História Através dos Olhos (sasuhina) - Reconciliação

Hinata suspirou pesadamente pelo o que seria a centésima vez, massageando as têmporas com a ponta dos dedos na tentativa de aliviar um pouco o latejar ali presente.

Aquela missão que tinha tudo para ser tranquila, ou o mais perto disso que uma viagem à Vila da Nuvem para entregar um pergaminho especial poderia ser, estava sendo um pequeno tormento.

Primeiramente tinha o fato de que o Uchiha decidira aparentemente não trocar mais do que simples palavras consigo, desde a briga, se é que ela poderia chamar o que tiveram de briga, o moreno fechou-se novamente atrás de um semblante duro e de escassas palavras. O que há tinha tirado do sério mais do que poderia imaginar. 

Além disso, os seus sentidos estavam em alerta total. Suas orbes peroladas corriam depressa sobre cada centímetro da floresta, um arrepio permanente sobre a espinha. Sabia que não tinham sido seguidos até ali, seus olhos, assim como seus “amiguinhos” garantiam isso, mas mesmo assim, algo a dizia que mais cedo ou mais tarde acabariam entrando em conflito.

Diminuiu a velocidade, ao perceber o limite da Vila, seus companheiros fazendo o mesmo.

- Vamos cruzar o limite da Vila em alguns instantes, fiquem alertas. – avisou, sem olhar para o moreno e o loiro que estavam atrás de si, a voz soando abafada pela presença da máscara.

Não haviam nem entrado direito antes que fossem interceptados por cinco anbus da Nuvem, que os cercaram, fazendo-os cessarem seus passos.

- Trago uma mensagem do Rokudaime Hokage para o Yondaime Raikage – a perolada, agora agindo como Tsuki, falou tomando a frente.

Ela percebia a tensão dos anbus, eles reconheciam seus chakras, tinham conhecimento que os três ali eram poderosos. E provavelmente reconheciam a energia que o moreno exalava.

Tinha pensado diversas vezes porque o Rokudaime escolhera logo uma missão para a Nuvem, para ser a primeira do ex-nukenin no esquadrão. Se tinha um lugar que ele não seria bem vindo, era ali.

- Me acompanhem – falou um dos anbus, a sua esquerda, depois de um momento de avaliação dos ninjas – se tentarem algo estarão mortos antes que possam perceber.

Tsuki não respondeu. Era melhor manter o silêncio por enquanto.

O trio foi levado por um caminho praticamente deserto até o prédio do Raikage. Os olhos de lua, escondidos pela máscara, notavam outros anbus os observando de longe, eles com toda a certeza reconheciam o chakra do Uchiha, e estavam se preparando para uma possível luta.

Entraram no prédio por uma passagem exclusiva da anbu, não entrariam em contato com nenhum outro ninja que não fosse da elite da Nuvem.

- Eles estão tomando muito cuidado conosco – Natsu falou baixinho ao se aproximar de Tsuki, enquanto subiam por uma escada – bem mais do que das outras vezes.

- Eles têm motivo pra isso – respondeu simplesmente.

Ao chegarem perto do escritório do Raikage, a capitã fez um gesto para que os dois homens se aproximassem de si. E ficassem o mais perto possível. Observou enquanto um anbu adentrava a sala para avisar da presença deles.

Aproveitou o momento para falar com o Uchiha.

- Yoru – chamou pelo codinome para que soubesse que falava como sua capitã – Não fale, não reaja, não insulte, não perca o controle, não importa o que falem, se mantenha quieto. – sua voz fria não dava chance para resposta ou para contestação – Não faça nada que eu não ordene ou permita.

Ela o conhecia o suficiente para perceber a vontade de ir contra suas palavras, percebia-o em uma luta interna entre obedecê-la ou não. Assim como sentia o peso dos olhos bicolores sobre si.

- Sim senhora, Capitã – ele respondeu por fim, a voz soando dura e inflexível.

Tsuki voltou a atenção para a porta no momento em que esta se abria, revelando Darui, o ninja era o futuro Kage da Kumogakure e estava bem próximo da sua nomeação.

- Olá Tsuki – ele saudou com um pequeno sorriso.

Não era nem a primeira nem a segunda vez que a pequena anbu ia até lá, já tinha ido vezes o suficiente para que ele soubesse quem ela era, com ou sem máscara.

- Darui-san – devolveu o cumprimento.

O ninja deu espaço para que o trio entrasse no escritório, ali além deles três, estavam Darui, Mabui e o próprio Kage, que se encontrava de pé, olhando para à Vila abaixo de si.

- Raikage-sama, trouxemos novas informações diretas do Hogake. – a voz feminina se fez ouvida assim que a porta foi fechada.

- Claro, Kakashi me avisou que vocês viriam, seja bem vinda Hyuuga – a voz imponente do Yondaime trovejou.

Hinata retirou a máscara, fazendo sinal para que Natsu e Yoru fizessem o mesmo, ali dentro não precisavam esconder suas identidades, até porque o Raikage sabia muito bem quem fazia a troca dos pergaminhos.

Quando os rostos foram descobertos a anbu pode perceber que toda a atenção foi direto para o Uchiha. Viu os olhos de Kira A brilharem de forma feroz. O ar ficou tenso, fazendo todos os pelos do corpo feminino se erriçarem. Os olhares sobre o moreno eram pesados e carregados de uma violência quase palpável.

- Kakashi deve estar ficando louco, para mandá-lo até aqui, Uchiha – falou o Kage, o ar ao redor dele começando a estalar com estática.

Apesar do comando de Tsuki, o moreno não soube segurar a língua ferina.

- Por que ele estaria louco? O que há de perigoso aqui? – um sorriso sarcástico brincou nos lábios masculinos.

- Está realmente querendo ser o último Uchiha, garoto. – a voz do Raikage assumiu um claro tom de ameaça.

- Está querendo perder o outro braço, Raikage? – o brilho vermelho do sharingan se fez visível.

O punho do Kage ergueu-se no ar e atingiu a mesa em frente do líder, quebrando-a ao meio.

- Quero ver você tentar.

Neste momento todos os presentes na sala já tinham se preparado para tentar impedir aquele embate. No entanto, Hinata foi a mais rápida ao conter uma das partes.

- Sasuke... – sibilou em aviso, o tom baixo e claramente mortal fez o ex-nukenin estancar seus movimentos em direção ao Yondaime.

Os olhos bicolores encontraram os lunares, e a mensagem que passou entre eles foi o suficiente para que o sharingan fosse desativado. O Uchiha retrocedeu alguns passos e aquietou-se, um pouco atrás de sua Capitã, que não estava nem um pouco contente com seu comportamento.

Tal atitude do moreno e da perolada não passou desapercebida pelos demais.

- Bem... – Mabui tomou a fala, desviando a atenção de Kira A para Sasuke e depois para Hinata, que foi em quem se fixou. – o nosso pergaminho ficará pronto amanhã, hoje pernoitaram no mesmo hotel de sempre.

Tsuki apenas balançou a cabeça em sinal de concordância. Tudo o que desejava era descansar um pouco, a enxaqueca persistente estava a deixando irritada.

- Eu os acompanho. – foi a vez de Darui tornar a falar, apontando em direção à porta.

A Herdeira apenas recolocou a máscara sobre o rosto e saiu, sendo seguida pelos seus.

Darui os acompanhou em silêncio até o pequeno hotel em que sempre ficavam. Era um lugar preparado intencional para receber ninjas de outras aldeias. Quando eles já estavam com as chaves de seus respectivos quartos, Sasuke e Yuri dividiram o mesmo, enquanto Hinata ficaria sozinha em outro, o futuro Raikage chamou a perolada para lhe fazer um convite, um jantar. Todo o pequeno diálogo entre os dois foi observado atentamente por outros olhos, esses bicolores, que foram estreitados ao ouvirem a aceitação feminina perante o convite.

A Princesa estranhou a aura pesada do moreno, notada ao se despedir de Darui e subir para seu quarto, porém estava cansada demais para sequer gastar energia tentando entender. O cômodo reservado para si era pequeno e simples, algo em que mal reparou na pressa em tomar um bom banho. Caiu na cama mesmo com os cabelos molhados pela ducha, dormindo em segundos. O silêncio reinava ali, algo que não acontecia no quarto ao lado.

..................

Yuri secava calmamente seus cabelos loiros com a toalha, sentado na cama, mantinha os olhos dourados no companheiro de equipe. O qual andava de um lado ao outro, como um bicho enjaulado. O ex-nukenin, ao perceber a atenção sobre si bufou de forma indignada e se dirigiu ao banheiro vago, talvez um banho pudesse lhe acalmar.

Tal atitude só fez com que um sorriso zombeteiro surgisse no rosto do loiro.

Cerca de meia hora depois um Uchiha de cabelos molhados e nem um pouco mais calmo saiu do banheiro.

- Não sabia que Uchihas ficavam com ciúmes – Yuri provocou.

O moreno lançou um olhar fulminante em direção ao companheiro, o que mais pareceu divertir do que amedrontar o homem.

- Não sei do que está falando

- Olha, eu posso não ser o maior entendedor de emoções humanas, mas, eu aposto um braço que você está com ciúmes da Hinata. – o sorriso do loiro era nada menos que confiante.

- Não estou com ciúmes de alguém, muito menos da Hinata. – as palavras do Uchiha não convenceram o outro – Porque eu teria ciúmes dela?

- Talvez porque vocês estejam tendo algo...

A frase dita de forma calma, fez com que o ex-nukenin retesasse o corpo.

- Pelo visto você é louco, não temos nada – Sasuke respondeu, a voz carregada de sarcasmo.

- Então por qual motivo estava parecendo um cão raivoso quando Darui a convidou para jantar? – Natsu arqueou uma sobrancelha em indagação.

O portador do Rinnegan rangeu os dentes irritado. Será que ele tinha de fato parecido um cão raivoso?

- Impressão sua. – falou com o máximo de veneno possível na voz – só achei interessante saber que o futuro Raikage é interessado na Princesa dos Hyuugas.

Yuri deu um pequeno sorriso, imperceptível ao Uchiha, por este estar com os olhos fixos na janela. As palavras ditas por ele foram a confirmação final que o anbu precisava para ter certeza de que algo estava acontecendo entre a sua Capitã e a reencarnação de Indra.

- Isso não deveria ser surpresa, já que é difícil não se interessar pela Hina... – os olhos bicolores se fixaram nos dourados, bingo... – na verdade não é a primeira vez que Darui a convida para jantar, devo admitir que ele é persistente. Deve a desejar muito.

As palavras cuidadosamente escolhidas provocaram a reação que o loiro esperava, as feições do outro endureceram rapidamente, ficando sombrias.

- Não preciso ficar sabendo dos pretendentes da Hyuuga. – Sasuke começou a arrumar a cama – vou dormir um pouco, trate de não fazer barulho Deus do Sol.

Natsu franziu as sobrancelhas, estranhando o apelido. Mas aquietou-se ao ver o Uchiha se deitar, já tinha conseguido o que queria, agora ele poderia pegar no pé da amiga.

Sasuke até que tentou dormir, viu o companheiro de elite ler um livro por um tempo e depois ele próprio ir para a cama. No entanto, os pensamentos masculinos estavam agitados demais para lhe permitir pregar o olho.

Por mais que lutasse com sua mente, ela teimava em se voltar para a perolada. O fazendo reviver todos os toques, os beijos, as conversas e momentos juntos, fazendo-o repensar todas as suas atitudes e o deixando desejar não ter sido um idiota.

Um completo idiota. 

Eu deveria ter ouvido ela. 

Agora ela não estaria provavelmente jantando com aquele... Hugh... aquele maldito desgraçado.

Desistindo de descansar, resolveu por alevantar-se e ir comer algo. Afinal de contas, graças aos deuses no dia seguinte iriam embora daquela Vila.

Saiu silenciosamente do quarto e da pensão, havia um pequeno restaurante ao lado dela, que foi onde jantou em uma mesa afastada. Observava os outros clientes, e ignorava os olhares atravessados que ainda recebia. Após pagar sua refeição decidiu por encontrar um lugar para afastar os pensamentos, o local escolhido foi o telhado do pequeno hotel.

Já sentado encima das telhas, mirava a lua, que teimava em ser escondida pelas nuvens. Pela posição privilegiada podia ver a movimentação das pessoas nas ruas. Por isso, percebeu a aproximação da Hyuuga que estava acompanhada pelo maldito desgraçado.

Hinata estava linda. Os cabelos soltos esvoaçavam na brisa que soprava, o vestido preto, simples, abraçava as curvas femininas e a deixava encantadora.

Encantado era como Darui parecia estar, o ex-nukenin cerrou a mandíbula ao reparar na expressão de deleite do ninja ao olhar a jovem.

De forma cautelosa passou a espiá-los enquanto conversavam mais um pouco à porta da estalagem. Porém, não estava pronto para a raiva que lhe atingiu ao ver Darui se inclinar em direção à Herdeira, e depositar um beijo cálido em sua bochecha. Seu sangue ferveu e escolheu sair dali antes que cometesse algo que fosse se arrepender depois.

Zanzou pelas ruas na tentativa de controlar seu temperamento, e tirar a pequena mulher da sua mente. O que se mostrou infrutífero ao se ver pulando a janela do quarto da mesma.

Automaticamente a Hyuuga que estava já vestida para deitar-se e apenas terminava de pentear os longos cabelos, virou-se para ele, as feições delicadas mostravam surpresa.

- Sasuke, o que faz aqui? – indagou.

- Só vim saber como foi o jantar. – a resposta partiu com um tom desdenhoso.

As sobrancelhas femininas estreitaram-se e um suspiro longo saiu dentre os lábios rosados. A escova voltou a ser passada pelos fios negros-azulados.

- Por um instante achei que tinha vindo aqui para me explicar do por quê descumpriu minha ordem, e respondeu as provocações do Raikage – a voz doce transbordava repreensão.

- Tsc... – o estalar irritado da língua fez com que os olhos lunares fossem pousados sobre a figura masculina, a escova de cabelo esquecida de vez.

- Olha aqui Sasuke, você não é mais uma criança, então não vou aceitar que haja como uma. – a anbu suspirou na tentativa de se controlar, ultimamente o Uchiha havia adquirido o péssimo hábito de tirá-la do sério.

- Se eu estou agindo como uma criança, você está agindo feito uma adolescente boba, aceitando sair para jantar por aí com qualquer um. – a cada palavra proferida um passo em direção à mulher foi dado.

- Então é isso que você quer discutir? Sério, Sasuke? – Hinata ergueu as mãos exasperada. – Você quer que discorramos sobre o fato de eu ter saído para jantar com o Darui? Com o Darui, o que não é qualquer um.

- Sim, é o que eu quero Hyuuga...

- Então tá. – a voz sempre calma subiu uma oitava – o que quer saber? Quer que eu diga onde fomos? O que comemos, exatamente? Se estava bom? – as pérolas se estreitaram em direção à ametista e o ônix – Ou quer saber quantas vezes ele me tocou? Os elogios que me fez?

Sasuke avançou, pegando-a pelos braços, de forma firme. Os rostos ficando a milímetros de distância, ambas as respirações descompassadas se misturando.

- Eu quero saber, se ele, se o seu pretendente sabe que há alguns dias você estava comigo, na minha cama? – o tom masculino era baixo, grave.

Uma risada cínica escapou da boca pequena e bem desenhada, o que surpreendeu o ex-nukenin. Que logo foi empurrado, com mais força do que imaginaria, pelas mãos delicadas.

- Você acha mesmo, Sasuke, que se ele soubesse, isso mudaria alguma coisa?

As orbes bicolores foram arregaladas em descrença perante a resposta da jovem.

- Certo, Hinata, talvez não mudasse nada pra ele. Mas e para você? – o Uchiha se aproximou, a voz ganhando um timbre rouco.

A mão masculina afastou uma mecha de cabelo do pescoço alvo, aproveitando para deslizar os dedos pela pele sensível, um sorriso convencido surgindo ao notá-la arrepiar-se.

- Me diga – sussurrou – ele vai fazer o que eu faço? Vai te deixar molhada como eu deixo? – dessa vez foram os lábios finos que resvalaram sobre a orelha delicada, fazendo-a arfar – vai fazer você gemer o nome dele, como você geme o meu? Vai deixar suas pernas bambas, te fazer ficar sem ar?

- Pare Sasuke... – as palavras saíram baixas, de forma sofrida, quase sussurradas.

- Tu nunca me pediu pra parar, Hina, muito pelo contrário. Me responda, diabinha, ele vai fazer você pedir por mais? Mais rápido, mais forte...

Juntando o restante do autocontrole que ainda possuía, ela se afastou de maneira afoita, dando-lhe as costas.

- Sai, Sasuke – disse apontando em direção a porta. – Sai...

O ex-nukenin permaneceu onde estava. Os olhos poderosos fixos na figura feminina. Esta ao notar que ele não havia se mexido, virou-se para mirar-lhe diretamente.

- Que parte do SAI você não entendeu? – perguntou, elevando o tom sem perceber.

Em um movimento único, e incrivelmente rápido, o moreno avançou sobre o corpo menor, prendendo-o contra a parede.

Ônix e ametista cravados nas pérolas.

- Diz que não quer me beijar e eu vou. Diz que não quer tirar a minha roupa e eu vou. – a cada palavra os lábios finos se aproximavam mais da boca rosada. – Diz que não quer trepar comigo e eu vou.

Hinata estremeceu diante da intensidade das últimas sentenças. Não conseguia impedir o próprio corpo de ficar quente diante do palavreado chulo que o Uchiha usava às vezes. Estranhamente, aquilo a deixa

Porra, que se dane...

Ela o puxou pela camiseta, extinguindo a parca distância que havia entre eles e fazendo com que os lábios se chocassem com força. As mãos masculinas deslizaram pelas curvas da cintura e do quadril, apertando a carne macia.

Porém, foi a Herdeira que tomou o controle, empurrando o maior até a cama, parando só quando este caiu sentado no colchão. Desprendendo-se lentamente dele, afastou- se sem quebrar o contato que se mantinha através dos olhos.

E com movimentos calmos, quase meticulosos, passou a retirar as peças de roupa que usava. Adorava quando despia-se na frente do Uchiha. O ônix e a ametista que capturavam cada mínimo movimento seu e as chamas se que se desprendiam do seu corpo a deixavam febril.

Era como se sua pele passasse a queimar.

Era assim que se sentia ao deslizar o short confortável que colocava para dormir pelas próprias pernas, deixando que este se amontoa-se ao seus pés. Era assim que se sentia ao remover a blusinha de alças, jogando-a em algum lugar do quarto e deixando então que os olhos bicolores percorressem sua pele nua.

A Herdeira amava arder diante daquele olhar.

Incapaz. Sasuke se sentia incapaz de desprender os olhos da imagem maravilhosa que tinha diante de si. Seu coração batia acelerado, a respiração era falha e seu membro estava apertado na calça cada vez menor. Suas mãos coçavam para agarrá-la, porém ver Hinata retirar a própria roupa, com aqueles olhos perolados embriagados em luxúria, era por demais excitante.

Já completamente nua a Hyuuga voltou a andar em direção à cama, com os olhos poderosos do outro a percorrerem cada centímetro do seu corpo.

As mãos delicadas, de dedos finos, retiraram a camiseta masculina, aproveitando para instigar a pele pálida com as unhas. Estes mesmos dedos traçaram suavemente o desenho do rosto do ex-nukenin em uma carícia que o fez arrepiar.

Sem desprender os olhares, ela ajoelhou-se, um sorriso malicioso surgindo ao ver o Uchiha arregalar as orbes e arfar com força, ao perceber qual era seu objetivo.

As pérolas escorregaram pelo torso do moreno, visualizando cada músculo trabalhado, cada pequena cicatriz, parando somente no volume que se destacava no tecido escuro da calça. Ao ver quão excitado o outro se encontrava foi impossível para Hinata controlar o calor no meio das pernas.

Olhando para Sasuke de forma travessa, deixou que sua mão o apalpasse.

Para ele foi inviável controlar o gemido baixo que lhe rasgou a garganta.

Sem perder tempo, as mãos femininas abriram o fecho da calça, puxando-a pelas pernas masculinas, fazendo o mesmo com a cueca boxer azul-marinho.

O ex-nukenin respirou fundo ao ter sua gloriosa ereção libertada. Seu coração batia acelerado, o sangue rugia nas veias e a respiração ofegante parecia incontrolável.

- Hinata... não...precisa... fazer isso. - exclamou, a voz rouca e um pouco falha deixou óbvio o quão excitado se encontrava. Como se o seu membro tenso já não demonstrasse isso.

As orbes peroladas reluziram de forma perigosa. E ao invés de palavras para responder ao moreno a Princesa usou a boca.

A cabeça do Uchiha foi jogada para trás ao sentir aqueles lábios macios fecharem-se sobre sua glande. Um gemido rasgou a garganta ao sentir o calor e a umidade da boca pequena.

Com um pouco de esforço Sasuke abriu os olhos, serrados em prazer, para mirar a imagem da bela mulher que tinha seu membro na boca. Teve que morder o lábio inferior até sentir o gosto de sangue para segurar o gemido que quase lhe escapou. As orbes peroladas que tanto gostava o olhavam com luxúria e um toque de desafio. As bochechas belamente coradas e os lábios macios resvalando de forma lenta por toda sua extensão.

Como que para brincar com seu coração, a Herdeira ao notar sua atenção, circulou sua glande com a língua quente, o fazendo quase rosnar.

Ela quer me matar...

Porra de boca GOSTOSA!

Tentando se controlar, para não estragar a brincadeira tão cedo. Emaranhou a mão nos longos cabelos azulados, os segurando, e dando mais liberdade para que a Hyuuga se divertisse com seu membro.

Fechou novamente os olhos, aproveitando a sensação da língua molhada o lambendo de cima a baixo.

Malvada...

Pensou ao sentir Hinata sugar sua glande de forma suave, para depois o engolir quase por inteiro. As mãos delicadas trabalhando na parte que não cabia na boca pequena. Podia sentir que não duraria muito com aquela diabinha o chupando.

A Princesa se remexia, esfregando uma perna na outra na tentativa de aliviar o calor no baixo ventre. Quando decidiu fazer um boquete no moreno e devolver todas as vezes que ele havia lhe chupado não tinha imaginado o quão prazeroso ia ser para ela própria.

Ver o Uchiha tão entregue era enlouquecedor.

Os olhos semicerrados, onde ela as vezes vislumbrava o brilho do Sharingan. Os lábios comprimidos, as bochechas masculinas coradas, o cabelo bagunçado, o peito que subia e descia com a respiração descompassada e a mão firmemente agarrada aos seus cabelos a deixavam excitada.

Mas nada a deixava tão febril quanto os gemidos que ele não conseguia controlar. A cada vez que sua língua viajava pela extensão masculina, deixando-o cada vez mais molhado, ou que o engolia por inteiro, eles ficavam mais altos.

Ao sentir o membro cada vez mais tenso e quente em sua mãos, decidiu aumentar a velocidade de seus movimentos, o chupando com mais força e rapidez. Levando seus olhos ao do ex-nukenin, se viu presa nas orbes bicolores.

E foi assim, com os olhos cravados um no outro que o sentiu gozar em sua boca.

A Herdeira se esforçou ao máximo para não deixar uma única gota escapar, engolindo tudo que o ex-nukenin lhe dava.

Porém para provocá-lo mais um pouco ao retirar a boca do membro passou a língua pelos lábios, como se saboreasse os últimos resquícios dele.

Diabinha perigosa...

O pensamento cruzou a mente de Sasuke como uma rastro de fogo diante da cena. O qual sem dar tempo para que a pequena mulher pudesse fazer algo mais, a puxou para seu colo. No momento em que os corpos se tocaram o tempo pareceu desacelerar. As respirações se misturando, os olhos se desviando para os lábios, os corações entrando em sincronia. Tudo estava intenso.

Os dedos masculinos deslizaram sobre os traços do rosto delicado, o polegar roçando os lábios macios.

Diabinha perigosa

Perigosa e incrivelmente encantadora

O que está fazendo comigo, Hinata?

As orbes bicolores procuraram as pérolas.

Eu fui um idiota, não fui?

Foi sim…

As palavras passavam de olhar para o outro, em uma comunicação silenciosa e exclusiva deles.

Eu...eu...ah

Sasuke?

Me desculpe, ok. Me desculpe...

Tudo bem, eu só não entendi o motivo de tu agir daquela forma

É complicado…

Você se afastou, se fechou, eu achei…

As pérolas se desviaram para um ponto aleatório do quarto. Deixando subentendido para o moreno o peso das palavras. Em um movimento único o ex-nukenin deitou o corpo pequeno sobre os lençóis, trazendo de volta os olhos cristalinos aos seus.

- Eu… - um longo suspiro escapou pelos lábios finos - só imaginei que você não desejava um filho meu…

Hinata arregalou os olhos diante das sentenças, porém antes que pudesse proferir algo Sasuke voltou a falar.

- Sei que isso é absurdo e muito idiota – o ônix e a ametista deixavam claro o quão difícil era para ele dizer aquilo – mas não consegui me impedir de pensar que… - os dedos longos acariciaram o rosto feminino – você não queria um filho que fosse meu também, que não desceria tão baixo ao ponto de engravidar de um ex-nukenin como eu.

- Sasuke…

- Não precisa dizer nada – dessa vez foram as orbes bicolores que se desviaram – eu…

- Dá pra calar a boca?

As sobrancelhas escuras se arquearam diante das palavras da Herdeira, a qual sorriu faceira ao obter seu objetivo, a atenção do ninja.

- Não imaginei que era isso, na verdade pensei muitas coisas, algumas bem absurdas. – Hinata deslizou as mãos pelos fios escuros e macios do cabelo masculino em uma carícia suave - Eu não me importaria de ter um filho seu, o fato de tu ter sido um ex-nukenin não interfere em nada, Sasuke, se eu engravidasse de você não seria “ descer tão baixo ’’.  - dessa vez foi ela que suspirou pesadamente - A razão de eu tomar anticoncepcional não tem nada haver com não querer uma família com você.

Família..

A palavra tomou forma antes que a perolada pudesse perceber, flutuando entre os dois como uma pétala de flor que lentamente caí.

Para ela era quase como se fosse uma promessa, como um prenuncio do que poderia acontecer no futuro. Uma família com Sasuke. Está constatação a fazendo sorrir.

Para ele a palavra e tudo o que ela carregava para si aqueceu o coração que reaprendia a bater e sentir. Uma família com Hinata. Os olhos brilhando diante da percepção.

Quando as bocas se encontraram o beijo foi calmo, doce, deixando claro todas as emoções que os percorriam.

- Então estamos bem agora? - Sasuke perguntou.

- Sim, estamos.

- Que bom, eu já estava ficando com saudade… - um sorriso ladino repuxando os lábios finos.

- Saudade? - Hinata já imaginava do que ele estava falando, entretanto queria confirmar.

- Saudade – o moreno sussurrou próximo a orelha pequena, a voz atingindo o timbre que arrepiava a perolada – de foder você, de vê-la gritar meu nome quando goza…

A única resposta de Hinata foi gemer antes de o puxar para um beijo. Pelo visto amanhã teria que cobrir algumas marcas, mas isso não era algo de que ela fosse reclamar.

…………………………..

Antes de o sol despontar em seu auge eles já tinham pego o pergaminho na sala do Raikage, depois de algumas trocas de olhares mortais, nem um pouco discretas, entre Sasuke e Darui. Os quais pareciam ter se tornado rivais de alguma forma. Para desgosto de Hinata que resmungou coisas como “machos territorialistas” e para a diversão de Yuri, que tinha mais munição para utilizar nas provocações contra o Uchiha e contra a própria amiga.

Agora o trio viajava entre a floresta em uma velocidade impressionante. Todavia, havia algo que não estava certo. Pelo menos era o que os sentidos de Hinata apontavam, desde que tinham tomado distância da Vila da Nuvem a capitã percebia que algo iria acontecer o que a fazia ficar em alerta.

Ela notava também que seus companheiros sentiam o mesmo, se encontrando mais atentos.

Todas as suas suposições se mostraram verdadeiras ao perceber uma de suas invocações se aproximar. Diminuiu o ritmo, parando logo em seguida, com ambos os homens fazendo o mesmo.

A gata branca caminhava de forma calma, as patas pequenas pisando sem ruido no chão da floresta. O pelo de aparência macia reluzia conforme pegava alguns raios de sol e os olhos de um azul escuro brilhavam com uma inteligência curiosa para um animal.

A perolada se abaixou esperando o pequeno felino se aproximar.

- Oi Chie… - falou enquanto levava a mão até a gata para acaricia-la, obtendo como resposta um ronronar baixo.

O Uchiha observava a cena com curiosidade, um animal daqueles não estaria naquele local sem motivo.

- O que tem para mim? - a pergunta da herdeira foi feita de forma direta para os olhos do felino.

- Inimigos a frente Princesa, 9 homens, ninjas renegados aparentemente do tipo que gostam de brutalidade – a voz de Chie era suave, com um ronronar permanente no fundo – estão a uns 55 kilômetros a noroeste, porém se aproximando rápido.

Os olhos bicolores de Sasuke foram de Natsu a Tsuki, notando o balançar afirmativo da cabeça feminina e a postura calma do loiro. Sua mente então compreendendo o que a bela felina branca, que falava, estava fazendo naquele lugar.

Ela não era um animal qualquer. Era uma Invocação. A Invocação de Hinata.

Ou melhor, invocações.

Pensou ao perceber outro felino se aproximar nas sombras, tão sorrateiro que se não fosse um ninja experiente não perceberia.

Desta vez o animal era negro como piche, o pelo mais baixo que o de Chie mas igualmente brilhante, os olhos de um verde musgo reluziam de uma forma que fez o moreno pensar que o gato sabia de todos os seus segredos.

- Chinmoku – a Hyuuga chamou, mostrando ao ex-nukenin que ela também havia percebido o animal nas sombras.

O pequeno felino negro se aproximou buscando carinho assim como Chie.

A capitã não precisou perguntar para que o animal falasse.

- Os inimigos estão próximos, terá de entrar em combate com eles, Princesa – a voz de Chinmoku era como um sussurro, baixo e grave – não a meios de contorná-los e pelo que pude perceber eles estão buscando o que carrega.

Tsuki respirou fundo, pelo visto o combate era inevítavel.

Sua mente já calculava todas as estratégias que poderia usar, eram três contra nove, entretanto sabia de sua força e da força de seus parceiros. Quem quer que fossem aqueles homens eles haviam escolhidos os ninjas errados para enfrentar.

- Há uma clareira aqui perto, vamos para lá. É um local bom para um embate. - disse aos dois anbus.

- Vamos esperar por eles lá? - Yoru indagou.

- Sim, se vamos mesmo ter que matá-los que ao menos eles nos poupem o cansaço de ir até eles. Vamos os deixar virem até o encontro  da própria morte… - a voz feminina estava fria como gelo, nada mais do que uma ninja de elite falando.

Natsu e Yoru apenas balançaram a cabeça em concordância a fala de sua capitã, a acompanhando até a clareira.

- Chie e Chinmoku, fiquem por perto, se eu precisar de vocês os chamarei –  Tsuki disse para suas duas invocações, que a atendendo sumiram em segundos.

A Hyuuga ativou o byakugan, monitorando a aproximação dos inimigos, o que não tardou em acontecer.

Os nove homens encontraram o trio preparado quando apareceram.

Rinnegan e Sharingan brilhando em vermelho e roxo e Kusanagi na mão de Sasuke, pronta para partir pessoas ao meio.

Natsu parecia brilhar, os raios de sol se dobrando levemente a sua volta, deixando algumas partes suas transparentes.

Byakugan reluzia de forma suave, como uma promessa de morte nos olhos de Hinata, sua katana ainda presa as costas, mas suas mãos estavam em posição de luta Hyuuga.

Os homens riram diante do trio, debochando dos ninjas que para eles pareciam fracos, fáceis de vencer pelo número menor.

Mas suas risadas foram cortadas pela voz feminina tão fria e afiada quanto uma lâmina de gelo.

- Vamos acabar logo com isso, não estou com paciência para este tipo hoje.

E como se fossem um só eles se movimentaram...

Continua...