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História Ascensão Ackerman - Desculpas - História escrita por Enix - Spirit Fanfics e Histórias
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História Ascensão Ackerman - Desculpas


Escrita por: Enix

Capítulo 6 - Desculpas


Fanfic / Fanfiction Ascensão Ackerman - Desculpas

 

Hange estava na sala do escritório do Capitão Levi depois da sua investigação extra oficial. As coisas em Paradis não andavam fáceis depois da descoberta que outras pessoas se transformavam em titãs além de Eren, mas ela não poderia deixar Levi muito irritado com suas brincadeiras, como ela estava fazendo agora. 

Hange juntou duas canetas em pé na mesa de Levi, chamando a atenção do homem à sua frente. –Eu vou explicar a minha ideia genial pra você. Esse aqui é você.. –Hange mostrou a caneta. –Esse aqui é a Mikasa. –Ela mostrou a outra caneta na sua segunda mão, que começou a empurrar as duas em direção uma da outra, até se atracarem. –Que tal você encurtar esse espaço e dá uns beijinhos nela. A raiva passa e ela esquece do ódio mortal que tem por você. 

Estava na cara que Hange estava adorando lhe perturbar sobre isso. Desde que soube que se casaria com Mikasa, Hange meia volta e meia tocava nesse assunto. Jamais poderia esperar que receberia uma proposta de casamento surpresa, justo com alguém que estava em um convívio diário, sob os seus comandos. 

–Não comece com essas brincadeirinhas sem noção. –Levi cruzou os braços balançando a perna, evitando que qualquer cena indecente se passasse na sua cabeça em relação a aquela soldado insolente.  

–Olha Levi, eu disse que sua vida iria mudar. –Comenta ela. Por mais que Levi estivesse fechado para qualquer relacionamento e resolveu entregar o seu coração a Tropa, aquilo era algo inevitável. Uma hora ou outra ele teria que ceder a essa ideia. 

–O que mais me impressiona nisso tudo, é que você sabia o tempo todo mas não me deu nenhuma pista.

–Eu fui instruída a não dizer nada Levi, entenda. –Hange suspirou, explicando mais uma vez. –Mas olha a reviravolta que a sua vida deu. Agora vai se casar. – E Hange imitou a música tradicional de casamento com sua voz, quando a noiva entrava na igreja para subir ao altar. –Taramramram Taramram Taramram...

 –Tsc. Não comece, isso é sério. – Levi levou suas mãos às têmporas massageando. – Agora eu tenho que aturar uma pirralha cabeça dura para o resto da vida. Vou ter que aumentar as minhas doses de chá. 

Hange se divertiu fazendo pequenos estalos com os lábios, imitando beijos, fingindo que as canetas atracadas eram Mikasa e Levi que se beijavam loucamente. Com essa perturbação, a mente do Capitão Levi queria fazer um caminho para um outro lugar, despertando sensações há muito tempo adormecidas. Se controlou perante a situação, mantendo-se neutro, encarando Hange.

–Para com isso! –Levi derrubou as canetas da mão dela, tomando-as de volta e guardando dentro da gaveta. –Não brinque com essas coisas. – E nem era momento para brincar, desde que Mikasa talvez estivesse sofrendo em ter que se casar com ele.  Mas Hange parecia sempre encontrar uma forma positiva de ver aquilo tudo. 

–Você vai se casar e não vai dar nem uma bitoquinha? 

–Não. 

–Porque? O que adianta vocês se casarem então?

–Eu só quero ficar em paz, Hange. Não fode a minha vida. 

–Você não gosta dela? –Hange saltou suas sobrancelhas com aquele olhar que Levi conhecia bem. 

–Se eu gosto ou não, não faz diferença. Ela já me detesta de qualquer maneira, isso resolve a sua equação mal resolvida com essas canetas. 

Hange se levantou da cadeira pegando as pastas separadas para levar ao Comandante Erwin. Não era segredo que os dois tiveram muitos desentendimentos por conta de Eren, o irmão adotivo de Mikasa. Porém, o amor e o ódio são extremos opostos de uma mesma coisa, como cara e coroa existiam em uma mesma moeda. Esse romance não seria impossível de acontecer, se os dois andassem em linha reta, em direção um ao outro. Bastasse apenas uma coisa para que o amor brotasse. E talvez isso levasse pouco tempo, dependendo da convivência que teriam ao morar juntos em uma mesma casa, e dormir na mesma cama.  

–É Levi … Mas vocês não vão apenas casar por casar. –Hange compreendia que não era apenas assinar papéis e colocar alianças no dedo. Teriam que se relacionar, para gerarem crianças com sangue Ackerman.– Você sabe que tem uma grande tarefa a fazer. 

–Já terminou? Eu tenho um esquadrão para liderar, e um monte de coisas para fazer. –Levi ignorou o falatório de Hange. 

–Are, are. –Ela riu colocando a mão na boca. –Eu já estou saindo, não precisa me chutar. 

Hange desapareceu da sua sala, e Levi saiu pouco tempo depois para tratar de assuntos pendentes da tropa, porém não pode deixar de pensar no que Hange lhe disse nos últimos minutos.  



 

&-&-&

Quase no fim do dia, Mikasa chutava os baldes cheios de lenha que Levi mandou encher como parte da sua punição. Para que propósito Mikasa não sabia. Agora que recebeu sua punição sobre prestar serviços dentro do castelo, Mikasa sempre fazia tudo o que ele mandava, e ele sempre estava na sua cola. Mal terminava de fazer uma coisa, ele mandava fazer outra. Resmungou até Armin aparecer, mas a sua frustração não era apenas por aquilo.  

–Você está com uma cara horrível. Está tudo bem ?

–Não, está tudo mal. –Mikasa soltou ao vento. 

–Ei Mikasa. Se acalme! – Armin segurou os ombros dela para que se aquietasse. Ela parou respirando profundamente em resposta. 

–Eu ainda vou acabar com aquele baixinho, ele vai ver só. 

Armin sorriu balançando a cabeça negativamente. –Se for pelo Eren não vale carregar esse ódio todo por ele. 

–Não é pelo Eren dessa vez. 

–Então é pelo quê?

Mikasa ficou calada por um tempo, segurando seu lábio inferior com a pressão dos seus dentes superiores. A punição não era o seu maior problema, mesmo que discordasse se afastar de Eren por uns dias. 

–O Capitão está fingindo que aceita esse casamento, e quer que eu aceite também. Tudo culpa de História. –Mikasa desfez dos seus ombros tensos em agonia. 

–Porque você odeia tanto ele que não pode considerar esse casamento como uma oportunidade de conhecer alguém que possa te amar?

Mikasa colocou as duas mãos no rosto do amigo para retomar o foco sobre o que era importante no momento. –Você escutou o que eu falei?

–Eu escutei. –Armin falou com suas bochechas sendo espremidas pelas mãos quentes dela, fazendo bico forçado com os lábios.  –Como você sabe que ele está fingindo? Ele disse alguma coisa a você?

–Não disse nada, esse é o problema.  

–Mas não podemos julgar uma pessoa só porque ela não se expressa. 

–Não se expressa sobre esse casamento, mas sobre qualquer outra coisa ele se expressa muito bem! –Ralhou Mikasa sarcástica, lembrando dos insultos e de outros eventos conflitantes.  

–Esse assunto do matrimônio é diferente, é delicado. –Armin segurou nas mãos da sua amiga, tirando gentilmente das suas bochechas. –Eu sei que por debaixo desse nervoso, você está profundamente apavorada. Mas ei! Vai ficar tudo bem. 

Armin tentava lhe passar algum conforto. Conhecia muito bem Mikasa desde a infância, para saber que não era só raiva por outras pessoas controlando a sua vida, mas sim medo do desconhecido, da tarefa que lhe foi imposta. E por mais que o seu instinto Ackerman lhe fizesse forte mentalmente, emocionalmente e fisicamente, isto só funcionava em batalhas, mesmo que o seu objetivo de vida tivesse se tornado proteger Eren, mas no âmbito dos relacionamentos era completamente algo diferente. 

A voz de Armin se tornou um calmante momentâneo para Mikasa. Ela relaxou o corpo, e deixou a sua mente no ponto zero, restaurando a sua confiança e sensatez, procurando ignorar as emoções perturbadas. 

–Tudo bem, eu vou ficar bem. –Disse ela como um mantra. –Onde está Eren?

–Bem longe daqui, aos serviços do Comandante Pixis. –Disse ele. –Só volta daqui duas ou três semanas, ou ao menos até o Reconhecimento precisar dele. 

–O que será que História disse para ele? –Mikasa pensava o tempo nisso. Eren apoiou a ideia do casamento, o que lhe pegou de surpresa. 

–Somente o que você já sabe! –Comentou ele sem indícios de novidades. –Mikasa, quanto ao que aconteceu na última expedição, eu entendo que você agiu na melhor das intenções, mas você precisa confiar que Eren consegue lidar com qualquer situação. 

–Você sabe que ele não consegue. –Mikasa passou as mãos nos seus cabelos. Saber disso era a pior parte, pois, mesmo sendo portador do titã, Mikasa achava Eren fraco para se defender sozinho.  –Eren sempre precisou de mim em todos os momentos, e eu não posso arriscar perdê-lo. 

–Eu sei, mas pense um pouco. Ele não estava sozinho, estava com o Capitão Levi. –Com as palavras de Armin, Mikasa ficou bastante pensativa. Não pensou muito na hora. Agiu pela emoção do momento, e pela falta de confiança no Capitão Levi. Armin continuou: –Mas olha, quer um conselho de amigo?

–Que conselho? 

–Tente se abrir para o novo, para que boas coisas aconteçam. 

–Está se referindo ao casamento? –Perguntou ela, cruzando os braços e torcendo os lábios, internamente espantada com o pedido de Armin. Percebeu que todos pareciam conspirar a favor desse casamento, inclusive os seus amigos. 

–Sim. –Armin pensou muito bem sobre o assunto. Mikasa e Levi estavam fadados a aquilo, e se recusassem as coisas ficariam muito complicadas para eles. Também compreendia o quanto o clã Ackerman era importante. Já que todos estavam de mãos atadas, tentou ajudar com suas palavras. – Se abra para esse romance, e tente conhecer o Capitão Levi melhor. Talvez você goste do que possa descobrir. 

Mikasa não compreendeu porque Armin falava essas coisas, mas as palavras dele foram entendidas. Embora soubesse que Armin tinha a melhor das intenções, se sentiu sozinha nisso tudo. Ela era a única que ainda lutava contra isso, mesmo que não quisesse meter os seus amigos nos seus problemas, contudo, notou uma coisa: Armin sempre pensa em todos os planos para qualquer situação, e se ele não pensou em nenhum para resolver o seu caso, significava que não tinha jeito. 

Armin se despediu com um aceno, e Mikasa ficou por ali meditando sobre aquela conversa retomando os seus serviços. Só que poucos minutos depois Hange passou por ali, despreocupadamente.  

–Oee Mikasa, como está de serviço?– Ela parou colocando a mão na cintura. 

–Péssimo. – Comentou ela, colocando os pedaços de lenha nos latões. –Mas eu consigo. 

–Poderia estar melhor. –Hange jogou uma indireta que Mikasa não entendeu.  –Olha, eu sei que você e Levi estão em pé de guerra, mas ele perdeu pessoas hoje. 

–E nem parece abalado com isso! 

–No fundo ele está remoendo essa fatalidade, muito sentido pelas mortes. Ele só não deixa os outros perceberem. –Hange acreditava que Levi tinha uma super habilidade: tornar oculto suas emoções.  

Mikasa mal percebeu o momento que Hange sumiu do seu campo de visão no minuto seguinte. Certamente estava com pressa. Devido ao valor, tirou o seu cachecol do pescoço, e pensou a respeito. Desde de que tinha noção de quem era o Capitão Levi depois do Tribunal do Eren, Mikasa pegou a mania de sempre olhar para os pontos negativos dele. Não o conhecia o suficiente, com as poucas conversas que teve com ele. Mas se atentou a uma coisa: Todo mundo era um ser humano, e sentiam as coisas. Só existiam maneiras diferentes de reagir, para cada pessoa. Se sentiu culpada, pois sabia que as mortes dos outros soldados foram consequências das suas atitudes. Pensou que poderia ter perdido alguém próximo, como Sasha, Jean, Connie e Armin, mas por sorte não perdeu. Agora estava com um bolo no seu peito, sentindo dor. Talvez tivesse causado dor ao seu Capitão, mesmo que ele não deixasse isso explícito. Ficou arrependida do que fez. Talvez devesse tentar confiar no que ele estava fazendo, se ele não queria que ninguém morresse. 

Mikasa deixou as coisas feitas como ele pediu, e depois foi procurá-lo. Encontrou ele no corredor, entrando em seu gabinete. Acompanhou logo atrás fechando a porta a seguir.

–Capitão! 

Levi escutou a voz de Mikasa, e parou de olhar a janela, virando-se de frente para ela.  –Já terminou o que eu mandei fazer?

–Sim, também pensei a respeito sobre uma coisa. –Mikasa falou com calma e leveza. 

–Pensou sobre o quê?

–Eu pensei em salvar Eren, mas não pensei nos outros. –Mikasa colocou as mãos atrás das costas, baixando o olhar. Reconheceu o seu erro, e quis reparar o erro. –Eu sei o que aconteceu, e eu tive responsabilidade nisso. Eu sinto muito por todos os que morreram. Não vai acontecer de novo. –Mikasa fez uma pausa observando que ele estava um pouco surpreso. Correu o olhar pela sala, relutante  sobre o que diria a seguir, pois teria que passar em cima do seu orgulho. –Eu vou… seguir as suas ordens. Peço desculpas! 

O silêncio tomou conta dos lábios de Levi. Não esperava que a pirralha insolente reconheceria o que aconteceu. Tão pouco esperava que ela lhe pediria desculpas exclusivamente para ele. Mikasa não faria isso em outros tempos, devido às suas implicâncias e indiferenças com ele, e imaginou o quanto foi difícil para ela dizer que seguiria as suas ordens, o quanto foi difícil se desculpar com ele. Mas uma sensação calorosa tomou conta do corpo de Levi. Seus lábios que estavam sempre caídos, e sérios, ficaram retos pela primeira vez em muito tempo. Era exatamente isso que Levi estava querendo ouvir de Mikasa. Que ela enxergasse as coisas ao seu redor, além do próprio garoto titã. E Mikasa ganhou pontos com ele. 

–Desculpas aceitas!  –Ele piscou os seus olhos intensos.  Por um pequeno instante, sentiu admiração pela jovem à sua frente. 



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