Por agora sairemos dessas ruas vazias, mesmo o populoso centro pode parecer abandonado neste horário, as ruas parecem menos convidativas quando tudo que há nelas somos nós e só encontramos as estruturas rígidas dos prédios. Acho que você irá gostar de conhecer o edifício Heart, não precisamos andar muito para chegar até ele, mas faça silêncio os moradores deste imponente edifício vermelho estão dormindo. Iremos visitar o sétimo andar, procure pela porta com o número 702.
Sim, há um som constante vindo por trás da porta, o celular de nossa anfitriã está tocando.
Dizem que quando um telefone toca de madrugada nunca é um bom sinal.
Mavis Vermillion encarou o nome no telefone por um momento, torcendo para que fosse um sonho. A foto sorridente de Makarov continuou na tela por mais um momento, o brilho do aparelho constratando com os tons neutros do quarto.
- Aconteceu algo.
Não era uma pergunta, o segundo líder jamais ligaria as três da manhã assim.
O quarto passou a parecer grande demais, as sombras criadas a poucos segundos, no momento em que a luminária ao lado da cama foi acessa, cada vez mais ameaçadoras.
A mente adormecida levou um tempo para processar.
Família. Carro. Morte.
A voz chorosa do outro lado da ligação aos poucos encontrou suas formas de completar as palavras, formando as frases rapidamente e não deixando tempo para a líder absorver as informações.
Mavis deixou as cobertas, agora estava totalmente acordada.
- Onde você está?
- No hospital central.
- Estou indo para a sede, me encontre lá.
Vamos sair deste cômodo, deixando a jovem líder se vestir adequadamente, já é hora de visitar os corredores brancos do hospital.
Hospitais quase sempre tem esse ar de tumulto e insalubridade. Hoje, o ambiente estava mais pesado do que o normal. Logo na recepção, esperando o segundo líder Makarov voltar, estavam alguns dos integrantes da família Vermillion, agrupados em um canto, permitindo a passagem dos médicos, em qualquer outro ambiente o grupo teria chamado atenção, mas em um hospital, todos os presentes ficavam tensos, afinal sabemos que os motivos para um grupo daqueles estarem ali, são poucos.
Makarov não demorou muito, reconheceu os corpos, da melhor forma que pode, não queria olhar para seus companheiros daquela forma. Entrou no saguão do hospital já pensando em seus pobres filhos, como ele carinhosamente chamava os membros da família Vermillion, alguns o encararam com medo, outros já estavam em prantos, cruzou com os olhares de raiva de Gray e Erza, e suspirou, entendia bem todos aqueles sentimentos. Reprimiu tudo para informar o que todos já sabiam:
- São eles, temos que ir para a sede.
A inquietação passou pela sala como um raio, múltiplas vozes perguntavam pelo culpado, se queixavam pela perda e juravam vingança. Silenciosamente, Makarov se juntou a elas e juntando forças para se fazer ouvir nesta bagunça de lamúrias, disse:
- Declaro aqui que a família Vermillion está em luto, todas as nossas atividades serão paradas até novas informações.
Tal declaração, por mais básica que pareça aos civis, era impactante para os serviços da família e, principalmente, para sua fama de trabalho a qualquer hora e a qualquer custo.
É bem verdade que uma ordem desse nível só poderia ter partido da primeira líder, isso mesmo, Mavis já havia dado tal orientação, porém, o segundo líder não estava menos decidido, iria se vingar da família do Leste, que ousou matar seus filhos e debochar de sua ira. A voz da médica legista, amiga de longa data voltou a sua cabeça:
" Você conhece essa assinatura não é? Está nos três corpos, me diga, o que isso significa?"
Makarov havia mentido na sala da legista, alegando não saber, mas era óbvio, aquela marca, o dragão queimado a brasas nos corpos, significava guerra.
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