos e olhos em um tom claro quase âmbar, mas quem mais me atraiu foi o moreno de olhos azuis, eram tão azuis quanto o oceano, estava um pouco escuro, mas reconheci imediatamente, era o cara que tinha visto saindo da loja. Por alguns segundos fitei aqueles olhos, a beleza deles me atraia, parecia inteligente e ao mesmo tempo estava empolgado com a conversa, quando o seu rosto se virou um pouco, pude ver com mais clareza, senti meu rosto esquentar, ele era muito bonito e olhava diretamente para os meus olhos, o que me deixava um pouco nervoso sem motivo.
- Dean, este é o Edward nosso cardiologista. Charlie disse me apresentando ao médico de cabelos castanhos.
- Edward Willians, é bom conhecer você? O homem alto de cabelos castanhos sorriu e apertou minha mão estendida.
- Dean Winchester, obrigado. Cumprimentei ele e me virei para o moreno de olhos azuis, que agora estava sorrindo.
- E esse é o Castiel nosso mais novo clinico geral e plantonista. Charlie disse sorrindo.
- É um prazer conhece-lo Castiel? Me aproximei, ele estendeu a mão para me cumprimentar.
- Castiel Novak o prazer é todo meu. Apertei sua mão estendida e senti um arrepio percorrer todo o meu corpo, era agradável então sorri para ele.
- Eu sou Dean Winchester, só Dean. Um sorriso se formou em seu rosto e ele soltou minha mão.
Ele também sentiu o arrepio, dava para ver em seus olhos que aquele toque surpreendeu nós dois, Edward pareceu não prestar atenção, mas Charlie estava de olho em mim, ou estava olhando Castiel? Eu não conseguia identificar quem ela estava observando.
- Bem, vamos pedir uma pizza?? Edward disse fazendo todos concordarem.
- Eu quero saber tudo sobre a sua viagem para a Califórnia. Charlie disse apontando para mim e eu sorri balançando a cabeça.
- Tudo bem, vou te contar tudo irmãzinha chata, mas melhor se sentar foi uma longa viagem e vai demorar para te contar sobre tudo. Disse me sentando e olhando Castiel que resolveu se sentar ao lado dela.
Castiel Novak
Estávamos sentados na recepção a mais de uma hora, Dean o amigo de Charlie falava sobre como foi sua viagem, eu o observei em silencio por um tempo, seu rosto era muito bonito, seus olhos verdes eram muito expressivos, podia imaginar cada cena da história que ele estava contando, as vezes percebia que estava sendo observado, eu não entendi porque, mas o loiro parecia estar procurando por algo. Em alguns momentos tentei conter os risos quando ele estava falando de seu medo de aviões, ele pareceu perceber e sorriu, falou muito sobre seu irmão Sam, que parecia ser muito legal e divertido, o jeito que ele falava me deixava curioso e ao mesmo tempo dava uma ideia de que ele era um irmão mais velho muito cuidadoso o que me causou uma certa admiração.
- Então Castiel, tem irmãos também? Dean me perguntou puxando assunto.
- Sim, dois para dizer a verdade, Miguel e Gabriel, ambos são mais velhos, embora Gabe tenha menos juízo que uma criança e as vezes parece que eu sou o irmão do meio. Dean e Charlie começaram a rir comigo e Edward só sorriu.
- E você Edward é filho único como a nossa pequena Charlie? Edward balançou a cabeça em um não.
- Eu tenho Alice, minha irmã mais nova. Ela tem 15 anos, uma fofa. Edward sorriu.
- Às vezes eu queria ter uma irmã, deve ser divertido. Eu disse e Charlie concordou.
- Dean você falou tanto sobre Sam, mas nada sobre o Adam, como ele está? Charlie perguntou.
- Ele não foi na formatura do Sammy, nossos pais acharam que um garoto de 6 anos odiaria passar seu tempo em um lugar chato cheio de adultos, eu sinto falta dele, tem um tempo que não nos encontramos.
- Ele deve estar tão fofo. Charlie disse com os olhos brilhantes. - Se ele vier te visitar, traga ele, amaria conhece-lo.
- Claro, mas melhor um dia que não esteja no hospital, ele não se sente muito confortável em hospitais. Rimos um pouco, nós sabíamos que médicos eram um pouco assustadores para crianças.
Escutamos o entregador bater na porta de vidro, Charlie e Edward foram buscar a pizza. De repente eu percebi que Dean estava olhando para mim, como se estivesse formulando uma pergunta na cabeça ou talvez estivesse pensando se deveria ou não perguntar, eu olhei para ele e virei a cabeça de lado tentando estuda-lo, o que fez um sorriso encantador se formar em seu rosto.
- Então você é novo na cidade? Eu não entendi como ele tinha chegado a essa conclusão, mas confirmei que sim.
- Cheguei a algumas semanas, está tão na cara assim que eu não sou daqui? Disse um pouco sem graça.
- Não é isso, eu só nunca tinha te visto por aqui e você parece muito diferente dos outros. Ele disse sorrindo.
Não entendi o que isso significava, mas como ele queria me interrogar, me senti no direito de fazer o mesmo. Quando observei o Dean mais de perto, vi que ele também não era daqui, tinha algo diferente, um pouco misterioso. Ele veio com um impala preto, falava sobre as viagens que já tinha feito, sobre como gostava de pegar a estrada, ele tinha um fascínio por aquele carro, há alguns dias eu vi esse carro passando e fiquei impressionado com sua beleza e conservação, outra coisa que eu pude observar olhando com mais atenção é que a placa era realmente do Kansas.
- Você também não parece ser daqui, de onde você veio Dean Winchester? Ele sorriu com a pronuncia do seu nome.
- Eu sou de Lawrence no Kansas e você senhor misterioso? Eu observei ele e tentei conter o riso, mas não consegui.
- Misterioso é? Corta essa, eu não tenho nada de mistério, eu nasci em Detroit, mas me mudei para Minneapolis, meu pai recebeu uma oferta de emprego melhor quando eu tinha 4 anos. Sorri e pensei o que me tornava misterioso.
- A cada minuto fica mais interessante, como veio parar em Chicago? Dean sorriu.
Ele tinha um sorriso que eu não conseguia identificar se era seu sorriso sedutor ou seu jeito natural, ele era muito curioso e isso me divertia, estava gostando desse jogo de interrogatório.
- Bem, você quer mesmo saber? Ele afirmou que sim. - Eu e meu irmão estávamos cansados e de saco cheio de tudo, então resolvemos fazer uma mudança de ares como Gabe gosta de chamar. Ele balançou a cabeça.
- Entendi, mudar as vezes é bom. Ele disse me observando.
- Eu concordo, mas e você sr. Winchester, porque Chicago?
- Por favor, só Dean. Eu me limitei a sorrir e ele continuou.
- A verdade é que talvez sejamos mais parecidos do que imagina. Ele olhou para baixo, depois me olhou sorrindo. - Eu também vim para Chicago buscar algo novo, a chamada mudança de ares.
- E encontrou algo que chamasse sua atenção? Eu perguntei e um sorriso se formou no rosto dele.
- Talvez, é um pouco cedo para dizer. Eu sorri, concordei, olhando Charlie brava lá fora.
Dean ficou sozinho comigo por um tempo, nós falamos sobre nossos empregos, esportes favoritos e os eventos que iam acontecer na cidade nas próximas semanas. Nós éramos muito diferentes e muito parecidos ao mesmo tempo, nós dois tínhamos irmãos que queríamos proteger, odiávamos jogar golfe, assistíamos a muitos esportes diferentes e já tínhamos praticado alguns, eu salvava vidas e ele também salvava vidas.
- Acho que tem algo bem doido rolando lá fora, Charlie parece irritada. Dean olhou e riu.
- Deixa ela, daqui a pouco entra aqui furiosa e falando o que aconteceu lá fora. Eu ri.
Alguns minutos depois, Dean piscou para mim quando viu Charlie entrar realmente furiosa, ela veio até nós esbravejando, com duas caixas de pizza fria na mão, o entregador trouxe o pedido errado duas vezes, Edward prevendo que isso iria irritar a ruiva e que seria uma noite com nada para fazer convenceu ela a ir comprar algumas cervejas em uma distribuidora perto do hospital. Nós comemos, bebemos, rimos e conversamos até as 23:30, quando Dean disse que precisava ir, tinha que trabalhar no dia seguinte, nos despedimos e ele foi embora, Edward dormiu no sofá da sala de reuniões, ficando apenas Charlie e eu.
- Então Castiel, o que achou do Dean? Ela me perguntou curiosa.
- Ele parece ser muito legal, tem um ótimo senso de humor. Charlie me olhou calculando algo.
- Ele é bem bonito, divertido e vocês parecem ter muito em comum. Ela disse me deixando um pouco sem graça.
- Sim, parece que sim. Ela sorriu de lado e eu desviei o olhar dela.
- Ah Castiel, fica tão fofo quando está com vergonha, não precisa ficar assim, só estou falando que ele pareceu gostar da sua companhia. Charlie disse, relaxando na cadeira.
- Eu sei o que quis dizer Charlie. Encostei na cadeira, suspirei olhando o teto com as mãos atrás da cabeça. - Eu não sou muito bom com pessoas ou fazendo novas amizades.
- Não pareceu isso, pelo contrário, você parecia totalmente relaxado e tranquilo conversando com Dean e devo acrescentar que nunca vi ele tão interessado em uma conversa antes. Ela sorriu e eu olhei para ela.
- Você só está tentando me deixar menos desconfiado, a verdade é que isso não acontece muito comigo, entende. Suspirei. - O Gabe diz que eu preciso me soltar um pouco e confiar mais nas pessoas, falar mais e essas coisas. Fechei os olhos e respirei fundo.
- Talvez o Gabe tenha razão, você precisa relaxar um pouco.
- É talvez, me diz uma coisa aqui é sempre tão parado assim?
- As segundas geralmente sim, mas amanhã começam as coisas malucas de Chicago. Ela riu um pouco e me fez rir.
Nosso plantão acabou exatamente as 7h, a única emergência registrada no nosso relatório, foi um senhor que teve uma crise respiratória aguda durante a madrugada, a esposa dele trouxe ele para o hospital, colocamos ele em observação, com aparelhos para ajudá-lo a respirar, também aplicamos alguns remédios para que ele se mantivesse calmo, a dra. Megan foi a primeira a chegar por volta das 06:30, Charlie tinha comunicado no grupo do hospital que teria um caso de possível pneumonia, Megan que era uma das especialistas no assunto ficou responsável por esse caso e chegou mais cedo para apurar os fatos. Estava indo para casa quando meu celular vibrou, mensagens de Gabe caíram me perguntando se já estava indo para casa e se queria ir para uma cafeteria tomar café lá com ele em 10 minutos, respondi que iria para a cafeteria imediatamente, parei na fila e suspirei, parece que ia demorar uma eternidade para sermos atendidos e meu irmão estava como sempre atrasado.
- Bom dia, raio de sol. Alguém falou no meu ouvido, era uma voz rouca e um tanto familiar, mas não podia ser, me virei automaticamente ao reconhecer a voz.
- Dean, o que está fazendo aqui? Ele sorriu para mim, estava de short, camiseta cavada, tênis e fones de ouvido, parecia ter corrido uma maratona, ele riu da minha expressão confusa e envergonhada. - Bom dia, desculpa, tinha que ter falado isso primeiro.
- Oi Castiel, tudo bem. Ele riu se divertindo com as minhas confusões. - Parece um pouco cansado, está bem?
- Estou bem sim, eu só preciso de um café bem forte, foi uma longa noite. Ele balançou a cabeça de forma afirmativa, seus olhos eram tão lindos, que me fizeram sair do ar por um momento.
- Bem para nós dois então, tivemos um alarme falso as 2h, problemas de bateria em um prédio antigo, foi bem cansativo, não consegui mais dormir, então resolvi correr um pouco, te vi aqui e decidi dizer um oi. Sorri, ele era muito gentil e eu estava me perdendo naqueles olhos verdes novamente.
- Hey maninho!!! Gabe chegou quase gritando e acenando para mim, me tirando a atenção dos olhos do loiro, suspirei, olhei Dean e ele olhou para a figura atrás de nós.
- Bom dia irmão. Gabe veio até mim, olhou Dean e depois me olhou, deu um sorriso de canto e olhou Dean com se tivesse formado uma interrogação na cabeça. - Gabriel esse é Dean Winchester, Dean este é meu irmão Gabriel Novak.
- Olá Gabriel. Dean estendeu a mão para ele e deu um aperto firme em sua mão. - Ouvi algumas histórias suas ontem. Dean sorriu para mim e Gabe me olhou confuso.
- Olá Dean, bom saber que meu irmão já está queimando meu filme por aí. Ele deu uma gargalhada, eu revirei os olhos e Dean riu se divertindo.
- Pelo contrário ele me disse que é muito legal e brincalhão. Dean disse me olhando mais uma vez, provavelmente pensando nas nossas conversas.
- Dean quer tomar café conosco? Estou curioso sobre como conheceu meu irmão e como a conversa chegou em mim. Gabe disse um pouco sério.
- Bem eu gostaria muito, mas preciso ir trabalhar. Eu não sabia se ficava aliviado ou chateado, apenas sorri para ele. - Quem sabe uma outra hora, mas foi bom te conhecer Gabriel.
- Tem gente que trabalha em horários normais diferente de nós irmão. Dean riu um pouco. - Tenha um bom dia e um bom trabalho sr. Winchester.
- Eu já disse para você é só Dean. Ele piscou para mim, sorriu e disse. – Tenha um bom dia também Castiel, espero te ver de novo, tchau Gabriel. Ele acenou para meu irmão e saiu.
- Mano to passado, o que foi isso??? Gabe disse se sentando com uma expressão chocada e depois rindo um pouco da minha cara que provavelmente estava vermelha. -Quem é ele??!
- Eu não faço ideia do que foi isso. Fiz uma pausa, olhando Dean atravessar a rua e disse. - É uma longa história e eu preciso de um café antes maninho. Declarei, meu irmão entendeu o recado, se levantou e pediu dois cappuccinos.
- Quero saber tudo, nem invente de me esconder as coisas. Gabe disse se sentando de novo.
- Aquele era o Dean Winchester como eu disse, ele é amigo da Charlie, na verdade parecem irmãos, mas isso é outra história.
O garçom trouxe os dois cappuccinos e anotou nosso pedido, se retirando.
- Eu conheci ele no plantão, Charlie disse que um amigo seu viria e que ela queria muito que nós nos conhecêssemos, mas eu não entendi bem o motivo.
- Está na cara que ela acha que combinam, mas vamos ao ponto como assim conheceu ele no plantão ele passou mal? Gabe perguntou querendo apurar os fatos.
- Não, ele veio conversar com Charlie, ele passou alguns dias em Stanford com o irmão que está se mudando para cá, então foi contar isso a Charlie, eles parecem realmente muito próximos. Disse bebendo um pouco de cappuccino.
- Tá, e vocês ficaram amigos? Gabe perguntou.
- Bem eu acho que sim, mas tava mais para conhecidos ontem, ele é bem gentil, conversamos muito, ele também não é daqui. Disse tentando não entrar em muitos detalhes.
- Okay, mas vocês marcaram de se ver aqui hoje? Gabe disse pensativo.
- Não, eu não tinha ideia que iria encontrar ele Gabe. Disse bebendo mais um gole do cappuccino.
- Eu estava na fila, quando ele chegou atrás de mim e falou um bom dia no meu ouvido, eu pensei que estava imaginando coisas, mas era realmente o Dean, e ele deve me achar um tonto, fiquei tão sem jeito que perguntei o que estava fazendo aqui, ao invés de dizer bom dia.
Eu observei Gabe, ele colocou a mão na boca, seu rosto estava começando a ficar vermelho, ele estava tentando segurar a risada, mas não conseguiu, ele riu muito e eu fechei a cara.
- Não tem graça, Gabe. Disse sério e irritado.
- Claro que tem, mas não sei não, ele pareceu estar bem animado e feliz conversando com você, eu vi você sorrindo para ele do outro lado da rua, mas pensei que tinham se conhecido agora. Gabe deu de ombros e sorriu ao ver seu pedido chegar.
- Pare de bobagens, vamos comer e ir para casa, preciso dormir. Disse pegando meu pedido.
- Ele trabalha com o que? Gabriel me perguntou.
- Ele é bombeiro, conversamos pouco sobre o trabalho dele, ele estava mais interessando em me encher de perguntas. Disse comendo um pouco das panquecas.
- Tem que admitir ele parece um partidão, além de muito bonito. Gabe sorriu de lado me deixando envergonhado. - Que sorte a sua em maninho.
- Eu admito ele é bonito, mas não é como se ele estivesse me dando bola, pare de ser bobo, ele só me viu e achou que seria gentil me falar um oi. Disse tentando desviar o foco de Gabe.
- Tá eu vou fingir que eu acredito que ele é só gentil. Gabe disse terminando seu café, terminei de comer, coloquei o dinheiro na mesa e saí com meu irmão para casa.
Chegando em casa, só queria tomar um banho e dormi, tentei não pensar sobre Dean ou sobre o que Gabe disse, me revirei na cama algumas vezes, até achar uma posição mais confortável, abracei meu travesseiro e adormeci.
Dean Winchester
Eu estava feliz, mas não sabia muito bem o porquê, Castiel parecia confuso e cansado, deve ser normal após um plantão tão longo. Eu continuei a correr, dessa vez voltando para casa, minha cabeça sempre voltava para aqueles olhos azuis, ontem pareciam um oceano e hoje pareciam com o céu em um dia ensolarado, eu não conseguia tirar aquele olhar da minha cabeça e aquele sorriso, bem antes do irmão dele chegar, ele estava sorrindo tão abertamente, seus olhos também pareciam sorrir para mim, parecia tão confortável, tão natural estar ali falando comigo, como se já tivesse feito isso um milhão de vezes. Droga Dean o que está pensando, acorda, você tem que trabalhar, não pensar no sorriso de um cara bonito que acabou de conhecer, respirei fundo e corri mais olhando o relógio, pensando que chegaria a tempo dos exercícios matinais.
- Bom dia. Meu amigo Balthazar disse, ao entrar no vestiário.
- Bom dia, Balth. Sorri e voltei a amarrar os cadarços dos tênis.
- Dean está tudo bem? Parece feliz e distraído hoje. Ele observou meu olhar um pouco perdido.
- Está sim, eu só estou pensando sobre como vai ser quando Sam chegar. Menti para o meu amigo, eu não queria ter uma conversa sobre meu olhar perdido e a direção que meus pensamentos tomava a cada minuto.
- Ah não se preocupe com isso, vai ficar tudo bem e vai ser maravilhoso. Ele sorriu para mim, retribui o sorriso, me levantei e voltei a monitorar os focos de incêndio nas cidades vizinhas.
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