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História Avatar - a Lenda de Mira - 37 - Forças e fraquezas - História escrita por sahsouto - Spirit Fanfics e Histórias
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História Avatar - a Lenda de Mira - 37 - Forças e fraquezas


Escrita por: sahsouto

Capítulo 107 - 37 - Forças e fraquezas


Sina

— Precisamos encontrar o Varrick ... -Eu digo sem explicações.

Riku me olha com desconfiança.

— E por qual motivo precisamos dele? Se nem Haru o considera como algo útil, por que consideraríamos?

Existe um tipo de preconceito que a maioria dos dobradores sente pela ciência. Não é tão difícil compreender, levando em conta o passado, mesmo assim esse preconceito acaba impedindo que eles vejam o verdadeiro poder da ciência. Foi com esse tipo de pensamento que eles foram subjugados por Kuvira.

— Ele ainda é um Varrick, não é mesmo? – Eu digo

— Não importa, ele ainda continua sendo um homem fraco. Um traidor fraco.

— Se ele fosse tão fraco assim, ele não estaria aonde está. Talvez ele seja o pior dos Varrick, mas ainda sim é um.

Riku me olhou com dúvidas. Mas, isso não é algo que ele conseguiria entender. Dizem que Iknik Varrick quase dominou a energia espiritual. Ele foi um dos pioneiros ao utilizar essa energia como arma. Se Venon tiver apenas um pouco desse conhecimento, acho que seria útil. Ajudaria Mira a lidar com o poder de Haru.

Meelo

Meu corpo dói, sinto como se pregos estivem fincados nos meus pulmões, sinto meu olhos esmigalhados como poeira. Mas, mesmo assim, nada é comparável com a dor que sinto no meu peito. Suni, meus únicos pensamentos são em volta dela.

Mesmo quando Riku suturou minhas feridas, meus gritos não eram por essa dor, mas sim, por estar perdendo a Suni.

Eu tento reunir todas as minhas forças, e ao levantar sou impedido por uma pessoa familiar.

— Mira... – eu sussurro o nome dela. – Tudo dói ao fazer isso.

— Descanse Meelo. – Ela se limita a dizer.

Eu não tenho o direito de descansar, eu a deixei sozinha com ele. Eu preciso ir atrás dela, senão eu nunca vou me perdoar.

— Suniiii – Eu tento dizer.

Mesmo com a minha vista embaçada, eu consigo notar as expressões de preocupação de Mira.

Mira olha para mim com uma mistura de compreensão e preocupação em seus olhos. Ela entende a dor que estou passando e sabe o quão importante Suni é para mim.

— Meelo, eu entendo que você quer encontrar Suni. - diz Mira suavemente, colocando a mão em meu ombro.

— Mas agora não é o momento adequado. Haru é perigoso e você está ferido.

 

É como se eu próprio me ouvisse. Sempre fui cauteloso , mas quando envolve a Suni, eu só consigo ser impulsivo.

— Tudo isso acaba amanhã, seja para o bem ou para o mal. Tudo vai ter um fim. -- Ela sorri ao dizer isso. Como se estivesse aceitado tudo o que está por vir.

— Ele me quer no final das contas. Vou pedir que ele libere Suni da ligação, eu sei que ele vai me ouvir, e assim que ela estiver liberta, eu quero fazer um pedido a você.

Eu gostaria de respondê-la, de perguntar o que ela pretender fazer, mas no momento eu não consigo.

— Você, Sina, Suni e Riku, eu espero que vocês não estejam aqui amanhã. Vou falar com algumas pessoas, e até o amanhecer, eu conseguirei um barco, para que vocês fujam daqui. Vocês esperarão Suni no porto, e assim que tudo estiver certo, eu resolverei tudo com Haru.

Ela está ficando louca?

— Não... -- Ela coloca um dos dedos nos meu lábios.

— Não se esforce demais. -- Você precisa pelo menos ter forças para se mover.

Vejo alguém se mover nas sombras. É aquele guarda que nos trouxe aqui.

— Eu posso conseguir esse tal barco, e também, uma forma do garoto conseguir se mexer, talvez até lutar.

Mira se vira rapidamente, parece escutar o que o guarda diz com expectativas.

— Sério?

— Sim, também posso conseguir um jeito de voce ficar mais forte, mesmo que temporariamente. Mas, isso não saíra de graça.

Ela parece se encher de esperanças.

--- Qual é o preço? -- Ela diz sem hesitar.

O guarda sorri, um sorriso com um pouco de malícia, como se estivesse esperando essa chance.

Mira se levanta, e sai do meu alcance, eu não sei o que os dois discutem, mas pelo tom da conversa não é uma coisa boa. Tudo parece estar apontando para um desastre iminente.

Mira

Talvez eu já tenha desistido, talvez eu só esteja esperando o meu fim. Mas, ouvir a proposta do guarda me encheu de esperanças por um momento, antes dele me dizer o que eu teria que fazer.

— Matar Lokin, não vai ser dificil para você.

— Matar? -- Tento não parecer chocada

— Sabe, isso vai resolver muitos problemas, com esse negócio de sucessão. Vai evitar muitas mortes afinal de contas. Uma vida por muitas, parece razoavel.

— Isso não é nem um pouco razoavel. Além do mais quando Haru vencer, não vai ser um guerra por sucessão que vai impedí-lo de destruir esse lugar.

Ele não pareceu se importar com o que eu disse.

— Isso é um problema que pode vir a acontecer, mas, eu não me interesso por isso. Haru não é meu inimigo, Lokin é, e aparentemente eles são aliados. Lokin deve ter feito essa mesma promessa a Haru.

Loki, sucessão. Parecem coisas distantes. Problemas que não são meus, mas que querem me puxar para o meio.

Eu respiro fundo.

— Isso não é uma opção. — tento dizer com firmeza mas, minha voz está um pouco trêmula, . — Eu não posso tirar a vida de outra pessoa por esse motivo. Não importa quais sejam as razões ou os problemas envolvidos. Eu falo isso pensando em todas as vidas que foram perdidas desde quando eu me descobri uma dobradora.

O guarda caminha a minha volta.

— Você pode não entender agora, mas quando tudo isso acabar, você verá que as decisões difíceis precisam ser tomadas para proteger aqueles que você quer proteger. Você está disposta a sacrificar Suni por causa desses pensamentos?

— Por uma ideia, que pode nem dar certo? -- Eu falo mais alto do que deveria.

— Mas, esse é o preço da tentativa. Mandar seus amigos para longe e aumentar um pouco do seu poder, acho bem justo. Além de que as pessoas são capazes de fazer coisas inimagináveis quando estão desesperadas.

Eu continuo negando com a cabeça. Matar? As pessoas acham que é tão facil assim?

— Sabe, vou dar um voto de boa fé. Seu amigo, eu posso fazê-lo se recuperar, nem que seja um pouco. Acho que isso dará uma boa amostra do que eu posso fazer para te ajudar.

Ele me mostra uma especie de pacote entre os dedos.

— O que é isso?

— Ah, isso é algo comum para nossos soldados. Apenas um pouquinho de adrenalina em pó, com um adicional secreto. Isso aumentará o folego do seu amigo, além de amenizar todas as suas dores. Ele conseguirá se mover, para fugir ou para te ajudar, será a sua escolha.

— Eu não aceitei a sua proposta -- Falo desconfiada

— Ah, não me leve a mal, eu não sou surdo, ou estupido, é só um voto de boa fé.

Eu não consigo me mexer, varios pensamentos passam pela minha cabeça. Matar, parece radical, mas se for a única alternativa?

Ele se aproxima de Meelo, que não tem forças nem para se afastar, ao abrir o pacote com as pontas dos dedos, ele despeja um pó escuro na boca de Meelo.

Eu me aproximo, com muito receio, e se isso piorar tudo?

Os olhos de Meelo se arregalam, sua face pálida começa a ganhar cor. Sua respiração dificil ganha ritmo.

E finalmente ele consegue se reerguer.

— Sabe, isso é como mágica. Muito caro, e dificil de conseguir. Espero que valorize minha ajuda. - Ele pega o restante do pacote e coloca na mão do Meelo. -- Isso dura aproximadamente umas duas horas. Quando se sentir cansando de novo, mais um punhado, o suficiente para manchar a sua lingua, nada mais que isso.

Meelo ainda parece incrédulo

— O que ele te prometeu?

— Oh, nada ainda. Apenas uma pequena ajuda. Espero que use isso com sabedoria, e se precisar de mais, sabe como me convencer.

Ele se afastou novamente, desaparecendo nas mesmas sombras que veio.

Observo Meelo se erguer lentamente, sua expressão de surpresa se transformando em um misto de gratidão e desconfiança. A hesitação toma conta de mim enquanto olho para o pacote em sua mão, contendo aquele pó misterioso.

Haru

Um pouco mais afastado e mais próximo ao mar, eu me sento em um píer. Olho para a imensidão do mar azul. Toda a sua totalidade, toda a sua imensidão, agora não parecem nada, perto do poder que está dentro de mim.

As pequenas rachaduras na minha pele ardem conforme o tempo passa. Apesar de ser melhor que a instabilidade que eu sentia antes, ainda dói.

Eu cruzo as minha pernas e tento meditar. Uma coisa que não faço a praticamente a uma vida. Na verdade eu senti medo de fazer isso.

Fui ensinado a meditar por um monge. Meelo. Ele não era tão bom nisso, mas ainda sim tentou me ensinar de todas as formas. Jinora, sua irmã mais velha, possivelmente deveria ser a minha professora, mas ele fez questão de me ensinar.

Ao me concentrar, eu só consigo sentir o vazio. Um vazio parecido com o que eu estava acostumado, quando eu ainda estava preso por Unac. Mas, eu sei que eu não estou sozinho. Apesar de aceitar Vaatu. Ele ainda parece uma coisa estranha ao meu redor. Nossos pensamentos se alinham, mas muitas vezes parece que ele me deixa pensar sozinho. Imagino que ele mesmo tenha motivos para isso. Eu não confio nele. Isso é óbvio. Mas, eu preciso dele, isso é mais óbvio ainda. E tudo para que amanhã, se resolva. E eu consiga me tornar inteiro novamente. Essa expectativa é o que me colocar nos eixos.

— Isso é inutil. -- Eu digo para o nada.

Mas agora, diante da iminente luta contra Mira, eu preciso pensar com clareza. Não posso ser tão prepotente em achar que será fácil. Enquanto Mira busca aprimorar seu poder com o fogo, eu me esforço para harmonizar os elementos dentro de mim. No entanto, esses elementos estão em constante conflito, uma batalha interna que às vezes parece insuportável. Mesmo com a ajuda de Vaatu, é difícil manter toda essa energia em harmonia.

Eu me canso. Parece que a única forma de isso dar certo, é absorver também o espiríto do fogo. Meu verdadeiro objetivo em vir a esse país. Encontrar a Mira transformou meus planos. Mas, também esse é nosso destino não tem como fugir. Eu olho para o mar, e ergo as minhas mãos. Sinto todo o poder que tenho sobre ele. Sinto também o ar a minha volta , e a terra aos meus pés. Eles são as minha forças e também pode vir a ser minha fraqueza. Respiro. Vai ter que ser suficiente. Claro, Vaatu também vai me dar o seu próprio poder. Não tem chances para ela. E isso por mais absurdo que parece me deixa com pena dela. 


Notas Finais


Capítulo mais curtinho, mas o próximo será maior. Obrigada a todos que me acompanham :)


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