— Ei, Kirk! Você também vai com os outros professores para o acampamento de biologia?— Vou. — Concordou com a cabeça e a abaixou. — Não está animado, Hammett? — Não, Ulrich, é apenas cansaço, não é muito fácil vigiar adolescentes em um acampamento. — Como sabe? Já fez antes? — Nunca, mas só de imaginar eu concluo que é. — Você está se precipitando. É sempre tão negativo e pessimista, por quê? — Eu sou realista, Ulrich. — Mas como isso pode ser realismo se você nunca foi a um acampamento ser monitor antes? Por que se deixa levar sempre pelo pessimismo sem nunca ter tido experiência alguma? — Por que você faz tantas perguntas?! por que não faz silêncio um minuto sequer?! — Lars abaixou a cabeça envergonhado, suas bochechas ficaram avermelhadas em constrangimento. Ele se perguntava todos os dias, por que se sentia tão constrangido quando Kirk lhe dava uma bronca? Com os outros professores era diferente. Talvez ele visse Kirk mais como um amigo, como um "brother" do que professor, por terem quase a mesma idade. — Me desculpa, Sr Hammett. — Falou baixo, quase em um sussurro tímido, como uma pobre criança que fez algo de errado. — Ô cara, relaxa, não estou muito bem hoje, só preciso que você coopere um pouco, tudo bem? Eu gosto quando você fala, mas às vezes você precisa pensar melhor. — Não vou falar mais nada então. — Lars, não leve para o coração, não faça drama. — continuou em silêncio, ele realmente estava constrangido e magoado.
Lars estava há um bom tempo sentado na cadeira de trás sozinho, ele geralmente ficava lá, mas sempre fazendo alguma coisa, lendo algum quadrinho, fazendo alguns desenhos. Dessa vez ele estava de cabeça baixa, cogitei a ideia dele estar dormindo, mas ele estava sempre tão ativo, até durante a manhã fria e preguiçosa. Era algo a se preocupar, pensei e pensei e decidi reagir e ir até ele me certificar se estava bem. — Ei, cara você está bem? — Lars continuou sem me responder, notei que ele estava ofegante. — cara, me responde, por favor, o que está acontecendo? — levantou a cabeça levemente e pôs a mão no peito — eu acho que vou ter um ataque cardíaco, não estou me sentindo bem. — Como assim, cara!? vou te levar para o hospital agora! — Não, Kirk, obrigado por se preocupar, mas não adianta. — O que diabos você está falando, cara!? Você está se sentindo mal! vem comigo, está ofegante e todo suado, são sete da manhã e está fazendo três graus, Lars! — Kirk, puxou Lars pelo braço calmamente o levando para fora da escola e entrando no carro do mais baixo, que na verdade era de seus pais. — Kirk, por favor volte, você precisa dar aula. — Não, você é minha prioridade agora, será que não entende a gravidade da situação!? — Me desculpa! — Não é hora de desculpas, Lars! Eu só quero que você fique bem. — Não sabia que gostava de mim a ponto de querer cuidar de mim. — Você é idiota, ou se faz? Eu gosto de você, cara, como não vou me preocupar com você?! Talvez eu só seja um pouco chato às vezes, mas eu gosto de você, você é meu aluno. — Só por que sou seu aluno? — Lars soltou um riso sarcástico. — Não, poxa!
— Quais são seus sintomas, mocinho? — perguntou a enfermeira. — ele está com palpitações cardíacas, se sentindo muito mal, por favor dêem um jeito! — falou na frente de Lars, Hammett sabia que ele não diria tudo pois estava louco para ir embora. — Você confirma? — Perguntou a enfermeira olhando diretamente para o mais baixo. — Sim. — afirmou e concordou com a cabeça. — Tudo bem, o médico já está vindo verificar, seus batimentos estão mais fortes do que o normal para alguém da sua idade. — a enfermeira saiu e ficaram na sala de emergência esperando o médico vir. Ele nunca havia visto Lars tão mal desse jeito, estava preocupando-lhe, tentou o entreter com algo para acalmá-lo. — Ei, você quer ler uns quadrinhos que eu trouxe na minha bolsa? são quadrinhos de horror — Ele afirmou com a cabeça — Por que você leva quadrinhos para a aula, Kirk? — riu baixo. — Eu gosto de lê-los na hora do intervalo. — Que professor nerd você é! — Talvez. — Sorriu fraco. Ele começou a folhear as páginas e a ler, estava tão focado que tive medo de fazer algum barulho, até um pequeno e quase inaudível ruído para que não tirasse sua concentração.

Seus olhos verdes ficavam mais brilhantes quando ele estava entretido, sua boca entreaberta, o nariz empinado sendo iluminado pela iluminação forte do hospital e sua respiração se acalmando aos poucos. A porta se abriu e deram de cara com um homem de meia idade de jaleco, óculos e cabelos levemente grisalhos, o que julgamos ser o médico— E aí, o que está acontecendo? — perguntou o médico. — Ele está com palpitações fortes, agora está diminuindo eu acho, mas ele estava muito ofegante, pensou que fosse ter um ataque cardíaco e eu também. — Respondeu por Lars novamente. — Tudo bem. — o médico checou os batimentos novamente, assim como a enfermeira e fez uma série de perguntas para o de cabelos claros. — Bom, pelo que você me disse...eu posso estar me precipitando ainda de te dizer sem que faça outros exames, mas pode ser algo emocional. — Como assim!? Eu não tenho problemas, eu sou normal, toda minha família é normal! — Se acalme, não terminamos. — Eu sou filho de Torben Ulrich e Lone Ulrich, todos nós estamos perfeitamente bem. — o médico arregalou levemente os olhos ao ouvir as primeiras palavras vinda do loiro. — O quê!? Você é filho de Torben Ulrich e Lone Ulrich!? Bem que o seu nariz empinado me lembrou alguém. — o médico riu e continuou a examiná-lo. — Então, Sr Ulrich, converse com seus pais para lhe levarem a um terapeuta enquanto os outros laudos não saem, tudo bem!? Vou lhe passar um calmante, mas até agora está tudo bem, você fica aqui em observação. — Tudo bem. — E cuide bem do seu amigo, garoto punk! — Sorriram em unísono e o médico se retirou do local. — Punk?! Eu? — Você mesmo, Kirk Lee Hammett. — Eu pareço tão punk assim? — Muito, parece até que a qualquer hora vai me chutar por ser mais favorecido financeiramente que outros e pichar o muro da minha casa. — Uau, que estereótipo! — Estou errado? Até alguns dias atrás você me odiava por isso! — Eu não odiava, Lars, eu só pensei que você fosse totalmente igual aos outros. — Totalmente? Então quer dizer que sou um pouco? — fez um biquinho e um cara falsamente triste. — Bom, você se gaba um pouquinho às vezes, eu admito. — Não é minha intenção, me desculpa, punk. — Para seu bobo. — lhe empurrou rindo — Ok, punk! — Se continuar me chamando de punk eu abaixo seus pontos na minha matéria! — Credo, Kirk! — Estou brincando seu nariz empinado, literalmente. — Depois de muitas risadas Lars voltou a ficar cabisbaixo. — Está tudo bem? — Sim, só estou um pouco preocupado. — Com o quê? — Meus pais, vai ligar e dizer para eles? — É claro que sim, Lars! — Não, Kirk, por favor, não quero decepcionar ninguém. — Por que pensa isso? Todos nós temos nossos momentos de fraqueza, é normal. — Não sei, se você não falar eu prometo não jogar batucar mais na mesa enquanto você explica. — Está fazendo chantagem emocional, Ulrich? Que coisa feia! — Por favor, não diz. — o olhou preocupado e colocou suas mãos em seu rosto o levantando para fazê-lo olhar para si. — Ô meu bem, você precisa ficar em observação aqui e tomar o calmante em casa também e se você passar por isso de novo e seus pais verem!? Eu vou acabar me responsabilizando por isso porque eles vão descobrir que eu estava com você e não avisei! — Eu tenho receio, me desculpa. — A gente não vai ficar sem falar com eles de jeito nenhum, eu vou te acompanhar hoje até sua casa e dizer a eles, vou me responsabilizar por tudo, a gente só aumenta um pouquinho a história, eu digo que não pude fazer a ligação por motivos de força maior, tudo bem?! — Mentindo para os pais de um aluno, Kirk, que feio! — Cale a boca, estou fazendo isso porque gosto de você, seu idiota. — Ok, punk!
— Eu me sinto um doente nessa cama de hospital, é tudo branco e vazio, não tem nada preto nem obscuro! — Ainda não fizeram um hospital especialmente para headbangers, Lars. — o menor sorriu com sua resposta e sorriu de volta. — Já está na hora de fazerem um! — Quer sentar aqui no sofá comigo? Ele é confortável até. — Não precisa nem perguntar, tudo é melhor do que essa cama dura! — Se sente melhor? — Claro, com esse calmante que aplicaram na minha veia com essas agulhas e com você aqui para conversar comigo, estou ótimo! — Então você gosta da minha presença, Lars Ulrich? mais conhecido como aluno mais tagarela da escola. — Eu gosto, Kirk Hammett, mais conhecido como professor mais chato da escola! — Bobo! — Sorriu novamente apertando suas bochechas — Bochechudo! — Isso dói, caramba! — Que drama, Lars! Vem cá. — Pegou em seu rosto com as duas mãos novamente e acariciou suas bochechas e em seguida encostou seus lábios úmidos e beijou-as. — Me desculpa agora? —sussurrou rente ao seu ouvido — Só se me der outro beijinho, elas ainda estão magoadas! — Você é tão dramático, Lars. — puxou seu rosto para mais perto e deu mais beijos demorados e molhados em suas bochechas. — o viu sorrir radiante, sem mostrar os dentes e suas bochechas ficarem maiores e avermelhadas. — Acho que elas gostaram disso e te perdoam. — Eu sabia, sei bem como fazer uma bochecha me perdoar. — Lars sorriu — Você fala algumas coisas sem sentido às vezes e eu gosto disso, é bom saber que vou ter um colega de ala no manicômio futuramente. — Está me chamando de louco, Ulrich? — Encare como um elogio, Hammett. — Você é muito palhaço mesmo, não é? seu nariz empinado! — riram exageradamente em uníssono. — e você gosta disso, Hammett. — afirmou.
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