handporn.net
História As crônicas da guerra - VI - O segredo do sol - História escrita por Hystori_123 - Spirit Fanfics e Histórias
  1. Spirit Fanfics >
  2. As crônicas da guerra >
  3. VI - O segredo do sol

História As crônicas da guerra - VI - O segredo do sol


Escrita por: Hystori_123

Notas do Autor


Oie, desculpa pela demora, sei que demorei pra cacete para trazer esse cap. Acontece que muita coisa tá acontecendo na minha vida, sendo o grande culpado a escola. ( Novo ensino médio tá foda ). Mas os comentários, apesar de poucos, me animaram a continuar

Capítulo 6 - VI - O segredo do sol


Fanfic / Fanfiction As crônicas da guerra - VI - O segredo do sol


– CAPÍTULO SEIS –

O segredo do sol




O local era úmido e escuro, se via preso em uma cela a alguns metros abaixo do chão. Pela solidão que sentira por está trancafiado sem poder ver a luz do sol, adquiriu o hábito de contar as horas em que permaneceu preso desde chegou até ali. Setenta e duas horas foi a conclusão que chegou.


Havia acordado a pouco tempo quando ouviu o vigia chacoalhar o sino em suas mãos enquanto gritava " O galo já cantou, isso significa o fim do sossego para vocês, seus vermes " Enquanto atrás dele, vários homens carregavam bandejas contendo o alimento da manhã deles. Uma sopa de cogumelos silvestre que por sua aparência aparentavam estar envenenada.


Ele mesmo confinado e sem noção do mundo fora daquela prisão, sabia que horas eram, pois naquele momento, os prisioneiros eram levados para prestar tarefas como limpar os banheiros, alimentar os animais e lavar os legumes, coisa que acontecia todos os dias quando o horário indicava uma hora e meia.


Nesse momento ele era o único que ainda continuava em sua cela, pois não conseguia se mover devido a uma machucado em sua perna.


Optou por se deixar cair no sono, deitado em uma pilha de feno que fizera para dormir mais confortavelmente. Ao fechar os olhos, desejou sonhar estando nos braços de sua família, o recepcionando em casa com carinho como sempre fizeram. Isso fez com que deixasse escapar um sorriso bobo de seus lábios. Quando sentia seus olhos pesarem devido ao sono, ouviu um ruído estranho vindo da parede à sua direita. Ele notou que os tijolos pareciam estar sendo removidos com pancadas criando fendas até que um deles caísse.


Aproximando-se dela, através da brecha que se formou na parede, foi capaz de ver uma outra pessoa no outro lado, vestindo capas negras, mas mesmo assim conseguiu reconhecer suas faces.


– Eu o encontrei – disse uma voz contente de um sujeito de idade avançada.


– Pai ! – exclamou a voz de um garoto que acompanhava o velho.


O homem não pudera acreditar no que seus olhos o mostravam, temia que fosse uma ilusão, como se sua mente estivesse tentando lhe pregar uma peça – talvez resultante pelo calor e sequidão no corpo – .


– Sr. Tanjuro, você está bem ? – indagou o velho homem.


– Jigoro, o que faz aqui ? E por que trouxe Tanjiro com você ? – Tanjuro perguntou com olhos avermelhados contendo as lágrimas.


– Viemos saber como você estava, os guardas da prisão estão restringindo visitas a prisioneiros a somente um grupo seleto de pessoas – disse Jigoro.


– Entendo. Onde estão Kie e os outros ? –perguntou Tanjuro preocupado fitando Tanjiro.


– Todos estão bem. Jigoro nos forneceu abrigo em sua casa até a poeira abaixar – respondeu Tanjiro.


– Como assim ? O que está havendo lá fora ? – inquiriu Tanjuro.


– Muzan fez todos acreditarem que foi o senhor o responsável por matar o rei, e Hantengu usou da fé dos moradores para concitar eles a eleger Muzan como o novo rei de Glicínia – disse Jigoro sem esconder a frustração.


Tanjuro sentou no chão sem força, tendo de absorver àquelas informações o máximo que conseguia. Como era capaz que a situação se tornasse tão crítica em tão poucos dias ? Tanjuro se perguntou onde estava Amane Ubuyashiki nessas horas quando o reino mais precisa dela. Ele se sentiu mais frustrado consigo mesmo, por ser o conselheiro do rei, era a segunda figura mais importante do reino, e não conseguia fazer nada a respeito das coisas que se sucederam.


– Pai, podemos te tirar daqui agora mesmo. Venha conosco e partiremos para outro lugar longe daqui. Glicínia não é mais segura para nós – disse Tanjiro com olhos marejados.


– Tanjiro meu filho, o que eu mais queria agora era recomeçar uma nova vida ao lado de vocês. abdicar do meu posto e títulos, e viver uma vida plácida como camponeses, mas infelizmente não será possível –.


– Por que não? – disse Tanjiro choroso.


– Durante a minha batalha contra Kokushibo, recebi um golpe em minha perna direita que me impossibilita de me mover como antes. eu seria somente um estorvo para vocês – Tanjuro afastou-se da parede ampliando a visão que ambos tinham dele. Em seguida retirou as ataduras em sua perna, expondo uma ferida feia de carne morta.


– Os curandeiros me visitaram um dia atrás, e me alertaram dizendo que a ferida grengenou, e se nada for feito eu perderei minha perna – disse Tanjuro. – Vocês terão de partir sem a minha presença. Partam para o monte Natagumo, a família Kumo reside em uma famosa floresta por aquelas bandas, eles fornecerão abrigos a vocês –.


A família Kumo era uma antiga aliada da família Kamado, antes da mesma declarar aliança aos Ubuyashiki. Eles são uma família menor e mais isolada comparada às demais famílias. O símbolo de sua casa é uma aranha albina tecendo suas teias.


– Agora vão, antes que alguém os veja – ordenou Tanjuro para eles.


– Eu ainda vou tirar você daqui, apenas espere mais um pouco. É uma promessa – disse Tanjiro segurando a mão de seu pai.


Tanjuro não acreditava que Tanjiro fosse mesmo capaz de cumprir com a sua palavra, ainda era um garoto jovem e muito ingênuo, que teria de sofrer muito até entender que seu otimismo era a sua maior fraqueza. Mesmo assim, ele preferiu acreditar na obstinação no seu filho do que ceder a desistência.


– Eu estarei esperando – disse Tanjuro.


Então com uma dolorosa despedida, Tanjiro deixou o local juntamente com Jigoro.


Tanjuro repôs o tijolo caído no chão tapando o buraco existente na parede. Os prisioneiros tornaram-se de seus afazeres e foram de encontro às suas respectivas celas.


Fora da prisão, Jigoro e Tanjiro se escondiam das pessoas ao redor, vezes adentrando becos escuros e não movimentados, e quando a única opção era nadar em meio a um local que tivesse muitas pessoas, eles ocultavam seus rostos em suas capas para não serem notados.


Por sorte conseguiram cumprir sua missão com êxito, chegando na residência de Jigoro, local que servia como esconderijo da família Kamado. Todas as janelas estavam fechadas, ele bateu na madeira rígida da porta.


– Somos nós – disse Jigoro.


Em seguida a porta foi aberta por Kie, que detinha olhos opacos e exaustos, levemente inchados insinuando que a mesma estava a chorar, mas quando os avistaram seu rosto foi consumido por um sentimento de alívio genuíno.


Tanjiro e Jigoro entraram no local, sendo um lugar bastante espaçoso, com várias salas espalhadas pela casa, tendo direito a porão e um cofre no local. Jigoro cumpria duas funções importantes na corte, sendo o responsável pelos gastos da realeza, e atuando como Alquimista para o reino.


– Que bom que chegaram. Garantiram que ninguém conseguiu lhes ver ? – perguntou Kie abraçando Tanjiro.


– Não se preocupe, mãe, fomos cautelosos, eu prometo – disse Tanjiro sentido o aperto do abraço que sua mãe lhe dera.


– Eu trago notícias não tão agradáveis, senhorita Kamado – disse Jigoro. – O Sr. Tanjuro se encontra bastante debilitado devido a batalha que travou contra Kokushibo na praça da cidade. Ele não poderá lhes acompanhar durante a sua retirada do reino –.


Kie ficou assustada com a fala daquele senhor. De repente Hanako e Shigeru se sentaram sobre os degraus da escadaria, ouvindo a conversa dos mais velhos.


– Eu entendo – disse Kie melancólica e de cabeça baixa. – Obrigada pelo serviço que prestou pela minha família, Sr. Jigoro, nós os Kamados, temos uma eterna dívida com você –.


– Eu tenho um enorme respeito por Tanjuro. Jamais virarei as costas quando alguém como ele precisar de minha ajuda – disse Jigoro se despedindo da família Kamado.


Quando a porta se fechou, o silêncio se fez presente na sala. Tanjiro, que observava sua mãe de costas, notou os pequenos soluços que sua mãe dava, enquanto as lágrimas iam de encontro ao chão. Tanjiro queria mais do que tudo dizer que ocorreria tudo bem, mas não é assim tão fácil. Tanjiro apenas se aproximou dela, e lhe envolveu em um abraço singelo, porém depositou todo seu carinho nele.


Shigeru e Hanako observavam tudo que acontecia na escada, sempre quietos. Fora quando ouviram passos pesados atrás deles, virando suas cabeças em direção daquela pessoa.


– O que pensam que estão fazendo aí parados ? – indagou Nezuko.


– Irmã Nezuko ? – disseram os mais novos simultaneamente.


– É bastante feio ouvir as conversas dos outros às escondidas – disse Nezuko levando-os para seu quarto.


– Mas maninha, por quê não ? – perguntou Shigeru.


– Ah, porque isso é... – quando Nezuko estava prestes a explicar o motivo, ela sentiu seus pelos eriçarem.


Ela sentiu uma sensação sufocante de estar sendo vigiada novamente. Ela procurou pelos cantos a procura desse alguém que a atormentava. Foi quando visualizou em uma janela. Aquele mesmo gato tricolor, com olhos demasiadamente grandes que a fitavam. Em volta do seu pescoço havia um amuleto de um olho desenhado a sangue, o que lhe trazia uma sensação ruim. Nezuko tentou se aproximar do bichano, com passos leves e sorrateiros, ela foi em sua direção. De repente, um puxão forte lhe tirou daquele " transe " em que havia se prendido.


– Irmã, você tá bem ? – perguntou Hanako.


– E-Eu ? É-Hum – Suas mãos estavam geladas e pálidas, não conseguindo terminar sua frase.


– O que foi ? Tem alguém naquela janela ? – perguntou Shigeru.


Quando Nezuko tornou a olhar para aquela figura felina, percebeu que o lugar que ele ocupava estava vazio, como se tivesse sumindo com o vento.


– N-Não, Não foi nada – Nezuko tentou se recobrar, mas sabia que aquilo não chegaria ao fim tão cedo.


No Sul


Alguns dias atrás, o rei do sul recebia uma notícia que não esperava. Servindo como uma centelha que gerou o fogo bruxuleante de sua cólera.


– Mas que merda ! – vociferou Junichiro, espalmando a mesa fazendo os papéis sobre ela voarem.


– Meu Lord, se recomponha – disse o conselheiro do rei.


– Me acalmar ? Acabo de descobrir que Kagaya está morto, e quem controlará o reino será ninguém menos do que Muzan Kibutsuji. Como deseja que eu me acalme ? – respondeu com rispidez.


A família Kocho não possuía uma história de amistosidade com a casa Kibutsuji. Antes do rei Muzan I assumir o controle do maior reino existente, este que pertencia à família Kocho, liderado pelo pai de Junichiro. Fora quando em uma noite tempestuosa, os Kibutsuji invadiram Glicínia a fim de assassinar o rei Kocho, e assim o fizeram. Fora um completo massacre, Muzan I conseguiu assumir a posse do reino e se tornar o detentor do segredo. Os membros da família Kocho que conseguiram sobreviver, se reagruparam no Sul, assim criando um novo império e jurando vingança ao rei Muzan.


– Um corvo enviado por um dos nossos infiltrados também relatou que quem o matou foi o seu conselheiro, Tanjuro Kamado –.


– Isso não tem sentido, eu mesmo resolverei isso – disse Junichiro se retirando do local, este que era o salão de guerra como era chamado. 


– O que vossa Majestade pretende fazer ? –.


– Partiremos rumo à Glicínia, preparem as embarcações pois faremos uma viagem amanhã de manhã – disse em uma ordem que ecoou por todo o corredor.


Quando Junichiro abriu a porta, se deparou com uma figura que era o responsável pelas dores de cabeça que o assolavam. Lá estava ele, escorado na parede ao lado da porta, com braços cruzados. Giyu apenas o encarou com aquela típica carranca – como de costume –.


– Você ouviu toda a nossa conversa ? – perguntou Junichiro.


– Só até a parte em que sairá do reino – respondeu calmo, Giyu.


– Ótimo, pois quero que me acompanhe até o meu destino – disse Junichiro.


– Precisa de alguém para lutar por ti, enquanto se embebeda com o vinho no interior do navio ? – disse Giyu, ficando cara a cara com seu pai.


– Escute, Garoto, isso não são modos de se dirigir ao rei – corrigiu o conselheiro.


– De qualquer forma, se é o que a Majestade deseja, eu não tenho objeções – disse Giyu.


– Também preciso que digam a minhas filhas sobre a minha viagem – informou Junichiro.


Giyu se afastou das autoridades, se vendo em um grande corredor, que segundo Sabito, era onde passou a última noite, no quarto de Makomo. Agora bastava informar a Sabito sobre a sua partida para o reino de Glicínia.


Giyu procurou pelo amigo por todo o local, porém não se recordava com exatidão onde se localizavam os aposentos do mesmo. Fora quando viu diversas portas que se tratavam dos quartos das princesas. Giyu andou na surdina, pois naquele momento, as princesas ainda se encontravam repousando devido a festa cansativa do dia anterior.


Giyu ouviu sons soarem de dentro de um dos quartos, era algo semelhante como uma canção, uma canção serena e profunda que trazia uma nostalgia reconfortante para Giyu, que sem pensar duas vezes, decidiu averiguar quem era que cantava aquela música.


Aquela canção remetia aos tempos de infância de Giyu, quando Tsutako cantava para ele todas as noites. Aquela era uma cantiga infantil famosa entre as crianças do reino, então não era uma grande coincidência aquela pessoa saber cantá-la, porém Giyu ficou surpreso por sua voz ser idêntica a de Tsutako.


Quando ele abriu aquela porta, se deparou com uma garota de baixa estatura, de cabelos pretos com pontas roxas. A parte de cima de seu corpo era quase toda despida, com apenas uma faixa envolvendo seu colo, tampando os seios. Ela se encarava no espelho, acabara de colocar mais uma peça de roupa sobre o corpo, quando viu através do reflexo do espelho a figura de Tomioka ao lado da porta de seu quarto, por pouco seus olhos não saltaram de sua face por tamanho espanto.


Ela e Giyu se encaram por alguns segundos, ela possuía um rubor de vergonha no rosto, já ele não se importou tanto de vê-la com pouca roupa, mas sim inquieto pois estava procurando uma justificativa para explicar como veio parar naquele lugar.


– M-Me perdoe ? – disse Giyu.


A garota ainda o encarava atônita, com olhos arregalados fitando ele. Em seguida, ela avançou para cima dele, desferindo um tapa com toda sua força em seu corpo.


– Seu idiota ! O que pensa que está fazendo no meu quarto ?! – trovejou Shinobu.


– Perdão, por infortúnio acabei por entrar no quarto errado –.


– Isso não é desculpa, seu incompetente ! – rugiu a pequena borboleta.


De repente, todas as portas se abriram devido a balbúrdia que era a voz estridente de Shinobu. De uma delas saiu Sabito, com olheiras no rosto, com sua cabeleira desgrenhada. ele estava acompanhado de Makamo, que se encontrava em um estado semelhante ao dele.


– Mas que barulheira é essa ? eu tô tentando dormir – Sabito se deparou com seu melhor amigo o encarando com uma face desgostosa.


– Esse idiota estava me espionando enquanto me trocava – imputou Shinobu.


– Isso é verdade, Giyu ? – indagou Sabito surpreso.


– É claro que não – disse Giyu sério.


Puderam ser ouvidos sons de palmas vindo do lado deles, o que chamou a atenção de todos.


– Já chega, não é necessário criar uma inimizade com um dia nossos guardas, não é, Shinobu ? – disse aquela pessoa, sua voz era tão calma que era capaz de acalmar os ânimos de Shinobu.


– Irmã – disse Shinobu.


Aquela era Kanae Kocho, a irmã mais velha dentre as princesas, e também meia irmã de Giyu. Kanae é uma garota de constituição esguia que era bastante alta para sua idade e tinha lábios naturalmente vermelhos em contraste com sua tez pálida. Ela tinha cabelos longos, lisos e pretos que chegavam logo abaixo da cintura. Seus olhos eram de um violeta pálido e inclinados para os lados de seu rosto, brilhantes e semelhantes a insetos, com muitos brilhos brancos notáveis refletindo a luz deles.


– Irmã, esse homem estava me espionando – Shinobu o agarrou pelo colarinho.


– Ah, Entendo, isso é mesmo verdade ? – indagou Kanae diretamente para Giyu.


– Houve um grande mal entendido, princesa – disse Giyu, enquanto era chacoalhado por Shinobu.


– Como esse " mal entendido" se sucedeu exatamente ? – perguntou Kanae.


– Eu iria informar à princesa que em breve o rei partirá para o reino de Glicínia, e que não não há previsões de voltar tão cedo – respondeu Giyu.


– Entendo. Nesse caso, chega de brigas sem sentido, não é ? Ele já provou ser inocente – disse Kanae segurando o ombro de sua irmã.


– Não caia nas mentiras desse Homem, Kanae. Você sempre foi facilmente convencida – Shinobu se afastou de Giyu.


– Olha, eu conheço Giyu a minha vida inteira, ele não é uma pessoa dessa índole – Sabito se pusera na frente do amigo.


– E quem seria você exatamente ? – encarou Shinobu com desdém.


– Eu sou... – Sabito hesitou ao dizer, pois ninguém poderia saber que Makomo estava tendo um caso com um reles plebeu. – Ninguém –.


– Viu, irmã ? Não há motivos para continuar com essa briga – disse Kanae com delicadeza.


– Hump – Shinobu apenas se retirou do local, batendo os pés, enfurecida.


– Ela não te deixará em paz enquanto não te expulsar daqui. Você terá de domar aquela fera de uma maneira ou outra – disse Sabito, zombando da cara de seu amigo.


– Que sorte a minha – disse Giyu entre os dentes, com uma feição de desgosto.



No norte

Glicínia


   Muzan descia as escadas em espiral no piso inferior do castelo. O local se assemelhava com um calabouço que não era visitado a anos.


Os olhos de Muzan eram firmes e demonstravam obstinação, seus punhos cerrados mostravam que o mesmo travava uma luta interna pelo autocontrole por estar ansioso.


Os dois que o acompanhavam, se mantiveram quietos desde o lançar da ordem de Muzan. Esses eram Kokushibo e Hantengu.


Enquanto Muzan conseguia suprimir sua ansiedade, o mesmo não pudera ser dito de Hantengu, este que coçava seus pulsos e suava frio por medo do que poderia acontecer consigo.


– Muzan-Sama, tem certeza de que não deseja regressar ao castelo ? Esse lugar me dá calafrios – disse Hantengu medroso.


Muzan nada disse, apenas pegou uma tocha que estava suspensa na parede, e andou até o final da escadaria escura.


Sem mais delongas, se viram diante de uma enorme e grossa porta que bloqueavam o acesso ao seu destino. Restringindo a mesma, havia um cadeado grosso exigindo uma chave.


Muzan olhou diretamente para Hantengu, este que sentiu suas pernas falharem diante a encarada do homem, que o fitava feito uma fera mortal e intransigente. Hantengu logo entendeu o que Muzan desejava, retirando do Interior de sua veste um molho de Chaves, e se destacando perante as outras, uma chave dourada com escritas gravadas nela.


Hantengu se aproximou da porta, segurando o cadeado pesado, em seguida o abrindo.


Hantengu retornou para trás de Muzan, que empurrou aquela imensa porta com seu corpo. Então todos se depararam com um espaço peculiar. Todo o teto era revestido com flores de Glicínia que estavam penduradas – eram tão longas que quase tocavam o chão –, prateleiras de livros mofados por todo o local, e no centro, uma pilar de pedregulho que sustentava um pequeno baú com uma nota na frente do mesmo, escrita " o segredo do sol ".


– Enfim o encontrei – disse Muzan quase inaudível. – O segredo que meu pai escondia, finalmente o encontrei –.


Muzan andou em direção ao baú que continha o tal artefato capaz de conceder o poder de " conquistar o sol" aquele que o obtiver.


O baú não possuía trancas, ou menos uma senha, bastava o abrir para realizar seu maior objetivo.


– Fico contente que esteja concluindo seu sonho – se manifestou, Kokushibo.


Muzan então abriu o baú, suas mãos estavam trêmulas e suadas, abriu com cuidado com receio de macular o objeto dentro do baú. Ao abrir e ver o que havia ali guardado, sua reação não poderia ser outra, além de intenso choque com gosto amargo.


Não havia nada, era somente um espaço vazio e empoeirado. Hantengu correu até Muzan, e sua reação fora mais espalhafatosa do que o silêncio absoluto de Muzan.


– Está vazia ! Mas como ?! Ninguém entrou aqui desde a morte do antigo rei Muzan – Hantengu estava incrédulo.


– Será que Ubuyashiki o escondeu ? – conjecturou Kokushibo.


– Não faz sentido, o único meio de acessar esse local era abrindo a enorme porta usando esta chave. Eu venho guardando ela comigo por todos esse anos, ninguém nunca a tocou além de mim – Hantengu andava em círculos roendo suas unhas até sangrar.


– Mestre Muzan ? – inquiriu Kokushibo preocupado com o estado de seu mestre.


De supetão, Muzan desferiu um soco forte naquele pequeno baú, o estilhaçando por completo. Sua mão sujou o pequeno pilar de pedregulho com seu sangue, havia acabado de quebrar alguns dedos Alí.


– MERDA ! – vociferou Muzan, agarrando seus cabelos. – Agora que eu cheguei tão perto! –.


Kokushibo presenciou a reação de seu mestre, e hesitou em tomar alguma medida quanto a isso.


– Mestre Muzan... Eu sinto– Kokushibo sentiu a presença de mais um outro alguém naquele local.


Saindo das sombras, uma figura magra e extremamente pálida, com dentes e unhas tão afiadas quanto uma navalha, surgiu diante dos seus olhos.


Um barulho de corrente era ouvido enquanto a criatura caminhava. Apesar da forma de assemelhar-se a de um humano, todo o resto lembrava um verdadeiro demônio.


– Muzan, Saia ! – gritou Kokushibo para seu mestre.


A criatura rugiu com uma voz esganiçada e sepulcral, com uma velocidade notória ela avançou para cima de Muzan, prestes a cravar suas unhas em sua carne.


Kokushibo fora mais rápido, num piscar de olhos conseguiu jogar Muzan para longe e desferir um golpe com sua lâmina na criatura.


– Tsuki no KoKyū: Ichi no kata: Yamizuki - Yoi no Miya – Kokushibo recitou seu ataque contra a criatura, mas não serviu de nada.


Sua lâmina quebrou, fazendo um corte profundo no pescoço da criatura, mas não a matou. Quando a criatura fora revidar, sentiu seus braços serem puxados pelas correntes ligadas ao seu corpo. Um barulho de algo sendo acionado surgiu no local, em seguida o teto em cima deles começou a abrir, permitindo a passagem da luz solar dentro do local, fazendo a criatura rugir de dor, enquanto sua pele era queimada. Ela retornou para uma cela escura de onde viera, se encolhendo como um animal.


O teto fechou, e todos ficaram pasmos com o que havia acontecido. Com certeza, o reino enfrentaria inimigos mais medonhos do que os próprios homens.


Notas Finais


Saibam que caso tenham alguma dúvida que queiram tirar, podendo usar os comentários, eu vou responderei todos


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...