“Judeu”, na verdade, Brick pensou numa palavra bem pior, mas serviu para resumir bem o que se passava na cabeça dele e dos irmãos.
— Blossom — tentou ele. — Por favor, escuta…
— Não precisam se preocupar — respondeu Blossom, com a voz branda e macia como veludo. Eles tinham um ar preocupado nos olhos. Blossom notou isso imediatamente, por isso curvou de leve o canto dos lábios. — Eu não vou contar nada.
Com uma ruguinha formando entre as sobrancelhas, Brick, Boomer e Butch a questionaram em coro:
— O que?
Blossom suspirou e virou a cabeça para a geladeira. Ela ergueu a mão sutilmente e com um breve movimento, abriu a porta branca do refrigerador. Uma caixinha de suco de morango flutuou para sua mão. Blossom voltou os olhos para eles.
— Querem beber alguma coisa? — Sua pergunta soou com naturalidade.
Com os olhos na geladeira, os irmãos acenaram negativamente com cabeça. Blossom encolheu os ombros e com um outro aceno, fechou a porta.
Estava nítido em seus olhos o quanto os meninos ainda achavam isso de telepatia e telecinésia algo extremamente bizarro. Esse lance de controlar coisas com a mente lembrava-lhes muito Carrie, a Estranha. “Ou a Jean Grey dos X-Men”, sugeriu Boomer, “uma ruiva telepata com poderes telecinéticos”. Definitivamente, era menos assustador do que associá-la à maluca da Carrie White.
— Jean Grey, por favor — disse Blossom, após um trago.
Boomer sobressaltou-se. Seus irmãos sobressaltaram-se. Eu sobressaltei-me. E eu sei que você também, não adianta mentir!
Blossom deu risadinha travessa, e recostou-se sutilmente à mesa da cozinha.
— Hoje, quando eu entrei na cabeça da Soldado, tive contato com… — ela vacilou por um instante, abaixando o olhar. — Bem, algumas coisas! E… entre elas, a memória que ela obteve de vocês. — Com “obteve”, ela quis dizer “roubou”. — Contudo, meus poderes telepáticos não me dão acesso apenas às memórias audiovisuais, mas como também às olfativas, palatais — Blossom tornou a fita-los. — E sentimentais, também.
O modo como ela o olhou quando disse “sentimentais”, fez o rosto de Brick esquentar, ele podia sentir. De soslaio, percebera o nível de acanhamento dos irmãos. Boomer estava da cor de beterraba, e Butch olhava para janela coçando a nuca.
Com um sorrisinho muito bem escondido, Blossom deu uma última golada em seu suco e arremessou a caixinha — ou talvez, a levitou —, até o lixo perto da pia.
— Um amigo me deu um conselho uma vez. — Ela olhava especificamente para ele. Brick tinha a sensação de que estava da cor de suas roupas. — Ele disse que o essencial é invisível aos olhos. E que só se pode ver com o coração. E foi o que eu fiz! Eu não só vi e ouvi, eu senti o que vocês sentiram naquela noite. E hoje sei que, mesmo tendo sido implantado pelo Ele, vocês têm um sentimento verdadeiro dentro de vocês… e isso já me é o bastante.
— O que… Q… O que você quer dizer? — O queixo de Boomer tremia como se sentisse frio. De certo modo ele sentia, mas na barriga.
— Que alguns segredos existem para o bem — respondeu. — E que isso jamais será revelado se me prometerem uma coisa.
A cara dos Desordeiros tinha ido de vermelha para branca.
— O que?
Blossom os deixou tremer por um instante antes de sorrir e responder.
— Que farão minhas irmãs felizes. — Se dirigira especificamente para Boomer e Butch. A ruiva percebeu o alívio cintilar em seus olhos e relaxar os seus músculos. — Prometem?
Boomer e Butch piscaram e sacudiram a cabeça como se ainda processassem a informação. Não tinham certeza se haviam escutado direito.
— Prometem? — Ela repetiu.
— Ah… É… É claro! — Butch gaguejava. — Claro que sim! Prometemos. Não é, Boomer?
— Eh… É claro. — Boomer assentiu com a cabeça. — Prometemos, sim. Prometemos.
Seu sorriso ergueu as bochechas rosadas.
— Obrigada — murmurou. — Podem ir.
Com o corpo mais leve e um sorriso de alívio no rosto que não conseguiam desfazer, Boomer e Butch voltaram para o laboratório.
Brick e Blossom ficaram ali, sozinhos em um silêncio terrivelmente constrangedor. Ele realmente não sabia o que fazer, dizer, ou para onde olhar. Blossom havia dito com todas as palavras: “eu senti o que vocês sentiram”. Em outras palavras, a garota sabia o que ele sentia por ela. Notou um sorrisinho de canto nos rosados lábios de Blossom. “Ah, que droga”, ele praguejou e vestiu um semblante carrancudo, “Ela deve estar lendo a minha mente”.
Se ela estava ou não, iria ficar sem saber.
— Espero não estar errada — rompeu o silêncio Blossom. — Em relação aos seus irmãos.
— Não está — respondeu Brick, com um inibido sorriso.
A garota suspirou.
— Sabe, eu sempre tive medo por elas… mais do que por mim — disse. — Se algo acontecesse a elas, e eu pudesse impedir, mas não conseguisse… Não perdoaria a mim mesma.
— Não vai poder protege-las para sempre.
Blossom engoliu seco e encarou o piso da cozinha, enquanto tremelicava o pé direito num tique nervoso típico de quando estava pensando.
— Se fosse você, Brick — inquiriu —, até onde iria para proteger quem você ama?
— Quem eu amo? — Ele pensou no cabeça-oca do Boomer; no tapado do Butch… e nela. Brick deu de ombros e respondeu sem pestanejar. — Até o fim.
Blossom assentiu e mordeu o lábio inferior.
— Posso te pedir um favor?
Brick arqueou as sobrancelhas e balançou a cabeça ansiadamente.
Blossom passou seus cabelos de fogo para frente e levou a mão atrás da nuca. Soltou a corrente que o garoto lhe-dera de aniversário e estendeu para ele. Hesitante, Brick pegou o ornamento das mãos de Blossom.
— Quero que cuide para mim — esclareceu ela. — Não quero que… estrague.
— Como quiser. — A resposta veio por um murmúrio, seus olhos receosos se ergueram para ela enquanto os dedos examinavam o ouro frio do broche. — E quando eu devo te devolver?
Blossom sufocou um riso nervoso. Para Brick, aquilo significou que ela não pretendia que a corrente voltasse ao seu pescoço tão cedo, o que lhe-significou um gosto amargo na garganta.
— Na próxima vez que eu pedir — respondeu, adoçando nem um pouco convincente esta amargura. Seu olhar estava distante e o semblante quase isento de emoção. — Agora, se me der licença, eu vou para o meu quarto descansar um pouco.
Brick assentiu. E acompanhou com olhos Blossom passar ao seu lado e subir os degraus da escada em direção ao quarto. Brick ficou ali, sozinho com uma álgida peça de ouro nas mãos e uma igualmente gélida sensação de agouro no peito.
• • •
Ela prendeu o seu cabelo sob a discreta tiara de laço carmesim, um tom de vermelho forte, brilhante e profundo, combinado com algum azul, do qual resultava um certo grau de púrpura. Seu olhar distante trazia uma aprovação apática, ao mesmo tempo em que estudava seu reflexo no espelho. Haviam quase cinco meses que Blossom não trajava seu uniforme, desde o atentado à Bubbles na Fábrica do Mal.
— Ficou bem em você — comentou a loira, enquanto fechava o velcro de seu tênis azul.
— É, até que você não engordou tanto — zoou Buttercup, calçando as luvas pretas de dedos cortados.
Blossom deu-lhes um sorriso soturno.
— Pelo menos eu gosto de usar saia — retrucou.
Bubbles riu e Buttercup, maduramente, mostrou-lhe a língua. Seu repúdio por saias havia diminuído — não extinto —, com o tempo. Por um instante, o olhar de Blossom entristeceu ao encontrar a foto delas e do Professor sobre a escrivaninha, flanqueado pelo seu diário e o abajur.
— Tudo bem, Blossom? — Buttercup perguntou.
Blossom encontrou ambas as irmãs a olhando com um certo ar de preocupação.
— Nada, é só… — suspirou, encarando o carpete sob seus pés. — A última vez que saímos juntas numa missão não me traz boas recordações.
Bubbles lhe-deu um sorriso condolente.
— Não se preocupe — disse, vindo com Buttercup na sua direção. — Prometo que vou tomar cuidado.
Bubbles e Buttercup envolveram Blossom em um abraço triplo. As trigêmeas de cabelos e olhos distintos se permitiram perder um tempo naquele momento família. Tal como o Professor dissera, o amor da família é incondicional.
— Eu amo vocês — disse Blossom, soando como um pedido de desculpas… mas não pelos últimos meses. Antes que as lágrimas a denunciassem, Blossom secou-as enquanto ainda umedeciam a retaguarda dos olhos concentrando calor.
— Também te amamos — adicionou Bubbles, apertando-as mais ainda.
— Você é menos chata quando não está mandando. — Esse era o jeito de dizer “eu também te amo” de Buttercup.
As três se desvencilharam sob o som de suas gargalhadas.
— Trinta minutos para a meia-noite — arquejou Blossom, retomando o foco no que realmente interessava no momento. — Vamos lá.
Townsville parecia uma cidade deserta naquela noite, não havia uma luz artificial, somente e apenas a luz pálida e natural da prateada lua cheia.
Lá de acima, no alto do vulcão ativo da cidade, sobre o domo do observatório do Macaco Louco, as Superpoderosas e os Desordeiros — eles deviam tratar urgentemente de mudar esse nome —, tinham uma visão ampla.
Como eles haviam solicitado, o Departamento de Polícia exerceu com seu dever. Policiais haviam esvaziado os metrôs, e viaturas haviam feito um perímetro em torno do Parque de Townsville — que de acordo com os cidadãos de Townsville, foi mal copiado pelos nova-iorquinos no que vocês devem conhecer como “Central Park”.
Ao Norte, a enorme torre do relógio marcava onze horas e trinta e cinco minutos da noite. Faltava vinte e cinco para a trinca badalada do sino da meia-noite. Este, os cidadãos de Townsville admitiam que era uma cópia — porém, bem-feita —, do Big Ben e a torre norte do Palácio de Westminster, Inglaterra.
— Lembrem-se — advertiu Blossom, pairando sobre uma das janelas que há alguns anos haviam sido seladas por tábuas de madeira. — A prioridade é remover o Professor e o Dr. Kensington com segurança. Feito isso, pensamos na Soldado, entendido?
Ninguém se opôs. Blossom enfiou os dedos nas tábuas de madeira e as arrancou com uma dificuldade quase nula. Pousaram logo abaixo da janela, sobre um pequeno e estreito trecho de passarela com piso de grade e parapeito desconfiável. À dois metros para cada lado, se estendia um túnel para o jogo de corredores.
— Não temos superaudição, nem visão de Raio-X ou leitura térmica — Buttercup comentou, passando os olhos pela escuridão. — Tudo nesse lugar possui filamentos de chumbo.
— Eu estou escutando ele… os pensamentos dele, na verdade — comentou Blossom, com o olhar absorto. — Não é muito alto, mas… — Um brilho concentrado cintilou em suas írises, ela apontou para o túnel da direita. — Por ali.
Seguiram pelas passagens baixas e estreitas como um bunker. Filetes de LED vermelho se estendiam entre o piso e as paredes, e lâmpadas frias que mal iluminava-os. A aragem do ar fio soprou levemente contra eles. Vez ou outra, quando dois ou mais corredores se cruzavam, encontravam uma ventoinha abaixo do chão gradeado. Nada de Marilyn Monroe, o Professor trabalhara o tecido nano-sintético dos uniformes especialmente para evitar esse tipo de constrangimento.
Direita, esquerda, reto, novamente à esquerda… A galeria era um emaranhado e caótico labirinto, engenhosamente projetado e construído pelo Macaco Louco.
— Eu já não sei mais onde nós estamos — confessou Butch.
— Tem certeza de que estamos do caminho certo? — Boomer inquiriu, depois de metros e minutos chegando a lugar nenhum.
Blossom freou abruptamente, onde outro corredor se estendia perpendicularmente em relação ao principal.
— O que foi? — Buttercup perguntou.
Blossom ergueu a mão.
— Esperem aí — ordenou, adentrando os limites do gargalo.
Percebera pela ausência de som que nenhum deles ousou desacata-la. “Ótimo”, era exatamente o que Blossom queria. Mantendo a cabeça erguida e os olhos para a frente, furtivamente passava-os do chão para o teto, indo e voltando, e contando seus passos estrategicamente. Esperou até o momento certo, e quando se sentiu suficientemente afastada, fez um brando e recatado movimento com os dedos. Uma enorme e espessa porta reforçada de aço e chumbo interpôs-se entre ela e os outros.
— Blossom! — Do outro lado da pequena janela, Brick socava a porta.
Era inútil. Depois das inúmeras vezes em que ela e suas irmãs invadiram a base, o Macaco Louco sofisticou. Banhou todo o metal, vidro e plástico que constituía o observatório em Químico-X, tornando-os praticamente indestrutíveis para as garotas, como o escudo de vibranium do Capitão América.
— Está tudo bem. — Blossom os acalmou, e pela janela, indicou para onde eles deviam prosseguir. — Virem à direita e sigam até o final do corredor, encontrarão o Professor e o Dr. Kensington lá.
— E quanto a você? — Bubbles perguntou.
— Eu vou dar um jeito de encontrar vocês — respondeu. — Agora, vão! Eles precisam de ajuda.
Antes que pudessem argumentar qualquer coisa, Blossom rodopiou e saiu, andando o mais rápido que os pés podiam lhe-levar sem fazer muito barulho. Brick praguejou, ele não tinha um pressentimento muito bom sobre aquilo.
— Vamos encontrar o Professor — disse, mais para si mesmo, tentando manter o foco no dever. “Quanto mais rápido os resgatarmos”, pensou, “mais rápido a encontraremos”.
O garoto tomou à frente da Tropa Superpoderosa — “Está aí, um nome legal”, pensou Brick, —, e guiou-os corredor adentro. Tal como Blossom havia dito, quando o claustro se findou, lá encontraram o Professor e Dr. Kensington. Ambos os cientistas estavam jogados dentro de dois cubículos que mal podiam ser chamados de “carceragem”. As barras de ferro eram negras como piche e grossas com um braço, mas nada que pudesse impedi-los de abri-las como se fossem feitas de cartolina.
— Professor! — Bubbles e Buttercup se ajoelharam e envolveram o pai num abraço familiar e caloroso. Brick libertou o Dr. Kensington, Boomer e Butch o apoiaram nos ombros.
— Está tudo bem, agora — Bubbles murmurou, acariciando o seu rosto. — Nós vamos tirá-los daqui.
— Não quero ser chato, mas já sendo — chamou Butch. — Fugir agora, abraçar depois.
Elas se colocaram de pé com o pai.
— Por onde vamos? — Buttercup perguntou.
— Galera, lá em cima — Boomer apontou para o alto. Quase oculto pelo emaranhado de canos e tubos sobre suas cabeças, um fino feixe de luz entrava por algum lugar o qual não podiam ver.
Brick levitou, enfiando a cabeça no claustrofóbico espaço entre as tubulações e dutos de ventilação. O feixe luminoso entrava por um pequeno buraco na madeira que selava a redonda janela, mas o espaço para acessa-la era mínimo — passaria uma pessoa por vez, em fila e agachado, no máximo. A janela pela qual entraram se encontrava do outro lado do observatório, mas percorrer aquele labirinto de corredores de novo estava fora de cogitação.
— E então? — Butch perguntou.
— Gente magricela ou pequena passa — respondeu, dando uma breve estudada no pessoal abaixo dele. — Bubbles e Buttercup, levem eles lá para baixo — disse Brick. — Butch, Boomer e eu vamos procurar a Blossom.
As garotas assentirem.
— Voltamos logo — Buttercup tomou o Dr. Kensington sobre os ombros e flutuou se espremendo entre o encanamento. Eles escutaram a madeira explodindo com a visão de calor e suas sombras passando pelo grosso feixe de luz volumétrica. Elas haviam saído.
— Vamos nos separar — ordenou Brick aos irmãos. Cada um tomou um caminho distinto dentro do labirinto do Macaco Louco. — Não estou com um pressentimento bom.
• • •
Como Blossom deduzira, o corredor a levara até o piso principal. E se estivesse correta, Brick e os outros já teriam resgatado o Professor Utonium e o Dr. Kensington e estariam procurando-a neste momento.
Blossom se ajoelhou e abriu o velcro de seu tênis, enfiou o dedo no espaço entre o calcanhar e descalçou-o. De dentro, tirou a correntinha da Soldado do Tempo, de ouro pálido e marcado pelo tempo com ranhuras. Passou-o por trás da nuca e fechou-o em torno do pescoço, deixando o pingente de coração cair sobre o seu próprio coração.
Ela passou descontraidamente os olhos ao longo dos caixotes de madeira que se encontravam ali e acabou se deparando com algo. Sobre uma das caixas, encontrou duas agulhas de tricô envoltas em novelos de lã rosa e vermelha. Blossom apalpou e sentiu algo por debaixo da malha. Ela reprimiu os dois lábios para dentro e mordeu-os, as juntas de queixo vacilaram quando encontrou uma caderneta de capa de couro rosa e lilás. As semelhanças com seu diário eram inegáveis, exceto pelo fato daquele parecer velho e ter se desgastado com os anos.
Ouviu um tênue e reverberado som de botas cantando o piso não muito longe dali. Por trás de um pilar, escondida em meio às caixas, Blossom a viu, uma sombra de olhos amarelos cintilantes caminhando camuflada à escuridão.
Blossom respirou fundo e endureceu os lábios. Decerta do que iria fazer, saiu de trás da coluna e a seguiu com toda cautela que lhe-reservava, flutuando para garantir o silêncio e discrição. A mascarada virou num corredor à direita num enorme portal e saiu para o colossal salão principal do Observatório-Louco. Era escuro como a noite, frio como o inverno, e silencioso como o vácuo; exceto pelos pontos luminosos vermelhos demarcando o chão que impediam a treva absoluta. A Soldado já havia percorrido meio salão, a luz de fora iluminara-a, quando Blossom reestabeleceu o contato entre o chão e os seus pés.
— Ei! — Seu grito reverberou pelo átrio, batendo e refletindo contra as paredes do domo.
A Soldado freou. Nas passarelas sobre elas, Brick também freou e voltou seus olhos lá para baixo. Separados pelos lados opostos da redoma, Boomer e Butch bisbilhotavam por entre as tubulações e canos no laboratório. Os olhos amarelos se viraram pela encara-la.
— Blossom — disse a voz modulada. — Espero por este momento há muito tempo.
Blossom engoliu seco, mas não fraquejou e começou a caminhar lentamente em sua direção. Sob a janela por qual elas haviam invadido, uma das únicas abertas entre as muitas seladas, Bubbles e Buttercup pairaram com a volumétrica luz do luar recortando suas silhuetas. A claridade alumbrava Blossom e a Soldado como os holofotes de uma ópera — um único círculo claro em meio ao negrume.
— Tire essa máscara — ordenou. — Não precisa dela.
— O que acha que vai ver seu eu tirá-la? — Ela questionou.
A resposta de Blossom veio com firmeza e convicção.
— O rosto da minha filha.
Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.
Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.