— Para onde vamos hoje?
Soobin perguntava toda vez que chegava na frente da casa de Yeonjun às 08h30 de todos os sábados, carregando um sorriso animado no rosto e uma mochila enorme nas costas.
Yeonjun sempre mostrava um sorriso maior. Abria a porta do carro para tirar o namorado do meio da rua e enchia-o de beijinhos até o ver corar por causa da vergonha. Perguntava se ele estava bem e como foi a caminhada de três minutos da casa dele até a sua. Observava a roupa que Soobin estava usando e o elogiava sabendo que sempre era a mesma: uma blusa branca de tecido leve e um shorts branco.
— Vamos para a praia? Quero ficar com você lá.
Então Yeonjun ligava o carro e o tirava da frente de casa sem demora alguma, apoiava uma mão em cima da perna de Soobin e acariciava a pele macia até chegarem no lugar que ele sempre queria e pedia para ir. Deixava o som mais alto do que o normal quando tocava algum rock que eles dois gostavam e observava pelo canto do olho a preciosidade que só ele tinha o prazer de ter e guardar na memória.
Soobin nunca esquecia de deixar o cabelo ser balançado pelo vento quando abria a janela do seu lado do carro, movimentando a cabeça levemente para sentir melhor o cheiro que vinha do mar. Ele olhava para o homem que estava ao seu lado de vez em quando, sussurrava alguma parte romântica da música que estava tocando e voltava sua atenção para a imensidão azul, sempre beijando a mão que estava acariciando suavemente sua coxa.
Chegavam na praia e abriam a mochila lotada de salgadinhos e doces, passando o dia aproveitando a companhia um do outro e brincando com a areia fina de vez em quando. Montavam uma pequena barraca no porta-malas e aumentavam mais o som que tinha no rádio. Dançavam sem preocupações, mesmo que algumas pessoas o julgassem de longe. Eles exalavam felicidade, embora não soubessem.
Voltavam para casa tarde da noite. Soobin cutucava levemente o braço de Yeonjun com um sorriso brincalhão no rosto por ele ficar rodando o bairro inteiro por horas, sem motivo algum.
— A gente precisa chegar em casa uma hora, você sabe, né? — Soobin perguntava baixinho, apoiando a cabeça no vidro da porta.
— Eu sei disso.
— E você vai ficar ficar dirigindo até quando?
Yeonjun sempre dava de ombros, tombava a cabeça para o lado e levantava uma sobrancelha.
— Então você quer que eu estacione?
— Não.
Então Yeonjun concordava e apoiava o pé no acelerador, rodando com o carro por mais alguns minutos. Sabia que não importava quantas vezes eles já tinham ido para o mesmo lugar e nem quantas vezes Soobin já tinha levado os mesmos salgadinhos e ouvido as mesmas músicas, Yeonjun não mudaria nada, nem mesmo um segundo sequer.
Mesmo que a gasolina acabasse no meio do trajeto e eles tivessem que deixar o carro parado em algum lugar, estava tudo bem. Com Soobin, ele sempre estava bem.
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